VADE RETRO SOCIALISTAS

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby mends » 19 Sep 2007, 09:25

O Hugo Chavez da Banânia me estimulou a voltar a praticar esportes HOJE....

Segurem-se aí na cadeira. Vocês devem saber que o Brasil tem um fã de Hugo Chávez ainda mais entusiasmado do que Lula. Trata-se do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), um autêntico “bolivariano” em terras tupiniquins. Acredite: seu governo distribui nas escolas públicas do Paraná um livro para, literalmente, revolucionar o ensino da Educação Física. Uma das coisas que o livro faz é atacar o caráter competitivo do esporte. O ideal, dizem os gênios de Requião, é substituir a competição pela cooperação, claro.

Na imagem acima, reproduzo uma página em que há um texto chamado “Esporte como afirmação do sistema capitalista”. O aluno de educação física (!!!) fica sabendo que “Karl Marx e Friendrich Engels escreveram juntos vários estudos sobre o capitalismo. Eles entendiam que o capitalismo procurava, dentro de sua lógica, transformar tudo em mercadoria, fazendo da força de trabalho do operário um objeto de compra e venda. Mas, afinal, quem são Marx e Engels? Leia sobre eles no box da página seguinte. Da perspectiva teórica desses pensadores, será que o atleta não transforma os seus movimentos em mercadoria?”

Numa outra página, lê-se:
“Prêmio ao vencedor: no esporte, apenas os vencedores são premiados, assim como em nossa vida, pois as pessoas de melhor condição social possuem mais regalias em relação às pessoas menos favorecidas. Você concorda com tal afirmação? Justifique e exemplifique”.

É isso aí. Seguem links com outras imagens do livro:
http://i230.photobucket.com/albums/ee68 ... Pag.83.jpg
http://i230.photobucket.com/albums/ee68 ... Pag.59.jpg
http://i230.photobucket.com/albums/ee68 ... Pag.58.jpg
http://i230.photobucket.com/albums/ee68 ... Pag.57.jpg
http://i230.photobucket.com/albums/ee68 ... Pag.51.jpg
http://i230.photobucket.com/albums/ee68 ... Pag.25.jpg
http://i230.photobucket.com/albums/ee68 ... Pag.20.jpg
http://i230.photobucket.com/albums/ee68 ... Pag.15.jpg


Por Reinaldo Azevedo
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Postby telles » 19 Sep 2007, 09:41

Resolvi Hospedar as Fotos, para perpetuar essas asneiras.....

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Postby mends » 05 Oct 2007, 08:59

Já está no YouTube o protesto de uns sete ou oito aguerridos membros da Juventude Socialista (ou coisa parecida) contra a capa que VEJA dedicou ao porco fedorento. Essa massa formidável de gatinhas e românticos heróis revolucionários organizou a sua manifestação em frente à Editora Abril.

Impressiona a veia poética das palavras de ordem — e começo a entender por que Mano Brown é confundido com Yeats. O melhor, me parece, é este:

“i-i-i-/queremos CPI”

Imbuídos do melhor espírito democrático, queimaram algumas revistas. Ta certo. É assim que se fazia na Alemanha nazista. É assim que se faz em Cuba. Aliás, por falar, nisso, gritaram:

“Cu-ba sim/ Ve-ja não/Vi-va Che/ e a re-vo-lu-ção”

A Abril deveria financiar a viagem dessa patota à ilha. Mas para viver como cubanos e cubanas. Em uma semana, estariam pedindo para ser tratados como terroristas em Guantánamo. Ao menos rola um rango. Um deles ali, pelo visto, não consegue atravessar o dia com a ração fornecida por Fidel...


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Postby mends » 07 Oct 2007, 13:31

Esquerda, direita?
Também perguntam alguns, afetando espanto: mas você ainda acredita na existência de direita e de esquerda? Claro que acredito. Ademais, não é matéria de crença, mas de fato. E passo longe daquela besteira, infelizmente endossada por Norberto Bobbio, de que esquerdistas se preocupam mais com a justiça social, e direitistas tendem a naturalizar as diferenças. Até porque, dada uma sociedade democrática, em que todos são iguais perante a lei, as diferenças podem não ser naturais, mas são fatais. Distribua a riqueza brasileira, em partes iguais, entre os pouco mais de 180 milhões... Quanto tempo demoraria para que, de novo, houvesse ricos e pobres — e é bem possível que os ricos de agora fossem os futuros ricos da pós-distribuição?

Então a gente acaba com o estado? Não! Ele tem de ser eficiente para garantir direitos que permitam às pessoas competir. E isso supõe, claro, intervir com políticas públicas em áreas como saúde, educação e segurança. Qual é o grau dessa intervenção? Uma que não o transforme numa máquina difícil de carregar, que passe a ser gerador de desigualdades, em vez de corrigi-las. É nisso que acredito. Isso é ser de direita?

Mas não é só. Dada (e isto é um pressuposto) uma sociedade democrática, a direita não solapa a legitimidade das leis para promover o que entende ser justiça social. Já a esquerda não vê mal nenhum nisso porque acredita que o legítimo se sobrepõe ao legal. E quem define o “legítimo”? Ora, ela própria. Sim, ainda existem direita e esquerda. E, nos termos dados neste texto, é óbvio que sou de direita.



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Marcha anti-Chávez

Postby Danilo » 01 Nov 2007, 20:22

Marcha anti-Chávez acaba em violência em Caracas

Terminou em violência nesta quinta-feira, uma passeata que reuniu milhares de estudantes venezuelanos para protestar contra a reforma constitucional proposta pelo presidente Hugo Chávez.

Os manifestantes, entre os quais também havia professores e membros de partidos de oposição, entraram em choque com a polícia na frente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em Caracas. Eles foram dispersados com gás lacrimogêneo e disparos de balas de borracha.

O protesto tinha como objetivo pedir o adiamento por pelo menos dois meses do referendo sobre a reforma, previsto para 2 de dezembro. Além disso, os estudantes querem que a reforma seja votada por temas.

A proposta de reforma constitucional apresentada pelo presidente em agosto tem como objetivo consolidar o "socialismo do século 21" no país. Ela inclui medidas polêmicas como o fim da autonomia do Banco Central e a reeleição ilimitada - que permitirá a Chávez perpetuar-se no poder.

(texto completo em estadao.com.br/internacional)
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Postby mends » 03 Nov 2007, 17:35

A Escatologia da Libertação e o teatro de padre Júlio – Um caso exemplar
Vamos exercitar um pouco a memória. À época, comentei o caso no site Primeira Leitura — cujo fechamento foi aplaudido com grande entusiasmo pela canalha. Adiantou? Digamos que eu tenha ficado ainda mais animado. Sigamos. A reportagem que reproduzo ao pé desta introdução foi publicada pela Folha em 31 de outubro de 2005, assinada por Laura Capriglione.

No sábado anterior, haviam se casado, na Catedral da Sé, Lianinha Moraes, filha de José Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, e Guilherme Bueno de Almeida Prado. Se os Ermírio quiserem se livrar da presença dos pobres brasileiros em eventos sociais, podem escolher casar-se em qualquer igreja do mundo — se fosse necessário, eles até compravam uma... Em vez disso, Antonio Ermírio, tio de Lianinha, por exemplo, dedica seus fins de semana a cuidar das contas do hospital Beneficência Portuguesa, notavelmente bem-administrado, que atende a uma penca de pacientes do SUS. Passou dos 70 e não tira férias há uns 40 anos. E isso é verdade — só uma semana ou outra de descanso. A família inteira pega no pesado. Os descolados acham isso uma coisa feia. Acham que é falta de imaginação. Os bolivarianos, vocês sabem, querem jornada de seis horas por dia.

A ação dos Ermírio deve ser considerada caridade vulgar pela esquerdopatia. Os pobres precisam é do arremedo de luta de classes narrado por Laura Capriglione e da militância ideológica, movida a teologia vagabunda, do notório padre Júlio Lancelotti. À época, dei uma esculhambada na vaidade perniciosa deste servo do senhor. Abaixo, vai um pouco do seu “amor cristão”. Para evidenciar as injustiças sociais, padre Júlio resolveu se juntar aos “pobres” da Sé para marcar presença contra o casamento dos ricos. Laura destaca: “com suas sandálias de couro”...

“Sandália de couro”, é? E o que mais? Só se fossem as sandálias de um pescador de heresias. Considerando o dinheiro que gastava comprando carro de luxo para o seu “correria”, poderia bem exibir sapatos de cromo alemão. Aliás, com os (admitidos) R$ 150 mil, presentearia todos os miseráveis da Sé com pisantes reluzentes. Mas ele concentrou todos os esforços para tocar o coração, não os pés, de um só: Anderson. O que a reportagem abaixo evidencia é que, mais do que a cerimônia de casamento, a outra, a dos “pobres”, é que já estava previamente agendada..

Por que afirmo isso? Laura não é repórter de “social” nem transita naquela zona de ambigüidade em que política e celebridade se misturam. Não descarto que tenha tido uma intuição genial: “Pô, vou lá, com fotógrafo e tudo, e flagro o convescote dazelite em contraste com a pobreza dozescluído. Em pleno sabadão!” Pode ser. A genialidade tem dessas coisas. Mas eu tendo a apostar que a página picaresca, em que os ricos são caracterizados como prepotentes frívolos, tinha um pauteiro de antemão e com hora marcada: padre Júlio Lancelotti.

Era o tempo em que ele ditava uma fatwa, e o coitado que fosse alvo de sua sentença tinha a reputação espicaçada por seus tentáculos no “jornalismo crítico”. Aliás, senti falta de um “legítimo Capriglione” fazendo troça dos apoiadores do padre Lancelotti. Pelo que vi na televisão, havia ali um farto material. Alguns deles lembravam seguidores de Antônio Conselheiro — apenas com um crânio um pouco mais sensível...

Leiam a reportagem. Assim se construíam a reputação e a militância deste santo homem. Reparem no fim da reportagem. É incrível que, depois de 20 anos atuando como o rei da Praça da Sé, padre Júlio não consiga impedir que seus “pequeninos” voltem à sua rotina de cola de sapateiro e cachaça.

Lastimo muito que a atuação do padre tenha dado margem às mais do que lógicas especulações sobre o seu relacionamento com rapazes. Independentemente de onde o padre põe o seu desejo — e mesmo que seja, do ponto de vista sexual, uma vestal —, é a sua atuação política e pastoral que denuncia a miséria a que chegaram certas correntes da Igreja Católica. Eis aí: um padre, segundo critérios que são de classe social, mobiliza os pobres para hostilizar outros católicos — porque são “ricos”.

E pensar que o núcleo central do cristianismo — e do catolicismo — é ser universal, acolhendo quem se converte (independentemente de sua posição social) e sendo tolerante com quem decide seguir outro caminho.

Essa gente, por vontade e escolha, é irredimível. Vamos ao texto.

*
Sob chuva fina e friozinho de 18,7C (meio deslocado para a estação), um milagre aconteceu no último sábado a partir das 19h35, naquilo que é o pátio dos milagres de São Paulo, a praça da Sé. Diante dos miseráveis freqüentadores do lugar, meninos dependentes de cola de sapateiro, moradores de rua enlouquecidos de álcool e pregadores de pelo menos cinco denominações evangélicas, materializou-se o casamento de conto de fadas da filha do empresário José Ermírio de Moraes, Lianinha Moraes, com o administrador de empresas Guilherme Bueno de Almeida Prado, assistido por 1.200 convidados.
Desde as 15h, a igreja da Sé fechou suas portas para todo e qualquer mortal que, sem convite ou autorização especial, quisesse entrar para rezar. A rua estreita (três metros de largura) que separa as escadarias da catedral do restante da praça transformou-se na linha divisória entre os dois mundos, o dos pobres de sempre e o dos alienígenas da hora. Guardando à distância estava um exército de 400 seguranças e manobristas.
Bem que um rapaz com uma camiseta em que se lia "100% Hip Hop" tentou esboçar um discurso-denúncia às 18h. Depois de levantar a camiseta, para mostrar a pele negra, e de perguntar: "Tem algum preto entre os convidados?", o rapaz foi cercado por três homens de terno preto, sorrisos grudados nos rostos (como mandam os manuais de abordagem) e um "pra que essa gritaria?" como cartão de visitas. Levaram-no pelo braço para fora da praça.
Nas ruas em torno da igreja, desfilavam Mercedes, BMWs, Jaguares. As máquinas paravam rapidamente para despejar suas cargas: mulheres em longos vaporosos, barras lambendo o chão da praça, e acompanhantes.

"Feli-ci-da-des"
Não houve hostilidades. Os ricos passavam e não olhavam os cerca de 200 pobres que olhavam para eles. Até que chegou a noiva, às 19h35, e um "Êêêêêê" elevou-se, no que pareceu ser uma vaia. Mas veio o coro, revelando a intenção: "Feli-ci-da-des, feli-ci-da-des, feli-ci-da-des".
Lianinha não resistiu. Risonha, virou 180 o rosto antes fixado no portal da igreja e acenou para o povo da praça. Em resposta, ouviu mais alto o grito: "Feli-ci-da-des, feli-ci-da-des".
Às 20h, o padre Júlio Lancelotti, da Pastoral de Rua, chegou em sandálias de couro, calças jeans e camisa esporte de manga curta.
"Aí, padre, entra lá na igreja. Vai nos representar no casório", pediu Yossef Rodrigues, 49, torneiro mecânico desempregado. Trinta pessoas cercaram o sacerdote, pedindo a mesma coisa.
Lancelotti vasculhou os bolsos das calças, em busca de sua carteira de identificação de padre. "Esqueci em casa. Eles não me deixarão entrar." Explicação dada, ficou com o povo, do lado de fora, embaixo da chuvinha.
O pessoal em torno do padre era mais politizado. Disse o comerciante Antonio Carlos Gomes, 56: "É incrível como esses ricos tiram da gente o direito de entrar onde eles estão, mesmo que esse lugar seja onde sempre estivemos, e onde estaremos amanhã."
Na porta principal da igreja da Sé, há estátuas em tamanho natural representando os quatro profetas maiores (Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel) e os quatro evangelistas (Marcos, Mateus, Lucas e João). É de Lucas a frase: "Felizes os pobres, porque deles é o Reino dos Céus". E o lado de lá da praça também.
Padre Júlio lembrou-se de São Bento José Labre, o "Mendigo de Deus", que viveu 14 anos como morador de rua, em Roma, no século 18. "O que será que ele está pensando ao ver o povo expulso da casa de Deus?"
Finda a cerimônia, a noiva sai da igreja, a cauda do vestido tomando toda a extensão da escadaria. De novo, o coro "feli-ci-da-des", e o sorriso da princesa.

Showroom de importados
Atrás, vai uma passeata de longos e casacas em busca de seus carros, excepcionalmente estacionados em plena praça, como em um showroom de importados.
Dentro da igreja, o dono da Carlos Flores começa a desmontar os arranjos decorativos, enquanto os 40 músicos embalam seus instrumentos e as 50 vozes guardam suas partituras.
Foram 20 mil rosas, 20 mil lírios, 40 mil lisiantos, 3.500 maços de gypsophila, que perfumaram a nave enquanto criavam um efeito de renda branca nas grandes colunas de sustentação da igreja.
Às 23h, a praça é, de novo, só do povo. Os meninos já puxam seus saquinhos de cola, as garrafas pet com aguardente já passam de mão em mão. Um pastor evangélico chega com sua Bíblia para conversar com os homens.


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Postby mends » 10 Nov 2007, 08:09

Um dos pistoleiros de universidade é deputado chavista
Por Fabiano Maisonnave, na Folha deste sábado:

Armado com uma pistola, o deputado chavista José Félix Valera participou dos distúrbios ocorridos na Universidade Central da Venezuela (UCV) que deixaram nove estudantes opositores feridos, quatro a bala, na última quarta-feira. Horas depois, ele participou do programa "Contragolpe", da emissora estatal VTV, onde culpou a oposição pela violência no campus. Valera, que também é estudante da Faculdade de Estudos Internacionais da UCV, aparece em vídeos e fotos segurando uma pistola -não há imagens em que ele dispara. Seu rosto estava descoberto. "Atuei como estudante e como mediador político para resgatar as pessoas seqüestradas no edifício da Escola de Trabalho Social (ETS) da UCV", justificou Valera, em entrevista ao jornal "Últimas Notícias".
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Postby mends » 10 Nov 2007, 16:36

"Por que não se cala?", diz rei espanhol a Hugo Chávez

Santiago do Chile, 10 nov (EFE).- O rei Juan Carlos da Espanha perguntou hoje ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, "por que não se cala?", no plenário da 17ª Cúpula Ibero-americana de chefes de Estado e de Governo, diante das desqualificações feitas pelo líder venezuelano contra o ex-presidente do Governo espanhol José María Aznar.

Chávez, que nesta sexta-feira chamou Aznar de "fascista" nas sessões da cúpula, insistiu hoje nessas críticas, e afirmou que, em uma conversa particular, o espanhol usou o termo "esses se f." ao se referir aos países mais pobres do mundo.

Diante dessa intervenção, o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, pediu a palavra para lembrar ao líder venezuelano que estava em uma mesa com Governos democráticos que representam seus cidadãos em uma comunidade ibero-americana que tem como princípio essencial o respeito.

"Pode estar nos antípodas de uma posição ideológica, e não serei eu que estará perto das idéias de Aznar, mas foi eleito pelos espanhóis e exijo esse respeito", disse Zapatero, enquanto Chávez tentava interrompê-lo defendendo seu direito de opinar livremente.

Essa atitude de Chávez provocou a intervenção do rei da Espanha, sentado entre Zapatero e seu ministro de Exteriores, Miguel Ángel Moratinos. Zangado, o rei Juan Carlos apontou o dedo para Chávez e perguntou: "por que não se cala?".

A presidente do Chile e anfitriã da cúpula, Michelle Bachelet, teve que mediar para tentar evitar que a sessão se transformasse em uma troca de acusações, e cedeu novamente a palavra a Zapatero, que insistiu na necessidade de não cair na desqualificação, apesar de se discordar radicalmente das idéias ou comportamentos de outra pessoa.
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Postby mends » 09 Dec 2007, 17:04

O “Eu-Gênio” Bucci e os “Eles-Gênios” do estatismo
Eugênio Bucci, ex-presidente da Radiobrás, entre 2003 e 2007, e atual professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP, ajudou a implementar a Lula News, como chamo a TV Pública. Ele é assim uma espécie de face civilizada de Franklin Martins; é a Tereza Cruvinel com bilioteca; é o stalinismo exibido na sala de visitas; é a face doce e caroável do autoritarismo. "Eu-Gênio" concede uma entrevista ao Estadão deste domingo. Seguem abaixo alguns trechos, em vermelho, com interferências minhas, em azul. A íntegra para assinantes está aqui.

Como o sr. vê a montagem de uma nova rede de radiodifusão pública, a TV Brasil? Ela é necessária?
Vou responder em dois níveis. Um conceitual e outro mais prático. Conceitualmente, uma democracia precisa de uma forma de radiodifusão que não seja comercial. O espaço público, se dominado por formas de comunicação apenas comerciais, corre o risco de não ter como dar vazão a temas que não são economicamente interessantes, a conteúdos economicamente inviáveis. Um exemplo: se a TV Cultura, de São Paulo, ficar presa apenas àquilo que é lucrativo, jamais vai ter programas com orquestras sinfônicas. Esse gênero de música não tem muito apoio. Enfim, é necessária uma complementaridade entre o público e o comercial.

Está pratica e conceitualmente errado. A aspecto comercial da radiodifusão é só a sua forma, não o seu conteúdo. Se é feio ou imoral produzir informação e entretenimento numa empresa que dê lucro, por que seria moral produzir leite num laticínio lucrativo? Nesse caso, o governo deveria criar a “Leitebras”? Quanto às orquestras sinfônicas: cabe à TV Cultura patrociná-las? Para que público? É pela TV que se pode apreciar o apuro de uma orquestra? E se ninguém assistir?

E a questão de ordem prática?
Não vejo sentido em perseguir um sonho de TV pública. É preciso que se trabalhe pela construção de um sistema de comunicação que conjugue rádio, TV e, sobretudo, internet. O sonho da TV pública é um sonho de 50 anos atrás, quando a Europa sai da Segunda Guerra debatendo de que forma o espaço público poderia ser protegido da colonização promovida pelo mercado e pelo capital.

O quê? Colonização promovida pelo capital? Sem essa colonização, qual seria a boa vida “selvagem”, “nativa”? Notem a questão da Internet: é aí que está o busílis. O governo está querendo aparelhar a rede, uma área em que perde feio. E quer fazê-lo com o nosso dinheiro.

Um dos principais focos do debate em torno da nova emissora pública é o temor do controle e da manipulação do conteúdo.
Quando alguém fala no risco de manipulação ou de uso político da comunicação pública no Brasil, eu digo que isso não é um risco, mas a regra. Sempre aconteceu. Tradicionalmente, as instituições públicas de radiodifusão são uma espécie de reserva ecológica do patrimonialismo.
(...)
Sei... Aí, Eu-Gênio teve uma idéia: por que não a gente ampliar o espaço em que, então, esse patrimonialismo pode ser exercido? Genial...
(...)
A Cultura de São Paulo se encaixa nesse padrão?
Sempre existem exceções. A TV Cultura é responsável pelas melhores produções da TV pública no Brasil. Por quê? Porque teve momentos de autonomia de gestão, de independência. A TV Cultura tem um conselho com garantias formais de autonomia. Embora seja vulnerável a pressões do governo, esse conselho, pelas suas regras de funcionamento, pela maneira como é organizado, consegue ser independente. A Cultura é talvez o melhor exemplo que nós temos hoje de comunicação pública no Brasil.

É a patota se protegendo. Algumas perguntas:
- Quanto custa a TV Cultura aos cofres de São Paulo?
- Qual é o Ibope médio da TV Cultura?
- Qual é a sua real contribuição para a TV brasileira?
- Quantos funcionários por ponto de Ibope têm a Globo e a TV Cultura?
- Ah, claro: Bucci é do conselho da Fundação Padre Anchieta,


Do que viu até agora, acha que a criação da nova rede está sendo conduzida de forma correta?
É evidente que existe a ameaça de manipulação. Mas se ela tiver - como está prometido - um conselho realmente independente, sem uma pauta governamental, é possível que no futuro o País ganhe com isso. Essa possibilidade não está fechada. Vamos esperar.

Conversa! O conselho não é independente porcaria nenhuma. O conselho é uma zona, o que é coisa bem diferente. A única chance de se formar uma maioria ali está no alinhamento de quatro ministros de estado. Ou se espera um debate esclarecedor entre o rapper MV Bill, o economista Delfim Netto e o dono de uma empresa que fabrica carcaça de ônibus? Bucci, por qué no te callas?

Como vê a introdução de anúncios publicitários na programação da Cultura?
Acho um erro, uma concessão estética e prática à lógica da comunicação comercial. A TV pública não deveria veicular anúncios de mercadorias e de serviços como qualquer outra TV comercial. Poderia veicular apoios institucionais, uma fórmula consagrada em vários lugares do mundo.

Eu-Gênio é um dinossauro com casaca pseudo-acadêmica. Se alguém quer patrocinar um programa da TV Cultura, qual é a concessão estética que se faz? Por que precisamos todos pagar por aquilo que não vemos e não queremos?

Ainda a TV Brasil: a idéia de sua criação ganhou corpo com as acusações, feitas pelo PT, de que a mídia distorceu fatos - especialmente na cobertura do mensalão e do dossiê Vedoin - para prejudicar o governo. Em mais de uma ocasião, falou-se na necessidade de uma contracorrente na área de informações. Como vê isso?
Essa é a pior razão do mundo para se construir uma mídia pública. Ela é necessária não porque a comunicação comercial seja de má ou de boa qualidade, mas por ser de outra natureza.

O moço é esperto.

Acha que a mídia errou na cobertura dos episódios citados?
Existiram momentos de infelicidade na cobertura, mas o pior erro não aconteceu.
Qual seria?
Não ter feito a cobertura. Podem ter acontecido distorções, preconceitos, julgamentos, mas foi no interior de um movimento correto na sua essência, que é informar o público. A imprensa cumpriu seu dever de apurar, informar e levantar o debate, permitindo que as partes se manifestassem.(...)

Bucci, a rigor, é o mais perigoso de todos os petistas. Porque está longe de ser burro. Ele foge do debate proposto pelos tontons-macoutes do partido: “Ah, essa mídia comercial e de direita distorce tudo”. Não, ele não entra nessa. Até porque a empresa privada sempre foi muito simpática a seu stalinismo estofado e com ar condicionado. Como a gente vê, ele não quer uma TV Pública por motivos reativos, reacionários mesmo. Não! Ele opta pelo caminho propositivo. Ele a quer em nome de um certo interesse público, um tanto difuso, mas certamente alheio aos interesses do capital, essa coisa meio suja, que conspurca tudo..

Comecei meio tarde no jornalismo, aos 25 anos, em 1986. Sempre exerci o chamado “cargo de confiança” — até chegar ao estágio atual, em que puxo a minha própria orelha. Engraçado! Acho que, na verdade, nunca fui de confiança!!! Nunca ninguém me chamou pra fazer uma sacanagem contruztrabaiadô. Fui editor-adjunto de política da Folha. Depois fui coordenador de política da Sucursal de Brasília do jornal. Sempre ali, torcendo pelo momento em que Otavio Frias Filho me pediria um atozinho conspiratório que fosse contruzinteressepopulá. E nada! E olhem que a Folha já publicava anúncios naquele tempo... Depois fui redator-chefe de revistas, diretor de redação. Virei até dono de uma. E não há um só profissional que possa dizer: “Huuummm, esse Reinaldo...” Não sei que diabos Eu-Gênio andou fazendo vida afora. Eu sei que me comportei na Folha, na República, na BRAVO!, na Primeira Leitura como me comporto agora na VEJA: ignorando as páginas de anúncios. Só me interessava por elas quando tinha de fazer o espelho da revista. Sim, claro, na VEJA, isso deve dar um trabalho louco. Basta folheá-la. Em algumas outras, a tarefa já é mais simples: basta distribuir as paginetas de algumas estatais, não é?

Não, eu não vou cair nessa conversa cheia de glacê de Eu-Gênio. Eu continuo interessado em saber quanto custa ao distinto público cada ponto do Ibope da Lula News e cada ponto do Ibope da TV Globo. De resto, observo a Eu-Gênio que o estado e o governo não produzem receita, só despesa. O dinheiro que sustenta a tal TV Pública, amigão, continua, na sua origem, privado. Claro, claro, você até pode dizer que ele não tem a função perversa de gerar ainda mais dinheiro. É verdade: os recursos são esterilizados pela clandestinidade da programação.

É assim que os “Eles-Gênios” do estatismo sufocam o país.

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Postby mends » 09 Dec 2007, 17:05

Samba-do-crioulo-doido. Ou ziriguidum, balacobaco, telecoteco...

Por Nicola Pamplona, no Estadão de hoje. Volto depois:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu com a liberação de R$ 12 milhões para as 12 escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca. O dinheiro virá da Petrobrás e das companhias petroquímicas Braskem e Unipar. Segundo o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), um dos objetivos é afastar “más influências” das escolas, que têm histórico de ligação com o jogo do bicho e com o tráfico de drogas. “(As escolas de samba) precisam de autonomia para que más influências não prejudiquem um patrimônio do povo brasileiro”, afirmou Cabral, lembrando que o carnaval foi tombado como patrimônio cultural pelo Ministério da Cultura. Questionado sobre quais seriam as más influências, desconversou: “Qualquer má influência.” (...)
A ajuda às escolas de samba foi definida em reunião ontem pela manhã no Hotel Glória, zona Sul do Rio, com representantes das agremiações e da Petrobrás, além de Gilberto Gil (Cultura). Na saída, Gil admitiu que o apoio do governo pode reduzir a participação da criminalidade no carnaval carioca. “Não é a partir disso que o Ministério da Cultura se move no sentido de um parceiro, mas ajuda. Todo aporte de recursos a ações culturais da comunidade é um fator inibidor dos riscos da ilegalidade, do convívio com a criminalidade”, disse Gil, sem informar como será a fiscalização dos gastos dessa verba.


Voltei
Sei... É a lógica do “eu podia estar roubando, eu podia estar matando, mas estou aqui, pedindo..”. Imaginem se um evento como o desfile das escolas do Rio precisa de dinheiro oficial... Por quê? Não há ninguém no mercado interessado em patrocinar as escolas? Isso me lembra a conversa mole do financiamento público de campanha: “Ah, se o dinheiro for do Estado, não haverá mais grana ilícita na eleição”. Vocês sabem: é mentira. Sem uma severa punição para o financiamento ilegal, ele continuará a acontecer e vai se somar ao dinheiro público.

A infiltração das escolas pelo narcotráfico é realmente investigada e punida, ou se faz de conta que tudo é muito normal (com receio de prejudicar o espetáculo)? Vocês conhecem a resposta. Aí disse o ministro da Cultura, Gilberto Gil, com aquela sua sintaxe-elástico, sempre espichando o simples para lhe conferir aparência de complexidade: “Não é a partir disso que o Ministério da Cultura se move no sentido de um parceiro, mas ajuda. Todo aporte de recursos a ações culturais da comunidade é um fator inibidor dos riscos da ilegalidade, do convívio com a criminalidade”.

É uma mentira teórica e prática. Também a cultura pode estar infiltrada pelo crime, especialmente pelo narcotráfico. É o caso dos bailes funk e das escolas de samba. Ademais, note-se: tratam-se R$ 12 milhões como se fossem uma mixaria. Quem vai prestar contas pelo dinheiro? Como? A quem? Com que fiscalização?
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Postby mends » 14 Dec 2007, 15:24

TV Pública censura a VEJA; PT censura Sabatella. É a democracia deles...
Essa gente chega a ser divertida de tão tosca.

A TV Pública, aquela, sabem?, de Franklin Martins e Tereza Cruvinel, faz um clipping das matérias de jornais e revistas que tratam do assunto. A VEJA desta semana traz uma reportagem sobre a emissora, como vocês sabem. Pois acreditem: ela não consta do clipping. É, de fato, não é um texto elogioso, encomiástico. Trata-se de uma reportagem correta, informando que, por enquanto, os valentes não conseguiram sair do traço. Demonstrando o seu compromisso com a objetividade e a imparcialidade, o Departamento de Clipping da TV Brasil achou melhor censurar a reportagem da revista.

Os bacanas são assim mesmo. Leiam o que está na coluna de Mônica Bergamo, na Folha de ontem. Volto em seguida:

A atriz Letícia Sabatella disse que tentaram cortar o som do seu microfone quando lia uma carta do bispo dom Luiz Flávio Cappio, que faz greve de fome contra a transposição do rio São Francisco, em comemoração ao Dia Mundial dos Direitos Humanos em Salvador (BA), no domingo. O evento foi organizado pelo governo da BA -que é do PT e apóia a transposição- e patrocinado pela Petrobras. O ator Marcos Winter, que estava lá, contou que ouviu de um organizador: "Esse ator nunca mais sobe no palco". A Petrobras e o governo da Bahia negam que houve problema.

FOLHA - O que aconteceu?
LETÍCIA SABATELLA - Eu tinha acabado de encontrar Dom Cappio em Sobradinho. Eu não perguntei se poderia ler [a carta]. Não fui totalmente educada. Mas não imaginei que seria tão inconveniente em se tratando de uma questão relacionada a direitos humanos. O diretor do evento ficou chocado no primeiro momento. Ele falou: "Isso é uma sacanagem. Isso não foi combinado". Eu respondi: "Sacanagem é ele [dom Cappio] não poder ser ouvido". Aí ele falou: "Você foi autoritária". "Autoritário é impor um projeto de cima para baixo, sem debate", respondi. Fizemos um atentado cultural. Brinquei com Marcos: "Talvez a gente nunca mais receba apoio da Petrobras".

FOLHA - E acha isso mesmo?
SABATELLA - Eu não acredito. Agi por impulso amoroso, pelo bispo. Quero que as pessoas tenham direito de debater e que saibam que há projetos alternativos para o semi-árido. A palavra dele [bispo] é firme, séria. O governo está com a palavra desgastada, não dá para confiar.

FOLHA - Só uma pessoa reclamou?
SABATELLA - Tinham pessoas que apontavam o dedo para baixo... Era tanto estresse atrás [do palco], o moço tentando desligar o som, aí não consegui continuar, deu um branco, mas depois voltei a falar.

FOLHA - Você tem sido perseguida em razão do apoio a dom Cappio?
SABATELLA - Não sinto perseguição. Trabalho até hoje como atriz, na Rede Globo, com os melhores trabalhos. Entendo eles terem ficado chocados porque achavam que aquilo [o evento] era o suficiente para o dia dos direitos humanos. Por que eu tinha que acrescentar mais uma coisa tão difícil de engolir? É difícil engolir a transposição. Taí a prova do dom Cappio. Ninguém engole isso.

Voltei
Não. Eu não apóio a atitude do bispo. Ele me parece um tanto descompensado. Há limites para um religioso interferir em assuntos seculares. Também não acho Letícia Sabatella exatamente uma pensadora. Parece-me integrar esse grupo de artistas que se acham com uma espécie de mandato para representar os oprimidos. Em suma, tá todo mundo mais ou menos errado.

Mas que se note: padre bom, para o PT, é padre a favor, não é? O partido que censura a atriz é o mesmo que confere uma láurea ao, como o chamarei?, polêmico Júlio Lancelotti.

O mundo desses comuno-fascistóides se divide entre os que estão com eles e os que não estão, sem matizes. A chamada “liberdade de expressão”, de que tanto falam, é a liberdade de concordar com o partido.



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A "revolução" chega a Alphaville...

Postby mends » 14 Jan 2008, 09:30

Pra ficar com raiva desses imbecis:

Está tramitando na Camara dos Deputados um projeto que proíbe a construção de condomínios fechados como Alphaville, Porta do Sol, Montecristo etc. Caso a lei seja aprovada, ou os condomínios "se abrem", ou devem COMPRAR uma área no entorno, equivalente a 15% do total da área que possuem, para o "povo".

E novos condomínios, além disso, só seriam aprovados caso uma parte dos lotes sejam destinados a moradias "populares".

Tenha medo. Tenha muuuuuito medo....
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Re: VADE RETRO SOCIALISTAS

Postby Danilo » 14 Jan 2008, 10:12

:?

Vixe, onde você viu isso?
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Re: VADE RETRO SOCIALISTAS

Postby mends » 14 Jan 2008, 15:02

está no Valor Econômico de hoje.
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Re: VADE RETRO SOCIALISTAS

Postby mends » 05 Feb 2008, 09:17

Em Marx — e isso está nos magistrais ensaios curtos de Wilson sobre o indivíduo e a obra —, há por trás do pretenso Prometeu, benfeitor da humanidade, um Lúcifer que a detestava. Se não estou confundindo as bolas, acho que não (se estiver, alguém dirá, e eu me corrijo), em um de seus poemas da juventude, um músico alucinado diz que a arte deriva do inferno e que seu intento [do artista] é tocar a música da morte. Um dos filhos de Marx o chamava de “diabo”. Na velhice, era conhecido por “Old Nick” — ou... “diabo”. Engels, que o sustentava, lhe escreve um carta reclamando que era obrigado a renunciar a suas aspirações intelectuais para tocar os negócios da família. Marx lhe responde que, de fato, era lamentável, mortifica-se que o outro tenha de sustentá-lo e aproveita para... pedir mais dinheiro! Era realmente um monumento.

Uma das filhas de Marx, escreve Wilson, conta que o pai falava de Jesus: o filho de um carpinteiro pobre que fora morto pelos ricos... Lixo! O "grande pensador" tinha piedade dos pobres ou apostava na remissão dos ricos? Não, é claro. Foi o autor de uma teoria, posta em prática e que ainda hoje responde por boa parte dos crimes que se cometem contra a humanidade, segundo a qual a violência pode ser, sim, um caminho para o bem. Wilson lembra que ele gostava muito de falar na “humanidade” — em trabalhar em “benefício da humanidade”... Em uma de suas cartas, o imaginoso revolucionário diz que a burguesia pagaria muito caro por suas bolotas... Como se nota, a minha referência, à parte o fato de que era só uma pitada de bom humor, tinha uma razão: não deixava de ser demasiadamente humano estar sentado sobre dores horríveis e tentar reconstruir o homem desde o fim.

Num dos textos, Wilson faz uma análise brilhante das metáforas que eram da predileção do velho furunculoso: não raro, coisas lúgubres, que sempre remetiam à idéia de tragédia, sufoco... e morte. Assim como seria tolice atribuir o que penso a qualquer doença (dentro de uns três meses, entro na faca de novo, e não creio em bruxas nem quero que a canalha venha me dar a mão, como tentou fazer um meliante), também não atribuí o, vá lá, satanismo de Marx (lá vem ranger de dentes) a seus furúnculos e a seus problemas de saúde.

Sem dúvida, a vida objetiva de qualquer homem responde, em parte ao menos, por seu pensamento, seus anseios, suas utopias. Daí o justo fascínio exercido pelos livros de biografia e autobiografia. Mas é evidente que há compromissos de natureza moral que transcendem e devem transcender a contingência — sem isso, abrem-se as portas para a justificação de atos os mais hediondos. Um dos crimes do marxismo foi — e é — supor que a reconstrução do homem, o porvir, processa a sua própria moral, numa história que, então, não tem passado. Numa escala bastante reduzida e bem mais vagabunda, chegamos a esses orgulhosos criminosos que povoam a política no Brasil: reparem como segurem permanentemente que roubam, fraudam e mentem para o nosso bem.

Deixem a canalha delirar, a exemplo do mestre, com o que supõe a desdita alheia. Marx manga de um editor que caiu e quebrou o pescoço; lembra que a vítima tinha rejeitado a publicação de A Ideologia Alemã — parecia ver naquilo uma justa punição. Não dou a menor bola. Só a exponho de vez em quando porque é preciso evidenciar que o mal sobrevive no nosso tempo. Sem os furúnculos, o reumatismo, a dor de cabeça, a crise hepática, talvez o homem tivesse recorrido a metáforas mais solares, menos soturnas, sem tanto sofrimento. Mas não seria outra a sua utopia. Continuaria a ser o que é: um esteta da violência disfarçado de cientista social. E que tem ainda hoje os seus epígonos teóricos e seus homicidas práticos.
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