seu domínio titubeante de geografia
saber que a capital da austrália é camberra nunca pôs um puto no meu bolso. entretanto, quando precisei saber como surgiu, onde fica, qual a dinâmica econômica de Dubai, por um troco potencial, aprendi em 3 ou 4 horas. meu ex-chefe americano era assim com relação a tudo. se ele precisava saber, ele sabia mais que a média. se não precisava, não precisava e ponto. isso não anti-racionalismo, é apenas anti-enciclopedismo idiota.
O primeiro e principal vetor do novo antiintelectualismo é o vídeo (porque???).
falo sem nenhuma propriedade, mas deve ser a idéia de que o vídeo não dá espaço à reflexão, que é um fenômeno importante no aprendizado, muito presente quando vc lê as coisas.
82% das pessoas com curso superior liam romances e poemas por prazer
por essa definição, eu sou um analfabeto. leio 30 livros por ano, em média, desde os 15 anos, o que dá aproximadamente 380 livros lidos de lá pra cá, e nunca, repito, NUNCA, li um livro de poesia. falha minha? certamente. mas não acredito que isso seja parâmetro para nada. Romances, fora os da FUVEST, contam-se nos dedos de uma mão.
Mais de um terço da população acha que "não tem nenhuma importância" saber uma língua estrangeira.
Para um americano? importância zero. e, repito, quando eles começam a viajar a negócios, fazem um esforço tremendo para aprender.
agora, a diferença fundamental entre esse "ethos" americano e nosso Lula Molusco: NO SEU CAMPO DE ATUAÇÃO, NAQUELE PEQUENO ESPAÇO EM QUE AGEM, os americanos, de maneira geral, gostam de ter domínio das coisas. Um americano saberá muito mais sobre seu ofício que sobre qualquer outra coisa, memsmo que ele seja um cozinheiro. A ignorância, para o americano, não é uma virtude, mas é uma sociedade que não vê sentido no conhecimento sem utilidade. Isso é o utilitarismo de Ralph Waldo Emerson, a elegia da vida prática de Benjamim Franklin, que são textos fundadores da América.
Não compreender isso é ser verdadeiramente, e horrivelmente, ignorante.