Política e politicagem

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby junior » 06 Nov 2006, 10:31

:? :? :? :?

Seguramente seríamos, junto com a China, um dos países mais "seguros" do mundo...

Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas Gerais. O relator do projeto é o senador


NCSL (Nem comento só lamento...)
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Postby Danilo » 08 Nov 2006, 15:26

Outra Lei que não atinge quem deveria atingir...
Parece que o tal Projeto de Lei, em tramitação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, foi retirado da pauta nesta terça. Mas não achei confirmação no site do Senado.
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Postby Danilo » 08 Nov 2006, 22:58

Realmente, a votação foi adiada no Senado:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/info ... 0934.shtml

Diante da manifestação de vários senadores, que pediram para de estudar melhor a proposta, o presidente da comissão, senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), sugeriu ao relator, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o adiamento da discussão. A senadora Patrícia Sabóya (PSB-CE), que defendeu o adiamento da votação, afirmou hoje que pretende levar a discussão a uma audiência pública.
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Postby mends » 13 Nov 2006, 08:18

Gushiklen revela um método petista em entrevista

Luiz Gushiken deve deixar o governo e concede uma entrevista a Kennedy Alencar na Folha desta segunda. Faz lá suas considerações sobre o mundo, a vida, política, partidos etc e tal. Tudo é de uma pobreza teórica franciscana. Mas continua imbatível no cinismo zen. Observem duas perguntas e duas respostas:

FOLHA - O TCU acusa a Secom [então sob sua gestão] de contratar agências de publicidade para produzir cartilhas de prestação de contas do governo superfaturadas e de não ter realizado toda a impressão. Qual sua posição?
GUSHIKEN - Este assunto foi politizado por conta da campanha eleitoral, a começar pela falsa denominação cartilhas. Dá a entender que o governo mandou imprimir um manual para distribuir aos militantes do PT. É falso. Fez parte da estratégia de desinformação e difamação da oposição. Eram revistas de prestação de contas semestral das atividades do governo, o que sempre defendi como obrigação. É absurdo alegar que não houve a produção das revistas. A oposição disse que elas "inundavam o Brasil", o que não deixa de ter certa razão. A distribuição desse material foi muito extensa. As suspeições do TCU sobre superfaturamento e realização do serviço são apressadas e baseadas em metodologias que apresentam erros. A Secom seguiu o procedimento padrão como a lei determina, deixando para as agências publicitárias a responsabilidade contratual, por meio de licitação privada, de encomendar serviços gráficos. As gráficas que foram subcontratadas pelas agências são as maiores do mercado. Têm boa organização administrativa e seus registros irão completar as provas já entregues ao TCU.

FOLHA - Repasse ao PT para distribuir não é ilegal e imoral?
GUSHIKEN - Não há ilegalidade na utilização de um partido político como canal de distribuição dos balanços da administração federal. Qualquer entidade privada pode colaborar com a administração pública, doar-lhe bens ou serviços. Fossem os balanços uma publicidade partidária ou pessoal do presidente ou de seus ministros, isto é, tivesse havido a utilização da máquina pública a serviço do partido, haveria certamente procedimento imoral, contrário à ética pública. Errados foram os procedimentos do governo passado que usavam estatais para fazer propaganda do governo, como no Plano Real.

Gushiken não conseguiu provar até agora que os trabalhos foram realizados. Imaginem só. A coisa é muito simples: "O pedido está aqui, o preço é X, as empresas contratadas são estas, aqui estão as notas de serviço e a fatura." E ponto final. Mas não quando se trata do governo Lula. Aí, para provar que uma coisa existe, entram “as diferenças metodológicas”.

Ele discorda do nome “cartilha” porque poderia dar a entender que foi um panfleto partidário. Mas a melhor desculpa que ele tem para justificar o que não foi entregue à Secom é dizer que o material foi parar diretamente nos diretórios do PT. Não sei se entendem o método:
- a desculpa 1 responde à censura nº 1 dos adversários;
- a desculpa 2 responde à censura nº 2 dos adversários;
- ocorre que a desculpa 2 anula a desculpa 1;
- E, se uma terceira for dada, anula a 2.

E assim sucessivamente. É nessa teia que o PT vai enredando o país. O método foi desenvolvido à época do mensalão por Delúbio Soares, José Genoino, Marcos Valério e assemelhados. Uma “verdade” ia se sobrepondo à outra e sempre negando a anterior.

R. Azevedo
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Postby mends » 23 Nov 2006, 19:50

Liberty and democracy
from The Economist print edition

Alexis de Tocqueville's strong views on demagoguery and citizenship are worth remembering, as is clear from a splendid new biography

ON SWITCHING off the light after reading “War and Peace”, Edmund Wilson, an American critic, would find his bedroom magically “full of people”. Something like that happens with this biography of Alexis de Tocqueville (1805-59), a French politician and thinker whose anxieties about liberty and democracy many people find as pressing now as when he voiced them.

Hugh Brogan is not just a sure-footed guide to a brilliant, though elusive, theorist. He has a historian's grasp of the period and a novelist's gift for character. As a portrait of a complicated man, a teeming milieu and a world in tumult, “Alexis de Tocqueville” has the satisfying fullness of 19th-century fiction.

The timing could hardly have been better. The call of Tocquevillian ideals—civic virtue, active citizens, strong community associations—has seldom been stronger. This is particularly true in America, which Tocqueville visited in 1831-32 and wrote about enthusiastically in his masterpiece, “Democracy in America”. The vogue for communitarianism may have cooled somewhat, but Tocqueville's name is heard around the White House; earlier this year President George Bush told an interviewer that he wanted his legacy to include the creation of a Tocquevillian think-tank.

What Tocqueville said and did, however, is not necessarily what modern followers would always want him to have done, as Mr Brogan, a British historian of America, makes clear. Exasperated by his acolytes, Karl Marx supposedly grumbled, “I am not a Marxist.” On finishing this marvellous book, it is easy to imagine Tocqueville's ghost murmuring, “Say what you will, I was never a Tocquevillian.”

To appreciate his ideas, Mr Brogan thinks it important first to understand his “cross-grained” character. Seldom in good health, Tocqueville lived on his nerves, working in bursts followed by frequent collapses. The surface clarity of the writing is a pose. To Mr Brogan, Tocqueville was less a cool-headed analyst than an impulsive romantic, able to “write successfully” only when “his feelings were deeply engaged”. He loathed the Paris crowd, adored his run-down manor on the Cotentin peninsula in Normandy and loved France almost to the point of jingoism. Religious faith was not rationally defensible, but he thought that some dogmatic beliefs (preferably Roman Catholic) were necessary for social cohesion. He was more a man of attachments than one of principles.

Though lucid about its failings, Tocqueville was proud to belong to the twin secular peaks of old France, the noblesse d'épée and noblesse de robe. His father came from a line of Norman squires claiming a forebear who sailed with William to conquer England in 1066. His mother's grandfather was Chrétien-Guillaume de Malesherbes, a lion of the Paris bar who defended Louis XVI at his trial. The French revolution swept away Malesherbes and several of his family. Tocqueville's father, jailed with them, escaped only because the guillotine caught up with Robespierre first.

The son respected many of his family's attitudes but flouted others. His father had flourished in the Bourbon restoration, but at its fall in 1830, the son took an oath to the new Orleanist king. More daringly yet, in 1835 he married an Englishwoman who was not noble, Catholic or rich.

Tocqueville's arias to excellence and warnings about mediocrity have misled people into thinking him a snob. This is a confusion. He was a nob, with a sense of noblesse oblige. Public office, though no longer a privilege, was still a duty. A poor speaker and hopeless party man, Tocqueville was elected to the Chamber of Deputies only at his second go in 1839, sitting with the centre left. In the second republic of 1848-51 he was briefly foreign minister and drafter of a constitution that lasted barely a year. His “Souvenirs” contain sharp, somewhat sour, memories of his unhappy role in those times.

Louis Napoleon, the popularly elected president, ended Tocqueville's career. In 1851 he closed parliament. Before long he made himself emperor. The second empire promised France stability and prosperity. But to Tocqueville the price in despotism was too high. The rise of a populist demagogue, to use modern terms, confirmed his blackest fears about the tyrannous possibilities of democracy.

He began a history of the French revolution but completed only the portion on the ancien régime before tuberculosis killed him at 54. Still, his collected writings fill 17 volumes. Mr Brogan warms to those that are freshest and most direct, above all the first volume of “Democracy in America” (1835), in which an aristocratic lawyer discovers at first hand a society turning its back on privilege. His chapters on Tocqueville's American travels make a book within a book. Mr Brogan is cooler towards the darker, more generalised second volume of 1840, where Tocquevillian abstractions—individualism and centralisation—do battle against civic mores for the soul of modern society.

Without forcing a 19th-century figure into 21st-century disputes, Mr Brogan brings out two related ways in which Tocqueville remains part of the argument. One is his insight that despotism has no dates, but can be ancient or modern, monarchical or democratic. The other is a conviction, shared with the ancient Greeks and Machiavelli, that good citizens matter more to free societies than good institutions. Tocquevillian liberals believe that governments should encourage better citizenship. Economics liberals distrust fiddling with markets, however worthy the goal. It is unsure if the two can be more than tactical allies. Before either side says another word about Tocqueville, though, they should both read Mr Brogan.

Alexis de Tocqueville: Prophet of Democracy in the Age of Revolution—A Biography.
By Hugh Brogan.
Profile; 724 pages; £30.
To be published in America by Yale University Press in March
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Postby mends » 29 Nov 2006, 08:31

Ainda que a gente deixe, Lula lembra como se trabalha?

Marco Antonio Villa, um dos poucos acadêmicos brasileiros que não se encaixam na categoria petralha — logo, vejam só, consegue pensar —, escreve hoje um artigo em Tendências & Debates da Folha. Aborda um assunto de que tenho tratado amiúde aqui: Lula não tem agenda. O lema “Deixa o homem trabalhar”, no seu cinismo publicitário, expressa o exato contrário do que se vê de fato. O APedeuta lembra aquela piada do sujeito que, indagado pelo ascensorista sobre o andar a que pretende ir, responde: “Tanto faz. Já errei de prédio mesmo”. Leia trecho do artigo: “No primeiro ano da Guerra do Peloponeso, Péricles fez um célebre discurso. Recordou aos críticos que ‘não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação’. O conservadorismo tupiniquim incorporou essa fala antidemocrática -no sentido ateniense. O discurso foi migrando até chegar ao PT. A candidatura Lula assumiu e propalou com ardor o slogan: "Deixa o homem trabalhar". Era uma evidente resposta às críticas da oposição. O discurso conservador -ao estilo espartano, para voltar à Grécia- enfatizava o trabalho árduo do presidente. Procurei a fonte disponível para checar se o slogan tinha alguma base: a agenda presidencial (pelo site http://www.presidencia.gov.br). Já tinha realizado essa pesquisa no ano passado e esperava, sinceramente, que o ritmo de trabalho do presidente tivesse entrado nos eixos. Ledo engano. A agenda é confusa, não há lógica no cotidiano presidencial. É difícil até entender o critério dos deslocamentos. Muitas vezes, em prazo curto, foram realizadas viagens para o mesmo Estado, quando poderia haver só um deslocamento, diminuindo custos e obtendo maior eficiência. Outras vezes, a viagem é para cumprir um desejo do presidente, como se o país estivesse voando -algo especialmente difícil atualmente- em céu de brigadeiro. Um exemplo foi o deslocamento da comitiva presidencial para São Paulo simplesmente para inaugurar o Memorial do Corinthians. Observando os compromissos de 2006, ficou evidente que o presidente começou a abolir as segundas e as sextas-feiras da agenda ou a ter só um despacho nesses dias. A jornada de trabalho também diminuiu. Em alguns dias, a agenda iniciou às 10h, foi interrompida para o almoço e, às 16h, o expediente foi encerrado.”

Reinaldo Azevedo
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Postby mends » 05 Feb 2007, 19:03

A cascata de Amorim
Leia texto de Lisandra Paraguassú no Estadão On Line. Volto em seguida:
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, lamentou nesta segunda-feira as críticas do ex-embaixador brasileiro em Washington Roberto Abdenur sobre a política externa do País, em entrevista à revista Veja dessa semana. Apesar de dizer que não iria comentar o assunto, Amorim terminou afirmando que, se Abdenur tinha problemas tão sérios com a condução do Itamaraty, poderia usar outros meios de protesto, insinuando que o embaixador poderia ter deixado o posto antes de ser removido, no mês passado.
“Um embaixador com um posto como Washington e que tem dúvidas tão sérias sobre a política externa brasileira tem uma maneira muito clara de manifestar isso", disse Amorim, sem deixar clara qual seria essa maneira. Na entrevista, Abdenur diz que existe hoje uma doutrinação política dentro do Itamaraty e intolerância à pluralidade de opinião.
O embaixador classificou de "antiamericanismo atrasado" a postura adotada por setores da política externa brasileira e criticou a prioridade dada às relações com Países emergentes, além da falta de agressividade brasileira em condenar situações como as criadas pelo presidente venezuelano Hugo Chávez.
"Lamento notar que o embaixador tenha escolhido o momento da sua remoção definitiva para fazer esses comentários", disse o ministro. Amorim afirmou que não houve razões políticas para a saída de Abdenur de Washington, mas sim decisões burocráticas, já que vários outros embaixadores teriam sido removidos de seus postos no mesmo momento. Amorim afirmou, ainda, que as críticas feitas pelo embaixador são apenas "oportunas para quem quer criticar a política externa brasileira".

Voltei
Amorim está se fazendo passar por aquilo que não é: um bestalhão. A patrulha ideológica — para usar uma expressão antiga adaptada ao atraso petista — no Itamaraty não tem como ser vencida por alguma forma de crítica interna. Mas suspeito que o ministro está sugerindo que o embaixador deveria ter caído fora: “Ame-o ou deixe-o”. Sei bem como é esse ponto de vista...
O antiamericanismo rombudo está a cargo do secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, que impõe ao corpo diplomático, especialmente aos jovens, até mesmo uma pauta de leitura: livros de combate ao Império americano. Não é preciso ir muito longe: Lula visitou ditaduras árabes, mas passou longe da democracia israelense. Mais: o país é hoje o principal apoio externo do ditador Hugo Chávez e do protoditador Evo Morales. A diplomacia Sul-Sul é invenção da carochinha, que estaria trazendo grandes resultados ao Brasil, o que se espelharia na balança comercial. Balela. A balança* vai bem porque o preço das commodities brasileiras está nos cornos da lua, e o mundo é comprador. O sucesso da política externa brasileira é um desses mitos que tomam conta da imprensa. Faz parte do trabalho de aquecimento da imagem de Lula...

http://www.reinaldoazevedo.com.br

(*) E na verdade, na verdade mesmo, "balança ir bem" é algo esotérico. não importa muito se vamos bem ou mal, nesse quesito, SE ELE FOR ANALISADO SOZINHO. Ele é consequência de problemas, não problema em si.
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Postby mends » 19 May 2007, 16:59

O engenheiro misterioso

A intrigante desenvoltura do ex-assessor da
Infraero junto a empreiteiros, obras, editais...

O deputado Carlos Wilson, do PT de Pernambuco, não tem tido sossego desde que estourou a crise aérea no país. Há dias, trocou farpas em público com seu sucessor na Infraero, a estatal que cuida dos aeroportos. Ele foi acusado de ser responsável pelo inexplicável atraso de quatro anos no início das obras de ampliação da pista do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Carlos Wilson presidiu a Infraero entre 2003 e 2006. As obras só começaram na semana passada. Antes disso, Carlos Wilson começou a ter dores de cabeça com o festival de denúncias de irregularidades na Infraero durante a sua gestão – fraudes, superfaturamento, desvio de dinheiro. Recentemente, indagado sobre o que contaria à CPI do Apagão Aéreo caso viesse a ser convocado para depor, ele disse o seguinte: "Não serei um novo Roberto Jefferson". Quis dizer que não tinha denúncias a fazer, mas houve quem interpretasse sua declaração como um recado tranqüilizador aos amigos. Com a instalação da CPI, os sobressaltos do deputado tendem a ficar mais intensos. Sua próxima preocupação deve ser um personagem habituado a trabalhar longe dos holofotes: o engenheiro Eurico José Berardo Loyo, pernambucano de 66 anos, que foi braço-direito de Wilson na Infrareo.

Como assessor especial, Eurico Loyo deveria trabalhar como um consultor do presidente da Infraero, mas foi muito mais longe: virou um diretor de engenharia informal. Curiosamente, até licitações para contratar empreiteiras acabaram sob sua coordenação. Loyo elaborava editais. Loyo tocava obras, obras de milhões de reais. Loyo ouvia o pleito de empreiteiros. Loyo recebia lobistas. Loyo, com tanto assédio, era mais solicitado do que o próprio presidente Carlos Wilson, mas ninguém estava se enganando de endereço. O amigão Wilson lhe deu poderes luminosos. Loyo fazia mais. Há suspeitas de que chegou a se reunir com empreiteiras, dividir obras pelo país afora e só depois lançar edital de licitação. Certa vez, o acerto teria incomodado uma empreiteira, que ameaçou pôr a boca no trombone, mas, depois de pegar umas obrinhas, teria se esquecido da indignação. O certo é que a faina de Loyo deixou um tal rastilho de pólvora dentro da Infraero que o atual presidente da estatal, brigadeiro José Carlos Pereira, o chamou para uma conversa. Queria saber se os "boatos" eram verdadeiros. Loyo disse que era tudo intriga.

"Meu trabalho era técnico, porque não entendia nada de aeroportos", diz ele. "Nunca criei dificuldades e nunca pedi nada a ninguém." E por que então fazia até mudanças em editais de licitações? Ele diz que era só para facilitar a formação de consórcios. Os serviços de Loyo são velhos conhecidos de Carlos Wilson. No governo passado, Wilson, que ainda não havia trocado o PSDB pelo PT, indicou Loyo para chefiar o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes, em Pernambuco. Loyo aceitou, embora o órgão sempre tenha sido um antro de corrupção. Antes de ingressar no mundo estatal, Loyo foi um empreiteiro de bom porte em Pernambuco. Sua empresa quebrou na década de 80. "Fechei as portas quando percebi que as coisas não andavam sem corrupção", diz ele. É uma explicação interessante. Deixou a iniciativa privada enojado com a corrupção e foi trabalhar num dos órgãos mais corrompidos do serviço público federal. Uma hora ainda poderá ser acusado de separar o Loyo do trigo.

http://veja.abril.com.br/230507/p_060.shtml
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Manifestos pró-Tibete

Postby Danilo » 07 Apr 2008, 16:09

O revezamento da tocha olímpica pelas ruas de Paris nesta segunda-feira foi cancelado e a chama acabou sendo levada para dentro de um ônibus a pedido de autoridades chinesas, após protestos pró-Tibete na capital francesa. Pelo menos 23 pessoas foram detidas pela polícia por tentarem atrapalhar a passagem da tocha, disse um porta-voz do movimento Tibete Livre. Um membro do Partido Verde francês havia sido detido mais cedo pela polícia quando tentou tomar a tocha das mãos do ex-campeão dos 400 metros com barreira Stephane Diagana, a primeira das 80 pessoas que participarão do revezamento da tocha em Paris. Escoltado por seguranças, Diagana usava a inscrição "Por um mundo melhor", numa iniciativa do comitê nacional de atletas franceses.

(texto completo em http://www.estadao.com.br/esportes/not_esp152541,0.htm)

Que Diagana burra. Vai logo querer competir com um ex-atleta de 400 metros com barreira?

:D
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Re: Política e politicagem

Postby mends » 07 Apr 2008, 18:06

Stephane Diagana é um homem e era ele quem estava carregando a tocha....assim sendo, não entendi o "que Diagana burra"...
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Re: Política e politicagem

Postby Danilo » 08 Apr 2008, 00:10

Que comentarista burro eu sou.
:stupid:

Queria dizer que o manifestante resolveu pegar a tocha da pessoa errada.
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Re: Política e politicagem

Postby Rafael » 08 Apr 2008, 23:01

Cara,

Não vou nem questionar se os motivos são bons, corretos ou sei lá, e respeito o direito das pessoas protestarem: abram faixas, gritem palavras de ("des")-ordem... criem evento (organizados) paralelos.
Mas querer ir lá e atrapalhar a festa dos outros, é uma grande sacanagem. O cara tem de ser preso, e se der pra dar uma tapas pra largar mão de ser besta, também não ficaria bravo...
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Re: Política e politicagem

Postby mends » 09 Apr 2008, 08:29

sim, o cara teria que ser preso. mas o que é pior é que está chegando agosto, e volta o lixo das olimpíadas, com o brasil-il festejando décimos-quarto lugares, lutando por um bronze, como nunca na históriadeztipaiz...
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Re: Política e politicagem

Postby Rafael » 11 Apr 2008, 22:19

Cara

Neste ponto eu discordo...

Hoje, as competições esportivas, sejam elas quais forem, sáo um elemento competitivo entre as nações, que gera orgulho: quem não gosta de contar vantagem dos nosso amigos argentinos no futebol ou em qualquer esporte... Tal como economia, mulheres bonitas, etc...

Não acredito na conversa de que o importante é competir, o melhor sempre é ganhar... Mas pensa assim: se o cara nunca ganhou nada, um bronze é du caralho. Eu me Contentaria em ser o "terceiro" cara mais rico do mundo, ou do brasil. Ou em Comer a terceira mulher mais gostosa do mundo ou do Brasil...

Não concordo com uso político, e menos ainda em "subvenção" do governo pra este tipo de coisa, mas isso não tira o mérito dos caras que competiram. E o papel da imprensa é este mesmo, noticiar... é a velha história: se o cachorro morde o homem tudo bem. O dia que o homem morder o cachorro, vira primeira página...
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3ª mais de SP

Postby Danilo » 12 Apr 2008, 00:42

Se o cara nunca ganhou nada, um bronze é du caralho. Eu me contentaria em ser o "terceiro" cara mais rico do mundo, ou do Brasil. Ou em comer a terceira mulher mais gostosa do mundo ou do Brasil...


Idem! E ainda abria chance pra classificação municipal.
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