RUMO À DITADURA

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby mends » 16 Jul 2007, 08:49

Ódio à liberdade alheia


Os petistas odeiam a liberdade. Dos outros.

Quem, como eu, tinha 21 anos quando o partido disputou a sua primeira eleição importante — a do governo de São Paulo, com Lula — sabe que o PT foi quem introduziu (na verdade, reintroduziu) o humor nas disputas eleitorais. Vivíamos sob um regime de exceção, uma ditadura mitigada, mas ditadura ainda assim. A cara das campanhas eleitorais era a da Lei Falcão: os santinhos congelados na TV, com uma voz em off lendo a sua biografia. E não qualquer biografia. Em 1978, a referência à aposentadoria compulsória de FHC determinada pelo AI-5 foi vetada. Ele concorria a senador na sublegenda do MDB. Franco Montoro foi eleito, venceu a disputa para o governo de São Paulo em 1982, e aquele que viria ser presidente da República por oito anos assumiu a sua vaga no Senado. O PT percebeu que a irreverência, contrastando com sua pregação socialista então iracunda, era um bom caminho para falar aos trabalhadores, aos estudantes, àqueles que haviam se acostumado com a política mui vetusta dos militares.

Com a chegada da propaganda eleitoral gratuita, o partido foi investindo mais e mais em marketing — com freqüência, contou com o trabalho voluntário de publicitários. Observem: não estou aqui fazendo necessariamente a defesa da disputa política como guerra publicitária. Não! Estou procedendo a uma pequena memória histórica: o PT sempre foi mestre em apelar ao humor para transformar seus adversários políticos numa caricatura. E, reitero, chegou a fazê-lo ainda durante o regime militar — não porque lhe sobrasse coragem, mas porque a ditadura brasileira já estava moribunda.

É o representante máximo desse partido, ninguém menos do que o presidente da República, quem pede a uma empresa — no caso, a Peugeot — que retire do ar uma propaganda que faz uma brincadeira bem-humorada com a ministra do Turismo, Marta Suplicy. Convenham: o rapaz que encarna a personagem é engraçado, jamais agressivo; é galhofeiro, simpático e, já que recomenda a compra de um automóvel, tem de conquistar a simpatia do espectador. É o exato oposto de Marta, especialmente depois da frase infeliz do “relaxa e goza”

Se a propaganda tinha algum efeito sobre a imagem a ministra, era, certamente, mais positivo do que negativo. Transferia uma frase típica de uma dondoca alienada e deslumbrada para o terreno da graça. Sei, a cada vez que a propaganda ia ao ar, o fato original era lembrado. Pergunto: Marta acha que ele será esquecido? Acredita que essa doce truculência de pedir a censura a um comercial de TV ajuda a compor a sua imagem?

A reação da Peugeot
Alguns leitores estão criticando com azedume a Peugeot por ter cedido a uma pressão — a que não era obrigada legalmente a se submeter, notem bem. Ao site do Clube de Criação de São Paulo, Jáder Rossetto, da agência Euro RSCG Brasil, que tem a conta do produto, mostra-se um tanto contrariado, mas deixa claro que “pedido de presidente da República não pode ser negado”. Eis aí. Não pode no Brasil. Se o famigerado Jorjibúxi das esquerdas se metesse numa propaganda de TV nos Estados Unidos, levaria da empresa e da agência um sonoro “Sai pra lá; meta-se com a sua vida”.

Acreditem: há no Brasil um regime econômico muito parecido com o capitalismo, mas capitalismo não é. Sim, senhores: as empresas, por aqui, têm enorme dificuldade — receio, medo mesmo — de dizer “não” ao presidente da República, ao governo. Ou vocês já se esqueceram que a Volks recriou o Fusca em 1993 só porque o então presidente Itamar Franco acordou invocado e cismou que era uma boa idéia relançar o carro? Em 1996, o Fusca morreu pela segunda vez. E por que tanto medo? Porque o estado é gigante e tudo pode.

Um país de Jecas
O que é estúpido nessa história é que a frase infeliz de Marta não foi censurada por Lula ou pelo governo. No máximo, ela soltou uma notinha se desculpando. Quem acabou arcando com as conseqüência da imprudência da ministra do Turismo foram a Peugeot, a agência, a liberdade de expressão e o bom humor. Neste ponto, alguns dirão: “A liberdade de expressão não foi atingida; o presidente fez um simples pedido. A Peugeot atende se quiser”. Conversa para boi dormir. Se Marta se sentiu agravada, que recorresse à Justiça. Ainda que a decisão fosse igualmente equivocada, ao menos se teria seguido o ritual do estado de direito. Não! Em vez disso, opta-se pela carteirada, pela pressão da “otoridade”.

Qual é a diferença entre a “ministra” da Peugeot e a Marta Suplichique do humorista Marcelo Madureira, de Casseta & Planeta? Aliás, a criação da agência estava mais para a graça de Madureira do que para a truculência frívola da personagem original. O humor pelo humor é moralmente superior ao humor que vende automóveis? Por quê? Digo mais: a Suplichique de Casseta é, necessariamente, uma crítica. O ator carrega nas tintas, digamos, um tanto soberbas de Marta; a da Peugeot era só engraçada: emprestava à ministra uma graça que ela não tem.

Acontece que estamos nos tornando um país de Jecas, de gente dodói, que reclama de tudo, que se sente ofendida por qualquer coisa, que sai logo gritando, reivindicando direitos, acusando discriminações. A própria Peugeot teve de tirar do ar uma outra propaganda em que um sujeito tenta, inutilmente, subir uma ladeira com um carro velho. Ele e a namorada vão se livrando das tranqueiras para deixar o veículo mais leve. E nada. Até que sobra apenas a... sogra. Pronto! Tornou-se incorreto até fazer piada de sogra. Será preciso banir a língua-de-sogra dos aniversários de criança. No Carnaval, quando começar a marchinha “Trocaram o coração da minha sogra/ puseram o coração de um jacaré...”, você pára de dançar e sai do salão em sinal de protesto.

Logo, alguém vai propor uma Lei Falcão para a publicidade. Mostra-se o produto (em preto e branco, para não excitar o espírito consumista), informa-se a sua finalidade, expõem-se as características do produto (texto previamente revisado pelo Comissariado Contra o Consumismo) e se informa o preço. Tudo muito sóbrio. Tenham a santa paciência. Já se apelou até a um sósia do papa para vender mercadoria. A Igreja Católica pode não ter gostado. Aliás, eu, como católico, não gostei: achei fútil, banal, de mau gosto. E daí? Eu que proteste onde achar conveniente. Vocês sabem: procuro dizer da maneira mais inequívoca e menos ambígua possível o que penso; sempre que possível, evito os tons de cinza — não partilho da idéia idiota de que a verdade está no meio (não está). Mas não tento calar o outro.

Neocensura
A verdade bastante incômoda é que estamos vivendo tempos que flertam com a censura, agora considerada uma variante da democracia. Volto ao ponto inicial: o PT é um partido hostil à liberdade alheia. Quando não busca enrijecer os mecanismos de estado para limitar a liberdade de expressão, recorre a expedientes como o que se expõe aqui. O partido quis expulsar um jornalista estrangeiro por suposta ofensa ao presidente da República. Naufragou. Quis criar o Conselho Federal de Jornalismo. Naufragou. Quis impor uma bula à Ancinav. Naufragou. Quis recriar a censura prévia no Brasil. Naufragou. Quer agora criar uma certa TV Pública que tem a única finalidade de cantar as glórias do demiurgo. Tomara que naufrague também — ah, claro, não custa lembrar: premia os veículos bem-comportados ou alinhados com publicidade oficial. Até o jornaleco do MR-8 já recebeu anúncios da Receita Federal e da Caixa Econômica. Há uma certa revista semanal que ninguém lê, quase clandestina, como aquelas cartilhas de Luiz Gushiken, que vive de propaganda de estatais e do governo.

O leitor poderá dizer: “Bem, tantos naufrágios indicam, então, que não corremos riscos”. Errado. Nenhuma dessas iniciativas foi irrelevante. A cada uma, a liberdade se retraiu um pouco. Até porque, como lembrou muito bem José Dirceu em recente seminário na CUT, uma parte da imprensa, hoje, está com Lula. Vocês acham o quê? Os publicitários, a partir desta segunda, tendem a evitar referências a figuras do mundo político. Quando o PT, no auge do escândalo do dossiê, saiu gritando que estava em curso um “golpe da imprensa”, é claro que sabia se tratar de uma mentira deslavada, primitiva até. Mas contava com a reação que, de fato, se verificou: muitos veículos passaram a se policiar mais, a se questionar se não estavam mesmo exagerando, a se esforçar para deixar claro que não se tratava de uma campanha contra Lula. O PT é mestre em empurrar quem tem razão para uma posição de defesa. E como faz isso? Atacando sempre, especialmente quando está errado.

Batuque na cozinha
Só pra encerrar a crônica destes dias: num texto sobre a festa do Pan, afirmei, um tanto galhofeiro, que a variedade de instrumentos de percussão numa cultura é inversamente proporcional à civilização. Pronto! Foi um deus-nos-acuda. Se tentassem provar a minha ignorância musical, até antropológica (“Mas o que é civilização para você, Reinaldo?), talvez eu esperneasse, mas o capeta não baixaria em mim. Agora não venham me dizer o famoso “Você não pode escrever isso”. Não posso por quê? Já escrevi. E escrevo de novo: a variedade de batuques num país costuma ser inversamente proporcional ao respeito aos direitos individuais. O máximo que se pode debater aqui é o seguinte: alguém dá exemplo de uma sociedade cheia de batuques e direitos individuais, e eu tento desqualificá-lo. O meu direito de escrever isso só pode estar em questão numa ditadura. Será que é preciso desenhar?


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Postby mends » 17 Jul 2007, 17:07

Ainda o caso Peugeot: a história só fica pior
O caso da pressão oficial para que a Peugeot tirasse do ar a propaganda que fazia referência à ministra Marta Suplicy (Turismo) fica, a cada hora, mais enrolado. E também ridículo.

Em texto publicado no dia 13 no site do Clube de Criação de São Paulo, Jáder Rosseto, da agência Euro RSCG Brasil, lamentava o episódio. Lia-se lá: “Em São Paulo, Jáder Rossetto, que acaba de voltar de Porto Alegre, diz que o melhor a fazer é tocar o barco adiante, já que um pedido do presidente não poderia ser negado.”

Quem acessar agora a mesma página, com data ainda do dia 13, lerá algo ligeiramente diferente: “Em São Paulo, Jáder Rossetto, vp de criação da agência Euro RSCG Brasil, que criou a peça e acaba de voltar de Porto Alegre, diz que o melhor a fazer é tocar o barco adiante. Afinal, um pedido de Brasília não poderia ser negado.”

Como se vê, o “presidente” se tornou algo mais impessoal: “Brasília”. Melhorou? Eu acho que a coisa ficou ainda pior. O que era o mau passo de um homem se tornou uma pressão da burocracia.

Então ficamos assim: “Brasília” agora decide que comercial pode ou não ir ao ar. Lembrando sempre: Rossetto é presidente do Clube de Criação. Descarte-se, pois, que o site tenha distorcido suas palavras iniciais.


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Postby mends » 09 Aug 2007, 10:50

Tarso foi o capitão do mato de Fidel, o senhor de escravos
Leia texto do Jornal Nacional. Volto em seguida:

O caso dos boxeadores cubanos que fugiram da Vila Pan-Americana continua provocando muita discussão, depois da deportação deles. De volta à ilha, Guillermo Rigondeaux fez declarações à imprensa com uma nova versão para o que aconteceu no Rio de Janeiro.

Quatro dias depois de desembarcar em Cuba, Guillermo Rigondeaux deu a primeira entrevista sobre a deportação do Brasil. Na casa onde mora, em Havana, disse que agiu de forma indisciplinada o abandonar a delegação cubana. Contou que deixou a Vila Pan-Americana com empresários estrangeiros. Bebeu, comeu demais e ficou acima do peso exigido para lutar. Rigondeaux afirmou ainda que a volta à Cuba foi uma forma de reparar o erro que cometeu.

Aqui no Brasil, a versão de Rigondeaux para a deserção foi outra. Para a Polícia Federal, disse que deixou a Vila Pan-Aramericana com outro boxeador, Erislandy Lara, para comprar um jogo eletrônico. Em um táxi, encontraram dois empresários. Beberam energéticos oferecidos por eles e foram levados tontos para um bar. Depois, foram mantidos em um apartamento contra a própria vontade.

Em um artigo no jornal de Cuba, Fidel Castro tratou os pugilistas como traidores, comparou os dois a soldados que abandonam os companheiros no meio do combate.

A deportação dos dois boxeadores provocou reações no Brasil e no exterior. A organização internacional Humam Rights Watch pediu uma investigação independente para esclarecer por que os atletas voltaram para Cuba depois de desertar.

No Congresso, a oposição acusa o governo de não ter dado aos cubanos o apoio que precisavam para ficar no país. O líder do PSDB quer que os ministros das Relações Exteriores e da Justiça compareçam ao Senado para dar explicações.

“Esse caso me parece um escândalo da violação dos direitos da pessoa humana”, diz o senador Arthur Virgílio.

O ministro da Justiça explicou que os dois cubanos não pediram asilo político e que a Polícia Federal cumpriu a lei. “O que nós não podemos fazer, e não faremos jamais, é como queriam talvez alguns oposicionistas. Eu não digo a oposição parlamentar, que pretendia que a gente seqüestrasse os cubanos pra criar fato político”, disse Tarso Genro.

Hoje, o ex-jogador da seleção de handebol de Cuba, Rafael Capote, entrou com pedido de asilo na Polícia Federal. Ele abandonou a Vila do Pan no dia 12 de julho.

Em um editorial publicado hoje na imprensa cubana, o presidente Fidel Castro disse que os dois boxeadores não voltarão a competir no exterior e que estuda a possibilidade de não enviar atletas para disputar o Campeonato Mundial de Boxe nos Estados Unidos, para evitar deserções.

Voltei
É patético.

Vejam lá. O lutador, agora em Cuba, submetido a um estado policial, tem uma nova versão, já distinta daquela dada à Polícia Federal brasileira, aquela em que nossas autoridades parecem ter acreditado piamente. Acreditou tanto, que pôs os dois em isolamento e os despachou para Fidel Castro em seguida.

Use-se a desculpa que for, resta evidente o seguinte: o Brasil prestou um servicinho à ditadura amiga. Eis a democracia deles. O Facínora barbudo, por sua vez, ora rejeitado até pelo diabo, fez a sua parte: em editorial, decidiu que os dois não mais representarão o país — e ameaça não enviar lutadores para o Campeonato Mundial de Boxe para evitar deserções.

Parece piada, mas é isto mesmo: é tão bacana viver em Cuba, que o senhor de escravos resolveu meter um grilhão nos esportistas — ou, é claro, eles farão o óbvio: buscarão a liberdade. O governo de Lula, por meio do ministro Tarso Genro, fez o serviço sujo. Tarso serviu de capitão do mato de Fidel, o senhor de escravos.

No que respeita ao papel do Brasil no cenário internacional, este é o maior vexame. Eis o país que tanto quer uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. Pra quê? Para puxar o saco de ditadores.


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Postby mends » 03 Sep 2007, 17:26

A ditadura exemplar saúda o PT
Olhem que vem para o banquete. Na página do PT, há um post todo orgulhoso, noticiando o recebimento de congratulações do Partido Comunista da China por o ocasião da realização do 3º Congresso. Segue a íntegra da mensagem. Volto depois:

Beijing, 24 de agosto de 2007.
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores,
Na ocasião da realização do 3º Congresso do Partido dos Trabalhadores, temos a honra de expressar-lhes, e pelo digno conduto do Congresso, as mais calorosas congratulações para todos os militantes do PT, em representação do Comitê Central do Partido Comunista da China.
O PT é um importante partido brasileiro, que joga um papel destacado na vida política do país. O vosso Partido tem feito os esforços incansáveis em desenvolver economia nacional, aperfeiçoar a democracia e a legalidade, impulsionar a justiça social, elevar o patamar da vida do povo, e obtém o êxito considerável.
O Partido Comunista da China atribui alta importância à amizade tradicional com o PT, está disposto a consolidar e desenvolver ainda mais as relações amistosas com o vosso partido, baseando-se nos princípios de independência e autodecisão, igualdade completa, respeito mútuo e não intervenção nos assuntos internos alheios, trocando profundamente as experiências de governabilidade, promovendo o desenvolvimento integral das relações de parceria estratégica sino-brasileiras, em benefício aos nossos dois países e dois povos.
Formulamos os votos pelo êxito completo do 3º Congresso do PT.
Atenciosamente,
Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China

Voltei
“Autodecisão” é só uma tradução idiota. O termo universalmente consagrado é “autodeterminação”. O problema do PT não é fazer tradução manca do inglês, mas tentar verter o mandarim para o português.

O amor petista por Cuba é coisa do passado, como quem compra um pequeno apartamento na periferia para a velha amante, para que tenha onde passar a sua decadência. O PC chinês, com efeito, é quem hoje o seduz. Afinal, vejam lá: a China está no centro da economia globalizada — e, no entanto, trata-se de uma ditadura feroz, em certa medida irreproduzível em qualquer país ocidental, mas isso não quer dizer que não sirva de inspiração. Daí o orgulho com que os petistas exibem as congratulações.

Sempre que a China exalta o amor de alguém pela democracia, é bom você guardar um dinheiro para pagar aquela bala que pode estourar os seus miolos. Quando o PC chinês fala em “não-intervenção em assuntos internos”, está dizendo o seguinte: “Nós matamos os nossos chineses; cada governo mata o seu povo à vontade, sem ingerência externa”.

Vai ver é isso que Marco Aurélio Top Top Garcia chama de fortalecimento do "estado nacional". Trata-se de um mundo em que cada um pode ser bárbaro à sua maneira.

Delinqüentes!


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Postby mends » 05 Sep 2007, 18:43

A cascata autoritária e antidemocrática da TV Pública
Leiam texto de Felipe Seligman, da Folha de S. Paulo. Volto depois:

Integrantes do governo Lula e representantes de televisões estatais, educativas e comunitárias defendem a criação de um Ibope estatal com "novos parâmetros de aferição de audiência e qualidade que contemplem os objetivos para os quais a TV Pública foi criada".

Eles também indicam que o Estado brasileiro terá a função de construir e operar a infra-estrutura tecnológica da futura rede pública de TV, que estreará em 2 de dezembro, data do início da transmissão do sinal da TV digital aberta no país.

As idéias fazem parte da Carta de Brasília, lida ontem no encerramento do 1º Fórum Nacional de TVs Públicas, no qual esses representantes discutiram o tema desde terça-feira.

A carta praticamente repete o conceito de TV pública defendido pelo governo. Afirma que o financiamento deve ter origem de orçamentos públicos, incentivos fiscais, patrocínios e doações, com a utilização de fundos não-contingenciáveis.

Pede o aumento da produção independente e regional na programação das TV"s e a criação de um conselho gestor, "representativo da sociedade, no qual o Estado ou o Governo não devem ter maioria".

O documento também sugere que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) auxilie "para encontrar mecanismos de financiamento, por meio do fundo social do banco de fomento, da migração digital das TV"s Públicas".

Na abertura do fórum, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, disse que a futura TV pública deverá ter recursos fixos provenientes de pelo menos três fundos. Um deles seria formado por uma parcela de fundos constitucionais da área de comunicação já existentes para destinar recursos à rede pública de TV.

Ontem, Franklin voltou a falar que "nenhuma taxa será cobrada" da população para recursos para a nova TV, referindo-se à forma de financiamento utilizada pela rede britânica BBC.

Voltei
Sensacional! A idéia é excelente. Acompanhem: imaginem como é chato gastar R$ 350 milhões por ano numa TV pública e, na hora da aferição de audiência, constatar que deu traço ou quase isso... De fato, um horror. Vamos pensar: num universo 100, digamos que apenas 4% estivessem ligados à TV pública. Não! Coisa ridícula para muito dinheiro saindo pelo ralo. Qual é a saída? Ora, o índice específico. Passamos a considerar aqueles 4 os 100 da TV pública. Digamos que 2 estejam na TV de Franklin Martins: pô, já são 50%, né? Se um estiver na Cultura, já temos 25%. Não sei se fui didático.

No caso de se medir, por exemplo, a audiência dos noticiários, sem essa de comparar com o Jornal Nacional — ah, não, isso é jornalismo de empresa comercial. A referência deve ser os telejornais das TVs públicas. É o padrão Lula aplicado à TV pública. Lembrem-se que ele tem tese parecida sobre o crescimento econômico. Devemos nos comparar sempre a nós mesmos, jamais aos outros países.

Não se está criando uma TV pública, mas uma repartição para consumir dinheiro. E notem que as tais entidades que apóiam a idéia conseguem ser ainda mais deletérias do que o governo. Estão propondo mecanismos de controle que, no futuro, impedirão outros governantes de ter qualquer poder de interferência na área. Trata-se de blindar o aparelho contra a interferência da democracia.

Como isso funciona? “Entidades” serão chamadas a compor um grupo diretivo. Que entidades? Ah, essa gente aí que se auto-intitula representante da sociedade civil e que é, na prática, braço do petismo.
Informa a Folha On Line: “O economista Luiz Gonzaga Belluzzo será o presidente do conselho curador da rede pública de TV que o governo Lula lançará em dezembro. Seu nome será oficializado em conversa ainda hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. A notícia foi antecipada nesta quarta-feira pelo Painel, da Folha, editado por Renata Lo Prete. (...) Para integrar o conselho, Belluzzo deseja convidar personalidades como a escritora Nélida Piñon, o documentarista Eduardo Coutinho e o cantor de rap MV Bill. Ele disse a Lula que pretende indicar conselheiros com trânsito em diversos partidos, inclusive no oposicionista PSDB.” Belluzzo é também sócio da revista CartaCapital e membro de seu Conselho Editorial.


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Postby mends » 14 Nov 2007, 18:33

Lula volta a fazer comparação delinqüente entre parlamentarismo e presidencialismo
Por Tânia Monteiro, do Estadão. Volto depois:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender o ingresso da Venezuela no Mercosul, nesta quarta-feira, 14, e afirmou que no País não falta democracia. "Podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa. Inventam uma coisa para criticar. Agora, por falta de democracia na Venezuela, não é."

E continuou: "O que não falta no país é discussão. Democracia é assim: a gente submete aquilo que acredita, o povo decide e a gente acata o resultado. Se não, não é democracia", afirmou. Lula lembrou que está há cinco anos no poder, vai chegar a oito e, nesse período, acompanhou duas eleições para prefeitos. Na Venezuela, ressaltou, já houve três referendos, três eleições, quatro plebiscitos.

Bate-boca
Sobre o bate-boca entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o Rei Juan Carlos, da Espanha, ocorrido semana passada no Chile, Lula diz que não ficou constrangido. Para o presidente, não houve humilhação a Chávez. "Somos um conjunto de países democráticos que fizeram uma reunião democrática onde todos têm o direito de falar, tema livre, aquilo que lhe interessa".

Para ele, não houve exagero por parte de Chávez, e acrescentou: "houve uma fala do Chávez que o rei achou que era demais, que era uma crítica ao ex-primeiro ministro da Espanha (José María Aznar), que tinha o apoiado o golpe (tentativa de golpe na Venezuela, em 19992). E a diferença, qual é? É que o rei estava na reunião. E quem falou 'cala-te' foi o rei. Ou seja, não foi um de nós. Entre nós, divergimos muito."

O presidente Lula citou outras divergências que participou da reunião do G-8, com a primeira ministra Angela Merk e dizer que do jeito que estava acontecendo aquela reunião não lhe interessava participar. "Do jeito que estava acontecendo, eu não tenho interesse de ir porque não estou disposto a ser tratado como cidadão de segunda classe. Ou fazemos uma reunião para discutir os problemas do mundo, ou não fazemos", ensinou.

Comparações
Lula voltou a comparar a continuidade de Chávez no governo com a permanência de outros dirigentes europeus em seus cargos. "Por que ninguém se queixa quando Margareth Thatcher (primeira ministra da Inglaterra por dois mandatos) ficou tantos anos no poder?", indagou.

Diante da observação de repórteres de que eram situações distintas, o presidente reagiu: "distintos, por quê? É continuidade. Não tem nada de distinto. Muda apenas o sistema. Muda apenas de regime presidencialista para parlamentarista. Mas o que importa não é o regime, é o exercício do poder."

Lula passou, então, a citar o nome de outros chefes de governo que ficaram por muitos anos em seus cargos. "Ninguém se queixa do Felipe Gonzalez (ex-primeiro ministro espanhol), do Miterrand (François Miterrand, ex-primeiro ministro da França) e nem do Helmut Kohl (ex-primeiro ministro da Alemanha), que ficou por volta de 16 anos no poder."

Para o presidente, é preciso respeitar a autonomia e soberania de cada país. "Se nós dermos menos palpites nas regras do jogo de outros países e olharmos o que estamos fazendo, todos nós sairemos ganhando. Mas se a gente achar que pode dar palpite em tudo e que só pode acontecer no mundo o que a gente quer, seremos eternamente infelizes." E prosseguiu: "é melhor que os outros decidam os seus destinos e nós decidamos os nossos".

Voltei
Alguns tontos daqui e do Departamento de Estado dos EUA gostam de imaginar que existe alguma contradição importante entre Lula e Chávez. Não há. O Brasil é hoje o país mais importante a dar apoio incondicional à ditadura chavista.

Lula insistiu na sua comparação delinqüente entre os regimes parlamentarista e presidencialista. Lembrado por jornalistas de que se trata de modelos diferentes, ele contestou com a habitual lógica petista. Leiam lá: na prática, ele disse que, descartadas as diferenças, é tudo a mesma coisa. O mesmo se diria de bananas e laranjas. Dessemelhanças à parte, são iguais.

Já observei isso e reitero: a frase de Lula é uma espécie de seguro para si mesmo. Não está falando de Chávez coisa nenhuma. Está pensando é em Lula mesmo. A esta altura, está se perguntando: “Se González pôde ficar tanto tempo, por que não eu?”. Observem que sua avaliação sobre Chávez se resume ao tempo de permanência no poder e à tal consulta popular, que todos sabemos ser só um truque do ditador. Os métodos, ele os deixa de lado. Mais: Lula poderia se abster dessa avaliação; não é um assunto sobre o qual ele devesse se sentir obrigado a se pronunciar. Mas prefere falar.

É a chamada abordagem “Jon Lee Anderson” da realidade. Lula também está interessado no “perfil humano” do animal Hugo Chávez. Os esquerdocínicos, é evidente, aplaudem.



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Postby mends » 14 Nov 2007, 18:56

A "Stasi" petista entra em ação no Enade
Como vocês estão cansados de saber, nunca peço que vocês acreditem em mim. Sempre indico a fonte. As provas do Enade (o antigo provão, agora na versão parcial e incompetente) estão no site do Ministério da Educação. Dei uma lida na de “Formação Geral” (íntegra aqui). As outras também devem reservar surpresas, mas me abstive da tarefa porque tenho mais o que fazer.

Como vocês mesmos poderão verificar, as questões variam da indigência intelectual à delinqüência ideológica.

Exemplo de indigência na questão nº 6
Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e seu colega de escola um pedido, por escrito, vazado nos seguintes termos:

“Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo do seu Livro de Redação para Concurso, para fins de consulta escolar”

Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma
pessoa que:
(A) comparece a um evento solene vestindo smoking completo e cartola.
(B) vai a um piquenique engravatado, vestindo terno completo, calçando sapatos de verniz.
(C) vai a uma cerimônia de posse usando um terno completo e calçando botas.
(D) freqüenta um estádio de futebol usando sandálias de couro e bermudas de algodão.
(E) veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferência internacional.

Uau! É uma questão para universitários, amigos.

Mas isso é o de menos. O proselitismo esquerdopata está infiltrado em quase todas as questões para atingir o estado de arte aqui, na de nº 10:

Sobre o papel desempenhado pela mídia nas sociedades de regime democrático, há várias tendências de avaliação com posições distintas. Vejamos duas delas:

Posição I – A mídia é encarada como um mecanismo em que grupos ou classes dominantes são capazes de difundir idéias que promovem seus próprios interesses e que servem, assim, para manter o status quo. Desta forma, os contornos ideológicos da ordem hegemônica são fixados, e se reduzem os espaços de circulação de idéias alternativas e contestadoras.


Posição II – A mídia vem cumprindo seu papel de guardiã da ética, protetora do decoro e do Estado de Direito. Assim, os órgãos midiáticos vêm prestando um grande serviço às sociedades, com neutralidade ideológica, com fidelidade à verdade factual, com espírito crítico e com fiscalização do poder onde quer que ele se manifeste.


Leia o texto a seguir, sobre o papel da mídia nas sociedades democráticas da atualidade - exemplo do jornalismo.


“Quando os jornalistas são questionados, eles respondem de fato: ‘nenhuma pressão é feita sobre mim, escrevo o que quero’. E isso é verdade. Apenas deveríamos acrescentar que, se eles assumissem posições contrárias às normas dominantes, não escreveriam mais seus editoriais. Não se trata de uma regra absoluta, é claro. Eu mesmo sou publicado na mídia norte-americana. Os Estados Unidos não são um país totalitário. (...) Com certo exagero, nos
países totalitários, o Estado decide a linha a ser seguida e todos devem-se conformar. As sociedades democráticas funcionam de outra forma: a linha jamais é anunciada como tal; ela é subliminar. Realizamos, de certa forma, uma “lavagem cerebral em liberdade”. Na grande mídia, mesmo os debates mais apaixonados se situam na esfera dos parâmetros implicitamente consentidos – o que mantém na marginalidade muitos pontos de vista contrários.”
(Revista Le Monde Diplomatique Brasil, ago. 2007 - texto de entrevista com Noam Chomsky.)

Sobre o papel desempenhado pela mídia na atualidade, faça, em no máximo, 6 linhas, o que se pede:

a) escolha entre as posições I e II a que apresenta o ponto de vista mais próximo do pensamento de Noam Chomsky e explique a relação entre o texto e a posição escolhida;

b) apresente uma argumentação coerente para defender seu posicionamento pessoal quanto ao fato de a mídia ser ou não livre.

Comento
Trata-se, é óbvio, de um teste ideológico, eivado de sutilezas as mais canalhas:

1 – A reprodução do que é a opinião da esquerda sobre a mídia está, sem dúvida, correta: isto é, reflete a sua visão perturbada sobre a liberdade de imprensa;

2 – A reprodução do que seria a opinião dos não-esquerdistas é, curiosamente, o que a esquerda acha que eles acham da mídia. Ninguém, que eu saiba, faz essa defesa incondicional e de retórica balofa;

3 – De todo modo, bastavam as duas opiniões e o pedido para o estudante expressasse seu próprio ponto de vista. Ah, não. Aí não seria um exame para honrar a melhor tradição da canalhice esquerdista.

4 – É preciso ilustrar com o texto de Noam Chomsky, há muito um delinqüente ideológico. Americano no gozo das plenas liberdades democráticas, notabilizou-se por culpar o governo dos EUA pelo ataque do 11 de Setembro. Vejam lá: se alguém lembrar ao vagabundo que ele é livre para escrever o que quiser na imprensa do seu país, ele responde que essa liberdade é uma forma de lavagem cerebral. Logo, é evidente, a “voz autorizada” apresentada aos estudantes conduz o aluno à defesa na posição nº 2.

5 – Alguém poderá objetar: “Ah, mas o estudante pode desancar Chomsky, a posição 2 e defender o ponto de vista nº 1”. Não pode não. Observem que a questão tem duas fases, e a primeira condiciona a segunda.

6 – Eis aí: já não se consegue fazer uma prova, um vestibular, um exame do Enade sem que o lixo esquerdocínico a tudo contamine com suas mentiras, suas pilantragens, suas falcatruas, suas falsificações históricas. De resto, sabemos, a real lavagem cerebral, não aquela de que fala Chomsky, o comunista financiado pela burguesia americana, começa já no ensino fundamental, com livros didáticos perniciosos.

Essa prova de "Formação Geral" do Enade é para selecionar idiotas. Mas não idiotas quaisquer. Só os engajados. A saída de quem percebe a cilada é se fingir de estúpido para não cair nas malhas da "Stasi" petista.


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Postby mends » 23 Nov 2007, 10:13

Os “soviéticos” da economia brasileira – Um documento asqueroso
Estou entre enojado e escandalizado. Os soviéticos estão chegando. Os soviéticos já chegaram. Recebi uma “moção” de apoio a Márcio Pochmann, o patrulheiro do Ipea (vocês se lembram), assinada pelo Conselho Regional de Economia do Estado do Rio de Janeiro (Co.R.Econ-RJ), pelo Sindicato dos Economistas do Estado do Rio de Janeiro (Sindecon-RJ) e pelo (Centro de Estudos para o Desenvolvimento). Acreditem: essas entidades
- hipotecam integral apoio a Pochmann;
- demonizam os economistas demitidos do Ipea (a culpa é das vítimas);
- deixam claro que os quatro economistas foram mesmo “punidos” por não rezarem segundo a cartilha do governo: trata-se de uma questão ideológica;
- dizem que ainda é pouco e que mais precisa ser feito.

O texto é tão asqueroso no seu oficialismo, tão estúpido nos conceitos que emite, tão energúmeno na sua gramática moral e da língua portuguesa, que cheguei a duvidar de que pudesse ser verdadeiro. Entrei na página do Corecon na Internet. Não encontrei a tal moção. Tinha um pequeno fiapo de esperança. Talvez fosse um desses falsos e-mails. “Ninguém seria tão canalha”, cheguei a pensar. “Não é possível que exista gente que se disponha a exibir o nariz marrom desse jeito”, duvidei, cheio de esperança. Fiquei com o pé atrás quando vi que os valentes chamam “site” de “sítio”. Sim, claro, a mesma coisa... Ocorre que, no Brasil, só opta por “sítio” quem é atacado pelo complexo vira-lata de Policarpo Quaresma.

Aí cumpri o meu dever. Liguei para o Corecon — Tel: (21) 2103-0178 ou pelo FAX: (21) 2103-0106 —: “Tenho aqui uma moção que estaria sendo enviada aos economistas...”. Em suma: era tudo verdade. Eles realmente haviam redigido o texto que segue em vermelho. Citei o sovietismo, não é? Acho que fui muito severo com os camaradas. Nem os comissariados profissionais do stalinismo seriam tão sabujos quanto o que vai abaixo. Faço ainda intervenções em azul:

MOÇÃO
Em reunião de 14 de novembro último o CORECON – RJ, o SINDECON e o CED, aprovaram e recomendaram a ampla divulgação da seguinte moção.
A imprensa vem criticando duramente os recém-nomeados presidente e diretor do IPEA, Márcio Pochmann e João Sicsú, pelo fato de terem dispensado quatro pesquisadores da instituição. Tendo sido essa decisão supostamente devida ao fato de serem os mesmos contrários a política econômica do Governo.
Vou me abster de comentar os erros de língua portuguesa e as grosserias de estilo. Alguns dos meus amigos mais inteligentes são economistas — um já trabalhou para este governo; não digo o nome nem debaixo de chicote. Mas os que redigiram esta “moção” são analfabetos.

Com respeito à questão, o fato a ser inicialmente sublinhado é que a mudança no comando de instituição de pesquisa oficial (e não acadêmica) traduz o desejo do Poder Público de dar nova orientação aos trabalhos da entidade. No caso em análise, a mudança no comando do IPEA traduz a nova orientação (embora ainda tímida e incompleta) do Presidente Lula no sentido de melhorar os resultados obtidos pelo Brasil em termos de desenvolvimento.
Como se vê, há o endosso cego da política oficial e o que, para mim, corresponde a uma confissão: houve mesmo expurgo; houve mesmo punição ideológica. Observem que os bravos esperam ainda mudanças. Eles acham pouco.

O Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, a criação do Ministério Extraordinário de Ações Estratégicas, com a indicação de Mangabeira Unger para comandá-lo, a nomeação de Guido Mantega para o Ministério da Fazenda e de Luciano Coutinho para o BNDES, constituem importantes corolários dessa decisão de imprimir novos rumos à economia brasileira. É, portanto, perfeitamente natural e necessário que o IPEA, órgão oficial de apoio à definição de políticas econômicas, seja comandado por dirigentes afinados com a nova orientação desejada pelo Governo. E esses dirigentes, para levarem adiante sua tarefa, devem ajustar a equipe técnica do órgão às suas novas funções.
Você pode não ter entendido direito o que vai acima, dadas a pontuação porca, a sintaxe claudicante, a vírgula entre o sujeito e o predicado etc. Mas é só um elogio do oficialismo, explicitando que o afastamento dos quatro pesquisadores faz parte de uma estratégia.

Mais grave, porém, é a alegação de que a dispensa dos quatro pesquisadores, cuja capacidade profissional e contribuição científica não se discute, teria decorrido de serem eles contra a política econômica oficial.
Observem que “grave”, para os soviéticos, não é o afastamento dos economistas, mas a leitura que se faz dela. Querem regular a interpretação da notícia. Em tempo: eles reconhecem a “capacidade profissional e contribuição científica” dos afastados...

Ora, o fato incontestável com respeito a esta,
”Com respeito a esta”??? Cadê o meu pau-de-arara estilístico?

é que os economistas brasileiros se dividem hoje entre os que aceitam, ou rejeitam, a visão neoliberal do Banco Central que, presentemente, comanda os destinos econômicos do país. Visão que concede absoluta prioridade à manutenção dos equilíbrios fundamentais (cambial, fiscal e monetário) relativamente à necessidade de incremento acelerado do PIB brasileiro. Com a conseqüência de ter sido o crescimento da economia brasileira muito inferior ao de países em condições bem menos favoráveis que as nossas para o desenvolvimento econômico.
O que essa gramática símia acima está dizendo é que o reconhecido equilíbrio cambial, fiscal e monetário impede o Brasil de crescer mais. Logo, para os valentes do Corecon (esta sigla com nome de remédio anticaspa), para crescer mais, é preciso provocar um desequilíbrio dos fundamentos... Quem sabe uma gastança ainda maior, quem sabe uma inflação maior, quem sabe a centralização do câmbio... Olhem: também tenho críticas à política econômica. Já as fiz aqui. Mas o que vai acima é um desserviço prestado àqueles que possam ter reservas técnicas à política do Banco Central. Se eu fosse Henrique Meirelles, adoraria ter críticos energúmenos como estes. Ademais, quem nomeia o presidente do BC é Luiz Inácio Lula da Silva, não Fábio Giambiagi.

Com base nesse critério, o que se pode afirmar é não terem os quatro economistas desligados do IPEA jamais se colocado firmemente (o que possivelmente seria sua obrigação) contra o conservadorismo alienante do Banco Central traduzido, entre outros fatos, nos altíssimos juros, na sobrevalorização do real e na recusa em intervir na livre movimentação do capital estrangeiro especulativo.
”Obrigação” por quê? Quer dizer que eles são proibidos de estar lotados num órgão do estado e, eventualmente, concordar com a política monetária? O que vai acima é a admissão tácita de que o Ipea pretende ser uma frente avançada de combate à política do Banco Central.

Quanto à posição dos novos dirigentes do IPEA é suficiente referirmo-nos à dois livros recentes de autoria e co-autoria de João Sicsú. Neles vamos encontrar três críticas, baseadas em impecáveis argumentações científicas, quais sejam: a) ao uso, para manter a inflação sob controle, de altíssimos juros, que paralisam a economia, e são desnecessários por existirem instrumentos alternativos, igualmente eficazes; b) a sobrevalorização do real, que está conduzindo a economia brasileira a indesejável especialização em “commodities” agrícolas e industriais e c) a liberdade, e até encorajamento, concedidos ao capital especulativo estrangeiro, o que coloca o Brasil diante do risco permanente de crises cambiais. Com respeito à taxa de câmbio, Sicsú classifica como irresponsável a aceitação de qualquer relação real/dólar inferior a 2,8.
Como a gente vê, Sicsú, sozinho, descobriu o que é bom para o Brasil. Agora dividindo o comando do Ipea com Márcio Pochmann, impõe a linha justa. Seu livro não é mais uma das leituras possíveis da economia brasileira: é uma cartilha.

Ou seja, em termos de posição a favor ou contra a política econômica oficial, é a nova direção do IPEA, e não os quatro pesquisadores dispensados, que deve ser considerada contrária à política econômica oficial, comandada pelo Banco Central.
Então deveria ser demitida segundo os mesmos critérios que levam Pochmann a afastar os quatro economistas dos quais diverge. Eis a lógica dos “economistas” que pretendem substituir os “neoliberais”. Deus me livre! Tentariam nos convencer a tomar sorvete com a testa.

É, finalmente, necessário lembrar que Márcio Pochmann e João Sicsú são unanimemente apontados como desenvolvimentistas e, portanto, visceralmente contrários a uma política econômica que já levou o país à quase três décadas de semi-estagnação.
O problema dessa gente começa na estrutura binária: basta ver como gosta de pôr crase onde não precisa e de tirar de onde precisa. “Três décadas de semi-estagnação” por causa da política econômica, que eles chamam “neoliberal”??? Então vamos ver. Teria sido o “neoliberalismo” o responsável, entre outras coisas:
- pela moratória da dívida externa, com Dílson Funaro (neoliberais, vocês sabem, gostam de calote...);
- pelo congelamento de preços do Plano Cruzado (neoliberais, vocês, sabem, odeiam o mercado...);
- pelo câmbio fixo do Plano Real (vocês sabem: neoliberais não acreditam em flutuações de mercado...).
Trata-se de asneira ditada por um misto evidente de burrice com ideologia. Depois reclamam da minha má vontade com sindicalistas e afins, essa gente que se junta em associações profissionais para defender “usdireitcho da catchiguria”. Se for trabalhador pobre, vá lá... Mas por que alguém precisa de um sindicato de economistas? Economista que presta sabe se defender sozinho, não é mesmo?

O CORECON-RJ, o SINDECON e o CED desejam e esperam que o IPEA, sob nova direção, volte a desempenhar sua tarefa básica, por muito tempo esquecida, de comandar definição de estratégia capaz de recolocar o país na trilha do crescimento acelerado.
Assinaturas:
Conselho Regional de Economia do Estado do Rio de Janeiro – Co.R.Econ-RJ
Sindicato dos Economistas do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Estudos para o Desenvolvimento
É isso aí. Assinem essa impostura. Que o documento sirva como prova da indigência técnica e política dessa gente.
Ah, sim: os valentes acima elegeram Márcio Pochmann o “economista do ano”.


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Postby mends » 30 Nov 2007, 20:05

Um caso explícito de censura na TVE, agora sob a ditadura da TV Lula
Lembram-se de Franklin Martins, o ministro da Informação e Propaganda, que disse não aceitar “aula de democracia”? Pois é. Não aceita mesmo. Nem a democracia. De novo: a TV Pública nem começou a operar, mas o terrorismo já está no ar. Atenção para o que segue.

Desde abril de 2006, o jornalista e professor (de Teoria do Jornalismo!!!) da Universidade Federal Fluminense Felipe Pena participa, toda quinta, como debatedor, do programa Espaço Público, da TVE. Há cerca de dois meses, diz ele, vinha recebendo indiretas para moderar o tom das críticas ao governo.

Ontem, a recomendação nada teve de indireta. Foi direta mesmo, na presença de três outros professores universitários, entre eles o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro. No intervalo do terceiro para o quarto blocos, a apresentadora Lúcia Leme foi ao ponto: “Felipe, maneira nas críticas ao governo. A TV Pública tá vindo aí. Eu vou ser demitida”.

E o que Felipe Pena havia dito de tão exótico?
- criticou a chantagem do governo, que suspendeu o envio do Orçamento ao Congresso para pressionar os senadores a votar a CPMF;
- o programa também debatia o desencanto dos jovens com a política. Pena observou que se surpreenderia se fosse o contrário. Como se encantar com um governo que faz acordo para salvar Renan Calheiros e que cria coisas como a TV Pública?

Ao receber a “dica” da apresentadora, Felipe Pena ficou justamente indignado. Na volta do intervalo, observou, diante dos colegas: “Você, Lúcia, não pode me pedir para moderar minhas críticas porque corre o risco de ser demitida. E não é só você. Nos corredores da TVE, todos estão com medo e evitam criticar o governo. O pior é que tudo que eu estou falando aqui será cortado na edição do programa, e o público não saberá de nada. E isso é uma TV pública". O professor tirou o microfone, levantou-se e saiu.

A gravação do programa termina 40 minutos antes de ir ao ar. O quarto bloco foi reeditado sem a resposta de Pena, é claro. Ele simplesmente desapareceu.

Atenção
Isso tudo me foi relatado pelo próprio Pena. E fico feliz que ainda existam professores em Berlim. A clima de terror já estava instalado na TVE, é bom que se diga. Nem estou demonizando a apresentadora, não. Certamente estava apenas passando adiante a pressão de que ela própria estava sendo objeto.

Eis aí. Assim nasce a TV Pública de Franklin Martins, Tereza Cruvinel e Helena Chagas — sob a chefia, evidentemente, do Tirano de Siracusa que dá plantão no Palácio do Planalto. Imaginem se algo parecido acontecesse na Rede Globo. O mundo viria abaixo.

Ninguém dá aula de democracia a Frankin Martins. Não mesmo! Com a palavra, os partidos de oposição.



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Re: RUMO À DITADURA

Postby mends » 27 Mar 2008, 08:41

A vivandeira e o destrambelhado


Ela estava ausente havia algum tempo dos vídeos. A melodia muito característica de sua voz, capaz de mexer, como diria Jefferson — o Roberto, não o Thomas —, com os nossos “instintos mais primitivos”, não se fazia ouvir havia uns bons meses. Estávamos privados de seus raciocínios complexos, da profundidade de seu pensamento, de seu temperamento naturalmente caroável, da tranqüilizadora presença de sua vocação para o diálogo e de sua retórica sempre elegante, a um só tempo técnica e contundente. Esse conjunto de características, vocês já devem imaginar, se harmonizam na senadora Ideli Salvatti (PT-SC).

Achei que esta senhora já tivesse palmilhado cada detalhe da abjeção política na CPI do Mensalão, com seu histrionismo estridente, com sua determinação de sabotar qualquer avanço nas investigações, com a sua subserviência à orientação do Planalto, evidenciando que não há no que fala e faz uma sombra mínima de individualidade. Ideli já tinha pintado o sete em comissões de investigação. Só não a tinha visto ainda como vivandeira. E ontem eu vi. Já chego lá.

Dedo em riste, ela combatia, com a fúria adequada a seu physique du role, a convocação da ministra Dilma Rosseff (Casa Civil) para explicar o dossiê elaborado pelo Planalto. Não é que a senadora apresentasse motivos. Ela nem mesmo se ocupou em defender a, vá lá, inocência de Dilma. Dizia, aos berros, com aquela voz e aqueles “erres” sempre tão excitantes, que a ministra não iria, não. E ponto final. E mandou bala: “Ela não vem pelo que representa hoje e pelo que pode representar em 2010”. No mundo de Ideli, ministros de estado, se muito poderosos, não vão a CPIs. E menos ainda aqueles que são apontados como presidenciáveis. Esta senhora, se pudesse, cassava ali uma prerrogativa do Parlamento.

Já escrevi tantas vezes, não é? CPIs se tornaram instâncias inúteis. A democracia, para que funcione a contento, supõe que os Poderes da República e seus representantes tenham um mínimo de decoro — e o PT não está absolutamente preocupado com isso. Se os demais partidos têm lá algum senso de limite, ele não tem nenhum. Os petistas queriam a comissão apenas como um tribunal de acusação do governo FHC, com o trabalho adicional feito pelo falso jornalismo investigativo, que transformaria informações do dossiê em reportagens, que, por sua vez, alimentariam a CPI. Esse era o circo. Mas VEJA acabou com a chicana. E aí foi preciso voltar à truculência de sempre.

Mas de Ideli ainda não observei o melhor. Num dado momento, combatendo a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), presidente da comissão, que insistia em convocar o general Jorge Felix, da Segurança Institucional, a petista ironizou: “E Vossa Excelência pretende chamar a polícia para trazer o general?” Entenderam a tentativa delinqüente de graça de Ideli? Em última instância, esta representante do povo perguntava quem o poder civil pensava ser para ter a audácia de convocar um fardado.

A vivandeira Ideli é, a um só tempo, a cara e a caricatura do poder petista.

Lula
Diatribes de uma senadora destrambelhada? Não! Expressão congressual da verdadeira natureza do petismo. Longe dali, em Pernambuco, o Apedeuta discurava a uma platéia reunida com dinheiro público, que alugou os ônibus. Entre os presentes, Severino Cavalcanti, ex-presidente da Câmara. Disse o Balorixá, então, entre aspas:

“Eu estou vendo um homem ali, o Severino, que foi presidente da Câmara. E ele foi eleito presidente da Câmara porque a nossa oposição queria derrotar o governo achando que o Severino ia ser contra o governo. Pois bem, elegeram o Severino. Não levou muito tempo, eles perceberam que o Severino não era oposição ao governo. Eles trataram de derrubar o Severino com a mesma facilidade que o elegeram e, certamente aquela parte da elite paulista ou do Paraná que te convidava pra fazer palestra toda semana, pra falar mal de alguns projetos, hoje, se te encontra na rua, não cumprimenta e eu continuo tendo o mesmo respeito hoje que eu tinha por você há muito tempo atrás porque a relação humana não é feita apenas de um momento”.

Mentira e delinqüência política em estado puro. O governo perdeu aquela eleição para a Presidência da Câmara porque o PT concorreu com dois candidatos: Virgílio Guimarães (MG) e Luiz Eduardo Greenhalgh (SP). Severino “não foi derrubado”, mas renunciou porque apareceu a prova do “mensalinho”, uma pensão que lhe pagava o dono de um restaurante na Câmara. O governo sempre teve uma maioria acachapante na Casa. Foi derrotado porque estava sendo chantageado pela base aliada.

Mas e daí? Lula quer-se uma espécie de novo Cristo da política — sem o rito sacrificial, é claro, que ele não está aí para sofrer, só para gozar. Sua augusta presença santifica e lava as biografias. Enquanto o aparato montado por seu partido vai se encarregando de tentar manchar a reputação dos adversário. Se preciso, com dossiês.

Há cinco anos escrevo isto, e é preciso repetir agora: o Apedeuta cobra do país um preço altíssimo pela estabilidade econômica (a que só alguns petistas se opõe, diga-se). E este preço é o permanente rebaixamento das instituições.


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Cotas na TV

Postby Danilo » 26 Apr 2008, 14:43

Entidades do setor cultural, cinematográfico e das telecomunicações entregam semana passada um manifesto em apoio ao Projeto de Lei 29/2007, cujo ponto principal é a criação de cotas para a produção audiovisual na TV por assinatura.

A ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura) lançou em dezembro de 2007 uma campanha contra o projeto de cotas, e organizaram o site http://www.liberdadenatv.com.br

O principal argumento da ABTA é o cerceamento da liberdade. Segundo a associação, o PL implicaria a “redução dramática da diversidade cultural” e seria um “flerte com a censura e controle da informação”. Se aprovada a versão do projeto que circulava na semana passada, dentro de quatro anos todo pacote de TV paga terá de oferecer no mínimo 25% de canais de conteúdo brasileiro (ou um número fixo de dez canais, para pacotes com mais de quarenta).
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Re: RUMO À DITADURA

Postby mends » 26 Apr 2008, 15:26

cara, espero que essa "linguagem jornalística" do seria, implicaria etc não seja sua...isso aqui não é jornal.

é cerceamento de liberdade, ponto final. você paga, você escolhe.
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Cotas na TV

Postby Danilo » 26 Apr 2008, 16:15

Ah, sim, o texto é a síntese do http://revistadecinema.uol.com.br/pagin ... c=1&id=560
E a ABTA também afirma que as cotas aumentariam o valor final da mensalidade da TV por assinatura.
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Re: RUMO À DITADURA

Postby tgarcia » 28 Apr 2008, 11:25

Put@ que Pariu.... não tenho outra coisa a dizer exceto isso.... :chair: :blerg:

CNT/Sensus: 50,4% são a favor do 3º mandato de Lula

ADRIANA FERNANDES - Agencia Estado
BRASÍLIA - A pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje constatou que 50,4% dos entrevistados responderam ser a favor da alteração da Constituição do País para que seja permitido um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por outro lado, 45,4% declararam serem contra a reeleição de Lula e apenas 4,3% não se posicionaram sobre o assunto. Essa foi a primeira vez que a pesquisa CNT incluiu uma pergunta sobre a possibilidade de alteração da Constituição para permitir que o presidente Lula se candidate pela terceira vez.

A pesquisa entrevistou 2 mil pessoas entre os dias 21 e 25 de abril em cinco regiões do País e 24 Estados. Tecnicamente, o resultado entre a favor e contra representa um empate, segundo o diretor do instituto Sensus, Ricardo Guedes. Ele ressaltou, no entanto, que é muito expressivo o porcentual de entrevistados que se declararam a favor da reeleição. No caso de um terceiro mandato, Lula ganharia a eleição em uma disputa com o governador do estado de São Paulo, José Serra. Lula teria 51,1% dos votos e Serra, 35,7%.
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Re: RUMO À DITADURA

Postby mends » 28 Apr 2008, 11:58

99% podem ser a favor. Democracia é o governo das Leis, não a ditadura da maioria.
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