Acorda Brasil

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Acorda Brasil

Postby joaodopaulistao » 05 Sep 2006, 17:05

Para que o “Acorda Brasil” de certo não pode haver mudança de rota. Se isto acontecer a arrecadação será para mais do que o aplicado e as dimensões desta principalmente nas regiões mais pobres será de grande repercussão social, pois cada beneficiado é responsável no mínimo por mais de três pessoas.
Podemos aproveitar esta para desburocratizar e deduzirmos a quantidade de impostos, pois todas as deduções aparecerão para mais na arrecadação principal, desde que as deduções sejam agregadas ao salário. Quando digo ‘o salário’, estão incluídos aposentados e pensionistas.
O poder central deve governar para toda a nação. Não devemos permitir que uma parte localizada seja beneficiada. Temos que ter o dinheiro para suprir nossas necessidades. Chega de papo-furado!
Para se fazer tudo isto não é preciso mudar as normas do Banco Central, que é o que de melhor aconteceu nas ultimas décadas. O Brasil nunca esteve tão mal servido de moradia; nem mesmo no período anterior à introdução do FGTS. O poder central sempre foi um péssimo administrador dos bens da massa! Nossas cidades estão rodeadas de favelas, mas todo favelado tem uma conta no FGTS, só que para ele não há plano de moradia, às vezes fazem umas gaiolas remontadas. Sugiro que também o fundo de garantia seja incorporado ao salário.
O trabalhador brasileiro está sufocado. Basta verificar que 80% dos telefones fixos têm algum tipo de bloqueio; os celulares mais de 80% são pré-pagos. Só com isto já da para traçar o perfil financeiro, pois a miséria é tão grande que, por segurança, pagamos muito mais caro para nos comunicar e ainda temos a energia e a água. Basta pesquisar estes itens para termos o perfil da situação.
Todas as taxas foram globalizadas muitos produtos do dia-a-dia também o foram mas o salário mínimo é o mesmo, só porque os estados e municípios não têm condições de pagar. Então vamos criar estas condições. Não podemos é protelar mais, temos que enfrentar este problema.
Estamos pior que qualquer irracional. Eles cuidam de sua prole.
Ao adotar este método, estaremos dando trabalho a todo vapor à indústria por 20 anos no mínimo e desde já devemos preparar mais o trabalhador na área do comércio e serviços, pois a automação da indústria empregará cada vez menos. Não podemos barrar a evolução. Os países que mais empregam são os que a tecnologia está mais avançada, e ainda importam mão de obra estrangeira.
A visão de nossos governantes está 50 anos atrasada.
Há muito que não há partido que preencha nossas aspirações sem sectarismo.


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(no site vc encontra todos os textos do “Acorda Brasil”)
Entre em debate, faça suas perguntas e de suas opiniões enviando um E-mail: joao.cech@uol.com.br ou joaodopaulistao@hotmail.com
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Re: Acorda Brasil II

Postby Danilo » 06 Sep 2006, 00:37

cada beneficiado é responsável no mínimo por mais de três pessoas

O que quer dizer com cada beneficiado?

O poder central deve governar para toda a nação. Não devemos permitir que uma parte localizada seja beneficiada

E o que garante que alguém vai governar de forma altruísta, e sem necessidade de fazer alianças com qualquer tipo de poder?

Basta verificar que 80% dos telefones fixos têm algum tipo de bloqueio

Que tipos de bloqueios?

A visão de nossos governantes está 50 anos atrasada.

Cinquenta anos porquê?
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Postby mends » 06 Sep 2006, 09:38

Boa, Danilão!!!

Maldito método socrático. Desde um porrilhão de anos a.C fazendo estragos em raciocínios tortos!
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Postby mends » 20 Sep 2006, 09:17

no Painel da Folha...

Lorenzetti é Lula
Além da disposição para "assumir a bronca", Jorge Lorenzetti tem em comum com Delúbio Soares uma forte ligação pessoal com Lula, que está longe de se resumir aos churrascos preparados na Granja do Torto.
Ainda em 2003, Lorenzetti esteve com o presidente e pediu autorização para "resolver problemas" de uma ONG de Lurian em Santa Catarina. Lula deu sinal verde e o incumbiu de ser uma espécie de anjo da guarda da filha. Foi Lorenzetti quem conseguiu para Lurian, em novembro daquele ano, um emprego na One WG, agência de publicidade de Wilfredo Gomes. Outra empresa do publicitário, a Foco, ganhou a conta do Besc na mesma época. A diretoria do banco ocupada por Lorenzetti era a responsável pelas licitações.
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Postby mends » 21 Sep 2006, 11:51

Azevedo

O sistema de vassalagem do petismo

No PT, vigora o regime da vassalagem. Os Senhores jamais são atingidos. Antes, alguns vassalos são jogados às cobras, mesmo que sejam, também eles, cavaleiros de nobre estirpe na hierarquia petista. Vejam lá:
Ricardo Berzoini – Era coordenador da campanha de Lula. Caiu. E só caiu porque não tem como se explicar. Ao deixar o Palácio do Planalto, disse que as denúncias contra o PT são “graves” — Não diga. Mas quer que se investigue José Serra. Ele e Fernando Rodrigues. Além de presidente do PT, ele era o coordenador nacional da campanha de Lula. Ganhou a presidência do partido para instaurar nele uma nova moralidade, depois que a trinca José Genoino, Silvio Pereira e Delúbio Soares caiu. Ela está aí.
Hamilton Lacerda – coordenador da campanha de Mercadante. O candidato do PT ao governo de São Paulo negava qualquer interesse no assunto. Agora se sabe que seu homem forte foi quem negociou a entrevista com a IstoÉ. Leiam o que já escrevi aqui. A turma de candidato petista só entrou nessa história porque, originalmente, era ela quem estava sendo chantageada. E aí é chantagem mesmo: os bandidos queriam dinheiro para não dizer o que sabiam. Lacerda se vai. Mercadante acusa quebra de relação de confiança.
Freud Godoy – Ele se diz inocente, claro. Mas é exonerado. É o Gregório Fortunato da turma. Homem da estrita confiança de Lula. É acusado pelos petistas que foram pegos com a mão na massa — ou na grana. É um servo bem lá da base. Protege o Senhor dos senhores.
Osvaldo Bargas – Outro de absoluta confiança de Lula, desde o tempo de sindicato. Casado com a secretária particular do chefe. Assume a sua parte no imbróglio. Também protege o Senhor.
Jorge Lorenzetti – É um dos homens mais poderosos do lulo-petismo-cutismo. Capa preta da CUT, é o seu grande arrecadador. Pode, em minutos, mover uma máquina contra adversários que conta com uma rede espalhada em todo o país. Formalmente, estava subordinado, na campanha, a Berzoini. Mas tem vôo próprio. Pode furar a hierarquia para falar com o poderoso chefão a hora que quiser.
Expedito Afonso Veloso - Diretor do Banco do Brasil. É um tipo comum no petismo. Pertence a certa elite do funcionalismo público ou das estatais que ajuda a fabricar dossiês. Essa gente está em todos os lugares: Executivo, Legislativo, Judiciário, fundos de pensão. Sai, como todos, admitindo a sua culpa, mas se dizendo inocente. Quando Lula cair, esse pessoal vai dar trabalho.
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Postby mends » 21 Sep 2006, 14:41

Impugnação moral e jurídica
MIGUEL REALE JÚNIOR

Resta, antes da impugnação jurídica, que pode se seguir à eleição, a impugnação eleitoral de Lula, sem moral para nos governar

A FORÇA intimidativa na sanção penal ou política busca refrear a reiteração do delito; a impunidade, pelo contrário, incentiva a praticar outro crime.
É o que se vê agora. Lula chefia um governo comprador sistemático de deputados, mas navega de braçadas nas pesquisas, convencido de que a "bolsa-voto" e a redução do preço do arroz apagam a consciência ética do povo brasileiro. Só essa dinâmica do comportamento delituoso pode explicar que pessoas de intimidade do presidente da República formem a quadrilha responsável pelo pagamento a um malandro por uma entrevista difamatória e mentirosa.
Assim, juntam-se Freud Godoy, figura-sombra de Lula desde 1980, que chegou a morar no Alvorada; Jorge Lorenzetti, churrasqueiro de Lula, comensal do Alvorada e protetor de membros da família do presidente; Oswaldo Bargas, secretário de Relações do Trabalho na gestão Berzoini e marido da secretária particular de Lula; e Berzoini, presidente do PT: a "cosa nostra" lulista.
Está tudo podre no reino de Lula. Pessoas de pouca classificação moral e profissional, íntimas do presidente, têm as rédeas ocultas do poder faz quatro anos. Pretendem a todo custo permanecer a comandar o país.
É patente o jogo sujo de pretender interferir no processo eleitoral por via da compra de acusações inverídicas a serem veiculadas pela imprensa, com impacto sobre o eleitorado.
É curioso notar que Lula, na quinta passada, dizia que 81% das investigações da PF, inclusive o caso sanguessuga, tinham origem no governo FHC, como que antecipando o que seria objeto da matéria da "IstoÉ".
A impugnação moral de Lula é obrigatória, mais ainda pela farsa de se mostrar indignado com a falcatrua industriada por pessoas de sua intimidade, por dirigentes de sua campanha e do PT, os únicos que poderiam amealhar quase R$ 2 milhões em efetivo para pagar os Vedoin, líderes dos sanguessugas.
Ao lado da impugnação moral, há a impugnação jurídica. Estabelece o art. 67, IV, da lei nº 9.100/96, que constitui crime divulgar fatos que se sabe inverídicos, distorcer informações sobre partido ou candidato de forma a influir na vontade do eleitor, sendo o delito agravado quando realizado por meio da imprensa.
Em obediência à Constituição Federal, que determina que se protejam a normalidade e a legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico e político, a lei complementar nº 64/90, estatui, em seu artigo 19 e parágrafos, que, na preservação da legitimidade das eleições, pode-se impugnar uma candidatura se comprovados o abuso do poder econômico ou poder de autoridade ou a utilização indevida de veículos de comunicação social em benefício de candidato ou partido.
Além de íntimos, os artífices da trama pertenciam à campanha de Lula: Lorenzetti é chefe do núcleo da reeleição; Oswaldo Bargas é responsável pelo programa de governo do candidato Lula; Berzoini, coordenador da campanha e presidente do PT. Foi nessa condição que arquitetaram a entrevista falsa a órgão de comunicação, visando influir na vontade do eleitor. Por determinação da executiva do PT, houve a utilização de alta "quantia não contabilizada".
O crime e as graves infrações eleitorais de abuso do poder econômico e político estão, de início, caracterizados, tanto que o TSE determinou a abertura de processo contra Lula. Lembre-se, também, o abuso do poder de autoridade por ter sido a Polícia Federal orientada a mostrar dados do chamado "dossiê" para incutir a idéia da existência de fatos desairosos contra Serra e Alckmin, ao mesmo tempo em que não veiculou (como seria habitual) imagens dos presos em São Paulo e do dinheiro apreendido, o que constituiu tratamento desigual com a finalidade de interferir na legitimidade e normalidade do pleito, configurando-se conduta típica de abuso do poder político. O ministro da Justiça reconhece a proibição de imagens do dinheiro para não abalar as eleições.
A distribuição ao PT das cartilhas da Secretaria de Comunicações da Presidência já constituiria abuso do poder político. Abuso surgido na semana passada. Assim, a impugnação jurídica da candidatura Lula tem pleno cabimento, para resguardo da ordem constitucional.
Resta ao povo, antes da impugnação jurídica, que pode se seguir à eleição, tomar-se de indignação e promover a impugnação eleitoral de quem não tem condição moral para nos governar. Crie vergonha, Brasil.



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MIGUEL REALE JÚNIOR, 62, advogado, ex-ministro da Justiça (governo FHC), é professor titular da Faculdade de Direito da USP. Foi secretário da Segurança Pública (governo Montoro) e da Administração (governo Covas) do Estado de São Paulo. É presidente do comitê financeiro da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB).
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Postby mends » 27 Sep 2006, 18:36

azevedo

Manobra escandalosa. A oposição deve convocar a imprensa estrangeira

Agora é o novo coordenador político da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, quem está falando em golpe. Em que ele consiste mesmo? Ah, claro, na tentativa das oposições de vencer as eleições, o que, sabemos, numa democracia, é coisa inaceitável. A OAB está acusando a Presidência da República de constranger a Polícia Federal. E está mesmo. A acusação dispensa provas. Márcio Thomaz Bastos já disse que não levará em conta o calendário eleitoral. Lendo ao contrário, como recomendaria Borges, ele está levando em conta o... calendário eleitoral. Vejam vocês: o FBI já fez a parte dele. A polícia federal americana já fez o que podia para nos ajudar. Agora, a coisa caiu no padrão brasileiro. Alckmin também soltou os cachorros na politização da PF. Faz muito bem. Os tucanos deveriam redigir uma carta aberta à nação, fazendo um balanço do caso. Chamem o Jimmy Carter, mesmo sendo meio petralha. Convoquem uma coletiva com a imprensa estrangeira. A manobra tem de ser denunciada. A PF já sabe a origem do dinheiro. Se ela prejudica o PT, o partido estará arcando com as conseqüências de seus atos
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Postby mends » 28 Sep 2006, 11:41

sensacional texto do azevedo. atenção para o destaque! :cool: :cool:

Dia D: Alckmin terá coragem de falar à boa gente conservadora?

Ao longo da campanha eleitoral, que está chegando ao fim — será apenas a do primeiro turno? —, deu para consolidar uma certeza: ou o adversário decifra Lula, denunciando-o, ou este o engole. Se Lula é uma esfinge, não tem segredo nenhum. Sua força eleitoral está ancorada no assistencialismo desbragado — que tenha votos entre universitários é compreensível por razões outras — e numa monumental, inédita até mesmo para os padrões brasileiros, cara-de-pau.

O que se viu na sua entrevista à TV Record ontem o demonstra à farta. Como se fosse um qualquer, sem compromisso com os fatos em curso, aproveitou para alimentar teorias conspiratórios: “Tenho a impressão que tem jogada política aí”. Ele se referia ao pedido de prisão preventiva de seis dos petistas envolvidos no escândalo do dossiê. Não parecia falar o chefe da Polícia Federal, que hoje omite dados. Não parecia falar o chefe dos “aloprados”. Não é loucura, mas método. Essa é e sempre foi a prática petista. Desde que estourou o caso Lubeca — quem ainda se lembra? Vale uma pesquisa. Acuado, o partido ataca. E grita como se fosse vítima. O PT ainda é monopolista do poder da vítima.

Alckmin sabe — espero que saiba — que tem no debate desta noite da TV Globo a sua última chance de tentar o segundo turno. Se Lula não for, “final força é pisar com violência”. Se for, idem. Qualquer sombra de acomodação ou de respeito reverencial pelo presidente (quando quem estará lá — se estiver — será o candidato), e o tucano pode pegar o chapéu e ir para casa. E seu eleitorado que vá às urnas, mas para fazer um quase voto de protesto.

A propaganda na TV nesta terça-feira, por exemplo, voltou a ficar com aquele sotaque produtivista-burocrático que a vinha caracterizando antes de explodir mais este escândalo. Um caso anterior, denunciado pela Veja, igualmente grave, nem mesmo vinha sendo devidamente explorado: as cartilhas. Mesmo nesta história escabrosa de agora, o programa tucano nitidamente esperou para pegar carona na cobertura jornalística, que se deu conta da enormidade do fato. Não custa lembrar que, dias antes, uma carta de FHC praticamente antevia a barbárie — embora falasse quase sempre em tese. Foi mal recebida por parte da cúpula tucana.

Não estou certo, em suma, de que todos os tucanos, entre o oportunismo e a ingenuidade, tenham a real dimensão do perigo que Lula representa. Que lhes faltava clareza de quais eram seus pontos fortes e fracos, disso não duvido. A campanha o evidenciou. Ora, é preciso ter coragem de fazer política e de chamar as coisas pelo nome. O PSDB terá?

No caderno temático sobre as mulheres, por exemplo, no capítulo que trata dos direitos reprodutivos, o PT evita a palavra “aborto”, mas não poderia ser mais claro: “O Estado e a legislação brasileira devem garantir o direito de decisão das mulheres sobre suas vidas e seus corpos. Para isso, é essencial promover as condições para o exercício da autonomia com garantia dos direitos sexuais e reprodutivos (...)” Fala também em "formular propostas de mudanças na legislação" e em "criar mecanismos nos serviços de saúde que favoreçam a autonomia das mulheres sobre seu corpo". Vale dizer: querem ampliar o direito ao aborto legal. O que será que a população pensa a respeito? O que Alckmin, médico e católico, acha disso? E Lula? Até Heloísa Helena, uma comunista cristã (?), consegue ser inequívoca sobre o assunto.

John Kerry perdeu a eleição para George W. Bush por vários motivos. O principal, entendo, foi a ambigüidade. Num debate — e, nos EUA, é debate mesmo, como escrevi aqui há dois dias, não essa extensão do horário eleitoral —, ambos foram indagados se eram favoráveis ou contrários ao aborto. Reparem: nem se tratava de discutir mudanças na legislação. Era um tema de princípio. Kerry, muito dialético, expressou o seu ponto de vista como católico (“contra”) e como homem de Estado (mais ou menos a favor, mas não muito...). A palavra passou para Bush, que se limitou a dizer: “Sou contra”. E fez um silêncio eloqüente. Ganhou a eleição. E a assertividade contra a ambigüidade se revelou em vários outros temas: fosse a guerra no Iraque, fosse o casamento gay.

É que os EUA, vocês sabem, são uma democracia atrasada, que todos aprendemos a desprezar. Há lá um povinho chinfrim, que gosta de debater temas irrelevantes. Por isso os americanos vivem naquela pindaíba. Já o Brasil, onde viceja uma cultura realmente superior, onde, como diria GilBetti Gil, essas questões de ética têm menas relevância, os políticos podem se dar o luxo de debater macroeconomia com desdentados.


Vá lá, Alckmin. Vá e fale aos homens de bem. À boa e decente gente conservadora do Brasil. Fale à maioria silenciosa que ainda não é maioria eleitoral porque não encontra quem a represente. Você tem coragem para isso?
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Postby mends » 04 Oct 2006, 09:10

mais um kit de primeiros socorros e selo pedágio... :mad:

Companhias de TI preparam-se para instalar chip em veículos
André Borges
04/10/2006
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Na tarde de ontem, um grupo de executivos e especialistas em tecnologia trancaram-se mais uma vez em uma das salas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em Brasília, para levar adiante uma discussão que deve se intensificar nos próximos dias. Até o fim de novembro, o governo tem que definir o padrão tecnológico que irá orientar a instalação de "etiquetas inteligentes" em carros de todo o país. No momento, diz o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Roberto Scaringella, falta apenas o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentar a obrigatoriedade do sistema.

Por trás do projeto está a possibilidade de aprimorar a gestão do trânsito, monitorar carros que tenham sido roubados e ampliar o controle fiscal de veículos em situação irregular, com atraso de multas, IPVA e seguro obrigatório, por exemplo. Os benefícios são claros, defende Scaringella. Mas as tecnologias para chegar até lá, nem tanto, um impasse que tem mexido com os principais fornecedores do setor.

De um lado estão as chamadas "etiquetas passivas", um microchip simples que não carrega bateria e é ativado apenas quando cruza por antenas, em um raio de aproximadamente oito metros. "Cada etiqueta dessa custa cerca de R$ 1. Esse baixo custo possibilita a sua implementação em larga escala", comenta Fernando Claro, vice-presidente de operações da Seal Sistemas, especializada em tecnologias de radiofrequência.

Do outro lado estão as "etiquetas ativas", que carregam bateria e têm capacidade própria de processamento. Trata-se do recurso usado no projeto "Sem Parar", dos pedágios rodoviários. "Nosso produto oferece mais segurança, e foi criado para esse tipo de aplicação", defende Eduardo Coutinho, gerente geral da Q-Free no Brasil, empresa de origem norueguesa que já vendeu 750 mil etiquetas inteligentes para o pedágio eletrônico. A dificuldade da Q-Free, no entanto, está no preço de seu produto: cerca de R$ 25.

Com fábrica local desde 2003 e US$ 4 milhões investidos na unidade brasileira, a Q-Free pode investir "bem mais", caso a sua tecnologia seja a escolhida, diz o gerente geral da subsidiária. De outra forma, nada será feito.

Mas não é isso o que espera a brasileira Compsis Computadores e Sistemas, que trabalha com um software para etiquetas passivas, usando antenas e chips importados da Ásia. Posição similar é adotada pela Enternet Informática, integradora de sistemas que investiu US$ 500 mil em uma unidade de sistemas de radiofreqüência só para atender os projetos viários. "Queremos vender 500 mil etiquetas até o fim de 2007", afirma o diretor da Enternet, Sinésio Franco Fernandes.

Enquanto o governo federal não define um padrão, prefeituras se movimentam para tentar se livrar dos custos de adoção da tecnologia, uma vez que a idéia do governo é não repassar esse ônus para o cidadão, embora isso já venha ocorrendo. Em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab procura trabalhar em um projeto de parceria público-privada para disponibilizar as etiquetas ao cidadão. "Estamos esperando a definição. Só então poderemos aumentar a dimensão do que vem sendo testado", diz o prefeito, referindo ao projeto em execução no bairro dos Jardins, com cerca de 500 veículos.

Com a regulamentação da lei, a prefeitura irá não só oferecer mais segurança para o motorista e ter melhor gerenciamento do tráfego, mas também monitorar de perto a frota de 1,7 milhão de veículos que circulam pela capital, dos quais 30% possuem algum tipo de pagamento em atraso. Em um cálculo rápido, diz Roberto Scaringella, presidente da CET, a prefeitura está deixando de receber cerca de R$ 1,7 bilhão. "É inegável que, se conseguirmos baixar esse índice, já conseguimos pagar todo o projeto", diz.

A avaliação de Scaringella, de certa forma, corrobora com o que defende o gerente geral da Q-Free no Brasil, Eduardo Coutinho: "Não podemos negar que o valor de um chip de R$ 25,00 é bem inferior ao de um IPVA", afirma.
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Postby mends » 05 Oct 2006, 09:42

azevedo

Maluf atesta honestidade de Lula. Que alívio!

E quem é que parece dando atestado de honestidade a Lula depois de Fernando Collor de Mello? Ninguém menos do que Paulo Maluf, o deputado mais votado do Brasil. É isso aí. Lula tem despertado as afinidades eletivas as mais significativas. Cuidado, hein, Maluf: Deldim Netto, desde o fim da ditadura, tinha uma cadeira cativa na Câmara. Foi grudar em Lula, e adeus, mandato. Aliás, é isso aí. Espero que aconteça o mesmo com Maluf. Que se junte a Lula. E que ambos se afoguem.
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Postby mends » 06 Oct 2006, 16:34

azevedo, não deixe de ler.

Existe demônio também na política

Um cristão acredita em Deus, claro, mas sabe, como reafirmou o papa João Paulo 2º, que o demônio existe. O que é matéria de crença pode encontrar plena correspondência numa mentalidade agnóstica. Deus é a convicção, o princípio, o norte moral; o demônio é frouxidão da vontade, a ausência de limites, o relativismo sobre todas as coisas. Um cristão sabe que a manifestação mais clara do demônio — e, por favor, eliminem da imaginação aquela bobagens de possessão à moda do filme O Exorcista — é aquela que o leva a duvidar de si mesmo, dos seus valores; que põe uma névoa sobre os seus olhos e o impede de distinguir o certo do errado, porque, afinal, o certo de um sempre será o errado de outro, e vice-versa, e, enfim, tudo seria uma questão de ponto-de-vista.

Na política, também existe o demônio — para tristeza (ou felicidade, sei lá) de Marilena Chaui e de Emir Sader. Ele converte em fel todas as conquistas da democracia, que passam a ser encaradas, então, como marcos a serem superados em nome de um bem maior, que chamam a “redenção dos oprimidos”. Hoje li um texto de Sader, que me foi enviado por um amigo. Ali, um professor, alguém que carrega o título de cientista social, mente sem receios: diz que, se eleito, Alckmin vai privatizar a Petrobras e o Banco do Brasil. Infelizmente, trata-se de uma mentira. Infelizmente, o país sofrerá muito até que se evidencie essa necessidade. O homem aplaude todas as conquistas do governo Lula, com especial ênfase para o que considera a retomada do Mercosul. Penso nos crentes que o lêem, que acabam acreditando naquilo...

É o Mal. No texto de Sader, peça de resistência do petismo, de que Marta Suplicy já faz proselitismo nas ruas de São Paulo, todos os escândalos havidos são uma trama dos inimigos. Nada aconteceu. A história se passa num outro plano, que não este que reconhecemos. Haveria uma luta entre duas essencialidades: o projeto popular, que Lula encarnaria, e o outro, o das elites entreguistas, que querem subordinar o Brasil à lógica do capital — como se hoje vivêssemos à margem. É, claro!, um ponto-de-vista, mas que precisa se ancorar na farsa, em dados que não existem. Ou, então, não se sustenta. E que só encontra eco entre os admiradores porque certamente compartilham da ignorância que ele tem ou finge ter.

O mal é sempre sedutor. Aparecesse aos que são alvos da tentação com sua vestimenta real, não atrairia ninguém para o covil. Imaginem se Sader ou Marilena resolvessem lembrar os milhões de mortos de sua crença, de sua ideologia, para que eles pudessem chegar até aqui, em 2006, repetindo aqueles mesmos mantras. O interessante dessa gente é que eles não têm nunca um passado a oferecer como guia. Suas teses só têm futuro. O mundo que nos oferecem como alternativa nunca existiu, mas existirá um dia, desde que paguemos um preço.

Nós, os que acreditamos no individualismo radical; os que não suportamos que o demônio do Estado venha nos dizer o que fazer e o que não fazer; os que não acatamos as “imbecilidades coletivas” (by Olavo de Carvalho); os que não reconhecemos a autoridade da manada; os que não aceitamos o argumento da autoridade do social sobre a autoridade moral; os que não acatamos que leis democraticamente votadas sejam sacrificadas por causa da gritaria de minorias influentes, nós temos o dever de resistir, de ir para a guerra de valores, de acusar o golpismo dessa gente nefasta. E temos de mobilizar outros indivíduos como nós, neste exército sem quartel, nesta religião sem templo, que é a liberdade individual, que eles tentam sufocar, seja com a caridade que esmaga, seja com a patrulha que silencia.

Sim, é preciso ter em relação a essa gente uma ira verdadeiramente santa. Santa, pacífica e absolutamente intransigente. A ninguém foi dado, por Deus ou pelos homens (cada um segundo a sua escolha), de conquistar o Bem por meio do Mal. Se vocês repararem, eles reivindicam dois monopólios: tanto o de pecar como o de pedir perdão. Seja pecar contra Deus (para os crentes), seja pecar contra a cidadania. Eles têm de ir embora.

Se não agora, quando?
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Postby mends » 08 Oct 2006, 22:19

Artigo: Reinaldo Azevedo
Governante bom
é governante chato

"Precisamos de governantes chatos como Fortimbrás, não de cretinos animados como Hamlet. Precisamos de despachantes das instituições que façam prevalecer a lei a despeito de suas inclinações emocionais, não de quem sacrifique a legalidade sob o pretexto de praticar a igualdade"

Em política, como na vida, o irracionalismo, o discurso emocional, é a ante-sala do crime e da tragédia. Faça-se a leitura que se quiser de Hamlet, de Shakespeare, por exemplo, e uma constatação é inescapável: o príncipe era um idiota dado a faniquitos. Sua obsessão em denunciar o tio supostamente regicida ignora estratégias. Polônio, que tenta lhe incutir algum senso de razão, acaba assassinado acidentalmente pelo jovem estabanado. É o primeiro da carnificina promovida pelo justiceiro. Perseguido pelo fantasma do pai, põe fim a uma dinastia. Hamlet se deixava envenenar pelas palavras, pela imaginação, pela alegoria: quando quer denunciar o tio, recorre a uma peça de teatro. Consumada a desgraça, a Dinamarca será governada por Fortimbrás, o príncipe norueguês, avesso ao temperamento do primo doidivanas: é resoluto, maduro, realista e objetivo. Seu reinado não renderia tragédias. É provável que obedecesse a uma rotina burocrática, pastosa e quase cartorial.



Acervo pessoal

Getúlio Vargas: seu testamento e sua despedida são os "Evangelhos" da política como miséria da razão

Precisamos de governantes chatos como Fortimbrás, não de cretinos animados como Hamlet. Precisamos de despachantes das instituições que façam prevalecer a lei a despeito de suas inclinações emocionais, não de quem sacrifique a legalidade sob o pretexto de praticar a igualdade. Nota à margem: o intelectual italiano Norberto Bobbio contribuiu de forma notável para o pensamento liberal, mas escreveu uma bobagem pouco antes de morrer. Disse que a esquerda se ocupa da justiça social e que a direita defende o statu quo. Tolice. Esquerdista é quem aceita sacrificar a legalidade em nome de um entendimento particular de justiça social, e direitista – a direita legalista – é quem entende que só pode haver justiça onde há respeito à lei democraticamente votada.

Lula não é um adolescente esguio e delirante. Mas não dispensa a fantasia. Dia desses, num comício em Goiânia, confundindo o espírito de porco do messianismo com uma manifestação do Espírito Santo, disse que seu sangue e suas células já estavam no meio do povo. Fiz o sinal-da-cruz contra essa transubstanciação macabra. Ele perdeu o primeiro turno em Goiás: nem sempre os eleitores reconhecem o messias a tempo, como nos revela o plebiscito mais famoso da história... Em outra ocasião, o Cristo pagão assumiu as virtudes visionárias de Tiradentes: sugeriu que queriam enforcá-lo e esquartejá-lo. O homem tingia de sangue as suas cascatas alegóricas. Já se ofereceu como o pai complacente de todos os brasileiros, em especial dos petistas pegos em flagrante, os seus "meninos".

O irracionalismo costuma ser a rota de fuga dos políticos quando acossados pelos fatos. Quem for procurar um de seus primeiros discursos vai encontrar uma promessa solene: "Começamos a fazer o possível e, se der, vamos fazer até o impossível". Não seria difícil demonstrar que ele conseguiu inverter as prioridades... Depois de ouvir um dos delírios de Hamlet, o sempre ponderado Polônio observou: "É maluquice, mas tem método". O irracionalismo brasileiro começa a assumir características metódicas. Parte da academia e do jornalismo aplaudiu aquela fala insana – os mesmos que vaiavam FHC quando este dizia que a política realiza a "utopia do possível".

A resposta acéfala ao então presidente foi a seguinte: "Pô, mas o possível qualquer um faz; não precisa de um intelectual da Sorbonne". Na proposição está a saída para o Brasil – e para qualquer país – e, na estupidez da objeção, a sua tragédia. Imaginem se Hamlet tivesse se proposto a seguinte questão: "Como faço para depor o usurpador sem, no entanto, destruir o reino?". Se o fizesse, seria um sábio. Como não o fez, preferiu ser um santo, um mártir. Tanto é que pede a Horácio que não o siga na morte para narrar o que viu. Hamlet queria sair da vida para entrar na história, o bobalhão...

Durante ao menos duas décadas convivemos com uma expressão que era a chave de todos os enigmas: "vontade política". Bastava tê-la, e as águas se abririam. A Constituição de 1988, por exemplo, foi redigida sob a égide dessa impostura. O fato de haver uma história que a explique não fornece uma razão teórica que a justifique. A síntese prática da Carta poderia ser assim definida: com a "vontade política", garantem-se os direitos; com a retórica, os recursos. O texto constitucional incorporou o proselitismo contra a ditadura e pôs no papel um país ingovernável. E cá estamos nós, prestes a debater a terceira fase das reformas de um documento que ainda não tem 20 anos. E, ao fazê-lo, mais uma vez todo o estoque de irracionalismo será reciclado.

É esperar para ver: ai de quem tiver a ousadia de acusar o rombo na Previdência! A matemática será conjurada como uma trapaça ideológica das elites. A campanha eleitoral, arrastada pelo PT das páginas de política para as de polícia, está prestes a satanizar as privatizações do governo FHC. Pura tática de defesa. Servirá ao propósito de tentar ocultar crimes. Pterodáctilos ideológicos e oportunistas jogarão sobre as nossas cabeças expressões como "dilapidação do patrimônio público", "empresas vendidas a preço de banana", "entrega de nossas riquezas ao capital estrangeiro" etc. Pressionado pelas circunstâncias, lá vai o petismo regredir à palhoça mental em que se formou.

A política feita no Brasil como razão da miséria não poderia dar em outra coisa que não na miséria da razão. Há dois textos que servem de "Evangelho" a essa patacoada: a Carta-Testamento e a Carta de Despedida de Getúlio Vargas. Na primeira, acusa: "Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim". Na outra, o mesmo tom de quem se prepara para ser o cordeiro do povo que tira os pecados do mundo: "Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte. Levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia". Na primeira carta, o plágio não poderia ser mais explícito ou escandaloso: "Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte". Se pudesse, teria escolhido a crucificação.

Poucos sabem: Getúlio também tinha o seu Horácio, aquele encarregado por Hamlet de narrar os eventos macabros. A Carta-Testamento foi redigida por um ghost-writer: José Soares Maciel Filho, que costumava escrever os seus discursos. Cartas de suicidas são uma fala sem lugar. Vejam este trecho: "Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam (...)". Há, aí, ao mesmo tempo, gradação e antítese, duas figuras retóricas. Que vaidade leva um cadáver adiado a cuidar do estilo? Vai ver Maciel caprichou de tal sorte na farsa que Getúlio foi obrigado a se matar só por uma questão de coerência narrativa...

Assim como Hamlet tinha visões, os assassinos da razão na política, mesmo quando suicidas, têm ou fingem delírios. Alguns dos clichês apontados pelo pensador francês Raoul Girardet no livro Mitos e Mitologias Políticas são empregados por Getúlio à farta nas duas cartas: ele queria oferecer ao povo a Idade do Ouro, propunha-se a ser seu salvador, mas a conspiração dos inimigos e das forças estrangeiras, alheias aos interesses da pátria, o impediu e o empurrou para o sacrifício. Essa mentalidade, ante-sala dos desastres institucionais, está sendo reciclada no Brasil mais de cinco décadas depois. Acreditem em mim: em política, os chatos são menos perigosos do que os intensos.

O resto é barulho.
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Postby mends » 09 Oct 2006, 17:57

Lula diz que Alckmin se comportou como "delegado de porta de cadeia"
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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva --candidato do PT à reeleição-- disse nesta segunda-feira que ontem foi o dia mais triste da sua vida política, em referência ao debate com o seu adversário no segundo turno, o tucano Geraldo Alckmin, promovido pela TV Bandeirantes.

Lula disse que Alckmin, a quem chamou de "cidadão do samba de uma nota só", se comportou como um "delegado de porta de cadeia" e destacou que este foi o pior nível de debate que participou em sua vida política, indicando que Alckmin não tem qualificação para enfrentá-lo.

"Eu já debati com Ulisses Guimarães,[Leonel] Brizola, Mário Covas, Aureliano Chaves, Afif Domingos, [Fernando] Collor, Ciro Gomes, [Anthony] Garotinho, com o Jânio Quadros e o Franco Montoro. Tinha um nível político assimilado no debate. Ontem, eu pensei que não estava na frente de um candidato, eu pensei que estava na frente de um delegado de porta de cadeia. Confesso a vocês que foi triste para mim e para a minha mulher", afirmou Lula.

Arrogância

Lula disse que seu adversário se comportou como "arrogante, pedante, que fala com o nariz em pé, como se tivesse mais autoridade que os outros". "Espero que tenha muito mais debate para que a gente possa evoluir", rogou.

O presidente, que hoje recebeu no Palácio da Alvorada o apoio de cantores gospel, entre eles Mara Maravilha e Wanderley Cardoso, disse que esperava um debate de idéias no debate de ontem.

"O povo não quer um candidato xingando o outro, quer saber o que será feito para melhorar sua vida", disse o presidente.

Punições

O presidente respondeu as críticas dos tucanos e pefelistas de que ele não tomou atitudes contra os envolvidos no seu governo em irregularidades.

"O presidente da República não pune, ele exonera, quem tem que punir é a Justiça", disse. Lula comparou Alckmin a uma "velha sanfona quebrada que só faz o mesmo som", ao referir-se à insistência do tucano no debate em temas de corrupção.

Elite

O presidente acusou Alckmin de ser o candidato das elites e se comparou aos ex-presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, que, segundo Lula, foram perseguidos porque trabalharam para os mais pobres.

"Ontem, vocês viram um pouco da elite política. Ela é implacável. Não se meta em fazer coisas para os pobres que você vai pagar o preço", disse.

"Para eles, pobre tem que ser coadjuvante, tem que bater palma. Nós colocamos pobre no palanque", acrescentou.

Lula disse que seu adversário não tem programa para o país e que, por isso, "pegou tudo o que é matéria de jornal e tentou transformar no programa dele".
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Postby mends » 10 Oct 2006, 08:33

azevedo

Ainda os cartões corporativos: vai fundo, Alckmin!

Lula ficou irritado a maior parte do tempo do debate, mas uma questão o tirou do sério e o fez, de dedo em riste (é que ele é muito humilde, e Alckmin, muito agressivo...), alertar a Alckmin para que não fosse “leviano”. Devia saber por que estava tão nervoso. Há um dado escandaloso na República. Ninguém sabe em que é empregado o dinheiro dos tais cartões corporativos. Os dados são considerados segredos de Estado. Acompanhem alguns números:

a) De janeiro a setembro, os gastos da secretaria de Administração da Presidência somam R$ 3,678 milhões. Atenção, amiguinhos: isso nada tem a ver com a compra de café, água, uísque (para autoridades em coquetéis, claro...), papel higiênico, inseticida, lustra-móveis, caneta, livros (leitor voraz, vocês sabem...). Os gastos, vamos dizer, de escritório e manutenção têm verba do Orçamento.

b) Nos dois primeiros anos de mandato de Lula, os gastos com cartões corporativos da Presidência mais do que dobraram. Passaram de R$ 4,3 milhões em 2002, último ano do mandato de FHC, para R$ 8,7 milhões em 2004. Reirero: estamos falando apenas do Gabinete da Presidência.

c) Os gastos totais do Gabinete da Presidência, nesta modalidade, de janeiro a setembro deste ano, já somam R$ 6,839 milhões. Só a Abin responde por R$ 3, 097 milhões de grana secreta.

d) Os gastos com cartões corporativos, incluindo os Ministérios, já chegam, até setembro, a R$ 20,7¨milhões (durante todo o ano passado, foram de R$ 21,706). O mais impressionante é que, em 2004, quando o Gabinete da Presidência já gastava o dobro do que gastava FHC, a soma total era de R$ 14,1 milhões. Por alguma razão, também secreta, de um ano para outro, a gastança aumentou a bagatela de 50%.

Com efeito, eis um tema que tem de continuar rendendo no próximo debate e que tem de ser levado ao horário eleitoral pelos tucanos. Já houve funcionário com cartão corporativo que chegou a efetuar saque de R$ 1 milhão. Por quem alguém precisa de tanto dinheiro vivo?

Certa feita, irritada com a comparação com o governo anterior, a ministra Dilma Rousseff lembrou que o perfil da família de Lula era diferente do da família de FHC. Segundo entendi, com mais filhos, e mais jovens — um ainda secundarista (aquele que elevou os amiguinhos para passear no palácio com avião da FAB) —, a família de Lula seria mais cara. É bom saber. Então vamos eleger Alckmin. ELe tem só três filhos e um neto. É mais barato.
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Postby Danilo » 10 Oct 2006, 14:44

Cartões corporativos do governo já consumiram R$ 3,678 milhões neste ano

Ao prometer "transparência absoluta" na prestação de contas dos cartões corporativos do governo e cobrar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mesma atitude, o tucano Geraldo Alckmin falou de uma caixa preta que, só este ano, já envolve R$ 3,583 milhões, durante o debate de domingo. O presidente não quis falar no assunto. Limitou-se a dizer que os cartões corporativos foram "a única coisa boa que o Fernando Henrique Cardoso criou no governo dele".

Esses cartões de crédito permitem a alguns servidores sacar ou fazer pagamentos de rotina com recursos da União sem a necessidade de autorização prévia. Na Secretaria de Administração da Presidência da República, foram gastos entre janeiro e setembro deste ano R$ 3,678 milhões com os cartões. A prestação de contas no Portal da Transparência da presidência, no entanto, revela o destino de menos de R$ 95 mil (2,6%). Os 97,4% restantes estão guardados a sete chaves sob a rubrica "informações protegidas por sigilo*, nos termos da legislação, para garantia da segurança da sociedade e do Estado".

* (Sigilo? Uia, temos uma Área 51 também é? Não, não a da cachaça 51, a área 51 igual a de Nevada nos EUA com os ETs e tal. Vai ver por isso o Lula falou em fatores extraterrestres.)

A Secretaria de Administração é a responsável pelos gastos do dia-a-dia do Gabinete da Presidência. Os pagamentos a que se tem acesso foram para despesas com combustível, hotel, pequenos consertos, feitos por nove funcionários que têm os cartões. Para os outros gastos, não há nenhuma informação. Dos R$ 94.987,33 relacionados no Portal da Transparência, R$ 20 mil foram saques em dinheiro e também não há informação sobre onde foram gastos. Os gastos totais do Gabinete da Presidência por meio dos cartões corporativos foram de R$ 6,839 milhões entre janeiro e setembro deste ano. Das seis unidades subordinadas ao gabinete, tiveram gastos secretos a Secretaria de Administração e a Agência Brasileira de Informações (Abin). No caso da Abin, foram apontados como sigilosos os R$ 3,097 milhões gastos com os cartões. (...)

O cartão corporativo foi criado em 1998 para facilitar pagamentos de rotina das autoridades. Desde então, parlamentares têm pressionado pela divulgação dos gastos. Por recomendação do Tribunal de Contas da União, houve avanços na transparência, mas a prerrogativa do sigilo para garantia de segurança emperra o acesso aos dados. No ano passado, o TCU abriu investigação sobre os gastos, que ainda está em curso.

(matéria completa e não comentada em estadao.com.br/ultimas/nacional/eleicoes2006/noticias)
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