by mends » 29 May 2007, 20:54
eu vivo xingando quem vem aqui com "dialética". pra não ficar só no xingamento, vou postar, sem periodicidade alguma, alguns fichamentos que fiz ao longo dos anos e que estão espalhados nos computadores que uso...vamos começar com o pai da balbúrdia: Hegel. Lembrando que fichamento é uma mistura de trechos de livros, entendimentos meus etc.
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Dialética: Resumidamente 'a arte de discutir'. O conceito de dialética é utilizado por diferentes doutrinas filosóficas, assumindo significados diversos.
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Hegel é alemão da época das revoluções européias (nascido em 1770 e morto em 1831). Nessa época a Alemanha ainda não era um Estado Liberal, mas um amontoado de países absolutistas, e por vezes, feudais.
Hegel constituiu uma teoria geral que se centra no problema da transformação, da história, da mudança. Hegel era filho de seu tempo, e para ele, todos o eram:
“No que se refere aos indivíduos, cada um é filho de seu tempo; assim também a filosofia, que, no pensamento, pensa o seu tempo”.
A filosofia hegeliana está relacionada a toda uma tradição idealista alemã, e de Hegel diz-se que seu sistema “é a última grande expressão desse idealismo cultural (alemão), a última grande tentativa para fazer do pensamento o refúgio da razão e da liberdade”, na lição de Marcuse (in Razão e Revolução, apud A.L.Mascaro).
Na sua formulação, Hegel não descarta o empirismo, e tampouco inscreve sua teoria num mundo fora da apreensão da realidade, deduzindo toda a sua filosofia da própria realidade, porque, em suas palavras : “o que é racional é o real e o que é real é racional”.
Hegel, ao elevar ao mesmo patamar realidade e racionalidade, destrona a dicotomia que o mundo moderno fez chegar às últimas conseqüências, entre o sujeito e o objeto do conhecimento. Dizer que a racionalidade é a realidade e vice-versa é, no mundo em que Hegel vivia, uma verdadeira transformação. O sonho burguês de um direito estável e de acordo com as suas necessidades era coisa que só existia, para Kant e os seus, no direito natural. Em Hegel (e depois em Marx), a realidade histórica dá forma à própria razão. Para Hegel, o que é deve ser. O idealismo se dilui, as construções ideais são substituídas pelas conformações históricas.
A dialética Hegeliana
A dialética é uma ferramenta intelectual desenvolvida desde a Antiguidade Clássica, na Grécia. A dialética hegeliana, no entanto, é uma dimensão particular da dialética, pois não é, como era antes dele, um procedimento adotado pelo intelecto como forma de desvendar conflitos entre conceitos opostos. Para Hegel, o conflito entre tese e antítese é um conflito real. E se é real, é racional. E a síntese é a superação desses conflitos, não a mediação, mas o surgimento do novo, que transforma o próprio conflito.a síntese, para Hegel, é a negação da negação da tese. A dialética é a história, o processo de entendimento do mundo. A síntese é a plenificação do absoluto, e é essencialmente idealista, sendo que o entendimento dialético é o processo de racionalidade humana, e mostra que a transformação do mundo é fruto da racionalidade.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."
Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")