Política e politicagem

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
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Re: Política e politicagem

Postby tgarcia » 16 Jul 2008, 10:34

Nesta mesma linha está a melhor piada (para não dizer a única, pq os caras estão muito ruins...) do casseta e planeta: Aquele "A" em negrito que fica piscando nas Organizações Tabajaras - com a frase indicativa que o A negrito entrou pelo sistema de cotas...
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Eleição presidencial dos EUA

Postby Danilo » 05 Nov 2008, 23:23

Encontro com a escassez

O dia 4 de novembro de 2008 representa o fim de uma era. Politicamente, marca o final do domínio conservador iniciado em 1980. Geracionalmente, marca o final da supremacia da geração baby boom, iniciada em 1968. Nos últimos 16 anos, membros da geração baby boom (os norte-americanos nascidos entre 1946 e 1960) ocuparam a Casa Branca.

Quando os historiadores analisarem a era que está se encerrando agora, verão um período de realizações privadas e de decepção pública.Nas duas últimas décadas, os EUA se tornaram um lugar muito mais interessante. Empresas como Starbucks, Microsoft e muitas outras iluminaram as vidas cotidianas. Cidadãos privados, sobretudo os jovens, repararam os danos no tecido social, se dedicaram ao serviço comunitário e promoveram uma redução no número de viciados em drogas e de gestações na adolescência.

Mas, ao mesmo tempo, a esfera pública não floresceu. A despeito de décadas de prosperidade, questões já antigas como a saúde, a educação, a política energética e os benefícios sociais não foram conduzidas devidamente. A geração baby boom, que iniciou sua vida adulta prometendo ativismo permanente, provou ser uma geração sem distinção política alguma. Produziu dois presidentes. Mas a demanda do público por mudança é total. Barack Obama é uma criança dos anos 60. Para as pessoas da geração de Obama, os grandes tumultos do país já haviam passado quando eles chegaram à idade adulta. A geração deles tem por ordem a consolidação e um novo tradicionalismo - uma geração adepta de filtro solar e de capacetes para andar de bicicleta, e cuja principal preocupação é criar bem os filhos.

Obama é membro não só dessa geração ponderada como de seu segmento mais educado. Seu grupo social, formado por pessoas prósperas nascidas depois do baby boom, o vem apoiando com fervor inabalável. A classe privilegiada e de nível elevado de educação nas universidades, na mídia, na medicina e nos centros financeiros bancou sua campanha de US$ 600 milhões. Esse grupo em breve se tornará a classe governante. E a ironia é que terão de enfrentar o problema para o qual estão menos preparados: o da escassez. Criados em ambientes prósperos, terão de arcar com o fardo cada vez mais pesado de uma sociedade envelhecida, custos de saúde em alta e preços elevados para a energia. Terão de cobrir o US$ 1 trilhão ou mais que o governo gastará para evitar uma recessão profunda. Enfrentarão dificuldades para manter suas promessas de cortar impostos, criar uma revolução na energia, aprovar um dispendioso programa para a saúde, e tudo mais.

Na era da transição, caberá aos filhos arcar com o fardo deixado por seus pais.

(texto completo em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0511200835.htm)
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Re: Política e politicagem

Postby Danilo » 16 Dec 2008, 23:30

CCJ da Câmara aprova reforma que acaba com reeleição e aumenta mandatos

A CCJC (Comissão de Constituição, de Justiça e de Cidadania) da Câmara aprovou o conjunto de PECs (Projetos de Emendas à Constituição) da reforma política. O relatório de João Paulo Cunha (PT-SP) acaba com a reeleição de prefeitos, governadores e presidentes e aumenta os mandatos de todos os cargos. O novo tamanho dos mandatos não foi definido ainda, pois há várias propostas com durações diferentes para eles, que vão de cinco a oito anos. A proposta também faz os mandatos coincidirem, pois todos os cargos tomariam posse ao mesmo tempo. Dessa forma, diminuiria a periodicidade de eleições no país, que atualmente ocorrem de dois em dois anos. O texto também prevê que o suplente do senador seja o candidato mais votado que não tomou posse na última eleição. Atualmente, cada senador tem um suplente que é eleito junto a ele no pleito.

Propostas sobre o voto facultativo também estão contidas na reforma, que terá seu mérito avaliado. A CCJC aprovou a constitucionalidade da proposta. Para que ela ainda siga para o plenário, terá de passar por uma comissão especial no início da próxima legislatura, em fevereiro de 2009. A relatoria da matéria deverá sair do PT e ir para o DEM, o que deve facilitar o trabalho da oposição, segundo o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). Já os membros da comissão serão escolhidos de forma proporcional ao número de deputados de cada partido na Casa.

A oposição conseguiu retirar três PECs da proposta que, segundo eles, dariam a possibilidade de reeleição infinita e um terceiro mandato de Lula. Elas retiravam o § 5º do art. 15 da Constituição, que fala da reeleição para um único período subseqüente, sem colocar nada no lugar.

A votação do destaque causou confusão na Comissão, pois o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não atendeu ao pedido de verificação de votos feito por José Genoino (PT-SP), alegando não tê-lo ouvido. Durante mais de meia hora, houve a discussão sobre o resultado, pois os deputados do PT eram favoráveis à manutenção dessas emendas. Genoino afirmou que tinha "certeza que havia ganho no voto simbólico", quando é feito a verificação visualmente.

Já Ronaldo Caiado (DEM-GO) falou que a confusão foi causado porque os petistas não queriam abrir mão do terceiro mandato lulista. "O nervosismo mostra que caiu a mascará deles", disse Caiado após a votação. Todos os deputados petistas presentes na votação negaram que haja intenção de um terceiro mandato de Lula. O deputado Carlos William (PTC-MG), porém, garantiu que vai propor um terceiro mandato para Lula se for membro da comissão especial.

(http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2 ... 3u309.jhtm)
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Re: Política e politicagem

Postby mends » 20 Dec 2008, 11:26

quatro mais quatro é um bom mandato, eu gosto. fica com uma avaliacao no meio do caminho. por outro lado, a primeira metade é perdida pra se assegurar a segunda...
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Re: Política e politicagem

Postby Danilo » 30 Apr 2009, 16:34

Câmara dá cotas para portadores de deficiência nas universidades

A Câmara aprovou ontem projeto que fixa cota de 10% para pessoas com deficiência nas universidades e instituições de ensino médio públicas. A reserva segue na mesma linha da que é aplicada, desde 1990, nos concursos públicos, cuja cota, porém, é de 20% das vagas. Se somado a outro projeto em tramitação no Congresso, que prevê cotas raciais, 60% das vagas das instituições públicas de ensino médio e superior ficariam preenchidas pelo critério de cotas. O texto do projeto é simples: "As instituições públicas de ensino médio e superior reservarão dez por cento de suas vagas discentes para pessoas com deficiência."

O projeto tem caráter conclusivo, ou seja, só será votado no plenário se houver recurso, caso contrário seguirá para análise no Senado. Mas os deputados ficaram em dúvida se as instituições públicas estaduais e municipais estão incluídas e a questão pode ser levada ao plenário por conta disso. A proposta já havia sido aprovada na CCJ, depois de ter passado pela Comissão de Educação. Tem parecer favorável do Ministério da Educação. Segundo dados do IBGE, 24,6 milhões de pessoas no País se declararam portadores de alguma deficiência, 14,5% da população. Dados do Inep apontam 0,15% de pessoas deficientes entre os universitários do País.

O relator do projeto na CCJ, deputado Efraim Filho (DEM-PB), ressaltou que a cota de pessoas com deficiência não está inserida nos 50% de vagas das universidades e instituições de ensino médio para estudantes que cursaram escolas públicas, prevista no projeto aprovado pelos deputados e atualmente em discussão no Senado. "Essa cota é muito mais justa do que as raciais, porque não se trata de uma desigualdade subjetiva, mas real, de pessoas com dificuldade de acesso", disse Efraim.

(original em http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 3033,0.php)
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Re: Política e politicagem

Postby mends » 06 May 2009, 00:45

cota pra manco, caolho, gordo, magro, bicha...e cinco por cento das vagas pra quem realmente estuda!
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Re: Política e politicagem

Postby Wagner » 06 May 2009, 11:50

Pelo menos entravamos na cota para gordos! E pelo menos um de nos entraria em outra cota... :gay: ...

Desisti de levar este governo a serio, por isto nao faco mas nenhum comentario "serio" deste tipo de noticia...
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Re: Política e politicagem

Postby Danilo » 07 May 2009, 17:23

Estou pensando em encaminhar uma propostra pro CCJ sobre uma cota de ninfomaniacas para pessoas com fobia social. :P

Além da necessária cota de pessoas com QI superior a 100 nos cargos governamentais.
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Re: Política e politicagem

Postby Rafael » 08 May 2009, 10:45

vai ter cota máxima de japonês?

Daqui ná pouco na poli só vai ter negro/mulato e japonês...
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Re: Política e politicagem

Postby Danilo » 20 Jun 2009, 13:03

Atos secretos no Senado

O Senado foi atropelado desde fevereiro por uma crise ética que paralisou a Casa e deixou como saldo a pior imagem para uma instituição pública: a de que virou um espaço para servir a interesses privados. Foram as feridas políticas abertas com disputa entre setores de PMDB e PT que deflagraram uma onda de revelações sobre os maus costumes da Casa. Isso resultou na descoberta de pagamentos de horas extras em mês de recesso parlamentar, fartura de cargos de direção, uso indevido de imóveis funcionais por diretores, má utilização de verbas indenizatórias, entre outros problemas.

É publicado pelo Senado diariamente um boletim acessado pelos servidores com as nomeações e mudanças administrativas internas. Enquanto as decisões públicas saem num mesmo documento diariamente, a maioria das sigilosas tem tratamento único, sem se misturar com outras medidas. A existência desse tipo de procedimento surpreendeu até auditores da FGV. O Ministério Público Federal decidiu investigar o uso de atos secretos dentro do Senado. A procuradora Anna Carolina Resende vai apurar a existência de mais de 300 decisões sigilosas tomadas pela Casa nos últimos dez anos.

O presidente do Senado, José Sarney afirmou desconhecer a existência desses atos secretos. Pois ele é apontado como um dos mentores e beneficiário da máquina clandestina que operava a burocracia do Senado. Inerte diante das denúncias, o senador tentou defender-se no plenário. Não se conhece a totalidade da lista dos beneficiados, mas já foram encontrados oito parentes de Sarney entre os "secretas" parlamentares. A maior parte deles jamais pisou no Congresso.

"O senador tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum", disse o Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. E continuou: "Não sei a quem interessa enfraquecer o Poder Legislativo no Brasil. Quando o Congresso foi desmoralizado e fechado, foi muito pior para a democracia". Não satisfeito, acrescentou: "Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias, porque ele não tem fim e depois não acontece nada". Ao afirmar que Sarney merece um tratamento diferenciado, o presidente atropelou o preceito constitucional que estabelece a igualdade de todos perante a lei.

Na véspera da declaração de apoio de Lula, o senador "incomum" subiu à tribuna. Em um discurso de pouco mais de meia hora, disse que a crise não é dele, mas de todo o Senado, e que não aceita ser julgado por questões menores, o que é uma "falta de respeito para quem tem mais de cinquenta anos de vida pública".

(fontes: http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... 4956,0.htm, http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... 5042,0.htm http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac388188,0.htm e http://veja.abril.com.br/240609/p_058.shtml)
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Re: Política e politicagem

Postby Danilo » 22 Aug 2009, 12:04

A operação para enquadrar o PT e arquivar as denúncias contra Sarney em troca do apoio do PMDB a Dilma

A operação que salvou o presidente do Senado, José Sarney, começou no fim da tarde da quarta-feira 12 de agosto. O presidente Lula convocou para uma conversa seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, e o presidente do PT, Ricardo Berzoini. Relatou aos dois um recado que havia recebido na véspera dos senadores José Sarney e Renan Calheiros. A dupla avisara que, caso o PT se negasse a usar sua força para engavetar os processos contra o presidente do Senado, o PMDB abandonaria a campanha presidencial de Dilma Rousseff. "Não vamos aceitar jogo de cena do PT", disse Calheiros. Preocupado, Lula determinou a Berzoini e Carvalho que levassem a seguinte ordem ao senador Aloizio Mercadante, líder do partido no Senado: "É para salvar o Sarney".

Embora tenha sido exitosa, a missão não era simples. Os senadores do PT estavam divididos entre a lealdade ao presidente e a própria sobrevivência política. A maioria não tinha nenhum problema de consciência em absolver Sarney, mas temia se desgastar junto à opinião pública. Afinal, cerca de 70% dos brasileiros, segundo pesquisa do instituto Datafolha, querem vê-lo fora do comando do Senado. Contrariar a opinião pública, faltando pouco mais de um ano para as eleições, é sempre uma temeridade. O foco de resistência era o Conselho de Ética. Dois dos três representantes do partido, Delcídio Amaral e Ideli Salvatti, não queriam votar publicamente pela absolvição de Sarney, embora sejam ferrenhos aliados do senador. Estavam receosos do reflexo que isso poderia ter na campanha no ano que vem. O único senador totalmente à vontade para defender Sarney era o amazonense João Pedro. Suplente, sem voto e, portanto, sem motivo para ter vergonha, João Pedro é um antigo companheiro de pescaria de Lula e faz qualquer coisa para agradar-lhe. Os dois votos petistas levariam Sarney ao cadafalso.

Para contornar o problema, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, sugeriu a substituição do senador Delcídio Amaral pelo suplente, Roberto Cavalcanti, do PRB da Paraíba (voto pró-Sarney). Ideli Salvatti se absteria na hora de verbalizar sua decisão e todos sairiam felizes. Havia, porém, outro problema. O líder Aloizio Mercadante já tinha dito publicamente que não patrocinaria nenhuma manobra para salvar Sarney. Cabe apenas ao líder substituir os membros das comissões. Ficou acertado que, para evitar o constrangimento, Mercadante faria uma "viagem" ao Uruguai por uns dias. Ele topou a armação, mas, depois de pensar bem, voltou atrás. Na tarde da sexta-feira 14, ligou para Gilberto Carvalho para avisar que desmarcara a "viagem". Mercadante concluiu que a manobra o desgastaria ainda mais perante o eleitorado. "Não vou mais. Na segunda-feira estarei no Congresso." A quebra do acordo irritou o presidente Lula e o PT, que sentiu na decisão de Mercadante cheiro de traição e de uma indesejada rebelião no partido.

No fim de semana, Lula resolveu cuidar pessoalmente do trabalho de alinhamento dos senadores petistas, escalando uma tropa de choque para convencê-los da importância da missão. E que tropa. José Dirceu, o "capitão" do time de Lula que hoje é réu sob a acusação de chefiar a quadrilha do mensalão, naquele tom que lhe é característico conforme o nível de servilismo ou resistência do interlocutor, falou aos colegas sobre a necessidade de salvar Sarney para ter o PMDB ao lado de Dilma em 2010. Seu principal adversário dentro do PT, o ministro Tarso Genro, da Justiça, também ajudou na operação – usando a ameaça como argumento. A mando de Lula, Genro procurou o senador Paulo Paim, seu conterrâneo do Rio Grande do Sul, e falou que ele só seria candidato à reeleição se não fizesse nenhuma manifestação contra Sarney. Paim se calou.

O senador Mercadante, já sem controle da bancada que acreditava liderar, passou a protagonizar um vexame atrás do outro. Depois de desistir da farsa uruguaia, ainda ouviu um sermão de Ricardo Berzoini e Gilberto Carvalho. Os dois disseram ao senador que o governo não aceitava sua posição dúbia e que ele deveria substituir, sim, Delcídio Amaral e Ideli Salvatti no Conselho de Ética. Mercadante, então, ameaçou pela primeira vez renunciar à liderança do PT no Senado. Embora ninguém tenha pedido que ficasse, ele não consumou a ameaça, advertido por Berzoini de que ainda poderia ficar sem legenda para disputar a eleição paulista de 2010. O passo seguinte foi chamar Delcídio e Ideli para uma conversa. "Ser governo tem ônus e bônus. Agora é a hora do ônus", explicou Berzoini. A dupla aceitou a missão. Na noite de terça-feira, Berzoini foi à casa da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e, na presença do senador, informou: "Vamos cumprir integralmente o acordo".

No rol de humilhações, a cúpula do PT produziu mais uma para enquadrar Mercadante. Exigiu que ele lesse uma nota do partido orientando os senadores a votar pela absolvição de Sarney. Quem acabou lendo a nota foi o suplente João Pedro. Delcídio e Ideli passaram a sessão calados e cabisbaixos, com o rosto enfiado em jornais e revistas, para fugir das câmeras de televisão. Na hora de votar, disseram "sim" para Sarney fora dos microfones. Mercadante anunciou que renunciaria à liderança do partido. O senador chegou a marcar a hora do discurso da renúncia, a qual anunciou como "irrevogável". Mas, depois de uma conversa com Lula, a coragem passou. Ele então fez uma das mais convolutas piruetas político-semânticas de que se tem notícia. Mercadante conseguiu o feito digno de guru indiano de "renunciar à renúncia" e "revogar o irrevogável". Continuará liderando a tropa petista sobre a qual ele já não exerce liderança alguma. Em sentido inverso, a senadora Marina Silva cumpriu o que anunciou e abandonou o PT. O mesmo ocorreu com o senador Flávio Arns, que nem anúncio prévio fez.

(fonte: http://veja.abril.com.br/260809/salvar- ... -066.shtml)
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