Preço da Ignorância

Ciência, Saúde, Economia, Política

Re: Preço da Ignorância

Postby mends » 02 Mar 2008, 18:35

algumas coisa nesse argumentação me irritam...

seu domínio titubeante de geografia


saber que a capital da austrália é camberra nunca pôs um puto no meu bolso. entretanto, quando precisei saber como surgiu, onde fica, qual a dinâmica econômica de Dubai, por um troco potencial, aprendi em 3 ou 4 horas. meu ex-chefe americano era assim com relação a tudo. se ele precisava saber, ele sabia mais que a média. se não precisava, não precisava e ponto. isso não anti-racionalismo, é apenas anti-enciclopedismo idiota.

O primeiro e principal vetor do novo antiintelectualismo é o vídeo (porque???).


falo sem nenhuma propriedade, mas deve ser a idéia de que o vídeo não dá espaço à reflexão, que é um fenômeno importante no aprendizado, muito presente quando vc lê as coisas.

82% das pessoas com curso superior liam romances e poemas por prazer


por essa definição, eu sou um analfabeto. leio 30 livros por ano, em média, desde os 15 anos, o que dá aproximadamente 380 livros lidos de lá pra cá, e nunca, repito, NUNCA, li um livro de poesia. falha minha? certamente. mas não acredito que isso seja parâmetro para nada. Romances, fora os da FUVEST, contam-se nos dedos de uma mão.

Mais de um terço da população acha que "não tem nenhuma importância" saber uma língua estrangeira.


Para um americano? importância zero. e, repito, quando eles começam a viajar a negócios, fazem um esforço tremendo para aprender.

agora, a diferença fundamental entre esse "ethos" americano e nosso Lula Molusco: NO SEU CAMPO DE ATUAÇÃO, NAQUELE PEQUENO ESPAÇO EM QUE AGEM, os americanos, de maneira geral, gostam de ter domínio das coisas. Um americano saberá muito mais sobre seu ofício que sobre qualquer outra coisa, memsmo que ele seja um cozinheiro. A ignorância, para o americano, não é uma virtude, mas é uma sociedade que não vê sentido no conhecimento sem utilidade. Isso é o utilitarismo de Ralph Waldo Emerson, a elegia da vida prática de Benjamim Franklin, que são textos fundadores da América.

Não compreender isso é ser verdadeiramente, e horrivelmente, ignorante.
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Re: Preço da Ignorância

Postby Danilo » 02 Mar 2008, 21:25

82% das pessoas com curso superior liam romances e poemas por prazer


por essa definição, eu sou um analfabeto. leio 30 livros por ano, em média, desde os 15 anos, o que dá aproximadamente 380 livros lidos de lá pra cá, e nunca, repito, NUNCA, li um livro de poesia. falha minha? certamente. mas não acredito que isso seja parâmetro para nada. Romances, fora os da FUVEST, contam-se nos dedos de uma mão.


Mas você estabeleceu como meta reler Hamlet. Livro que sozinho já vale por uns 5 de poesia, 1 de aventura, 1 de filosofia e mais um guia-rápido de luta de espadas todos juntos, não? De qualquer forma, acho que a autora se refere ao hábito de ler sem obrigação.

Mais de um terço da população acha que "não tem nenhuma importância" saber uma língua estrangeira.

Para um americano? importância zero. e, repito, quando eles começam a viajar a negócios, fazem um esforço tremendo para aprender.


Tá certo que não são chatos como (dizem que são) os franceses, mas aprender uma língua estrangeira é bom não só pra viajar. Principalmente pras crianças, pois tem umas pesquisas que mostram que aprender línguas ajudam a desenvolver uma parte do córtex. Cadê o AF aqui pra dar um pitaco sobre a área dele?

Claro que aprender o que é útil é... útil. Mas nem sempre dá pra prever o que será necessário saber, não? Nem como saber se aquilo que você sabe num campo pode ser aplicado em outro.
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Re: Preço da Ignorância

Postby mends » 03 Mar 2008, 08:33

Mas você estabeleceu como meta reler Hamlet.


Já reli, em dois dias. Estabeleci como meta acabar de ler a obra de Shakespeare, exceto poesia.
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Vestibulares capengas

Postby Danilo » 01 Apr 2008, 13:57

Esses dias um aluno de 8 anos passou em Direito na Unip. Daí a OAB chiou, informando em nota que "o fato materializa o alerta que a OAB-GO vem fazendo há tempos sobre a mercantilização do ensino jurídico, que não está sendo tratada pelas autoridades com a devida urgência que requer." Pois o garoto, João Victor, desistiu do curso.

Na comunidade USP do Yokurt lembraram de um fato pior, duns anos atrás:

Padeiro analfabeto passa em outro vestibular

Uma semana depois de mostrar como foi fácil o padeiro Severino da Silva, analfabeto, de 27 anos, passar em nono lugar no vestibular da Universidade Estácio de Sá, repórteres do "Fantástico", da Rede Globo, fizeram novo teste: inscreveram o padeiro e Gracilene Amaro da Silva, de 21 anos, empregada doméstica e também analfabeta, no vestibular da Gama Filho. As provas foram todas de múltipla escolha e sem redação. Resultado: os dois foram aprovados para o curso de Letras, que forma professores.

Gracilene nasceu na Paraíba e trabalha atualmente como empregada doméstica no Rio. Como o padeiro Severino, ela também está aprendendo a ler e a escrever. No vestibular da Universidade Gama Filho - uma das mais tradicionais universidades do Rio - contou ao repórter André Luiz Azevedo, do "Fantástico", que teve dificuldades para ler as questões e até mesmo para marcar as respostas. Segundo admitiu, suas limitações impossibilitaram que chegasse ao fim do exame com todas as respostas marcadas.

"Deixei muita resposta em branco", informou a empregada doméstica ao repórter. Severino, que no vestibular da Universidade Estácio de Sá fora aprovado marcando, alternadamente, respostas "A" e "B", disse que mudou a técnica na prova da Gama Filho. "Marquei sucessivamente respostas 'A', 'B', 'C', 'D' e 'E', como se estivesse preenchendo um cartão da mega-sena", disse o padeiro.

(texto original em uol.com.br/aprendiz)
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Re: Brasileiro ignora situação da educação

Postby Danilo » 17 Aug 2008, 15:01

Um dado curioso da Pesquisa Ibope Educação é que os brasileiros com menor escolaridade são os que têm a visão menos crítica sobre a situação da educação nacional, pois 35% dos que avaliam a educação pública brasileira como boa e ótima cursaram até a 4ª série do Ensino Fundamental. Já os que apontaram situação péssima ou ruim têm superior completo.


A matéria de capa da última Veja é bem sobre a situação da educação no Brasil. Segue trecho:

Para 89% dos pais com filhos em escolas particulares, o dinheiro é bem gasto e tem bom retorno. No outro campo, 90% dos professores se consideram bem preparados para a tarefa de ensinar... Sob sua plácida superfície essa satisfação escondeo abismo da dura realidade — o ensino no Brasil é péssimo, está formando alunos despreparados para o mundo atual, competitivo, mutante e globalizado. Em comparações internacionais, os melhores alunos brasileiros ficam nas últimas colocações.

(http://veja.abril.com.br/200808/p_072.shtml)
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Re: Preço da Ignorância

Postby Danilo » 02 Apr 2009, 18:12

Ato do Greenpeace na Ponte fez aumentar a emissão de gases

O protesto da ONG verde Greenpeace que parou a Ponte Rio-Niterói ontem causou uma poluição cinco vezes acima da média. Ativistas penduraram uma megafaixa que lembrava, em inglês, a “líderes mundiais”, que “o clima e as pessoas estão em primeiro lugar. Mas a manifestação irritou motoristas e lançou 20 toneladas de gás carbônico no ar, segundo a Ong Iniciativa Verde, que fez o cálculo a pedido de O Dia.

Integrantes soltaram a faixa às 7h. Por precaução, agentes da Ponte fecharam uma pista no sentido Rio. O estrago foi imediato. Todos os acessos à Ponte pararam, o Centro de Niterói engarrafou, e a fila de carros na Niterói-Manilha chegou a 18 km de extensão. Até Maricá sentiu os reflexos do ato. Policiais rodoviários federais só liberaram a Ponte às 10h30.

A pesquisadora da Coppe Paulina Porto criticou a manifestação. “Eles deviam saber que o maior vilão do aquecimento global é o gás carbônico. O anda e para aumenta a emissão. O protesto podia ser em outro lugar. As pessoas vão odiar a causa”, ponderou.

(fonte: http://odia.terra.com.br/portal/rio/htm ... _3831.html)
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Re: Preço da Ignorância

Postby Danilo » 30 May 2009, 00:28

Escola pública se deteriorou por causa da classe média!?

O presidente Luiz responsabilizou a classe média pelo estado deteriorado do ensino da rede pública. "Uma das razões pelas quais a escola pública foi se deteriorando é porque grande parte da classe média se afastou dela. Para não brigar [por qualidade], decidiu colocar os filhos na escola particular. E pagar na mensalidade de 3º ano primário o mesmo preço de uma universidade particular", disse. A declaração foi proferida no lançamento do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação, que pretende criar 330 mil vagas de graduação para professores do ensino público, nesta quinta, em Brasília.

Há alguns teóricos da educação — também de classe média ou acima disso, que jamais pisaram numa escola pública — que acham a mesma coisa. É a velha tese de que os responsáveis por seus problemas são as vítimas. Ora, a classe média se afastou da escola pública porque ela era ineficiente. Claro, claro: o pai e a mãe poderiam ter-se convertido em militantes da causa. Enquanto isso, os filhos ficariam comendo grama; enquanto isso, a esquerdopatia reinante nos sindicatos de professores ficariam promovendo greves.

(fontes: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/ ... u8133.jhtm e http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/ ... smo-lulao/)
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Re: Preço da Ignorância

Postby Danilo » 07 Oct 2009, 00:12

Queria saber que tipo de anta se dá ao trabalho de roubar o ENEM, a prova mais pateticamente fácil desse país.

O cronograma original do MEC previa prazo máximo de 89 dias após a realização do ENEM para a entrega de um sistema de consulta de notas individuais que seria o subsídio para que o resultado pudesse ser usado nos processos seletivos de universidades. Levando em consideração a nova data (5 e 6 de dezembro), esse prazo chegaria até o início de março. Só me falta atrasar o início da aulas da USP por causa disso...

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