CPI, CPI, CPI...

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby mends » 22 Sep 2006, 12:29

Renata Lo Prete

O pêndulo de Lula
O ROTEIRO se repete toda vez que petistas são apanhados em flagrante delito. Somos entupidos de relatos palacianos segundo os quais Lula estaria "muito irritado", "furioso" até, com o acontecido. No caso da montagem e compra de informações contra os tucanos, quer ver a Polícia Federal "colocar algemas" nos responsáveis.
Motivo para irritação de fato existe. Se mais não fosse, o presidente perdeu seu churrasqueiro oficial e ainda teve de enfrentar uma bateria de perguntas embaraçosas ontem no "Bom Dia Brasil".
A questão, no entanto, é saber se Lula ficaria aborrecido caso a operação -em suas palavras "abominável" e "imoral"- tivesse transcorrido em sigilo e ao final dado certo. Claro que não.
Ainda que integrantes da campanha de Aloizio Mercadante estejam enrolados até o pescoço no episódio, não pára em pé o raciocínio de que "apenas o PT de São Paulo" teria a lucrar com a eventual desmoralização de José Serra.
Não que Lula perca o sono com a perspectiva de vitória tucana no Estado. Pretende mesmo se beneficiar da rivalidade entre Serra e Aécio Neves no jogo de 2010. Mas infinitamente melhor seria uma oposição de espinha quebrada. Foi o que os compradores do dossiê e da entrevista de Luiz Antonio Vedoin à "IstoÉ" tentaram providenciar. A crônica oficiosa do humor presidencial ajuda Lula porque lhe dá a oportunidade de ser e não ser PT ao sabor de sua conveniência. No auge da crise do mensalão, ele não era.
Passado o pior da tormenta, foi voltando a ser. Mais recentemente, com a campanha em céu de brigadeiro, já se permitia afagar em público os caídos. Agora, retoma as queixas e procura se mostrar apartado "desses meninos" -como se referiu, no "Bom Dia", aos operadores do dossiê, alguns dos quais lhe são fiéis desde sempre e acima de tudo.
Trata-se, óbvio, de uma mistificação. Fale Lula quantos palavrões bem entender, em seu DNA está escrito PT-SP. Não há dissociação possível.
A outra mistificação consiste em qualificar os homens do dossiê como "trapalhões" -o problema, fica implícito, é que "fizeram tudo errado"- e não como os golpistas que na verdade são.
O tratamento condescendente cumprirá a função de facilitar a recondução "desses meninos" a suas funções, tanto subterrâneas como na churrasqueira, quando a poeira baixar e o pêndulo de Lula se mover novamente.
Num ambiente em que o jornalista responsável pela entrevista de Vedoin declara sem corar que "da minha assinatura para trás, não sei o que aconteceu", não faltarão ingênuos para comprar essa farsa, nem espertos interessados em vendê-la.



--------------------------------------------------------------------------------
RENATA LO PRETE é editora do Painel
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 23 Sep 2006, 12:21

ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ

PT queria dossiê contra PT, diz delegado
Edmilson Pereira Bruno, que prendeu dupla que comprava informações contra tucanos, fala em dossiê desaparecido

Policial negou ter sido afastado das investigações e disse que não participa mais delas porque estava de folga na segunda-feira

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado da Polícia Federal Edmilson Pereira Bruno, que prendeu o petista Valdebran Padilha e o ex-agente da PF Gedimar Passos quando negociavam um dossiê contra o PSDB, disse ontem que, na verdade, o PT estava interessado num calhamaço de 2.000 páginas com denúncias contra vários partidos, inclusive contra petistas. Esses papéis ainda não foram localizados.
"O PT estava comprando informação que envolvia todos os partidos políticos, até o próprio PT. Gedimar disse isso. Meu interesse era pegar o dossiê completo. O material que Luiz Vedoin [chefe do esquema dos sanguessugas] mandou para o PT era apenas uma isca", afirmou o delegado Bruno.
Quando as prisões foram deflagradas na semana passada, o material não estava com Vedoin. Segundo Bruno, as 2.000 páginas faziam parte do pacote negociado por R$ 2 milhões.
O pacote incluía ainda uma entrevista de Vedoin para uma revista, além de fotos e vídeos associando tucanos ao escândalo dos sanguessugas. Na última semana, a "IstoÉ" publicou entrevista em que Darci e Luiz Vedoin envolvem no esquema o candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra.
Para o delegado, um indício da importância que esse material tinha para o PT foi o fato de a negociação entre Vedoin e o ex-agente preso, que estava a serviço do partido, ter continuado na manhã de sexta-feira. Naquele momento, os dois já sabiam que a Polícia Federal havia apreendido as fitas e os vídeos contra o PSDB.

Afastado
O delegado Bruno, em entrevista coletiva na sede da PF, afirmou ontem que não foi afastado do caso na última segunda-feira, como a Folha informou ontem, mas que entrou de folga naquele dia e que, por isso, não continuou na investigação. "Não houve pressão."
Visto nos corredores da PF naquela segunda, o delegado admitiu que realmente tinha compromissos de trabalho, como recolher as fitas de vídeo do hotel Ibis, onde as prisões foram efetuadas, e depositar o dinheiro apreendido na ação.
Ele depositou os valores, mas não recebeu as fitas, que foram lacradas e enviadas diretamente para o superintendente em exercício da PF em São Paulo, Severino Alexandre.
A reportagem apurou que a entrevista do delegado Bruno foi convocada por ordem do superintendente em exercício, um dia após a Folha publicar reportagem sobre a tentativa da PF de abafar o caso do dossiê por conta do envolvimento de petistas no escândalo.
A Folha apurou ainda que o delegado que efetuou as prisões, colheu os primeiros depoimentos e apreendeu o dinheiro, foi proibido de interrogar Freud Godoy, ex-assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Godoy foi citado como o suposto "chefe" do policial preso.
O caso, por orientação do diretor-executivo da PF, Zulmar Pimentel, deveria ficar centrado no superintendente em exercício. Pimentel é hoje o homem mais cotado a assumir o comando da PF num eventual segundo mandato de Lula.
O superintendente é de confiança de Pimentel, que também tem vínculos de amizade com o policial preso.

Fora do caso
A assessoria da Polícia Federal em Brasília afirmou que o delegado Bruno "nunca foi afastado do caso porque ele nunca foi do caso" e que "todo mundo da PF conhece Gedimar". Informou que há um interesse em desgastar a imagem de Pimentel porque ele é segundo homem na hierarquia da PF. Ainda segundo a assessoria, a operação dossiê é um exemplo da isenção da PF, pois petistas foram presos.
O deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), integrante da CPI dos Sanguessugas, convocou ontem o delegado Bruno a depor na comissão sobre o afastamento dele da investigação sobre o dossiê.
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Clubes Militares criticam escândalos que atingiram o País

Postby Danilo » 23 Sep 2006, 20:10

Com ataques ao atual governo, os militares pedem atenção de todos
às próximas eleições como único meio de sanear a vida política

(matéria completa em http://www.estadao.com.br/ultimas/cidades/noticias/2006/set/23/102.htm)

Os presidentes dos três Clubes Militares divulgaram uma dura nota com críticas aos escândalos que atingiram o País, na qual advertem que "a sensação é de perigo iminente à democracia". Os oficiais da reserva que refletem um sentimento existente nos quartéis, já que os militares da ativa não podem se pronunciar sobre temas políticos, afirmam que "já se torna evidente que a corrupção não é somente um ilícito do qual se beneficiam pessoas e grupos, mas sim algo que se transformou em meio de conquista e manutenção do poder". Com ataques ao atual governo, os militares pedem atenção de todos às próximas eleições como único meio de sanear a vida política.

Na opinião dos presidentes dos clubes militares, "as demissões (ocorridas no governo), forçadas pelas circunstâncias e pelo constrangimento político, nunca foram acompanhadas de completa apuração e das punições necessárias".

---
Nota do copy-paster: xiiii...
User avatar
Danilo
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 3230
Joined: 10 Sep 2003, 22:20
Location: São Paulo

Postby mends » 25 Sep 2006, 09:09

azevedo

Suspeita: petista de dossiê fajuto usava cargo no BB para quebrar sigilo de adversários

Por Sheila D’Amorim e Ranier Bragon na Folha deste domingo: “Integrantes da CPI dos Sanguessugas desconfiam que o ex-diretor de gestão e risco do banco, Expedito Veloso, poderia ter usado o cargo que ocupava para invadir ilegalmente dados dos correntistas como forma de montar um dossiê contra a gestão do PSDB no Ministério da Saúde. A Polícia Federal deve investigar se houve envolvimento do banco. Expedito é apontado como a pessoa que alertou petistas sobre a existência de uma movimentação bancária entre a família Vedoin e o empresário Abel Pereira, ligado ao ex-ministro Barjas Negri, sucessor de José Serra na Saúde. Um dia antes de a PF prender os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha com R$ 1,7 milhão, que seria usado na negociação do dossiê contra o PSDB, Expedito comemorava contando detalhes da entrevista em que Luiz e Darci Vedoin envolviam o tucano com a máfia das ambulâncias. Em conversas por telefone, ele teria feito comentários sobre o dossiê que comprometia Serra e, ao ser questionado sobre como sabia de tantos detalhes, teria afirmado que era porque ele mesmo havia trabalhado na montagem do documento. Nesta data, a revista ‘IstoÉ’ com a entrevista dos empresários ainda não havia circulado nas bancas. ‘O PT desrespeitou o Banco do Brasil ao colocar em seus postos-chave membros do partido que trabalhavam para o partido, não para o banco’, disse Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos sub-relatores da CPI. Sampaio e Fernando Gabeira (PV-RJ) foram ontem à PF apanhar cópia dos documentos. ‘Do que ele fala, a gente pode inferir que talvez ele tenha quebrado o sigilo das contas do Abel Pereira no Banco do Brasil’, afirmou Gabeira."
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 27 Sep 2006, 09:15

azevedo

Entrada legal de dólares não implica dinheiro legal

Ser petista, hoje em dia, é jamais ter de sentir vergonha, ainda que não faltem motivos. Não é que a turma está comemorando o fato de que os dólares que pagariam o dossiê fajuto dos tucanos entraram no Brasil de forma legal? Segundo a Polícia Federal, o FBI já sabe que os US$ 248 mil foram transferidos por um Banco de Miami para outro de São Paulo. Seria uma instituição de pequeno porte sem vínculos com o Safra, BankBoston e Bradesco, de onde saíram os reais. Ok, qualquer banco que tenha casa de câmbio pode trazer dólares para o Brasil, desde que seja tudo devidamente registrado. O problema não está aí. De quem é o dinheiro? A questão nem é como entrou, mas como saiu. A quem pertencia? Numa investigação isenta, as coisas estariam mais complicadas para o PT. A suspeita é que se trate mesmo de caixa dois de campanha. Em moeda estrangeira? Depositado no exterior? Aliás, a eficiência do FBI é de fazer corar a polícia brasileira. Você passa o número de série para os homens e pimba! Já se sabe tudo. No caso do Bananão, reparem, o Coaf afirma que vai demorar muuiito tempo. Como vemos, Márcio Thomaz Bastos não quer “tumultuar” o processo eleitoral.
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 28 Sep 2006, 12:34

leia o texto e dê uma olhada nos títulos do sujeito. como se vê, opinião "isenta"... :lol:

Aparelhamento do Estado?
FÁBIO KERCHE
Comparando este governo com o anterior, não há diferenças significativas no que diz respeito à ocupação dos cargos de confiança

UMA DAS acusações que perseguem o governo Lula, reforçada por recentes acontecimentos, é que houve um aparelhamento do Estado brasileiro com a ocupação dos cargos de confiança por pessoas identificadas com o projeto vencedor nas eleições de 2002, ou seja, por petistas e aliados.
Assim, em detrimento da competência, estariam prevalecendo critérios político-partidários; no lugar de pessoas acostumadas com o trato da coisa pública, os postos seriam preenchidos por militantes ou diletantes (que, nessa lógica, seriam sinônimos).
A afirmação é repetida por parte expressiva dos políticos de oposição e por alguns colunistas e editorialistas, baseados em exceções no serviço público, e não em dados objetivos e significativos que comprovem o que eles acreditam ser uma grave denúncia: os cargos de confiança do Poder Executivo são ocupados por pessoas de confiança dos que foram escolhidos pela maioria dos eleitores para governar o país por um determinado período.
Na estrutura do Poder Executivo no Brasil, a maior parte desses cargos de livre provimento são conhecidos pela sigla DAS. Estas são acompanhadas de números, entre um e seis -quanto mais alto o escalão, mais alto o número.
O curioso é que, ao observar a origem das pessoas que ocupam esses cargos no atual governo e no anterior, chegamos a uma conclusão que desmente a acusação resumida no parágrafo anterior: não há diferenças significativas no que diz respeito à ocupação dos cargos de livre provimento.
Se não havia aparelhamento no passado, não há indicadores confiáveis de que haja nesta administração, já que os números se assemelham.
Pelos dados disponíveis ao público no site do Ministério do Planejamento, em novembro de 2001, um ano antes do final do governo FHC, 70,5% dos DAS eram ocupados por funcionários públicos de carreira. Esse percentual não se modificou significativamente de lá para cá. Em novembro de 2005, 68,9% dos cargos de confiança do governo Lula também eram ocupados por funcionários públicos concursados.
Ou seja, embora os cargos de confiança sejam de livre provimento, a grande maioria é ocupada por servidores concursados pertencentes ao quadro funcional do Estado brasileiro, mesmo nos mais altos escalões. A maioria dos DAS, na prática, funciona como uma espécie de gratificação ao funcionário público por exercer momentaneamente uma função de confiança no governo. Mais de 80% dos DAS estão na faixa de um a três. Desses, 71,5% recebem um incremento salarial na faixa de R$ 1.000 por mês, e o restante, por volta de R$ 1.500. Distante, portanto, de gratificações faraônicas, como as críticas muitas vezes indicam.
Mas nem tudo são semelhanças entre este governo e os anteriores. Desde 2005, por meio de decreto assinado pelo presidente Lula, 75% dos DAS de um a três e 50% dos DAS 4 -que, no total, representam 94,5% dos cargos de livre provimento- devem, necessariamente, ser ocupados por funcionários de carreira.
O governo limitou seu verdadeiro livre provimento -poder escolher qualquer cidadão, servidor público ou não, para ocupar um posto no governo federal- a apenas 32,5% do total de DAS na estrutura do Executivo. Dito de outra forma, o governo Lula retirou de sua absoluta discricionariedade a nomeação de mais de 13.300 cargos.
Dos 520 mil servidores públicos civis na ativa do Poder Executivo, pouco mais de 6.400, ou 1,2%, podem ser livremente indicados para servir ao governo por determinado período sem necessidade de ter passado por concurso público. Ou seja, 98,8% dos cidadãos que ocupam postos de trabalho no Poder Executivo federal são, necessariamente, funcionários públicos de carreira e passaram por concurso público.
Em qualquer democracia há cargos na estrutura do Poder Executivo que são de livre provimento -a ciência política produziu inúmeros estudos mostrando o impacto que mudanças nesses postos causam nas atuações das burocracias. Ao fim de uma eleição, o partido vitorioso indica pessoas para cargos-chave afinadas com o projeto político vencedor com vistas a executar os compromissos assumidos com os eleitores na campanha.
Negar esse direito é não querer que a população possa interferir nos rumos das políticas públicas. É negar a própria política.



--------------------------------------------------------------------------------
FÁBIO KERCHE, 35, doutor em ciência política pela USP e pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa (RJ), é assessor da presidência do BNDES.
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 30 Sep 2006, 19:08

Presidente do TSE afirma que recebeu ameaça de morte e reforçou segurança
Publicidade
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Marco Aurélio Mello, reconheceu neste sábado que recebeu ameaça de morte em mensagem enviada por e-mail, sem especificar a data da mensagem --que teria sido encaminhada neste mês. O teor do e-mail afirmava, segundo o ministro, que ele morreria se saísse às ruas.

"Na ocasião, eu deletei o e-mail para evitar o contato de meus familiares. A mensagem dizia que eu morreria", afirmou.

A segurança do presidente do TSE foi reforçada no período eleitoral diante da ameaça.

Segundo Mello, o ministro Marcio Thomaz Bastos (Justiça) colocou o governo à sua disposição para o reforço da segurança. O presidente do TSE, no entanto, optou pelo reforço montado pelo próprio tribunal, que solicitou à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal homens da Polícia Militar e da Polícia Civil.

"Eu não quis adotar sistema de proteção, mas a segurança institucional. O TSE buscou e lançou mão daqueles que no Distrito Federal nos devem segurança", ressaltou.

O ministro enfatizou que nenhuma ameaça terá força para mudar sua atuação à frente do TSE. "Eu não me sinto ameaçado e ameaça não me dobrará."

Mello evitou apontar o responsável pela ameaça. Reconheceu que vem sendo acusado por "algumas pessoas" de atuar parcialmente no TSE, acumulando a sua função de presidente do Tribunal com a de juiz --o que teria extravasado o seu campo de atuação. Mas preferiu atribuir a "apaixonados" a ameaça. "Imagino que [a ameaça] parte de uma dessas pessoas apaixonadas e não do próprio governo", disse.

Desde que o TSE decidiu abrir processo de investigação para apurar a compra do dossiê contra candidatos tucanos, ao acatar pedido protocolado pela coligação do PSDB-PFL, Mello vem sendo acusado de parcialidade no caso.

O presidente do TSE reagiu com bom-humor à ameaça e ao reforço em sua segurança pessoal. "Cheguei a receber o telefonema de um vidente me advertindo, muito embora eu acho que tenha o corpo fechado.(...) Por isso, estou com a minha liberdade cerceada."
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 11 Oct 2006, 10:44

ELIO GASPARI

Lula, de onde é que veio o dinheiro?
Alckmin repetiu platitudes desconexas, mas Nosso Guia desequilibrou-se diante do contraditório

LULA NÃO DEVE reclamar de Geraldo Alckmin. Precisa calçar as sandálias da humildade para o próximo debate, pois afogou-se na poça de platitudes de um adversário previsível, frio como papa-defunto. Alckmin tem razão: "De onde é que veio o dinheiro?" O companheiro ainda não entendeu que a falta de uma resposta a essa pergunta pode lhe custar a reeleição e um pedaço da biografia.
Lula passou os últimos quatro anos sem ouvir o contraditório. Diante dele, olho no olho, ao vivo e a cores, desconcertou-se. O peso da banda áulica no Palácio do Planalto de Nosso Guia só tem paralelo no governo do general João Figueiredo (1979-1985). A linguagem chula e a maneira destemperada como Lula trata seus colaboradores faz de Figueiredo uma carmelita. Diz o que quer e só ouve o que quer.
O entorno dos governantes isola-os das adversidades e das contraditas. O café vem como ele gosta. O assessor que carrega a toalha para enxugar o suor está sempre por perto. (Lembrai-vos do curador de almofadas para as pernas curtas do imperador etíope Hailé Selassiê.) Pode-se contar nos dedos quantas vezes um presidente é obrigado a teclar uma chamada telefônica. (Harold Wilson, primeiro-ministro inglês durante oito anos, confessou que, ao voltar à vida real, o que mais estranhou foi discar o telefone.) Alguns, como Fernando Henrique Cardoso, têm senso de humor para rir das portas que se abrem sozinhas. Outros acreditam que porta fechada é desaforo. O livro "Viagens com o presidente", dos jornalistas Leonencio Nossa e Eduardo Scolese, mostra que Lula está nessa categoria.
O companheiro vive nesse mundo encantado e, numa bela noite de domingo, vê-se diante de Geraldo Alckmin: "De onde veio o dinheiro?" Lula parecia um boxeador insultado porque o adversário o atacava. Chegou a perder uma ficha. Para quem gosta de velharia, lembrava Mohamed Ali fazendo pouco de Joe Frazier, na memorável luta de 1971. Frazier acertava-lhe o baço, o fígado e os rins. ("De onde veio o dinheiro?") Ali ria. Frazier batia. ("De onde veio o dinheiro?") A certa altura Ali tomou um daqueles socos que derrubam cavalo. Conseguiu levantar-se, mas não havia dúvida: acontecera o impossível, Ali perdera. O jogo não terminou: anos mais tarde, com a mesma tática, Ali nocauteou George Foreman.
Lula não fez o dever de casa. Alckmin não vendeu o avião do governo de São Paulo: usou-o de 2001 a 2006. A venda só ocorreu com Cláudio Lembo no Palácio dos Bandeirantes. Fechar ministérios pode ser boa idéia, mas não equilibra orçamento. É como cortar cabelo para perder peso. Falar em aumentar os investimentos cortando a corrupção avaliada pelo FMI em US$ 3,5 bilhões é retomar uma ladainha petista. Era esse o remédio que Marta Suplicy oferecia para sanear as finanças de Maluf. O bordão prometia "fechar as torneiras da corrupção".
Nosso Guia confundiu-se ao contar que barateou o preço dos computadores de consumo popular. Não conseguiu sequer falar bem de si além dos limites do "nunca neste país". O estilo deixa-comigo revelou-se desastroso. Não foi Alckmin quem bateu demais, foi Lula que não soube fazer outra coisa senão apanhar.
Faltam menos de duas semanas para a eleição: "De onde veio o dinheiro?"
Uma coisa é reeleger um presidente que não sabe de onde veio o ervanário que mercadejava o dossiê Vedoin. Muito outra é reeleger um candidato que se aborrece quando alguém lhe faz essa pergunta.
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby Danilo » 12 Oct 2006, 21:53

Mas dá ou não pra somar o tanto de dinheiro indo pelo ralo?


Questões mais avançadas:

1- Quem roubou mais desde o final do regime militar?
2- Quem fez mais pelo país (ou menor pior)?
User avatar
Danilo
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 3230
Joined: 10 Sep 2003, 22:20
Location: São Paulo

Postby mends » 15 Oct 2006, 16:57

1-comprovadamente? O lulla. sem comprovação, só "achismo"? o fernando henrique. O collor caiu rápido e o preço do sarney era 5%, segundo o mesquita, da poli.

2-o melhor presidente que o país já teve, na opinião de quem leu um pouco mais que a média em termos de história e economia, chamava-se humberto de alencar castello branco, o primeiro da ditadura.
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby Danilo » 15 Oct 2006, 17:17

E dá pra listar, pelo menos aproximadamente, por onde que foi o $$$$$?
User avatar
Danilo
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 3230
Joined: 10 Sep 2003, 22:20
Location: São Paulo

Postby mends » 15 Oct 2006, 22:52

como assim? pra suiça, cayman, campanha, cofre, compra de dossie, sede de partido, batizado de filho...
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby Danilo » 16 Oct 2006, 00:41

Pra ver mais ou menos quanto/como/quem/quando foi tanto comprovado como o pelo "achismo". Ou melhor, pra ficar mais interessante, um TOP 10 de "sacanage... robaram nóis de novo". Exemplo...

1- Mensalão: desvio de recursos públicos, concessões de benefícios indevidos a particulares em troca de dinheiro e compra de apoio político. Estimativa de X milhões de reais 'roubados'. Envolvidos dirigentes do PT, empresas controladas por Marcos Valério, e dirigentes dos Bancos Rural e BMG. Começou em 19XX.
2- Lista de Furnas. Estimativa de X milhões que teriam sido distribuidos a 156 políticos por empresas fornecedoras da última grande estatal do ramo elétrico. Envolvidos membros do PSDB, PFL, PP, PMDB... Começou em 20XX
3- Evasão de divisas, e provável lavagem de dinheiro. R$ X milhões movimentados na Suiça por Paulo Maluf. Em 19XX
4- Uso de cartões corporativos para retiradas em espécie por funcionários
da Presidência da República. Desde que Lula tomou posse (2002), as faturas do governo com cartões corporativos, sem prestação de contas ao TCU, já somaram R$ X milhões.
5- Venda de XXXX. R$ XXXX. Deputado XXXX do XXX. Em XXXX
6- Improbidade XXXXXX. R$ XXXX. Deputado XXXX do XXX. Em XXXX
7- Desvio de XXXXXX. R$ XXXX. Deputado XXXX do XXX. Em XXXX
8- Superfaturamento da XXXX. R$ XXXXX. Prefeito XXXXX, em XXXXX, XXXXX.
9- Compra de XXXX. R$ XXXX. Senador XXXX do XXXX. Em XXXX
10- Remessa de XXXXX. R$ XXXX. Governador XXXX, em XXXX, XXXXX
User avatar
Danilo
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 3230
Joined: 10 Sep 2003, 22:20
Location: São Paulo

Postby mends » 16 Oct 2006, 08:48

vai faltar espaço de armazenamento na internet...o fato é que corrupção tem em todo lugar. até bismarck, o marechal de ferro, era corrupto. poder corrompe, mas poder absoluto corrompe absolutamente, já dizia o Juarez Soares. e o pt quer o poder absoluto.

Nestepaiz, nóis é jeca, mais nóis é jóia

Tudo bem, cada um na sua. A revista Época embarcou na história de que o Aerolula representa uma economia para o Brasil. Prefiro o quadrinho publicado pela Veja — “claro, canalha, ela te paga o salário! — demonstrando que é, sim, possível construir cinco hospitais com a grana voadora do Apedeuta. E o título de um box, que está na página 37, é impagável: “Lula é pobre, mas enjoado”. Época preferiu afirmar que Alckmin fez demagogia barata sobre assunto caro quando prometeu vender o avião. Não acho. Viva a divergência! O que me parece acima ou abaixo de qualquer divergência de gosto é o texto que a revista publica na seção “Personagem da Semana”. Época resolveu recorrer, como direi?, a uma prosopopéia. O avião de Lula “fala” — isso mesmo! — em primeira pessoa, defendendo-se dos ataques, exibindo as suas qualidades, provando a sua necessidade. Até as legendas das fotos exercem o seu “eu”. Há muito tempo eu não lia nada tão cafona na chamada “grande imprensa”. Há sempre aquele momento em que alguém tem um idéia estranha, logo apoiada por uma espécie de alucinação coletiva. Deve ter sido o caso. Ah, sim: a Inglaterra, o Canadá e a Espanha, informa a Veja, não dispõem de aviões para os governantes. O PIB per capita desses países, em reais, é, respectivamente, de R$ 80.650, R$ 70.000 e R$ 54.400. Banânia, com PIB de R$ 7.420, dispõe de uma aeronave com três copas (???), suíte com chuveiro e cama de casal, sistema antimíssil e TVs de tela plana e DVDs. “Nestepaiz, nóis é jeca, mais nóis é jóia”.

R. Azevedo
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby Danilo » 16 Oct 2006, 17:43

Falta espaço não... é só o TOP 10.
User avatar
Danilo
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 3230
Joined: 10 Sep 2003, 22:20
Location: São Paulo

PreviousNext

Return to Política

Who is online

Users browsing this forum: No registered users and 0 guests

cron