Produção Industrial e Design

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Produção Industrial e Design

Postby Danilo » 01 Jul 2007, 23:08

Nesta terça vou ter que falar num seminário a partir duns textos sobre Indústria no Brasil. Pra começar seguem uns trechos de um dos textos, do jornalista Ethel Leon...

'No plano econômico, a recessão e a [2ª grande] guerra repercutiram de modo antes positivo que negativo sobre o ritmo de atividades, tendo em vista a diretriz anti-recessiva da política econômica do primeiro governo de Vargas e sobretudo o impacto da situação de conflito international. A guerra não só ajudou a preservar o mercado interno para a indústira nacional como abriu espaços no mercado exterior para artigos de consumo fabricados no Brasil. O ritmo de atividade da indústria brasileira na conjuntura da guerra foi intenso, a capacidade ociosa desapareceu e a lucratividade foi considerável.'

'A grande quanitidade de pequenas e médias indústrias ao lado de alguns grupos econômicos poderosos, pareciam conformar a base material perfeita para o desenvolvimento do desenho industrial.'

Mas...
'A industrialização adquire, desde o início, o caráter de um processo sócio-econômico culturalmente vinculado à assimilação de técnicas, instiuições e valores sociais importados da Europa, ou, em menor escala, dos Estados Unidos... A reprodução de padrões, a assimilação de técnicas criadas em outros universos sócio-culturais isentou os brasileiros de investir na invenção.'

'O design, propondo-se a trazer a qualidade na série, não visa apenas atualizar os processos artísticos adequando-se aos grandes meios de produção, mas a reformar as próprias condições da produção industrial, que em regime capitalista parece inspirar-se em interesses puramente quantitativos.'
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Postby mends » 02 Jul 2007, 01:08

Puta, que monte de bobagem. Meus pêsames> Seu curso, na área de humanas, é um horror.
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Postby Danilo » 02 Jul 2007, 13:03

Já sei que essa disciplina de Fundamentos Sociais manda ler uns textos meio furados. Mas esse texto aí de cima não consigo rebater com argumentos. Ainda mais falando pra um monte de gente. Dá uma mão aí!
:z

De qualquer modo... lá vai um pedaço do outro texto, que parece ser melhor:


'A década de 1980 é considerada uma década perdida não apenas pelas medíocres taxas de crescimento alcançadas, mas também em razão das inúmeras oportunidades de retomada do crescimento que foram desperdiçadas. Nessa década, até por conta das severas crises qu atingiram a economia brasileira fez-se necessário redifinir os rumos do desenvolvimento econômico do país.

Mas isso não foi aproveitado. Mas do que nunca, é possível dizer que não se tratava meramente de uma questão de continuar trilhando o mesmo caminho, promovendo simplismente uma modernização da economia através do aumento dos níveis de automação das empresas locais.

De fato, ao final da década de 1980, a excessiva proteção do mercado havia gerado um conjunto de distorções na economia brasileira, tais ocmo protudos defasados, baixa produtividade, escalas pouco competitivas, entre outros.'

(...)
'A sucessão de tentativas de planos de estabilização fazia aumentar a ansiedade por um novo governo democraticamente eleito pelo voto direto. A expectativa era de que tal governo pudesse retomar, ainda que modificdada, a trilha de crescimento e desenvolvimento econômico que o país atravessera durante 50 anos, até o início dos anos 80. Apesar da grande dimensão da dívida externa, os tentáculos da desregulamentação financeira internacional que já envolviam o Brasil ainda não apareciam claramente sob a forma da globalização que estava prestes a advir nos anos 90, até porque os mercados internos ainda estavam em grande medida protegidos.'

(...)
'A década de 1990 testemunhou, no Brasil, um profundo processo de reestruturação econômica, no qual se podem destacar a crescente importância da dimensão financeira e, como contrapartida, a redução da importância das atividades produtivas e, mais ainda, de projeto locais. Sobretudo as atividades industriais expostas à concorrência internacional passaram por uma intensa reestruturação produtiva. O aumento de produtividae que daí adveio significou na verdade menos postos de trabalho e menos postos de trabalho qualificado' hein?

'O processo de estabilização trouxe inequívocos benefícios, mas a forma como foi conduzido implicou efeitos colaterais sobre as atividades produtivas do país. Tais percalços foram agravados pela sobrevalorização da moeda, que após ser corrigida abrupta e exageradamente, no início de 1998, deixou o país em condições mais favoráveis para retomar uma nova fase de crescimento. O problema é que, se há até perspetivas de um crescimento fácil, a estrutura de tal crescimento não se mostra socialmente sustentável a longo prazo, ou seja, apesar de fácil, seria medíocre e altamente sujeita a interrupções.'
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Postby mends » 02 Jul 2007, 13:15

A reprodução de padrões, a assimilação de técnicas criadas em outros universos sócio-culturais isentou os brasileiros de investir na invenção.'


Isso não é argumento, é juízo de valor. é a mesma coisa que eu falar que a exportação de jogadores pra europa a isenta de jogar futebol bem. a invenção não é função da existência ou não de "técnicas" que ocupem um "vácuo teórico". ela é função da segurança jurídica para o investimento e dos custos - que o trabalhismo varguista já tornara altíssimo. e que segurança jurídica há em uma ditadura?

'O design, propondo-se a trazer a qualidade na série, não visa apenas atualizar os processos artísticos adequando-se aos grandes meios de produção, mas a reformar as próprias condições da produção industrial, que em regime capitalista parece inspirar-se em interesses puramente quantitativos.'


Não entendi...ele quer dizer que a "arte" não é importante, que importa ao capitalista apenas a escala?

Isso é verdade em determinado momento da história, mas é função dos CUSTOS DE PRODUÇÃO. A escala surge pra diluir custos, simplesmente. a partir do momento que as novas tecnologias contribuem para que esses custos inexistam, você passa a ter produtos mais "customizados". Custo é o nome do jogo.´
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Postby mends » 02 Jul 2007, 13:23

Mas isso não foi aproveitado. Mas do que nunca, é possível dizer que não se tratava meramente de uma questão de continuar trilhando o mesmo caminho, promovendo simplismente uma modernização da economia através do aumento dos níveis de automação das empresas locais.


De novo, juízo de valor.

'A sucessão de tentativas de planos de estabilização fazia aumentar a ansiedade por um novo governo democraticamente eleito pelo voto direto. A expectativa era de que tal governo pudesse retomar, ainda que modificdada, a trilha de crescimento e desenvolvimento econômico que o país atravessera durante 50 anos, até o início dos anos 80. Apesar da grande dimensão da dívida externa, os tentáculos da desregulamentação financeira internacional que já envolviam o Brasil ainda não apareciam claramente sob a forma da globalização que estava prestes a advir nos anos 90, até porque os mercados internos ainda estavam em grande medida protegidos.'

(...)
'A década de 1990 testemunhou, no Brasil, um profundo processo de reestruturação econômica, no qual se podem destacar a crescente importância da dimensão financeira e, como contrapartida, a redução da importância das atividades produtivas e, mais ainda, de projeto locais. Sobretudo as atividades industriais expostas à concorrência internacional passaram por uma intensa reestruturação produtiva. O aumento de produtividae que daí adveio significou na verdade menos postos de trabalho e menos postos de trabalho qualificado'


o segundo parágrafo contradiz o primeiro. ele diz que o mercado protegido, no primeiro, é causa da nossa baixa competitividade (o que é certo) e, no segundo, que o mercado desprotegido é causa da nossa falta de competitividade...

a competitividade certamente eliminou trabalho não qualificado, mas aumentou a demanda por trabalho qualificado.

o driver de todas as mudanças econômicas do brasil é um só: inflação. estudar economia no brasil significa estudar como lidamos com a inflação. os mercados financeiros internacionais criaram mecanismos que nos permitiram lidar com ela. e a abertura da economia foi fator sine qua non pra combater a inflação, pois firçava competição de preço com produtos importados.


'O processo de estabilização trouxe inequívocos benefícios, mas a forma como foi conduzido implicou efeitos colaterais sobre as atividades produtivas do país. Tais percalços foram agravados pela sobrevalorização da moeda, que após ser corrigida abrupta e exageradamente, no início de 1998, deixou o país em condições mais favoráveis para retomar uma nova fase de crescimento. O problema é que, se há até perspetivas de um crescimento fácil, a estrutura de tal crescimento não se mostra socialmente sustentável a longo prazo, ou seja, apesar de fácil, seria medíocre e altamente sujeita a interrupções.'


Quem é o coitado que escreveu isso???? Isso é ideologia pura, só tem juízo de valor, nenhum argumento econômico!!!! Como dizia meu professor de Economia Brasileira, isso é VODU, e VODU É PRA JACU, já dizia o filósofo W. Woodpecker.

Quando voltar do bonde do almoço, explico porque iso é vodu.
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Postby mends » 02 Jul 2007, 15:21

Como o Brasil cresceu nos anos 70?

Aproveitando o excesso de liquidez na economia internacional, tal qual hoje: petrodólares jorrando, oferecemos bons juros, captamos dinheiro via Clube de Paris e fizemos a festa. A crise do petróleo de 74 foi um ponto de inflexão: podíamos fazer como todos os países e colocar a economia em recessão, ou podíamos aumentar os gastos do governo para “aproveitar” que todos estavam “dormindo” e crescer ainda mais. Como esperto é o gato, em 1979 o governo Carter leva os juros americanos a 21% ao ano e nos quebra – daí a crise da dívida de 1982.

Para pagar a dívida, precisávamos de dólares: a saída era exportar tudo. O câmbio foi manipulado pelo governo para tornar os produtos “competitivos”: exportamos até GOIABADA. Mas houve desabastecimento no mercado interno, em contrapartida.

A inflação é uma história paralela: era controlada diretamente pela emissão de moeda. Quando “precisávamos” que o governo gastasse mais, ele emitia moeda pra pagar seu déficit, o que criava inflação. E, como éramos uma economia fechada, não havia susbtitutos importados, tínhamos que engolir os aumentos. A economia foi se indexando até o ponto que chamo de paradoxo da coxinha: a coxinha subia porque o petróleo subia.

Inflação e dasabastecimento redunda no plano cruzado: congelamento e crédito fácil. Congelamento é batata: em economias mais complexas, onde o governo não tem o controle total, cria mercado negro e desabastecimento. Tivemos a sucessão interminável de planos heterodoxos.

Entra o Collor: ele comete uma violência – o confisco - e faz uma coisa boa: a abertura comercial. Acontece que o confisco tira todo o free float da economia e cria condições para o plano real, e a abertura também. O real é genial: ele acaba com a indexação levando-a ao seu limite lógico, e não por canetada. No limite, um novo índice é uma moeda.

Mas de nada adiantaria uma nova moeda se o governo voltasse a contaminá-la com déficit público. Então como financiar o déficit? Através de dinheiro estrangeiro. E qual a garantia que um investidor teria? O câmbio fixo. O câmbio fixo é a chamada ÂNCORA CAMBIAL, o governo se compromete de antemão a vender um dólar por tantos reais. E por que é importante: um banco central tem dois mecanismos pra controlar a inflação, e, depois dos fiascos hiperinflacionários dos anos 80, aprendeu-se que a taxa de juros é a melhor ferramenta pra isso, apesar de indireta – controla a liquidez sem imprimir dinheiro. Pois bem: se você compra título pré-fixado – e nenhum louco vai comprar pós de um governo que só em 93 saiu da moratória – e o bacen sobe os juros no dia seguinte, seu título vale menos. Então, manter o câmbio fixo implicava manter a taxa de juros fixa para uma dada inflação, pela relação conhecida como Paridade de Juros. É uma ferramenta de controle de expectativas, que é o que vale no mercado, qualquer mercado.

Ora, se você sabe o preço do dólar e sabe quantos dólares o governo tem em reserva, e ele está comprometido com o mercado a honrar sua palavra – senão o mercado não o financia – quando você vê o nível de reservas baixo, você corre pra tirar o seu antes. Se tem muita gente correndo, e o câmbio é fixo, você sabe que o mercado vai ganhar, o governo vai ter que desvalorizar o câmbio. Se com dois dólares você comprava dois reais, agora você vende um real a 90 centavos de dólar, sem ter o real, porque o governo vai ter que pedir água e o real vai lá pra baixo. Isso é o que se chama “ataque especulativo”, e é o que ocorre em 1999. O governo tenta lutar, mas se nem a Inglaterra conseguiu...o câmbio se torna flutuante, primeiro em bandas endógenas, depois flutuação suja, como agora.

Em regime de câmbio flutuante, a ferramenta de gestão de expectativas é o sistema de metas de inflação. Se você sabe que o governo compromete-se com uma inflação anual de nível x, você sabe que, dada a inflação apurada, as taxas de juros básicas e o câmbio se comportarão assim ou assado. É isso o que vivemos agora.

E sabe o que é interessante? A consequência lógica disso é que, se a inflação vem acima das expectativas, o câmbio aprecia, porque o mercado sabe que o governo irá aumentar os juros. O real se valoriza. E o real está valorizado. E a meta de inflação está acima do que deveria estar – o governo perdeu uma oportunidade de fazer com que o mercado ajustasse o câmbio, simplesmente porque vê fantasmas em todo lugar. E o mercado sabe que o déficit aumenta a cada dia, e que o governo vai ter que aumentar juros no médio prazo, e o mercado está se posicionando para isso.
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Postby Danilo » 03 Jul 2007, 12:47

o driver de todas as mudanças econômicas do brasil é um só: inflação. estudar economia no brasil significa estudar como lidamos com a inflação. os mercados financeiros internacionais criaram mecanismos que nos permitiram lidar com ela. e a abertura da economia foi fator sine qua non pra combater a inflação, pois firçava competição de preço com produtos importados.


Comecei a fuçar de novo nos livros da minha irmã. Tem um que tem um capítulo só pra falar de inflação, dentro de teoria macroeconômica, e tem outro que fala da economia brasileira contemporânea, cujo autores são três feanos (dá pra confiar mais, certo?).

Como o recurso tempo é escasso, minha política econômica é levar o segundo como leitura de ônibus.

Quem é o coitado que escreveu isso???? Isso é ideologia pura, só tem juízo de valor, nenhum argumento econômico!!!!


Quem escreveu foi o economista José Ricardo Tauile, da UFRJ.
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Postby Danilo » 03 Jul 2007, 14:10

a competitividade certamente eliminou trabalho não qualificado, mas aumentou a demanda por trabalho qualificado.


Tentei achar como o texto explicava isso... taí:

'Apesar da inflação ter sido de fato contida [com o Plano Real], seu custo social foi incalculável: tanto a baixa prioridade que tiveram os aspectos sociais do plano original de governo como os impatcos sobre a capacidade empresarial estritamente nacional e sobre a estrutura de empregos, no país, foram desastrosos. O foco estrito na eficiência dos mercados e a ausência de políticas públicas, além da questionável efiácia em termos econômicos e sociais dos processos de privatização e desnacionalização de importantes segmentos da indústria brasileira, implicaram a difusão de estratégias empresariais que não valorizam a manutenção do emprego nem demandam na prática a formação de mão-de-obra de elevada qualificação, como engenheiros, cientistas, produtores de tecnologia etc. Para que fazer aqui o que já está disponível lá fora?'

(...)

'Cabe aqui ressaltar que a nova etapa do processo de estabilização da moeda brasileira, caracterizada pelo pagamento de altas taxas de juros referentes aos títulos do governo brasileiro, evidencia um lado perverso do modelo, que é a total submissão dos poderes políticos nacionais ao capital financeiro internacional. Isso traz como consequência um grande menosprezo pelo que se passa do lado real da economia - ou seja, a estrutura industrial, a organização social da produção, a estratétia de desenvolvimento, etc. Indiretametne, em termos práticos, provoca um agravamento das distorções sociais existentes no país.'

Parece que o tal Tauile não deu nenhum dado mostrando redução da necessidade de trabalho qualificado.
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Postby mends » 03 Jul 2007, 14:24

seu custo social foi incalculável: tanto a baixa prioridade que tiveram os aspectos sociais do plano original de governo como os impatcos sobre a capacidade empresarial estritamente nacional e sobre a estrutura de empregos, no país, foram desastrosos.


O custo social realmente foi incalculável: conteve a inflação, o maior imposto pra pobre do Brasil. Quanto mais pobre o "disinifiliz", menos proteção ele tem contra a inflação.

O foco estrito na eficiência dos mercados e a ausência de políticas públicas


Juízo de Valor...

além da questionável efiácia em termos econômicos e sociais dos processos de privatização e desnacionalização de importantes segmentos da indústria brasileira


É só estudar valuation e ver a bolsa pra vermos que a) o país vendeu muito bem suas estatais e b)elas são extremamente eficientes hoje nas mãos da iniciativa privada, onde são verdadeiramente públicas, uma vez que o público pode ser sócio de uma empresa orientada para o lucro, para o retorno econômico sobre o capital, e não para politicagens. Já imaginou a farra do PT com tanta estatal pra nomear "cumpanhero"?

implicaram a difusão de estratégias empresariais que não valorizam a manutenção do emprego nem demandam na prática a formação de mão-de-obra de elevada qualificação


Em países com pouco capital, como o nosso, a produtividade marginal do capital é, logicamente, maior que a produtividade marginal da mão de obra. É uma conta matemática, uma "divisão" (na verdade uma derivada, mas pra quê complicar?). A remuneração do capital é igual à sua produtividade marginal, e a remuneração da mão de obra também. Se a produtividade marginal do capital é maior, no agregado quem detém capital ganha mais que o agregado da mão de obra. mas...A CULPA É DA MÃO DE OBRA, QUE NÃO AUMENTA SUA PRODUTIVIDADE MARGINAL, UMA VEZ QUE É DESQUALIFICADA.

E uma nova tecnologia SEMPRE demanda requalificação. Se não demandasse, os salários seriam ainda mais baixos, porque todo trabalhador seria perfeitamente substituível. Trabalhadores qualificados são trabalhadores que conseguiram inelasticidade em sua oferta. Por que se ganha pouco em call center? Pq qualquer um trabalha em call center...

como engenheiros, cientistas, produtores de tecnologia etc. Para que fazer aqui o que já está disponível lá fora?'


Por que pagar mais caro se posso trazer mais barato? Por que destruir valor econômico?

evidencia um lado perverso do modelo, que é a total submissão dos poderes políticos nacionais ao capital financeiro internacional.


Juízo de valor....

do lado real da economia - ou seja, a estrutura industrial, a organização social da produção, a estratétia de desenvolvimento, etc


Estratégia empregada erroneamente, como sinônimo de planejamento. A URSS nos mostrou no que dá o planejamento econômico quando uma economia tem que se tornar complexa ou lidar com complexidades.

Indiretametne, em termos práticos, provoca um agravamento das distorções sociais existentes no país.'


:merda: :merda:

Não me surpreende a existência de barbudinhos. Textinho ridículo, pra formar "intelequituais" de merda.
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Postby Danilo » 10 Jul 2007, 11:03

Tenho que acabar de ler um livro entitulado Uma Introdução à História do Design. Um trecho levantou dúvida: O colapso do ouro como padrão monetário no início da década de 1930 desestruturou profundamente os mecanismos de comércio internacional então existentes, aprofundando a depressão econômica mundial e agravando, por conseguinte, as crises políticas que acabaram conduzindo o mundo para a guerra.
Tá certo?
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Postby mends » 10 Jul 2007, 14:10

errado. o ouro vigorou como padrão monetário mundial até 1971, quando foi abandonado pelos eua.
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Postby mends » 10 Jul 2007, 14:55

Primeiro o ouro é uma commodity como outra qualquer. seu uso como padrão monetário é interessante por alguns motivos - proteção natural contra a inflação e estabilidade é um deles - e maléfico por outros - limitação econômica e custo (exploração, descoberta de jazidas) por outro.

Um verdadeiro padrão ouro é impossível de ser praticado dados esses custos, e o que existia nos EUA até 1971 era um pseudo-padrão ouro, onde a propriedade privada do ouro era proibida (pois é).

No início do século XIX somente a Grã-Bretanha havia adotado plenamente o padrão ouro, pois os estatutos monetários de muitos países permitiam a cunhagem e a circulação conjunta de moedas de ouro e prata, praticando o que ficou conhecido como padrões bimetálicos ou bimetalismo, que mesmo sendo um padrão extremamente complexo para se operacionalizar, até o final do século XIX, devido às externalidades em rede que ele gerava: como a maioria dos países tinha padrão bimetálico, o comércio entre países seria facilitado pela adoção de um padrão bimetálico. Com a consolidação da Revolução Industrial, os países compravam muito da Inglaterra, e os pagamentos deveriam ser referenciados no ouro, o que levou à adoção do padrão ouro por vários países, que podiam ou não manter reservas do metal: o apdrão ouro nada mais é que um câmbio fixo, é um compormisso do país em converter sua moeda em uma determinada quantidade de ouro (por exemplo, de 1934 até 1971, uma onça de ouro valia 34 dólares - hoje vale 600).

O que seu livro está dizendo?

A estabilidade do sistema nos países da Europa ocidental entre 1870 e 1913 só foi possível, graças ao papel exercido pela Grã-Bretanha como pilar financeiro do sistema e também em função da abertura dos mercados e do crescimento do comércio, que atuando em conjunto garantiam o funcionamento do mecanismo de ajuste característico do padrão ouro. Contribuíram também para o relativo sucesso do padrão ouro em sua primeira fase o isolamento político desfrutado pelas autoridades monetárias, as quais podiam se comprometer com a manutenção da conversibilidade em ouro, obtendo a credibilidade do mercado, e também a paz que predominou na Europa neste período, facilitando a cooperação internacional que deu sustentação ao sistema quando sua existência foi ameaçada.

Entretanto, oem decorrência da eclosão da Primeira Guerra Mundial a indústria inglesa não manteve a competitividade, e o governo inglês incorreu em um grande déficit para sustentar o esforço de guerra. Como consequência, a libra esterlina, que antes fora fundamental para o sistema, já não desfrutava da mesma posição privilegiada ao final da guerra. Se você tem libras e vê o governo tendo que pagar dívida, o que você faz? vai garantir seu ouro...a pressão de conversão faz com que a GB abandone o padrão ouro na data que o seu livro diz que ocorreu, ie, o governo não consegue mais garantir que x libras valem y onças de ouro.

Mas o padrão ouro modificado volta com força na década de 20, pelas mãoes de Churchill. ENTRETANTO, o mercado mundial já não é mais livre, o liberalismo já não mais existe (um padrão ouro não sobrevive em economia estatizada, como eram todas, inclusive EUA, depois de 1920). Se você não tem mais os mecanismos de mercado atuando nas variáveis de emprego e investimento, porque os governos intervém e começa a praga de ouvir sindicato, a naturalidade com que o padrão ouro absorvia crises se esvai, e fpi questão de tempo, ainda que de muito, para que os EUA, sofrendo do mesmo tipo de ataque especulativo que a Inglaterra sofreu, mas em consequência da Guerra do Vietnã, abandone de vez o padrão ouro em 1971.
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Postby Danilo » 11 Jul 2007, 00:15

mends wrote:O que seu livro está dizendo?

A estabilidade do sistema nos países da Europa ocidental entre 1870 e 1913 só foi possível, graças ao papel exercido pela Grã-Bretanha como pilar financeiro do sistema e também em função da abertura dos mercados e do crescimento do comércio, que atuando em conjunto garantiam o funcionamento do mecanismo de ajuste característico do padrão ouro...


O meu livro não fica dando detalhes sobre a enconomia. Antes daquele trecho que transcrevi ele vinha falando da internacionalização econômica. Depois do trecho fala que EUA e Grã-Bretanha iniciam em 1941 discussões sobre nova estrutura monetária, pra depois citar a criação do FMI, BIRD e OMC, fala de ideologias nacionalistas contra internacionalistas e repercussões na área do Design.

Na página anterior, tem um trecho interessante do livro que tinha relação com uma questão da prova:
Os trinta anos após o final da Segunda Guerra marcam o apogeu do modelo fordista de acúmulo do capital pela expansão contínua do consumismo... muitas indústrias deram início nas décadas de 1950 e 1960 a uma política de obsolescência programada, ou seja, de fabricar produtos projetados para funcionar por um tempo limitado. Embora os avanços tecnológicos permitissem criar produtos que durassem cada vez mais, não era necessariamente do interesse do produtor que isso ocorresse... o que resultou inesperadamente em uma escala decrescente de posse em que o artigo ainda funcional é descartado pelo primeiro usuário é aproveitado por um segundo, como no comércio de carros usados. Ao longo do tempo, isso acaba gerando uma situação onde a maioria da população consegue (ou pretente) ter algumas posses e, portanto, passa a se sentir incluída no projeto social coletivo.
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Postby telles » 11 Jul 2007, 10:09

Tô até vendo o Danilo tomando pau na prova, pq não colocou o que tá no livro..... :merda: :merda: :merda:
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Postby mends » 11 Jul 2007, 10:19

Os trinta anos após o final da Segunda Guerra marcam o apogeu do modelo fordista de acúmulo do capital pela expansão contínua do consumismo... muitas indústrias deram início nas décadas de 1950 e 1960 a uma política de obsolescência programada, ou seja, de fabricar produtos projetados para funcionar por um tempo limitado. Embora os avanços tecnológicos permitissem criar produtos que durassem cada vez mais, não era necessariamente do interesse do produtor que isso ocorresse... o que resultou inesperadamente em uma escala decrescente de posse em que o artigo ainda funcional é descartado pelo primeiro usuário é aproveitado por um segundo, como no comércio de carros usados. Ao longo do tempo, isso acaba gerando uma situação onde a maioria da população consegue (ou pretente) ter algumas posses e, portanto, passa a se sentir incluída no projeto social coletivo.


nossa....que bosta. só falta falar que a invenção do plástico tem a ver com isso...

engraçado. a obsolescência era tão programada que você vê carros da década de 50 e 60 aí até hoje, e lindos ainda por cima! Um telefone da década de 50 funciona hoje, e etc etc.
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