A PAIXÃO DE CRISTO

Resenhas de filmes e livros que você viu e/ou leu.
Não sabe escrever uma resenha?
Então comente... ;)

Postby mends » 15 Mar 2004, 14:10

Texto publicado na ISTOÉDINHEIRO, só pra esquentar a polêmica...

Um saco de pano repleto de moedas atravessa a tela como se brotasse das cenas mais espetaculares de Matrix. Em câmera lenta, os 30 dinheiros alcançam as mãos de Judas Iscariotes, o homem que traiu Jesus. Dali para a frente, A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, exibe 2 horas e 6 minutos de açoite, perfurações, socos, pauladas e crucificação. É o filme mais violento da história do cinema. Gibson, ator e diretor holywoodiano afeito a personagens musculosos e truculentos, quase sado-masoquistas, já amealhou muito mais que 30 dinheiros e nem mesmo precisou trair suas idéias de conservador católico. Até a semana passada, as bilheterias americanas registravam US$ 213,8 milhões em apenas 12 dias de exibição. Ele mostra as 12 derradeiras horas da vida de Jesus num roteiro escrito a partir de relatos selecionados dos quatro evangelhos e reunidos numa narrativa que privilegia a tortura do Messias, poupa o governador romano Pôncio Pilatos e exagera na postura dos sacerdotes judeus e seus discípulos no episódio que definiu 2000 anos de História.


MEL GIBSON
O cineasta investiu
do próprio bolso
US$ 30
milhões
Sua conta pessoal
crescerá em
US$ 30O
milhões
Polêmico, sem dúvida, atraiu elogios dos reacionários, críticas dos católicos moderados e espanto da comunidade judaica, que o considerou anti-semita. “É cruel”, resumiu Dom Geraldo Majella Agnello, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. “É repugnante, claramente anti-semita e anti-cristão”, disse a DINHEIRO Henry Sobel, presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista. “É historicamente desonesto e moralmente irresponsável”. Majella e Sobel acompanharam uma sessão especial da Paixão de Gibson em Brasília, na semana passada, ao lado de outros 41 bispos da Igreja Católica. Muitos punham as mãos diante dos olhos nas cenas mais fortes. Terminado o encontro, pairava o silêncio de espanto. A Paixão de Cristo exige sangue frio.

O longa estréia no Brasil na próxima sexta-feira, 19, em mais de 300 salas. Traz recordes e, com eles, uma milionária movimentação da indústria cristã. Estima-se que, ao final de sua carreira, terá atraído mais de US$ 650 milhões apenas em ingressos – o que o instalaria entre as quinze produções mais vistas de todos os tempos. Como Gibson realizou o filme de modo independente, levará de 40% a 50% desse total. Enriquecerá também por conta do licenciamento de produtos que cercam o lançamento. São cartões, crucifixos, anéis, broches e até pingentes de gosto duvidoso, com pregos, réplicas daqueles utilizados para fixar Jesus na cruz de Golgota. Pelo menos 80 mil unidades dessas traquitanas já foram expedidas para as lojas americanas. O mercado dos EUA para essa família de produtos é de US$ 4,2 bilhões – terreno fértil, portanto, para os negócios de Gibson. A porcentagem destinada aos estúdios na venda de peças de merchandising varia de 9% a 15%. Induzido a comentar os “pregos-bijuteria” inspirados no martírio, um dos responsáveis pela venda dos objetos vai direto ao ponto. “Conversamos com veteranos comerciantes de artigos religiosos, e não há ofensa em comercializá-los”, diz Paul Lauer, presidente da Motive Entertainment.

Venda antecipada. Fora das salas escuras virá muito mais. Com base na explosão das bilheterias, acredita-se que as vendas em DVD e vídeo cheguem a 8 milhões de cópias ( além das piratas, que começavam a aparecer nos Estados Unidos e no México). Isso significa outros US$ 75 milhões para o diretor. “O segredo desse filme é que ele não é apenas diversão”, diz Robert Alexander, da Alexander&Associates, empresa de análise de mídia. “É também uma experiência religiosa, e muitas pessoas terão interesse em presenteá-lo ou usá-lo como peça de evangelização”. É, de alguma maneira, o que já ocorre nos Estados Unidos. Ali, algumas igrejas católicas e evangélicas distribuem convites gratuitos para o filme. Um empresário da Igreja Batista do Texas comprou US$ 42 mil em tíquetes para entregá-los gratuitamente. Em outros casos, houve exibições em salas de culto. No Brasil ainda não se atingiu esse ponto de fanatismo, mas a distribuidora no País, a UCI, já vende ingressos antecipados pela internet, recurso utilizado apenas com outros dois arrasa-quarteirões: Harry Potter e O Senhor dos Anéis.

Outra aposta certa são os livros com fotos e prefácio de Mel Gibson, vendidos a US$ 25. As prateleiras são alvo do mercado editorial religioso, inclusive no Brasil. Um dos destaques da Bienal Interna-
cional do Livro de São Paulo, de 15 a 25 de abril, é o nicho religioso – que há muito deixou de ser nicho. Dos R$ 2,1 bilhões faturados em 2002 nas livrarias brasileiras, R$ 180 milhões vieram de obras cristãs, ou 8,5% do total. É resultado do crescimento do número de evangélicos (100% durante os anos 90, segundo o mais recente censo do IBGE) mas também de profissionalização do setor. “Po-
demos atribuir a explosão de consumo à insatisfação com as respostas tradicionais e uma procura por alternativas que satis-
façam os anseios da alma”, diz Donald Price, presidente da Asso-
ciação Brasileira das Editoras Cristãs, a ABEC.

O raciocínio é louvável, mas há algo mais forte a impulsionar as caixas registradoras: o marketing. Mel Gibson é campeão nesse ambiente, a ponto de ter escolhido um ator, Jim Caviezel, com as iniciais J.C., e 33 anos de idade quando as filmagens começaram nos estúdios de Cinecittá, na Itália, no estilo claro-escuro do pintor Caravaggio. Essa saída marqueteira de Gibson é oportunismo semelhante ao do advogado e psicanalista Jacob Pinheiro Goldberg, de São Paulo, que entrou no Ministério da Justiça com pedido de proibição de A Paixão de Cristo ou a exibição apenas para maiores de 18 anos ( nos Estados Unidos, onde não há veto, ele foi classificado como “R”, recomendado a maiores de 17 anos). A alegação de Goldberg é decente mas a idéia cheira a censura. “Não é uma obra de arte, é um atentado aos direitos humanos”, defende. Sobel responde. “’É errado vetá-lo”, afirma o rabino. “Mesmo os jovens devem ter o direito de assisti-lo, porque duas horas de cinema não terminarão com décadas de proveitoso diálogo religioso entre judeus e cristãos”.

Salvação. Por trás de todo esse burburinho apaixonado há um evidente poder de atração da mais forte das marcas: o próprio Jesus Cristo e seu símbolo de sofrimento, a cruz. Não há como calcular seu valor real, mas fenômenos como o filme de Mel Gibson ajudam a entender o rótulo, para usar uma expressão aparentemente blasfema. Leandro Cruz de Paula, especialista em marketing, estudioso de marcas, faz uma série de ressalvas antes de tratar do assunto, com justo receio. Mas diz: “A Igreja Cristã praticamente inventou o marketing pessoal”, diz Leandro. “Pôs seu logotipo sempre no lugar mais alto das cidades, veio antes do McDonald's na divulgação de uma marca”. Ao longo dos séculos ela alimentou o principal atributo de JC, a salvação. Mas de tão falada, comentada e repetida, acabou se afastando do “consumidor”. A solução, descobriram os mais espertos, é colá-la à polêmica. Foi o que fizeram os membros de um agrupamento conservador americano, há cerca de dez anos, ao imprimir um pôster em que Cristo aparecia com os mesmos traços do célebre pôster de Che Guevara fotografado por Alberto Korda, numa das imagens mais reproduzidas do século XX. Mel Gibson também buscou confusão intencional em A Paixão de Cristo. Para usar um jargão do metiê, ele posicionou a marca de outra maneira. Deu certo, transformou-a em milhões de dólares, ao alimentar uma discussão milenar que agora ganha novas cores.

A indagação: o filme é anti-semita? DINHEIRO teve acesso a uma das sessões prévias. Não há, ao longo dos 126 minutos de sangue e feridas, condenação direta aos judeus – mas a seleção de Gibson dos trechos dos evangelhos, e o modo como ele os encadeia, resulta, sim, em sentimento anti-judaico. Os personagens romanos são tratados como selvagens, mas alguns deles demonstram compaixão com Jesus. Os judeus, não. Têm certezas o tempo todo diante do líder revolucionário. Pilatos vive um dilema, crucificá-lo ou não? Numa cena, ele expõe o drama pessoal a Cláudia Procles, num relato desconhecido pelos historiadores.

Nesse aspecto, como ocorre com muitos filmes “baseados em fatos reais”, foi tão inepto quanto Bruno Barreto em O Que é Isso Companheiro, ao retratar um dos torturadores como um ser humano razoável e o guerrilheiro Jonas como o pior dos homens. Gibson impõe ritmos que falsificam a morte de Jesus. Num diálogo definidor de seu trabalho, Pilatos questiona Jesus diante dos judeus: “Você não vai falar comigo? Você não sabe que tenho o poder de soltá-lo, e o poder de crucificá-lo?”. Jesus responde: “Aquele que me entregou cometeu pecado maior”. “Aquele”, segundo os textos bíblicos, é Caifás, o sacerdote hebreu, numa clara condenação à elite do Templo judaico. No meio do filme, em um instante de alta emoção, soa como se os judeus em grupo, chefiados por Caifás, fossem mais responsáveis pela morte de Jesus que os romanos. “Não é isso que milhares de anos de estudos permitem concluir”, diz Rafael Rodrigues da Silva, professor de teologia da PUC/SP.


PIRATARIA
Nos EUA e no México
as cópias ilegais já desembarcaram nas lojas de contrabandistas
O anti-semitismo é um crime, é inaceitável. Mas talvez não seja esse o problema central de A Paixão de Cristo. Gibson, fiel a suas idéias religiosas, estabelece um retrocesso em relação ao que definiu o Concílio Vaticano II em meados dos anos 60, por João XXIII e depois por Paulo VI, ao negar a culpa dos judeus e ao modernizar os ritos católicos. O filme é falado em aramaico (pelos judeus) e latim (pelos romanos). É o que se utilizava naquele tempo – mas é também um meio de Gibson defender a postura de seus pares, para quem as missas deveriam voltar a ser realizados em idiomas antigos, na contramão do que orienta o Vaticano. Ao eliminar as interpretações históricas, e ao desconsiderar o fato dos evangelhos terem sido escritos 40 anos depois do flagelo de Cristo, Gibson fez um épico fundamentalista.

Obcecado pela truculência, mergulhou o sofrimento de Jesus num ambiente de mera violência, sem idéias, sem pausas. “Ignorou o momento político, ignorou o sentido espiritual das últimas horas de Jesus e transformou a mensagem de amor numa outra, de ódio”, diz o teólogo Rodrigues da Silva. “É a violência paga pela violência”. Nada mais adequado ao mundo atual, em que o César da hora, o presidente George W. Bush, responde ao terrorismo com moeda igual. Nesse caminho, A Paixão de Mel Gibson tem tudo a ver com o atual cenário político e econômico do planeta. É o tempo da intolerância, da ausência de diálogo, das decisões unilaterais. Não foi à toa que Bush, entre seus próximos, reconheceu admirar a fita de Gibson. É o Cristo que mais lhe cabe – muito diferente daquele cabeludo, de olhos marejados, pleno de espiritualidade, transformado numa ópera-rock dos anos 70, tempo em que os Estados Unidos saíam humilhados do Vietnã, Nixon afundava no escândalo de Watergate e o dólar sofria com a crise do petróleo. A Paixão de Cristo é poderoso e perigoso – mas serve também de espelho para o tempo em que vivemos.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 16 Mar 2004, 20:42

EM NOME DE DEUS
Nas telas, a morte de Jesus rende polêmica e milhões de dólares. Nas livrarias, a tese de que Moisés não existiu gera pouca comoção.

Por Maurício Stycer

CONFIRA NA EDIÇÃO IMPRESSA:

QUATRO MIL ANOS DE IMAGINAÇÃO
Arqueólogo de Israel demonstra que grande parte da Bíblia é pura ficção. Por Antonio Luiz M. C. Costa

ENCHARCADO NO SANGUE DE JESUS
A Paixão de Cristo filia-se à tradição dos filmes de terror, como O Massacre da Serra Elétrica. Por Mark Kermode, do The Observer

São dois tiros de canhão, disparados de locais e em momentos diferentes, mas que alcançam o Brasil quase ao mesmo tempo. Em plena Quaresma, estréia A Paixão de Cristo, o filme de Mel Gibson que relata as últimas 12 horas da vida de Jesus de uma perspectiva que está causando espanto entre cristãos e protestos entre judeus. Desde o Natal nas livrarias, A Bíblia Não Tinha Razão, escrito pelo arqueólogo israelense Israel Finkelstein, em parceria com o historiador belga Neil Ascher Silberman, afirma categoricamente que Abraão e Moisés, entre outras figuras de proa do Velho Testamento, simplesmente não existiram.

Antes mesmo da estréia, na sexta-feira 19 – com 300 cópias, padrão de megalançamento –, A Paixão de Cristo já provoca discussões no País. Como ocorreu nos Estados Unidos, o debate, de fundo teológico, tem sido estimulado por uma bem urdida campanha de marketing.

Do ponto de vista de Hollywood, os resultados são impressionantes. Com um custo de produção de US$ 30 milhões, mais gastos estimados de US$ 15 milhões em promoção, o filme arrecadou, nas suas duas primeiras semanas nos Estados Unidos, cerca de US$ 223 milhões. Já é a 41º bilheteria da história.


Cores fortes.
Gibson diz que seu filme apresenta “a versão exata” dos fatos. Para os judeus, A Paixão de Cristo destila anti-semitismo


Do ponto de vista da fé, A Paixão de Cristo vem provocando polêmica no Ocidente por expor uma ferida que muitos julgavam, erradamente, estar cicatrizada. O filme trata dos episódios da vida de Jesus, a partir do momento em que é preso, no Jardim do Getsêmani, até a crucificação, com direito a flash-backs sobre fatos que antecederam o desfecho da história.

Católico integrista, Mel Gibson pertence a uma corrente ortodoxa da Igreja que rejeita as mudanças litúrgicas introduzidas pelo Concílio Vaticano II, na década de 60, como a celebração da missa na língua dos fiéis (e não em latim) e a exclusão da oração final do ritual litúrgico, na qual os católicos rezavam pela conversão “pro perfidis judaeis” (“dos pérfidos judeus” ou, numa tradução mais generosa, dos “infiéis judeus”).

O filme que dirigiu é falado principalmente em latim e aramaico (a língua dos judeus de então na Palestina). Gibson o defende como “a versão exata” dos fatos, tais como estão narrados no Novo Testamento. Segundo a tradição, dos quatro Evangelhos, apenas um, o escrito por João, é de autoria de um contemporâneo de Jesus. Os textos surgiram entre 40 e 80 anos após os eventos.

Na versão abraçada por Gibson, os judeus e Caifás, seu supremo sacerdote, são os vilões da história – o povo por seu papel como instigador da morte e Caifás pela responsabilidade de exigir a condenação de Jesus. Pôncio Pilatos, como no Novo Testamento, é apresentado no filme como um governante indeciso e bem-intencionado, que lava as mãos e atende ao desejo dos judeus.

A doutrina do deicídio é considerada a fonte primária que alimentou – e ainda alimenta – o anti-semitismo cristão. Foi uma acusação, lembra o rabino Henry Sobel, “repetida ad nauseum, por cruzados, inquisidores, alguns papas, reis e, no século XX, pelos nazistas”.

Para Sobel, assim como para outros judeus que já viram o filme, ou leram a respeito, A Paixão de Cristo incomoda por ignorar que o papa João XXIII, em 1965, como resultado do Concílio Vaticano II, divulgou uma famosa declaração, a Nostra Aetate, na qual procura relativizar o papel dos judeus no episódio. Em um de seus trechos mais significativos, o documento afirma:
– Ainda que as autoridades judaicas, com seus sequazes, tenham determinado a morte de Cristo, o que se passou durante a sua paixão não se pode atribuir nem indistintamente a todos os judeus de então nem aos judeus de nosso tempo. Ainda que a Igreja seja o novo povo de Deus, não devemos apresentar os judeus nem como rejeitados por Deus nem como malditos, como se tais qualificações constassem da Sagrada Escritura.

Basta lembrar da Inquisição para entender a gravidade desse reconhecimento do Vaticano e também do que se segue em outra passagem da Nostra Aetate:
– A Igreja reprova todas as perseguições contra quaisquer homens que sejam, não esquecendo o patrimônio que ela tem em comum com os judeus, e movida não por motivos políticos, mas pela caridade religiosa do Evangelho, deplora os ódios, as perseguições e todas as manifestações de anti-semitismo que, seja quem for, dirigiu contra os judeus em qualquer época.


Sessão privê.
Majella e Sobel: visões distintas sobre o filme


O rabino Nilton Bonder, autor de inúmeros livros em que mistura filosofia, religião e doses de auto-ajuda (A Cabala da Comida, A Cabala do Dinheiro), considera esse documento um marco nas relações entre judeus e cristãos:
– Sem ter que mexer teologicamente na base da tradição cristã, eles souberam reconhecer que as tonalidades vingativas, que apresentam os aspectos mais violentos daquele episódio, não têm nada a contribuir às relações entre as religiões e à mensagem do mundo cristão. Ao declarar que os judeus não eram responsáveis pela morte de Jesus, João XXIII fez um reconhecimento de que a violência que havia ocorrido na Europa tinha fundo nessas mensagens subliminares que a tradição cristã passava.

Bonder se surpreende, por isso, com a pequena repercussão que o filme de Gibson tem encontrado junto à cúpula da Igreja Católica:
– Acho que os católicos são os mais atingidos. Utilizar a tradição cristã de maneira mercadológica e mesmo ideológica, com violência e maniqueísmo, me parece um retrocesso – um retrocesso que deveria incomodar principalmente os cristãos, pelo uso que o filme faz dessa história que é fundadora para a tradição cristã.

Reunidos a portas fechadas desde a segunda-feira 9, em Brasília, os 41 bispos que integram o Conselho Permanente da CNBB encontraram, na noite do dia 10, uma brecha na agenda – que discutia o tema “Eleição e reforma política” – para assistir ao filme em um shopping center na cidade.

O convite para a pré-estréia foi feito pela empresa que adquiriu de Mel Gibson os direitos de distribuição, a americana Fox – e estendeu-se, também, ao rabino Sobel, o mais conhecido representante da comunidade judaica no Brasil.

Como ocorreu em outros países do mundo, onde a Fox e a Icon Productions, de Gibson, promoveram sessões desse tipo, exclusivamente para autoridades religiosas, a sessão privê para os bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ajudou a alimentar a controvérsia a respeito do filme.

Solicitado a dar esclarecimentos a respeito dessa estratégia de marketing, o diretor da Fox no Brasil, Marcos Oliveira, não quis se manifestar. (Em tempo: Oliveira também evitou explicar por que CartaCapital não foi convidada, diferentemente do que sempre ocorre com os lançamentos da empresa, a uma sessão para jornalistas que trabalham em revistas semanais.)

A habilidosa campanha de marketing incluiu, involuntariamente, até o papa João Paulo II. Desde dezembro de 2003, órgãos de imprensa de todo o planeta reproduziram a informação, passada por “fontes do Vaticano”, de que o papa havia assistido ao filme e gostado do que viu. “É como foi”, teria sido a sua declaração.


Vaticano.
João Paulo II viu o filme, mas não se sabe o que achou


Depois de semanas sem desmentir ou confirmar a veracidade dessa informação, o Vaticano finalmente se manifestou, por meio do arcebispo Stanislaw Dziwisz, secretário particular do papa, que declarou: “O Santo Padre não revelou a ninguém sua opinião sobre esse filme”.

Já dom Geraldo Majella, presidente da CNBB, à saída do shopping, em Brasília, declarou-se “chocado” com o que acabara de ver, classificou o filme como “cruel” (O Estado de S.Paulo) ou “terrivelmente cruel” (Folha de S.Paulo) e admitiu (Estadão): “Quem produziu o filme tem interesse de fazer a propaganda para que tenham muitos que vão assistir”.

Antes de dizer que não considera A Paixão de Cristo um filme anti-semita, Majella ouviu o rabino Henry Sobel dizer aos jornalistas: “Minha preocupação é que anti-semitas possam usar o filme para recriar a ficção que justifique o preconceito contra judeus”. E então o presidente da CNBB afirmou: “Não se pode tirar essa conclusão de modo nenhum”.

Escaldada pelo ressurgimento do anti-semitismo na Europa, a opinião de Sobel reflete a preocupação de outros líderes da comunidade judaica. Para eles, A Paixão de Cristo, pelo retrato em cores gritantes que pinta de Caifás e seus sequazes, pode terminar passando uma mensagem enviesada, levando o espectador a entender que a culpa pela morte de Jesus é dos judeus, em geral. Fala o rabino Sobel:
– Todo roteirista e diretor de cinema, como todo artista e escritor, projetam em seu trabalho a sua visão pessoal. Isso é natural. O que é errado, ao meu ver, é induzir o espectador a acreditar que aquilo que ele está vendo na tela, aquele retrato subjetivo, corresponde à verdade histórica. O filme tem um impacto cinematográfico muito forte.

É possível suspeitar que, entre o marketing e a fé, o debate tenha ganhado mais combustível do que merece. Parece difícil imaginar que alguém possa se tornar anti-semita depois de ver um filme sobre a vida de Cristo.

Diferentemente do filme de Mel Gibson, o livro do arqueólogo Israel Finkelstein, A Bíblia Não Tinha Razão, ainda não causou grande comoção no Brasil. Desde o seu lançamento, no Natal de 2003, vendeu apenas 2 mil exemplares, apesar das importantes revelações nele contidas. Talvez porque, para os teólogos, a constatação histórica da inexistência de Abraão ou Moisés, ou do papel menos importante que teriam tido Davi ou Salomão, introduza um problema de natureza que eles não estão dispostos a discutir. Como diz o rabino Bonder:
– Eu acredito que esses fatos aconteceram. Não sei se eles foram exatamente como estão descritos, no sentido histórico. Mas no sentido da vivência das pessoas, que é o mais importante... A Bíblia não tem a intenção de ocupar o lugar de um livro histórico. São ensinamentos que estão calcados numa representação de fatos da memória de um povo.

Enquanto o rabino Sobel prefere não discutir o assunto (“Conheço, mas não li o livro”), Bonder parece não se abalar com A Biblia Não Tinha Razão:
– Dizer “não existiu” é uma coisa muito forte. São figuras arquetípicas. Provavelmente, Abraão existiu, sim. Esse homem, arquetipicamente, existiu, sim. É uma memória, que é passada. E não há uma pretensão de funcionar como um livro de base arqueológica e histórica.

Na visão do padre Ivo Storniolo, tradutor de livros da Bíblia, o impacto de um livro como o de Finkelstein deve ser relativizado:
– É óbvio que um livro (na verdade, uma biblioteca) como a Bíblia, escrito de 2 mil a 3 mil anos atrás, está muito longe no passado e exige toda a mediação de muitas ciências para ser compreendido sensata e corretamente. O trabalho que a ciência faz é uma ajuda para a fé e não o contrário. O problema é uma fé que permaneceu no estágio infantil – uma espécie de atitude encantada dentro de um mundo encantado. Para quem aprofundou a fé, torna-se muito claro que a fé é um passo sempre à frente de tudo o que é visível e já foi verificado e, mais ainda, de tudo o que ainda poderá ser verificado.

Para Storniolo, a ciência ajuda a fé. Ou seja:
– A ciência nos liberta para compreender o verdadeiro objeto da fé, que é o passo à frente, um passo no escuro do desconhecido, mas um passo que dá a verdadeira sensação de sermos o que somos: seres abertos para o Absoluto.

Da mesma forma que Mel Gibson dificilmente terá o poder de provocar uma onda de anti-semitismo, parece improvável alguém perder as suas convicções religiosas depois de ler – ou, ao menos, tomar conhecimento – das revelações de A Bíblia Não Tinha Razão.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 22 Mar 2004, 23:13

Não, ainda não assisti - pretendo fazê-lo no fim de semana - mas o caso é que deu no saco a pergunta básica: o filme é anti-semita?
Minha resposta básica: FODA-SE!
Minha resposta elaborada:

"Eu sou eu e minha circunstância" - Ortega y Gasset. Ninguém é em si. O homem se afirma como tal levando em conta o seu contexto.

Primeiro: o anti-semitismo, como a beleza, está nos olhos de quem vê. Minha impressão é de que quem procurar anti-semitismo, vai achar. Há críticos que acharam o filme anti-cristão.
Por outro lado, como o homem é o homem+o seu contexto, se Mel Gibson é ortodoxo, o filme será ortodoxo! E não há mal nenhum nisso! Não existe ciência puramente objetiva - Dahendorf escreveu sobre isso - na medida que, em uma pesquisa, a simples escolha de um cenário/objetivo/conjunto de evidências em detrimento de qualquer outra combinação linear é feita tendo por base o filtro moral/cultural/ideológico do pesquisador. Se ciência é assim, o que não dizer de arte? pois o filme, nesse sentido, é arte. É a expressão do artista. É o que ele vê. Porque a arte deve ser objetiva? Foda-se o objetivismo! Objetivismo é uma camisa-de-força e, em última análise, um mecanismo de controle!

e já aviso que vou ver o filme procurando referências satanistas, pra tentar provar que Mel Guibisson é A besta, e não apenas UMA besta. :lol:
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 24 Mar 2004, 14:52

GIBA UM:

Resumo da ópera
Jornalista e professor de Teologia e Ciência de Religião da PUC, Jorge Cláudio Ribeiro, resume o lado polêmico gerado pelo filme Paixão de Cristo , de Mel Gibson: "Quem queria se livrar de Jesus era mesmo uma parte da elite dos judeus da época, encabeçada por Caifás, que viu ameaçados seus negócios dentro do templo. Jesus, para os romanos, na época, não significava literalmente nada".

PITACOS:

1 - Crucificação é pena romana pra subversão MILITAR, golpe de Estado. É só ler QUALQUER livro de Direito Romano. Ponto. Jesus podia não significar nada, mas, ao procurar cumprir as profecias - e abordagem aqui é conhecer as profecias e cumpri-las, legitimando-se como Messias - palavra que, inclusive, como já escreveram vários estudiosos cristãos sérios, tem um significado SECULAR, de líder e libertador político, herdeiro de Davi - e liderar o povo. Em algum momento, Jesus fraquejou, segundo alguns, revelou que seu ministério era espiritual, segundo outros, e foi entregue por Judas, o Sicário (ou Iscariostes). Sicários eram os terroristas extremistas da época. Se Jesus fraquejou, Judas queria que, com a delação, ele retomasse seu caminho (ver História Viva no. 1, artigo dum professor da Sorbonne). Judas pode não ter entendido o caráter espiritual do ministério, mas se assumirmos isso como verdade, teremos que flertar com a possibilidade de Jesus ter sido um asceta (ao dicionário) essênio, fato que nenhum historiador leva, hoje, em consideração, após a tradução completa dos Manuscritos de Nag Hamadi (ou do Mar Morto). Há alguns malucos, como os caras do Prelado de Sion (que defendem que Jesus teve descendentes e morreu no Sul da França aos oitenta anos - provavelmente encharcado de vinho... :lol: ) que dizem que a crucificação foi uma farsa, Jesus desceu vivo da cruz (ou a crucificação terminou com um suborno ao legionário: uma pessoa demora de dois a trÊs dias pra morrer na cruz, afogado - sim, afogado, por acúmulo de líquido no pulmão - e Jesus, ainda segundo os Evangelhos, foi tirado da cruz após seis horas), foi tratado de seus ferimentos e reapareceu depois de três dias. De qualquer forma, foram os ROMANOS que crucificaram Jesus. Ponto e Ponto.
2 - Judeus não têm pena de morte. A única, apedrejamento, SEMPRE era comutada por multas (ver OS JUDEUS, O DINHEIRO E O MUNDO), porque o judeu acredita que o dinheiro é o substituto por excelência da violência - não por acso, em aramaico e em hebraico, dinheiro e sangue tem a mesma fonética. Por mais que a "elite" judaica quisesse a cabeça de Jesus, ele seria depenado nuns caraminguá. E aliás, parentese para a origem de Jesus: como um descendente da casa de Davi era um simples carpinteiro?
3 - o comércio no templo tem um papel controverso nessa discussão: a classe dos sacerdotes - da qual Jesus fazia parte, pois qualquer leitura dos Evangelhos faz com que vc se depare com a palavra Rabi - era mantida com impostos, e não com o comércio do templo, que era sazonal e servia como desova da produção dos pequenos e raros proprietários rurais, pois o judeu, já nessa época - ainda mais depois das diásporas, a partir da queda de Massada em 70 d.C (ou Era Comum pros judeus) - procurava não manter recursos imobilizados.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby Danilo » 28 Mar 2004, 16:14

Pra não deixar o Mendonça sozinho neste tópico, cito o Veríssimo (Estadão de hoje, 28/março):

Aliás, dizem que o próximo filme do Mel Gibson vai ser sobre a Joana d´Arc - mas só a parte final, do começo do cozimento até ela ficar pronta. Outro sucesso garantido entre o público religioso.
User avatar
Danilo
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 3230
Joined: 10 Sep 2003, 22:20
Location: São Paulo

Postby mends » 29 Mar 2004, 09:39

FINALMENTE ASSISTI AO FILME....e o que tenho a dizer é: quid est veritas?

O que á a verdade? Essa é a pergunta que fica na sua cabeça quando vvc sai do filme. Ainda não consegui organizar um pensamento coerente sobre o que vi, tenho só impressões. A indagação sobre a natureza da verdade é o problema filosófico por natureza - e nesse sentido matrix é filosófico, uma vez que a filosofia começa com as indagações.
Bom, voltando ao Mel Gibson, e sobre o próprio, dá pra sair do filme com duas impressões distintas:
1 - Achar o cara um BOM cineasta, que foi o meu caso: fotografia belíssima, tomadas belíssimas, edição primorosa, blábláblá;
2 - Achar o cara um manipuladorzinho fascista e barato, e sair com muita, mas muita raiva do filme, que foi o caso da Karina. Nas palavras dela, ela se sentiu humilhada por ter sido usada pelo cara. O filme é tão violento, mas tão violento - e é mesmo - que qualquer história iria te emocionar, machucar, impressionar. Não precisaria ser Jesus. É a diferença do quadro do Mickey Blue Eyes, o filme com o Hugh Grant: quando o "cunhado" do Grant quer vender um quadro na casa de leilão, que é dirigida pelo Hugh - o cunhado é mafioso - e mostra um quadro com um monte de cara morto, ou a exposição de cadáveres daquele artista plástico alemão. É arte? Aquilo eu acho que não, o filme eu achei que é. A Karina achou tudo manipulação barata e nojenta, nada disso é arte. Choca esteticamente e só.
Pegando essas duas impressões, é o seguinte: a gente vai no cinema pra se divertir ou pra pensar, mas a sensação que você tira do filme não é certamente divertimento, e o pensamento fica em segundo plano. É angústia o tempo inteiro, nojo, raiva, nesse sentido vc é manipulado mesmo. Eu mesmo me peguei chorando :gay: na hora da via-crúcis, quando Maria vai ajudar Jesus. Mas será que arte não é isso? Aflorar em vc algo que vc não sabe que existe, no meu caso, o "proto-cristão" que Michael Foucault acha que existe em todos os ocidentais, qualquer que seja sua religião, devido à influência histórico-cultural. E o pensamento não se esvai por completo depois, uma vez que o questionamento que vem é "pra onde foi a transcendência" da nossa vida quando a gente sai em busca da "verdade" histórica e passa a negar o resto. Quid est veritas?
Como havia dito antes, sobre vc ver o que vc quiser no filme - gestalt - o filme não é nem um pouco anti-semita. Não é mesmo: Maria pronuncia uma oração judaica quando os soldados estão invadindo casa na cidade em busca de quórum pra levar Jesus a Pilatos, oração esta pronunciada como abertura do Pessach, o que acentua o óbvio, que Jesus era judeu. O homem que ajuda Jesus a carregar sua cruz é "xingado" pelos romanos de judeu, que se comportam o tempo todo como se imagina que eram: invasores bárbaros. A via crúcis é acompanhada por uma multidão que sofre com Jesus, e aí vc se questiona como essa multidão poderia ter pedido a cabeça do cara, e fica muito fácil racionalizar a visão de Jesus não mística, não transcendente, como chefe de revolta condenado, e adorado pelo povo.
Em suma, é um filme que deve ser assistido, é uma experiência diferente. Uma última curiosidade, além das já manjadas do Jim Caviezel (JC) ter trinta e três anos (e ser bom ator!): Maria Madalena é a Monica Bellucci (ponha os l´s e os c´s onde quiser), que era a esposa do Merovingio em Matrix. Aqueles malucos que citei em outro post, do Prelado de Sion, diziam que os reis merovingios descendem do casal Jesus-Maria Madalena...
é isso.

:mends:
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby Aldo » 29 Mar 2004, 13:13

Chorou no filme, nega?
Flag nele! :gay:
Aflorar em vc algo que vc não sabe que existe. Cuidado com suas descobertas, hein mona
Flag again! :gay:
Monica Belucci é muito gostosa, chupava-lhe até ela gozar na minha lingua
Ave Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores...amém
E o Danilo está feliz pq está com zero flags no ano e só por isso
Flag nele! :gay:
User avatar
Aldo
Saidero GoldMember
Saidero GoldMember
 
Posts: 1162
Joined: 16 Sep 2003, 08:19
Location: OZ

Postby mends » 29 Mar 2004, 17:03

Devo lembrar a todos que no teste de nivel de boiolagem da Saidera, meu indice de bichisse foi o menor de todos, com ínfimos 15%. :lol:
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby vitormorg » 29 Mar 2004, 17:52

e parafraseando :

VC ACREDITA EM TESTES :P

hahaha

e por sinal, considerando recentes fotos :gay: O AF sabe o que é boiolagem...
:lol:
User avatar
vitormorg
Saidero
Saidero
 
Posts: 220
Joined: 25 Sep 2003, 08:23

Postby telles » 29 Mar 2004, 18:03

Concordo,

Se alguem aqui tem a moral com os :gay: é o AF
Telles

Conheça aqui a Vergonha Nacional
User avatar
telles
Saidero GoldMember
Saidero GoldMember
 
Posts: 1142
Joined: 10 Sep 2003, 19:47
Location: With Six Are Underground

Postby Aldo » 29 Mar 2004, 18:27

Acreditar em teste
Flag again
ficar prestando muita atenção a mim
Flag para o Vitor e para o Fabrisss

AF,
Expremendo cada minima expressao de boiolismo dos outros para não ser considerado o mais gay da saidera
Droga: Flag pra mim
User avatar
Aldo
Saidero GoldMember
Saidero GoldMember
 
Posts: 1162
Joined: 16 Sep 2003, 08:19
Location: OZ

Postby vitormorg » 29 Mar 2004, 19:48

AF relaxa que para vc não precisa de mais FLAG :gay: com as fotos vc já ultrapassou os limites de flags dantes conhecidos... :D
User avatar
vitormorg
Saidero
Saidero
 
Posts: 220
Joined: 25 Sep 2003, 08:23

Postby telles » 29 Mar 2004, 22:04

Desse jeito vai faltar flag!! Uiiiiii :gay:
Telles

Conheça aqui a Vergonha Nacional
User avatar
telles
Saidero GoldMember
Saidero GoldMember
 
Posts: 1142
Joined: 10 Sep 2003, 19:47
Location: With Six Are Underground

Postby mends » 30 Mar 2004, 09:17

preocupada, mona?
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby Aldo » 30 Mar 2004, 12:09

Ok pessoal, basta!
Tipo assim, vcs me chamando de boiola passa, eu até gosto, ui!!!
Mas quanto mais se escreve aqui, mais se vê que o Saidero Médio Ideal tem uma grande tendencia a desmunhecar, soltar a franga, sair do armário e isso tudo muito me preocupa.
Além do mais o Mininim tem andado todo tristim que ninguem mais implica com seus trejeitos, posto que, todos nessa comunidade têm agido de forma, digamos, bastante peculiar.
AF
Um baitola preocupado
E já que é pra falar do filme:
Essa Monica Belucci é muito gostosa...Que Deus a conserve assim
User avatar
Aldo
Saidero GoldMember
Saidero GoldMember
 
Posts: 1162
Joined: 16 Sep 2003, 08:19
Location: OZ

Next

Return to Cultura

Users browsing this forum: No registered users and 0 guests