Religião

Fale sobre qualquer coisa aqui!
(Insanidades, curiosidades, mulheres, design, e outros blábláblás...)

Religião

Postby Danilo » 20 Jul 2004, 14:44

Lendo um livro emprestado do clã Mendonça sobre Matrix achei uma coisa interessante sobre religião. Mais exatamente sobre pluralismo religioso.

"O que exatamente é pluralismo religioso? (...) Uma família de teorias relaciondas.
Quatro principais variedades de pluralismo religioso podem ser distinguidas:
- Pluralismo extremo: todas as crenças religiosas são igualmente válidas e verdadeiras;
- Pluralismo dos ensinamentos fundamentais: os ensinamentos essenciais de todas as principais religiões são verdadeiros;
- Pluralismo de cafeteria: a verdade religiosa está numa mistura de crenças extraídas de muitas religiões diferentes;
- Pluralismo transcendental: todas as principais religiões religiosas estão em contato com a mesma realidade Divina suprema, mas essa realidade é experimentada e conceituada de maneiras diferentes dentro dessas várias religiões."

Todas as opções são meio contraditórias ou incoerentes. Mas a última chega a ser razoável...

"... é arbritário afrimar que uma religião é substancialmente verdadeira enquanto outras estão gravemente erradas."

Então chego a conclusão que eu sou cristão apostólico romano não praticante com certa tendência ao pluralismo transcendental.
User avatar
Danilo
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 3230
Joined: 10 Sep 2003, 22:20
Location: São Paulo

Postby mends » 20 Jul 2004, 15:13

o livrinho ruim, hein! "religiões religiosas"? Ainda bem que foi meu irmão quem leu e te emprestou.... :lol:
Na verdade, é arbitrário fazer qualquer uma das afirmações. Provar Deus está além da linguagem humana. Simples. Vc não pode provar que Existe, e também não consegue provar o contrário. O que é interessante é ver, por exemplo, algumas crenças de religiões como o bramanismo sendo retomadas como insights de teorias científicas, como o caso do Universo cíclico.
É arbitrário também, mas pra mim é mais "próximo", afirmar que Deus é uma construção cultural "primeva", A superestrutura, que deriva toda a idéia do que é ser humano. O homem teve que "criar" Deus pra se relacionar com a Natureza e adaptou esse conceito a diversos momentos históricos.
Mas gostaria de deixar bem claro que não sou materialista nem agnóstico, muito menos ateu. Acredito na existência de uma consciência superior, acho que Ela inclusive se manifesta: é interessante notar certos padrões de comportamento, abstração e desenvolvimento das idéias da humanidade em locais que nunca tiveram contato entre si, que estão absolutamente distantes no espaço tempo. Uma delas é a própria "necessidade" de Deus, que ocorreu pro Cro Magnon e pro indio americano, pro esquimó. Mas, e aqui não quero ofender ninguém, não me identifico com nenhuma religião organizada, simplesmente pq as religiões-instituições são, e aqui não há arbitrariedade, expressões de organização humana, com tudo de bom e de ruim que isso acarreta. Não acredito na Palavra Revelada, simplesmente porque acredito que nenhum homem mereça estar, ou possa arrogar-se, mais próximo de Deus que outro.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby Danilo » 20 Jul 2004, 16:12

O livro só explica rapidamente o que é pluralismo religoso. E o critica. Fala que é utilizado no filme Matrix: "...funciona relativamente bem como arte, como um exercício em criação (ou trama) de mitos conteporâneos".

O que eu concordei, e você também pelo seu post, é que, exatamente a objeção pluralista ao exclusivismo, istó é, não concordar que há alguém humano que possa provar que sua religião é a certa e a única salvação. "Quem acredita nisso alega ter privilégios epistêmicos em relação a pessoas de outras crenças... dizer isso, objeta-se, é exibir um tipo de arrogância intelectual ou coisa pior".

Mas no fim, esse argumento põe as próprias várias formas de pluralismo por água a baixo. O que é útil é saber que nada se sabe com certeza.
:shy:
User avatar
Danilo
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 3230
Joined: 10 Sep 2003, 22:20
Location: São Paulo

Postby mends » 20 Jul 2004, 16:30

Sócrates já dizia: "só sei que nada sei". ;)
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Viagem à Turquia

Postby Danilo » 30 Nov 2006, 12:53

Na Turquia, Bento XVI pede unidade entre cristãos

O papa Bento XVI classificou a divisão dos cristãos como um "escândalo mundial" e convidou os fiéis europeus para se unirem em uma cerimônia celebrada nesta quinta-feira, ao lado do líder dos cristãos ortodoxos, Patriarca Bartolomeu I, em Istambul. "A cisão entre o povo cristão é um escândalo para o mundo", disse o papa. Para chegar à Igreja de St. George, em Istambul, Bento XVI foi acompanhado por policiais, que montaram um dos maiores esquemas de segurança da história da Turquia.

Durante a cerimônia, o papa enviou uma mensagem a todos os cristãos, dizendo que "a Europa deve renovar sua consciência cristã, buscando suas raízes, tradições e valores com mais vitalidade". Ele também lembrou como a fé está ligada à ciência, à razão e às tradições intelectuais, desde a Grécia antiga.

O papa ainda pediu aos líderes de todo o mundo que "respeitem a liberdade religiosa como um direito básico do ser humano". Bento XIV faz sua primeira visita como papa a uma nação predominantemente muçulmana, em busca daquilo que o Vaticano classificou como "reciprocidade" por parte dos muçulmanos. Um dos grandes desafios de seu jovem papado é buscar a unidade do Cristianismo, que foi dividido há cerca de mil anos, por causa, inclusive, de disputas a respeito da autoridade papal.

O papa evitou mencionar o Islã, após rezar ao lado de Bartolomeu I, na Igreja de St. George, em Istambul - cidade que, sob o nome de Constantinopla, foi a capital do império cristão bizantino até 1453. A visita do papa à região está programada para terminar nesta sexta-feira. Na quarta, em um suposto manifesto da Al-Qaeda, a viagem de Bento XVI foi classificada como parte de uma "cruzada" contra o Islã.

(estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias)
User avatar
Danilo
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 3230
Joined: 10 Sep 2003, 22:20
Location: São Paulo

Postby mends » 07 Dec 2006, 08:00

Religious Order
Runs Drug Lab
For Cures, Ethics
By STACY MEICHTRY
December 7, 2006; Page B1

ROME -- The Rev. Franco Decaminada isn't a typical pharmaceutical-industry executive: He works in a palazzo owned by the Vatican, speaks in Gospel metaphors and has taken a religious vow of poverty.

But two years ago, Father Decaminada, a priest and chief financial officer of the Roman Catholic religious order Congregation of the Children of the Immaculate Conception, engineered the acquisition from Pfizer Inc. of a leading Italian biotechnology lab outside Milan specializing in cancer-drug research. The Congregation has rechristened the lab Nerviano Medical Science, or NMS, and has signed drug-development deals totaling more than $400 million with Pfizer and Bristol-Myers Squibb Co.

Earlier this month, NMS took an important step toward developing a commercially viable drug when it began Phase II trials on around 300 people for its top drug candidate -- an Aurora inhibitor, a molecule that targets the reproductive mechanisms of cancer cells. The Aurora inhibitor recently became the first of its kind to complete Phase I clinical testing.

Behind the religious order's acquisition is an unorthodox plan: If it becomes a successful, albeit niche, player in the pharmaceutical industry, the order hopes to have bigger clout in pushing for more ethical business practices from the inside out. "The acquisition is saying what a homily in a church cannot," explains Father Decaminada.

The Congregation's immediate goal is to turn big profits on NMS's platform of cancer-fighting drugs. It would then pour the proceeds into finding cures for some of the diseases prevalent in the developing world, such as tuberculosis and malaria, which attract scant interest from big drug companies. In addition, if big drug companies are interested in its cancer products, the Congregation hopes it can persuade them to adopt more ethical practices in how those drugs are tested, marketed and priced.

"Without a doubt we are serious about entering the market and playing by its rules. At the same time we have the will and the obligation to discuss ethics with even the industry's biggest players," Father Decaminada says.

For more than a century, the Congregation has maintained a network of health clinics for the poor, and operates in countries such as Albania, Brazil and Nigeria. During this time, it was uncomfortable being a client of an industry it thought broke ethical bounds, catering to rich nations by marketing drugs at high prices while neglecting to develop newer vaccines for preventable diseases in the developing world. It was also worried that clinical trials of experimental drugs were becoming less safe and less accurate as drug firms do more human testing in developing nations where regulation is lax.

NMS isn't the Congregation's first foray into the drug business. In the 1920s the Congregation began producing topical creams to treat skin conditions like psoriasis that it distributed through its clinics. In 1967 the order modernized and expanded the skin-care business, opening a factory outside of Rome to develop and manufacture steroid-based dermatological drugs and cosmetics. Those products are distributed throughout its international hospital network and sold commercially in a business that generates around €15 million ($20 million) in annual revenue.

The Congregation's concerns about the pharmaceutical industry are shared by a growing number of Catholic health-care organizations. In recent years, the Vatican has lobbied the World Trade Organization to pressure drug firms to lower the price of life-saving drugs in developing countries.

But as a small not-for-profit customer that relied on the big pharmaceutical makers to supply its hospitals, the Congregation wielded little clout. By entering into the market as a developer, the Congregation hoped it could tip the balance of power slightly in its favor.

So, in 2004, when Pfizer decided to get rid of a 700-person research lab outside Milan as of its global restructuring, the Congregation made an offer. The bid didn't include any money, but the religious order pledged to maintain the center's staff levels and to grant Pfizer the right of first refusal to NMS drugs that were in the lab's pipeline at the time of the sale. Pfizer paid the Congregation €200 million for the right.

The terms strongly appealed to Pfizer, because the firm did not want to lose years of research that it had invested in the lab. At the same time, Pfizer knew it would face heavy costs if it tried to dismantle the center and pay severance fees to a large staff in Italy's highly-regulated labor market.

"Our aim was to find a new owner committed to safeguarding the human and scientific resources of the center," says Pfizer spokesman Stephen Lederer. The Congregation's "plan for the site was in line with our aims -- a commitment to maintain the site's scientific value and employment there," he adds.

The Congregation's bid also won the support of the center-right government of then-Prime Minister Silvio Berlusconi. The government did not want to see one of Italy's leading research centers shut down or fall into foreign hands, yet it wasn't prepared to bear the sole financial burden of maintaining the lab. After the deal was signed, the government pledged €50 million in financing to NMS.

In February, Bristol-Myers Squibb pledged up to $150 million in clinical and regulatory milestone payments -- that is, each time NMS can demonstrate through testing that the drug is producing certain results -- to NMS to develop a new cancer-fighting therapies. For the moment NMS has not reached any of the milestones, the company says.

Father Decaminada says the deal with Pfizer is sufficient to cover NMS's operating costs for at least the next two years. He adds that the Congregation, which has annual revenue of €500 million from its hospital network, has the financial resources to fund the lab if it doesn't produce any marketable drugs. The Vatican doesn't directly finance the Congregation, nor does it have any plans to support NMS. The Holy See did, however, give its approval to the deal, Father Decaminada says.


Giampiero Duglio, a longtime adviser to the Congregation who is now the chief executive of NMS, concedes the order's courtship of Pfizer produced some awkward moments. When Pfizer looked at the Congregation's books before the takeover, it couldn't get a clear picture of its finances. That's because religious orders, unlike corporations, don't keep comprehensive financial records. "I can't tell you how many times I had to explain it to Pfizer," Mr. Duglio recalls.

Mr. Duglio now finds himself splitting his time between two very different worlds. In September, NMS hosted industry executives and researchers at a conference at an upscale hotel in Milan to discuss the latest advancements in cancer therapy. Days later, Mr. Duglio was at the Congregation's austere headquarters in Rome listening to Father Decaminada expound on NMS's goals: to become a small but potent purifying agent in the pharmaceutical industry. Like a "grain of salt," Father Decaminada says, borrowing from a Gospel metaphor from the book of Matthew favored by Pope Benedict XVI. "Sprinkle it on bread and you get flavor."

Pfizer and Bristol-Myers Squibb declined to comment on the terms of their agreements with NMS and the Congregation. A Bristol-Myers spokesman said the company was "pleased" with partnership, which it views as "a means of potentially accelerating the development of life-saving medicines for cancer patients."

A successful cancer-fighting drug could force a clash between NMS's two competing goals of profitability and ethical behavior. Cancer inhibitors currently on the U.S. market rank among the drug industry's most expensive products. As the patent owners of a potential cancer drug, NMS is aware that one of its options could be to license the discovery to a major pharmaceutical firm for developed markets while retaining distribution rights for the developing world. "Whoever owns the patent has all the power," says Mr. Schondelmeyer.

However, Father Decaminada concedes that even if the drugs NMS is developing turn out to be successful, the Congregation knows that it has to play by market rules as it tries to push the pharmaceutical industry. "We are not going to sit down at the table and deliver the Ten Commandments," he says. "It's a matter of finding common ground."

Write to Stacy Meichtry at stacy.meichtry@wsj.com
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby junior » 07 Dec 2006, 08:49

06/12/2006 - 21h09
Estudantes conservadores fazem presépio gay nos EUA

da Ansa, em Nova York

Um grupo de estudantes conservadores da Universidade do Texas em Austin montou um presépio no qual, no lugar de José e Maria, estão Gary e Joseph. "E naturalmente não há nenhum menino Jesus", declarou Tony McDonald, presidente da organização Young Conservatives da universidade, onde estudou também Jenna Bush, a filha do presidente George W. Bush.

O presépio foi ironicamente atribuído a jovens da America Civil Liberties Union (Aclu), a maior organização libertária dos Estados Unidos, "que apóia a legalização dos casamentos homossexuais".

Os Reis Magos são Marx, Lênin e Stálin "porque os fundadores da Aclu apoiavam o comunismo de estilo soviético."
User avatar
junior
Grão-Mestre Saidero
Grão-Mestre Saidero
 
Posts: 887
Joined: 13 Feb 2004, 11:55
Location: Sei lá... Em algum lugar com conexão a internet! :-)

Postby mends » 07 Dec 2006, 09:49

engraçado :lol: :lol: :lol:

sobre casamento homossexual: acreditro que não se deva falar em casamento, e penso que "casamento" com a bichona de véu e grinalda ou com a sapa de smoking, em uma cerimônia parecida com a da Igreja, é uma ofensa sim. agora, em termos de contrato civil, eles devem ter todo o direito de estabelecê-lo. Religiões podem e devem impor a seus fiéis um código de conduta. Quem não aceitar pode escolher outra religião. Ou nenhuma. Mas um liberal não se mete na vida alheia. Se dois homossexuais querem celebrar um contrato, por que não podem? O que temos com isso?

sobre adoção de crianaças por casais hossexuais: quem acha que a adoção de filhos por um casal homossexual é um malefício à criança e à humanidade está moralmente obrigado a escolher o benefício para a criança e a humanidade: adotar uma criança abandonada. Só que opcasal homossexual também está moralmente obrigado a adotar uma criança pelo bem da criança, nunca por "realização pessoal".se bem que muito casl tem filho por "realização pessoal", como se fosse apenas comprar outro carro, e não dá atenção nem se preocupa em educá-lo. eu acho impossível que um pai de verdade não dedique a maior parte do seu "tempo de processamento" refletindo sobre como ele acredita que seu filho deve se portar diante do mundo, e imagine jeitos de fazer com que ele aprenda tais maneiras. Mas tem pai que não consegue nem ir almoçar no shopping no domingo sem levar a mucaminha, a babá.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 29 Jan 2007, 17:41

Religiões
É preciso ler o que está escrito. Não o que a gente pretende que esteja. NÃO ataquei (ver abaixo) indiscriminadamente os pentecostais. De fato, fiz uma distinção entre o “pentecostalismo” e o “neopentecostalismo”, ausente na reportagem da Folha. Embora não seja a minha praia, nada sei, no que concerne à vida civil, que desabone denominações pentecostais tradicionais, como a Congregação Cristã ou a Assembléia de Deus. O problema não está na crença, ainda que eu a considere, pessoalmente, uma distorção da mensagem cristã — e o mesmo digo do Movimento Carismático, da Igreja Católica. Meu ponto, está claríssimo abaixo, é outro.
Acho absolutamente legítimo que pessoas se reúnam em templos, onde que quer seja, e saúdem o que consideram presença ativa do Espírito Santo em suas vidas, operando milagres. A crença é e deve continuar a ser livre no Brasil, fora do alcance de qualquer intervenção estatal. Se fosse mergulhar em dissensões teológicas, eu lembraria, claro, que a manifestação explícita do Espírito Santo ocorreu uma única vez, aos apóstolos. Não saberia explicar por que acontece todo dia em certos templos, mas vá lá... Cada um na sua.
Se você realmente acredita que seu pastor, seu “apóstolo” ou sua “bispa” — por favor: “episcopisa”!!! — são capazes de intermediar mais milagres num único culto do que Jesus Cristo ao longo de sua vida inteira, problema seu. Acho que é, digamos, falta de senso de proporção. Mas, de novo, você está plenamente amparado pela liberdade.
O que é inaceitável é que seitas NEOPENTECOSTAIS, surgidas à esteira de uma certa Teologia da Prosperidade, cuja profundidade propriamente teológica se esgota num carnê bancário, ganhem do Estado concessões públicas de rádio e TV e fundem partidos políticos. Aliás, sou contra facilidades fiscais e congêneres a qualquer religião, também à Católica. A seriedade de princípios não altera a natureza do Estado laico.
Certas seitas neopentecostais querem continuar a propagar seus milagres fajutos? Que o façam. Mas sem patrocínio oficial. A César o que é de César, entendem? Falei em “milagres fajutos”? Falei. Façam um na minha frente. Eu quero ver. Sou favorável às leis de mercado. Até mesmo o mercado do divino. Mas tirem o Estado dessa equação.

Igreja Católica
Mantenho a crítica à Igreja Católica. Acho que, ao longo do tempo, foi-se tornando excessivamente laica, transformando-se mais num norte moral do que num guia espiritual. E nem sempre de boa moral. Já relatei a vocês: na Missa de Sétimo Dia do meu pai, tive de ouvir uma cascata sobre as desigualdades sociais do Brasil. Numa procissão de Corpus Christi, os padres resolveram fazer um comício em favor do MST e dos povos atingidos por barragens. Isso não é catolicismo. É petismo de batina. Bento 16 tarda a enquadrar os óbvios desmandos da hierarquia católica no Brasil. Um bispo como Dom Tomás Balduíno tem é de ser contratado como marqueteiro do MST. Um padre como Júlio Lancelotti tem mais uma idéia na cabeça do que caridades à mão.
Também rejeito tolices sobre desmandos históricos da Igreja Católica. Nem sempre esteve no bom caminho, é verdade. Mas cumpre não alimentar mistificações. A história de que a Inquisição matou “milhares” (esse “número” já me foi enviado várias vezes é hoje) é uma piada. Não existe um número certo. Mas, ao longo dos séculos, os mortos não chegam a mil. É verdade: não deveria haver um único. A terror jacobino, iluminista e anticlerical, matou muito mais. Os cristãos morreram em muito maior número, nos primeiros tempos do cristianismo e depois, apenas por causa de sua fé.
A história, quando vista de perto, não costuma servir de norte moral. Mas eu aposto sempre no progresso, no avanço da nossa capacidade de entender o mundo a fazer as melhores escolhas. Como demonstrei em recente matéria na Veja sobre a expansão do cristianismo, ele se espalhou no império romano e suplantou a antiga civilização pagã porque distribuía vida e esperança a quem nada tinha, não o contrário. E a força de sua resistência estava na fé, não numa espécie de chantagem com Deus, que é a essência da troca com o divino proposta por certas seitas NEOPENTECOSTAIS. No laxismo brasileiro, prosperam. Em países onde se leva a lei a sério, acabam nos tribunais

http://www.reinaldoazevedo.com.br
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 06 May 2007, 22:39

Bento 16 está chegando: a crença em Deus e os católicos
A maioria dos meus amigos é composta de agnósticos. Que eu saiba, não convivo com nenhum ateu. Até Ricardo Bonalume, que dá um testemunho hoje na Folha na categoria dos ateus, é, parece-me, um agnóstico. Qual a diferença?

Um agnóstico não encontra provas suficientes da existência de Deus; mas, lógico que é, sabe que não consegue provar a sua inexistência. No fundo, considera esse debate irrelevante. O ateu nega a existência de Deus de uma forma ativa. No meu tribunalzinho particular, há aí a distância que separa a humildade intelectual virtuosa da prepotência, necessariamente viciosa. Um agnóstico não consegue ou não quer operar com instrumentos que não estão abrigados no escopo da razão científica; um ateu transforma a fé alheia num estigma e numa prova de uma limitação intelectual — como se a cultura de Deus, as religiões, só produzissem obscurantismo.

Um agnóstico poderia dizer: “Não tenho como dizer que Deus existe; acredite quem quiser”. A fala de um ateu é bem outra: “Deus não existe; acreditem em mim!” Por isso digo que o meu amigo Bonalume é agnóstico, ainda que ele rejeite a minha adjetivação, mas não um ateu. Um agnóstico é um homem tolerante, como devem ser o bom católico, o bom protestante, o bom judeu, o bom muçulmano... Um ateu é um fundamentalista, a exemplo dos maus católicos, dos maus judeus, dos maus muçulmanos, dos maus protestantes.

Mais: observem que aqueles que se dizem “ateus” são, no mais das vezes, anticristãos e, particularmente, anticatólicos. Com alguma freqüência, aceitariam orientalismos variados, cultos exóticos — alguns se supõem até pagãos à moda antiga, helênicos (era uma religião, afinal). A agnosticismo é menos particularista e, com efeito, não considera relevante qualquer forma de transcendência. Por isso, católico que sou, convivo muito bem com meus amigos agnósticos, mas certamente não me interessaria pela conversa prepotente de um ateu. Deus me parece grandeza demais para ser negada num auto de fé. O ateísmo militante é antes uma neurose, uma doença do espírito. Bem, por que tudo isso?

Pesquisa
Vocês sabem, o papa está a caminho. A Folha publica neste domingo um caderno especial sobre a visita. O eixo é uma pesquisa do Datafolha. Reproduzo trecho da reportagem que trata dos números e volto em seguida:

O catolicismo continua a perder fiéis, especialmente para os protestantes pentecostais, porém a religiosidade do brasileiro permanece altíssima, resultado em grande parte do trabalho de séculos de evangelização empreendido pela Igreja Católica no país.
Pesquisa Datafolha sobre "os brasileiros e a religião" revela que, em 2007, 64% dos entrevistados se declaram católicos, contra 70% em 2002, 72% em 1998 e 74% em 1996. O papa Bento 16, que chega nesta semana a São Paulo, encontrará um país com uma fatia menor de católicos do que aquelas que acolheram seu antecessor, João Paulo 2º, em três visitas ao Brasil (1980, 1991 e 1997).
O levantamento revela, no entanto, que a velocidade de queda da fração de católicos na população brasileira tem diminuído. De acordo com Mauro Paulino, diretor do Datafolha, houve uma queda mais acentuada nos anos 90 na proporção de católicos (de um patamar de 75%, em 94, para outro de 70%, no final do decênio).
No início da década atual, ele diz, a fatia de católicos se estabiliza em torno de 70%. Entre 2003 e 2007, o patamar volta a cair, mas, desta vez, para algo em torno de 66%. "Houve nova queda, mas não tão acentuada quanto a detectada na década anterior", afirma Paulino.
De acordo com o Censo 2000, 74% dos brasileiros eram católicos. Enquanto o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) inclui indivíduos de todas as idades em sua contagem, o Datafolha realiza entrevistas apenas com pessoas maiores de 16 anos.
De acordo com a pesquisa Datafolha de março deste ano, 17% dos brasileiros dizem hoje pertencer a uma religião "evangélica pentecostal", 5% a "evangélica não-pentecostal", 3% se declaram espíritas kardecistas, 1% diz pertencer à umbanda, e 7% declaram não ter religião.

Alta religiosidade
Ao mesmo tempo, 97% dos entrevistados dizem acreditar totalmente que Deus existe. Do total, 86% acreditam totalmente que "Maria deu a luz a Jesus, sendo virgem" (o índice é de 88% entre os católicos). E 93% de todos os entrevistados (95% dos que se dizem católicos) disseram crer que "Jesus ressuscitou após morrer na cruz".
"Os dados revelam que, no Brasil, o povo conserva um forte espírito religioso, não acompanhando a secularização radical de outros países", afirma d. Geraldo Majella, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, que encerra agora quatro anos à frente da presidência da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Voltei
Fundamentalismos à parte que mascaram, quero crer, problemas que nada têm a ver com religião, não sei que mal pode nos advir da crença em Deus. E, ainda que fosse para recuperar os fundamentos, o “Deus” de nenhuma das grandes religiões justifica o mal. A história da crença, é fato, traz consigo um deplorável rastro de sangue. Mas também de conquistas. A hipótese de uma sociedade e de uma cultura sem religião é menos do que uma especulação porque pensada no vazio. Não existe um modelo, nem mesmo teórico, que forneça instrumentos mínimos para imaginar ao menos uma utopia. Qual seria seu horizonte ético?

Sem titubear, sem hesitar um minuto, eu lhes digo: não entregaria o destino do homem a bispos, a rabinos, a aiatolás, a monges... Mas também não o entregaria a cientistas. A razão não matou menos do que a fé. A quem atribuir os mortos da URSS de Stálin ou da China de Mao, por exemplo? Alguns poderão até condenar Deus, que não as socorreu. Mas não morreram em Seu Nome. Um mundo em que o chamado “interesse da ciência” fosse o único deus velado em altar seria um mundo mais seguro do que este que temos? Tenho enorme respeito por aqueles que, não vendo motivos suficientes para afirmar a existência de Deus, encontram tudo no humano: até mesmo o divino. São, afirmo, bons cristãos sem que o saibam — ou bons judeus; ou bons muçulmanos; ou bons budistas...

Católicos
A pesquisa também indica que caiu bastante o número de católicos em 11 anos, embora o ritmo dessa queda tenha sido reduzido. Atribuo esse freio na fuga de católicos — e isso é um chute — à atitude mais firmemente pastoral de João Paulo 2º, tanto quanto me parece claro que a migração acelerada de antes decorreu da excessiva politização e, pior do que isso, partidarização da Igreja Católica. Muitas paróquias não tinham — e algumas ainda não têm — nenhuma diferença de um núcleo do PT. Os padres da Escatologia da Libertação confundiram a atenção aos pobres com militância política e, assim, expulsaram da Igreja justamente uma fatia dos fiéis mais humildes. Mas esse tema fica para outra hora. Quero me ater aqui a outro aspecto da pesquisa.

O Datafolha pergunta: "Você concorda ou não com a opinião segundo a qual ‘os católicos não praticam sua religião'?". Ainda que a pergunta me pareça um tanto indutora da resposta, os números são significativos. Nada menos de 61% dos brasileiros disseram que sim — mesma resposta de 58% dos que se afirmam católicos. Acham que isso é verdade 65% dos pentecostais e 72% dos espíritas. Independentemente dos números ou da qualidade da questão, ninguém ignora uma realidade: se os 64% dos brasileiros que se dizem católicos vivessem a sua fé e fossem à Igreja, talvez faltassem templos e sacerdotes.

Atenção: o catolicismo é um pouco mais do que uma religião; trata-se de uma cultura, de uma maneira que temos de nos reconhecer como povo, de uma identidade, ainda que um tanto difusa. A fé é, com efeito, vivida, especialmente no que tem de renúncia, sacrifício, doação, entrega, por uma minoria dos católicos — e, vejam só, não há nada de novo nisso. Será que o papa ignora que boa parte, talvez a maioria, dos católicos não vai à missa ao menos uma vez por semana? Mas quando é que eles foram? Será que o papa sabe que boa parte dos católicos peca contra a castidade? Mas quando é que não pecaram? Será que o papa sabe que boa parte dos católicos usa camisinha? Mas quando é que não adaptaram às suas necessidades as recomendações da Igreja?

Bem, então por que a Igreja Católica não muda? Por que não abençoa a dissolução do casamento, o sexo antes da união conjugal, as práticas contraceptivas, a união homossexual, as pesquisas com embriões? Em suma: por que a Igreja não se comporta como um partido liberal laico ou mesmo de esquerda? Porque isso corresponderia à sua fragmentação e, acreditem, a seu fim. E dela surgiria justamente uma miríade de partidos. A fórmula de Santo Agostinho ainda é pilar que sustenta uma instituição que busca ser universal: vai acolher e amparar o pecador, mas não o pecado. Cobrar da Igreja que acate aquelas práticas como elementos constitutivos de sua ética corresponde a lhe cobrar que renuncie à sua dimensão mística, obra inspirada nas palavras de Cristo, o seu real fundador. Para um católico sem adjetivos, a Igreja é um corpo místico criado por um Deus cujos princípios são agredidos por aquelas práticas. E ela não mudará, ainda que receba os pecadores.

Reparem: não escrevo como um católico necessariamente. Também sou lá esta coisa, “quase que maldito”, mas prefiro uma Igreja que acolha, na esperança da reconciliação, a uma que expulse. Se o princípio se dilui e desaparece na voragem do tempo e das exigências que nos são contemporâneas, quem há de nos acolher? Para um católico, mesmo esses meio relaxados que andam por aí, a sua Igreja é a volta ao pai, o último abraço, ainda que se tenha vivido uma vida de rebeldia e contestação. Para um católico, a Igreja é casa paterna — aquela do Filho Pródigo —, que guarda a memória do que somos.

Por isso, por mais que o fim da Igreja Católica seja anunciado; por mais que ela seja pressionada pelas vozes da modernidade e da ciência; por mais que se queira apontar o comportamento laxista dos católicos como evidência da decadência de uma instituição, ela nem cede nem se extingue. Se preciso, pode até escolher ser menor para ser eterna.

http://www.reinaldoazevedo.com.br
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 11 May 2007, 12:40

Onde estão os intolerantes?
A presença suave, mas muito firme, de Bento 16 no Brasil está evidenciando onde estão, de fato, os intolerantes. O papa reafirmou todos os princípios da Igreja, inclusive no seu encontro com jovens no Pacaembu — sim, disse quais são as interdições que constituem a moralidade católica —, sem deixar de lado (veja mensagem nesta página) o aspecto acolhedor da Igreja Católica, que também abraça os pecadores. Para um católico, o arrependimento não é uma pena, mas uma forma de liberdade. Porque há a chance do perdão — e convém, claro, que o cristão não se transforme num pecador contumaz, que faz do perdão uma graça viciosa.

Intolerantes são aqueles que querem proibir o chefe da Igreja Católica de dirigir a sua palavra de fé aos... católicos! Intolerantes são aqueles que pretendem que o líder de uma religião troque seus princípios pelo tubo de ensaio de um cientista ou pela moral da conveniência de certa política. O governo que tenha a coragem de fazer o que achar melhor. Os católicos dirão o que pensam. Acho que isso, ao menos, eles podem, não? Nem que seja por enquanto.

http://www.reinaldoazevedo.com.br, lógico
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Postby mends » 16 Jul 2007, 12:10

The New New Atheism
By PETER BERKOWITZ
July 16, 2007; Page A13
"There is nothing new under the sun," proclaims the Book of Ecclesiastes. The rise of the new new atheism confirms this ancient biblical wisdom.
Of course the famous words of Ecclesiastes should not be taken in a slavishly literal sense, a technique that is all-too-common among those who think they can refute belief in God by showing that the Bible abounds in demonstrably false and self-contradictory statements.
But one stunning new development under the sun is that promulgating atheism has become a lucrative business. According to a recent article in The Wall Street Journal, in less than 12 months atheism's newest champions have sold close to a million books. Some 500,000 hardcover copies are in print of Richard Dawkins's "The God Delusion" (2006); 296,000 copies of Christopher Hitchens's "God Is Not Great: How Religion Poisons Everything" (2007); 185,000 copies of Sam Harris's "Letter to a Christian Nation" (2006); 64,100 copies of Daniel C. Dennett's "Breaking the Spell: Religion as a Natural Phenomenon"; and 60,000 copies of Victor J. Stenger's "God: The Failed Hypothesis: How Science Shows that God Does not Exist" (2007).
Profitability is not the only feature distinguishing today's fashionable disbelief from the varieties of atheism that have arisen over the millennia. Unlike the classical atheism of Epicurus and Lucretius, which rejected belief in the gods in the name of pleasure and tranquility, the new new atheism rejects God in the name of natural science, individual freedom and human equality. Unlike the Enlightenment atheism of the 18th century, which arose in a still predominantly religious society and which frequently went to some effort to disguise or mute its disbelief, the new new atheism proclaims its hatred of God and organized religion loudly and proudly from the rooftops. And unlike the anti-modern atheism of Nietzsche and Heidegger, which regarded the death of God as a catastrophe for the human spirit, the new new atheism sees the loss of religious faith in the modern world as an unqualified good, lamenting only the perverse and widespread resistance to shedding once and for all the hopelessly backward belief in a divine presence in history.
So Messrs. Dawkins, Hitchens, Harris and the rest have some fair claim to novelty. But not where it really counts. They contend that from the vantage point of the 21st century, and thanks to the moral progress of mankind and the achievements of natural science, we can now know, with finality and certainty, that God does not exist and organized religion is a fraud. The disproportion between the bluster and bravado of their rhetoric and the limitations of their major arguments is astonishing.
The case for the new new atheism has been restated most recently and most forcefully and wittily in "God Is Not Great" by my friend Mr. Hitchens. It must be said that Mr. Hitchens is simply incapable of uttering or writing a dull sentence. And it should be added that only a very daring or very foolish person would throw down the gauntlet on an issue so close to Mr. Hitchens's heart.
But his arguments do not come close to disproving God's existence or demonstrating that religion is irredeemably evil. Consider Mr. Hitchens's contention, elaborated at length and with gusto, that religion by its very nature compels people to behave cruelly and violently. According to Mr. Hitchens, religion educates children to hate nonbelievers, encourages grown-ups to engage in slaughter and conquest for God's greater glory, and obliges the "true believer" to restlessly circle the globe subduing peoples and nations until "the whole world bows the knee."
The bloody history of oppression and war undertaken on behalf of the gods and God, from time immemorial, makes all decent people shudder. But Mr. Hitchens knows perfectly well that human beings are not born in Rousseauian purity and freedom, and then made savage by the imposition of the chains of religion. Therefore, he should have asked whether and to what extent the varieties of religion have inflamed or rather disciplined humanity's powerful built-in propensity, attested to by social science, to fight and kill. But he didn't.
Such a question opens intriguing possibilities. Mr. Hitchens mocks the crudity of the biblical principle known in Latin as lex talionis, or an "eye for an eye, a tooth for a tooth, a hand for a hand, a foot for a foot." But suppose, as Jewish teaching suggests, that the biblical principle put an end to the practice of taking a leg for a foot and a life for an eye, and in its place established a principle that, though differently interpreted today, remains a cornerstone of our notion of justice -- that the punishment should fit the crime.
Similarly, Mr. Hitchens heaps scorn on the biblical story of Abraham's binding of Isaac, in which, at the last moment, an angel stays Abraham's hand. What kind of barbarian, wonders Mr. Hitchens, would prepare to sacrifice his son at God's command, and what kind of morally stunted individuals would honor such a man, or the deity who made the demand? Yet Mr. Hitchens's categorical claim that religion poisons everything is undermined by the common interpretation according to which God's testing of Abraham taught, among other things, that the then widespread practice of child-sacrifice was contrary to God's will, and must be put to an end forever.
At the same time, Mr. Hitchens has next to nothing to say about the historical role of religion, particularly Christianity, particularly in America, in nourishing the soil in which our widely and deeply shared beliefs in liberty, democracy and equality took root and grew strong -- a subject dealt with perceptively by Yale professor of computer science David Gelernter in his recent book "Americanism: The Fourth Great Western Religion."
Mr. Hitchens anticipates that critics will point to those crimes against humanity, dwarfing religion's sins, committed in the name of secular ideas in the 20th century. He attempts to deflect the challenge with sophistry: "It is interesting to find that people of faith now seek defensively to say that they are no worse than fascists or Nazis or Stalinists." But who is behaving defensively here? Mr. Hitchens is the one who unequivocally insists that religion poisons everything, and it is Mr. Hitchens who holds out the utopian hope that eradicating it will subdue humanity's evil propensities and resolve its enduring questions.
Nor is his case bolstered by his observation that 20th-century totalitarianism took on many features of religion. That only brings home the need to distinguish, as Mr. Hitchens resolutely refuses to do, between authentic and corrupt, and just and unjust, religious teachings. And it begs the question of why the 20th-century embrace of secularism unleashed human depravity of unprecedented proportions.
Even were he to concede that religion doesn't poison everything, Mr. Hitchens presumably still would cling to his claim that the findings of modern science prove that God does not exist. Thanks to the knowledge we have attained of how the natural order actually operates -- in particular the discoveries of Charles Darwin and modern physics -- he concludes that "all attempts to reconcile faith with science and reason are consigned to failure and ridicule."
This conclusion, however, contradicts that of the late Stephen Jay Gould, to whom Mr. Hitchens himself refers as a "great paleontologist" and whose authority he invokes in support of the proposition that randomness is an essential feature of evolution. Noting surveys that showed that half of all scientists are religious, Gould commented amusingly that "Either half my colleagues are enormously stupid, or else the science of Darwinism is fully compatible with conventional religious beliefs -- and equally compatible with atheism."
These lines are quoted in "The Dawkins Delusion," by Alistair McGrath, who holds a doctorate in molecular biology from Oxford, where he is now professor of historical theology, and by his wife Joanna Collicutt McGrath, who studied experimental psychology at Oxford and is currently a lecturer in the psychology of religion at the University of London. According to the McGraths, Gould was correct to think that both conventional religious belief and atheism are compatible with natural science, in part because "there are many questions that by their very nature must be recognized to lie beyond the legitimate scope of the scientific method." Such questions -- toward which the mind naturally wanders, though it is susceptible to ambush by the crude scientism of which Mr. Hitchens occasionally avails himself -- include: Where did the universe come from, and is it governed by purpose?
As for his claim that the Bible abounds in falsehood and contradiction, Mr. Hitchens makes great sport with an old straw man. Yes, traditions teach that Moses wrote the Pentateuch, yet the Pentateuch refers to Moses in the third person and tells the story of his death. Yes, Matthew and Luke disagree on the Virgin Birth and the genealogy of Jesus. And so on. The literalness of Mr. Hitchens's readings would put many a fundamentalist to shame.
However, isolating the supposed religious significance of the Bible from the communities and interpretive traditions that have elaborated its teaching is invalid. It is like deriving the meaning of the Constitution today by reading its provisions without reference to "The Federalist Papers," which provides authoritative commentary on its principles; without reference to the two centuries of cases and controversies through which the Supreme Court has sought to construe its meaning; and without reference to the two centuries of experience through which the American people have sought to put the institutional framework it outlines into practice.
In making his case that reason must regard faith as an enemy to be wiped out, Mr. Hitchens declares Socrates's teaching that knowledge consists in knowing one's ignorance to be "the definition of an educated person." And yet Mr. Hitchens shows no awareness that his atheism, far from resulting from skeptical inquiry, is the rigidly dogmatic premise from which his inquiries proceed, and that it colors all his observations and determines his conclusions.
Mr. Hitchens is by far the most erudite and entertaining of the new new atheists. But his errors and his excesses are shared by the whole lot. And these errors and excesses have pernicious political consequences, amplifying invidious distinctions among fellow citizens and obscuring crucial differences among believers world wide.
Playing into the anger and enmities that debase our politics today, the new new atheism blurs the deep commitment to the freedom and equality of individuals that binds atheists and believers in America. At the same time, by treating all religion as one great evil pathology, today's bestselling atheists suppress crucial distinctions between the forms of faith embraced by the vast majority of American citizens and the militant Islam that at this very moment is pledged to America's destruction.
Like philosophy, religion, rightly understood, has a beginning in wonder. The most wonderful of creatures are human beings themselves. Of all the Bible's sublime and sustaining teachings, none is more so than the teaching that explains that humanity is set apart because all human beings -- woman as well as man the Bible emphasizes -- are created in the image of God (Genesis 1:27).
That a teaching is sublime and sustaining does not make it true. But that, along with its service in laying the moral foundations in the Western world for the belief in the dignity of all men and women -- a belief that our new new atheists take for granted and for which they provide no compelling alternative foundation -- is reason enough to give the variety of religions a fair hearing. And it is reason enough to respect believers as decent human beings struggling to make sense of a mysterious world.

Mr. Berkowitz, a senior fellow at Stanford's Hoover Institution, teaches at George Mason University School of Law.
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Re: Religião

Postby Danilo » 25 Jun 2008, 13:21

Estudo relaciona descrença religiosa a QI alto

Um artigo de pesquisadores europeus, que será publicado na revista acadêmica Intelligence em setembro, defende a tese de que pessoas com QI mais alto são menos propensas a ter crenças religiosas. O texto é assinado por Richard Lynn, professor de psicologia da Universidade do Ulster, na Irlanda do Norte, em parceria com Helmuth Nyborg, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, e John Harvey, sem afiliação universitária. Lynn é autor de outras pesquisas polêmicas, entre elas uma sugerindo que os homens são mais inteligentes do que as mulheres.

A conclusão é baseada na compilação de pesquisas anteriores que mostram uma relação entre QIs altos e baixa religiosidade e em dois estudos originais. Em um desses estudos, os autores compararam a média de QI com religiosidade entre países. No outro estudo, eles cruzaram os resultados de jovens americanos em um teste alternativo de habilidade intelectual (fator g) com o grau de religiosidade deles. Na pesquisa entre países, os pesquisadores analisaram média de QI com o de religiosidade em 137 países. Os dados foram coletados em levantamentos anteriores. Os autores concluíram que em apenas 23 dos 137 países a porcentagem da população que não acredita em Deus passa dos 20% e que esses países são, na maioria, os que apresentam índices de QI altos.

Os autores argumentam que há algumas exceções para a conclusão de que QI alto equivale a altas taxas de ateísmo. Eles citam, por exemplo, os casos de Cuba (QI de 85 e cerca de 40% de descrentes) e Vietnã (QI de 94 e taxa de ateísmo de 81%), onde há uma porcentagem de pessoas que não acreditam em Deus maior do que a de países com QI médio semelhante. Uma possível explicação estaria, segundo os autores, no fato de que "esses países são comunistas nos quais houve uma forte propaganda ateísta contra a crença religiosa". Outra exceção seriam os Estados Unidos, onde a média de QI é considerada alta (98), mas apenas 10,5% dizem não acreditar em Deus, uma taxa bem mais baixa do que a registrada no noroeste e na região central da Europa - onde há altos índices médios de QI e de ateísmo. Lynn diz que uma explicação para o quadro verificado nos Estados Unidos pode estar no fato de que "há um grande influxo de imigrantes de países católicos, como México, o que ajuda a manter índices altos de religiosidade".

O professor de psicologia da London School of Economics, Andy Wells, porém, levanta questões sobre a tese. "A conclusão do professor Lynn é de que um QI alto leva à falta de religiosidade, mas eu acredito que é muito difícil ter certeza disso", afirma. De acordo com Wells, vários estudos já demonstraram que pessoas com níveis de QI altos tendem a ter níveis de educação mais altos. "E quanto mais educação as pessoas têm, é mais provável que elas tenham acesso a teorias alternativas de criação do mundo, por exemplo", afirma Wells.

(texto completo em http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid195483,0.htm)
User avatar
Danilo
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 3230
Joined: 10 Sep 2003, 22:20
Location: São Paulo

Re: Religião

Postby mends » 26 Jun 2008, 08:10

aiaiai

o que dizer disso? O cara achou uma correlação que tem muito mais a ver com o arcabouço cultural do cara - pessoas de "alto QI" recebem educação secular, ainda mais na Europa - e estabelecem uma relação direta! A falta de religiosidade é criada, imposta pela educação, quase. Ser religioso ou não tem muito mais a ver com a forma como a pessoa foi educada que qquer outra coisa.

Essa conclusão depõe contra o QI dos caras...
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
User avatar
mends
Saidero MegaGoldMember
Saidero	MegaGoldMember
 
Posts: 5183
Joined: 15 Sep 2003, 18:45
Location: por aí

Re: Religião

Postby Wagner » 26 Jun 2008, 13:06

Bobagem de alguem que fez a pesquisa so para "provar" que tinha QI alto.
Correlacoes existem milhoes e do jeito que quisermos...como por exemplo a bobagem chamada Freakonomics...
User avatar
Wagner
Mestre Saidero
Mestre Saidero
 
Posts: 293
Joined: 11 Sep 2003, 09:43
Location: São Paulo

Next

Return to Liberdade de Expressão

Users browsing this forum: No registered users and 0 guests