Recursos naturais

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Água mais pura de SP está ameaçada

Postby Danilo » 08 Apr 2007, 14:05

Sistema que abastece 48,7% da população da região metropolitana sofre com invasões e lançamento de esgoto

Enquanto as represas Billings e Guarapiranga engolem rios de dinheiro em projetos de recuperação, os mesmos problemas que condenaram os dois reservatórios começam a atingir o mais importante e preservado sistema de abastecimento da capital paulista: o Cantareira. Responsável por 48,7% da produção de água - que serve a cerca de 8,5 milhões de habitantes nas 39 cidades da Grande São Paulo - , ele é composto por cinco represas e tem na Barragem Paiva Castro, localizada no limite entre os municípios de Mairiporã e Franco da Rocha, na região metropolitana, seu ponto mais ameaçado por favelas, loteamentos clandestinos e lançamento de esgoto in natura em águas puras trazidas de longe por uma rede que inclui túneis cortando montanhas.

Documentos obtidos pelo Estado revelam que a Sabesp sabe de 145 invasões em área de sua propriedade na região da Paiva Castro. Entre elas, está parte da Vila Petroria, ocupação ilegal em Franco da Rocha que abriga cerca de 2 mil famílias e não pára de crescer.

São identificados 13 pontos diferentes de lançamento de esgoto no reservatório, incluindo parte dos dejetos de Mairiporã, que são recolhidos pela própria companhia. E a poluição do reservatório final, antes da Estação Elevatória Santa Inês e da Estação de Tratamento de Água (ETA) Guaraú, leva a uma situação descrita reservadamente por técnicos da Sabesp como “jogar água Perrier no esgoto”.

(texo original completo em estadao.com.br)
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petróleo!

Postby Danilo » 08 Nov 2007, 22:37

Petrobras descobre maior área petrolífera do país

O novo campo de petróleo e gás da Bacia de Santos, cuja descoberta foi anunciada nesta quinta-feira pela Petrobras, é a maior reserva de combustível fóssil já encontrada no Brasil. De acordo com um comunicado da estatal petrolífera brasileira, os 5 a 8 bilhões de barris de petróleo – de alta qualidade – e gás natural descobertos no campo de Tupi podem aumentar as reservas brasileiras em até 60% do que o país possui hoje.

O governo saudou a descoberta e afirmou que ela pode mudar o perfil energético do país. Em entrevista coletiva realizada após a reunião do Conselho Nacional de Política Energética, no Rio de Janeiro, a ministra-chefe da casa Civil, Dilma Rousseff , avaliou que o Brasil pode, num futuro próximo, tornar-se exportador de petróleo.

"Com esta descoberta, nós deixaremos de ser um país médio que estava conseguindo auto-suficiência para nos transformar em um país de proporções exportadoras", declarou a ministra. Animada com a nova reserva, Dilma disse que o Brasil passará a competir com os grandes exportadores mundiais, como os países árabes e a Venezuela. Mais comedido, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que o Brasil pode subir do 24º para o 9º ou o 8º lugar no ranking de maiores reservas do mundo.

(mais em vejaonline.abril.com.br)
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Postby mends » 09 Nov 2007, 11:27

Ridículo o timing da 'descoberta'...anúncio no dia seguinte às críticas sobre a pagação de pau que o Lula deu no Indio de Araque.

Uma reserva a seis km de profundidade, embaixo de rochas difíceis de serem exploradas, vai demandar muito investimento que, com o preço do petróleo projetando queda, certamente não serão feitos imediatamente.

Ou seja, propaganda pura. E teve gente que se aproveitou pra lucrar com a PETR4, mas esses estavam no seu papel.

Como requentar uma notícia velha, influenciar pessoas e até fazer fortunas
É evidente que o governo deu um jeito ontem de trazer o futuro a valor presente, anunciando até mesmo o ingresso futuro do país no grupo dos exportadores de petróleo. Reitero: tomara que se encontre mesmo todo o petróleo e todo gás que se anunciam e que eles sejam queimados aqui, pelo crescimento da economia brasileira. Exportar petróleo, por si mesmo, não é grande vantagem. Os EUA, por exemplo, são importadores. Tudo confirmado, a notícia é boa?

O mais fantástico do que se viu ontem — uma operação gigantesca de publicidade, que agitou o mercado financeiro — é que a notícia é, pasmem! VELHA. O que não quer dizer que não seja boa. Leiam reportagem de Sabrina Lorenzi na Gazeta Mercantil de 6/09/2005 — há mais de dois anos. Volto em seguida:
*
O grande desafio da Petrobras agora é extrair o óleo a 6.000 metros de profundidade. A ousadia de ir mais fundo rendeu à Petrobras o que deverá se tornar a mais valiosa reserva de petróleo e gás já encontrada. A estatal encontrou óleo leve — de excelente qualidade — a 6.000 metros de profundidade, na Bacia de Santos, numa prévia da jazida gigante que avista.

O gerente- executivo de exploração e produção da estatal, Francisco Nepomucemo, revela a expectativa que a companhia vive após a descoberta. "É uma nova província petrolífera no Brasil. Não está concluído o poço; vamos perfurar mais para fazer o teste de produtividade (volume) do óleo e confirmar a existência de um reservatório", comemora com cautela. Ele prefere não falar em quantidade antes dos testes de confirmação, mas admite que pode ser volume suficiente para revolucionar os planos da estatal.

"Só digo que, confirmando a descoberta e a produtividade dessa área, aumenta muito o potencial petrolífero da Bacia de Santos. É o grande potencial do Brasil hoje", disse. Há uma semana, a Petrobras comunicou ao mercado a descoberta de indícios de hidrocarbonetos no seu poço mais profundo, no bloco BM-S-10 a 6,4 mil metros de profundidade, na Bacia de Santos. O poço RJ-S-61 fica na frente de Paraty, no Rio, divisa com São Paulo. A Petrobras é a principal detentora do bloco (65%), junto com a Partex (10%) e BG (25%).

Descoberta província de petróleo
Santos deverá se transformar na principal opção ao esgotamento da Bacia de Campos. As companhias notificaram a descoberta no dia 21 de agosto à Agência Nacional do Petróleo (ANP). "Se a gente descobre gás e óleo leve nesse horizonte, toda a área em volta fica com esse potencial", acrescenta Nepomuceno.

Confirmadas as expectativas de reservas gigantes de petróleo leve em águas ultraprofundas, Santos passa a ser a principal opção da estatal ao esgotamento dos atuais campos da Bacia de Campos. Mais perto do mercado consumidor, com óleo de excelente qualidade e gás, a região possui, até então, reservas da ordem de 2,5 bilhões de barris (com o gás do campo de Mexilhão (BS-400) e o óleo leve do BS-500).

Nova fronteira
Analistas especulavam, até então, a existência de uma bacia petrolífera debaixo da Bacia de Campos. Para Nepomucemo, é mais provável que em Santos - e não em Campos - exista uma nova fronteira com tamanho potencial. Na Bacia de Santos, uma camada de sal com metros e metros de espessura separa os reservatórios de petróleo e gás das rochas e do material orgânico que geram os hidrocarbonetos. A crosta de sal, situada a cerca de seis mil metros, "prendeu" o óleo e o impediu de subir, ao contrário do que aconteceu na área da Bacia de Campos.

Na Bacia de Campos, essa crosta de sal se rompeu durante a formação de montanhas como a Serra do Mar. A abertura da camada de sal em buracos chamados de janelas permitiu a constituição de importantes campos de petróleo como Marlim, Roncador, Marlim Sul, Albacora, localizados a dois mil metros de profundidade. Na Bacia de Santos, o petróleo e o gás ficaram presos a seis mil metros, suscetíveis a elevada temperatura e pressão.
A íntegra da reportagem está publicada, diga-se, no site do Ministério do Planejamento (clique aqui).

Voltei
Pode-se argumentar que a novidade de ontem, então, foi o dimensionamento da reserva, já que se sabia da existência do petróleo leve abaixo da tal camada de sal? Mais ou menos, não é? O que a Petrobras forneceu nesta quinta foi uma estimativa. Observem que se passaram mais de dois anos entre uma notícia e outra, e não se tem uma informação essencialmente diferente. De lá para cá, foram se fazendo testes. Isso dá uma idéia do tempo de maturação do projeto. É emblemático que o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, estivesse ontem ao lado da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Movia o tempo todo a cabeça, um tanto frenético para seu estilo mais comedido. A operação estava sendo muito bem-sucedida. Era orgulho.

Para se ter uma idéia: estima-se que a operação comercial do primeiro campo na região só comece em 2011 — e, ainda assim, para testar a sua viabilidade. Tudo dando certo, a exploração pra valer só ali por 2013, 2014. Daí que Lula vá se encontrar hoje com Evo Moraes para saber como pode investir mais na Bolívia. A Petrobras explora petróleo a, no máximo, 2.700 metros. O óleo que foi encontrado está numa profundidade entre 4.500 e 7.000 metros. A própria empresa informa que o desenvolvimento de um campo, mesmo em profundidades menores, que produz 150 mil/barris dia custa US$ 1,2 bilhão. Para extrair esse óleo mais profundo, gasta-se muito mais. Quanto? Ninguém sabe. No mínimo, o triplo, dizem alguns especialistas. Vai ser preciso ir atrás de muito investimento e de tecnologia.

É claro que há, por enquanto, incertezas demais para um mercado tão animado. A CVM deveria, quando menos, avaliar se estamos diante de um caso de euforia típica. Quem conhece a área afirma que não havia a menor razão para o estardalhaço de ontem. Não porque inexista o petróleo. Mas não se sabe agora muito mais do que se sabia em 2005. Há quem fale até em 20 bilhões de barris caso se expanda a área. Acontece que o governo jogou para sair do escanteio em que estava com a chamada crise do gás — que, notem bem, está no lugar onde estava. A Petrobras também buscou limpar a sua barra, um tanto tisnada pela questão.

É claro que eu quero que tenha muito petróleo lá, à diferença do que a petralhada anda dizendo por aqui. O que não aprovo, já disse, é a empulhação, a marquetagem. De resto, não estou tirando mérito nenhum do PT — a menos que o partido tenha comprado a Petrobras. Que eu saiba, ele só aparelha a empresa. Ademais, se o petróleo “tupi” começar a jorrar timidamente só em 2011 e, para valer, só a partir de 2013, a hipótese feliz é a de que Lula já esteja bem longe do Planalto.


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Postby mends » 09 Nov 2007, 15:05

Atentai, jornalistas, para Mexilhão!
Vocês querem ver como são as coisas?

Em setembro de 2003, a Petrobras anunciou a descoberta de um campo gigantesco de gás em Santos: Mexilhão. Era a nossa redenção. Estamos no fim de 2007. Até agora, não se tirou de Mexilhão gás para produzir um pum. Querem um bom divertimento? Façam uma pesquisa na Internet sobre o palavrório a respeito. Se gogó movesse turbina, o Brasil seria esmo uma potência mundial.

No dia 13 de junho de 2005, informava o jornal Valor Econômico:

“Na reunião com a Fiesp, Dilma [Rousseff] também informou que a Petrobras deverá focar seu objetivo na antecipação de 2009 para 2007 da produção de gás do campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, disponibilizando 12 milhões de metros cúbicos diários do insumo; e de outros 10 milhões de metros cúbicos por dia da Bacia do Espírito Santo também em 2007, segundo informação do presidente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, que participou da reunião.”

Viram só? Aconteceu? Não! Os investidores reclamavam e continuam reclamando da falta de clareza dos marcos regulatórios.

Uma fonte da empresa, na mesma reportagem, era menos otimista do que a ministra: "'A previsão para Mexilhão entrar em operação é junho de 2008 e esse será o projeto mais rápido a entrar em operação na história da Petrobras. Não é possível antecipar Mexilhão para 2007, porque vamos precisar de uma unidade de processamento de gás natural com capacidade para processar 12 a 15 milhões de metros cúbicos por dia, da plataforma e precisamos fazer os contratos. Tudo isso toma tempo', explicou a fonte da estatal."

Entendo...

Em 26 de julho de 2006, 13 meses depois da fala da Dilma, noticiava a Folha On Line: “O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, anunciou a aprovação do estudo de viabilidade técnico-econômica do pólo de gás de Mexilhão, um dos cinco complexos de produção a serem implantados na Bacia de Santos”. Epa! A reserva foi descoberta em 2003; em 2005, a ministra anunciou gás para 2007, mas o estudo sobre a viabilidade só ficou pronto em junho de 2006? Ah, claro, no mesmo texto, informava o presidente da Petrobras: “O projeto do pólo de Mexilhão, orçado em US$ 2 bilhões (R$ 4,3 bilhões), prevê a produção diária de 8 a 9 milhões de metros cúbicos de gás no primeiro semestre de 2009. Já sua capacidade máxima deve ser atingida em 2011, quando serão produzidos até 15 milhões de metros cúbicos de gás”

Vocês leram direito. Um campo descoberto em 2003, anunciado também com aquela paixão inaugural do lulismo, só vai produzir plenamente, se produzir, oito anos depois — em 2011. Um especialista da área me conta que Mexilhão está atrasado.

Se é assim com um campo de gás, imaginem como será com o petróleo, dadas as dificuldades lembradas pela própria Petrobras e a necessidade de criação de uma tecnologia específica. O caso de Mexilhão é exemplar. Tudo tivesse se dado conforme o anúncio oficial, o país não estaria hoje rezando para não faltar chuva — já que a crise do gás é, de fato, uma crise do setor elétrico.

Como diria Mão Santa, “atentai, jornalistas, para Mexilhão”.

Os pauteiros podem fingir que nada disso existe, claro. Podem fingir que o que os seus próprios veículos escreveram jamais foi escrito.


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Postby mends » 09 Nov 2007, 16:44

Lula na Opep
Já que o projeto da (re)reeleição parece ter ido para o vinagre, Lula poderia disputar a presidência da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).


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Postby mends » 10 Nov 2007, 08:02

A reserva de petróleo pode ser grande; mas o governo é pequeno
O futuro é promissor? Parece. O problema é o presente. O que pode diminuir bem as chances no futuro.

A exclusão dos 41 lotes vizinhos à reserva Tupi do leilão da ANP é uma estupidez do nacionalismo, uma jequice, coisa de gente bocó. Isso na hipótese benevolente. Na outra — e, afinal, eles são quem são —, trata-se mesmo de um esforço para criar dificuldades. E quem cria dificuldades se torna logo mercados de facilidades.

O governo Lula age de forma deliberada para reestatizar o setor petroquímico brasileiro. É o nosso lado Hugo Chávez; é o nosso lado Evo Morales. “Nosso”, não. Deles! Editorial da Folha elogia hoje a medida, considerada prudente. Santo Deus!

Prudente por quê? O capital, por acaso, representa algum risco? Traz consigo algum pecado? Do que o Brasil tem medo? Será que as empresas estrangeiras queriam lucrar? Ah, espero que sim. Desde que pagassem o devido ao Brasil, segundo regras, vejam vocês, criadas pelo... governo brasileiro!!!

As nossas reservas de petróleo talvez sejam grandes — reitero que não se sabe hoje mais do que se sabia há dois anos —, mas o nosso governo é pequeno. Alguns bocós estão mandando ofensas pra cá: “Não se rompeu contrato nenhum”. Eu sei. Mas regras foram jogadas no lixo, e isso nunca é positivo. A pergunta é óbvia: quais as garantias de que outras serão respeitadas? Empresas que se preparavam para o leilão fizeram investimentos. De alguns milhões de dólares. E como se o governo dissesse: “Que se danem!”

Mas anotem aí: também esse “modelo”, a exemplo das estradas federais entregues à concessão privada, será saudado como muito mais cuidadoso e responsável. Não adianta: setores influentes até da mídia brasileira — constituída, afinal, de empresas capitalistas — acham o capitalismo uma coisa muito feia. Eles o opõem a um certo “interesse nacional”, uma abstração cuja melhor representação, acredito, é um desdentado ufanista, carregando a bandeirola do Brasil em datas cívicas.


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Postby mends » 10 Nov 2007, 08:14

As exclusões do leilão: a tramóia "estato-petista"
Leia no Estadão On Line. Volto depois:

A retirada de blocos da 9ª Rodada de Licitação da ANP deve afastar grandes empresas estrangeiras da disputa. "As empresas estão desapontadas com a mudança às vésperas do leilão", diz o advogado Luiz Antônio Lemos, do escritório Tozzini Freire Advogados, que representa cinco companhias estrangeiras no leilão. Segundo ele, executivos de grupos estrangeiros estão se reunindo desde quinta-feira, quando foi feito o anúncio oficial, para avaliar se permanecem na disputa. Até porque, destacou, os blocos retirados eram considerados os melhores, chamados informalmente no mercado como "golden blocks".

"O potencial dessas reservas já era de conhecimento de todo o mercado. As grandes empresas estrangeiras vinham para cá exatamente interessadas nelas. A população podia não saber, mas, o mercado já sabia", afirmou. Lemos observou que a dúvida agora é saber que mudanças o governo ainda irá anunciar nas regras do leilão. Um dos pontos que causou desconforto aos investidores estrangeiros é o fato de a retirada dos blocos ter sido anunciada na sede da Petrobras.

"Essa é uma questão de governo. Ficou parecendo que existe interesse em proteger a empresa", avaliou. Para o advogado, com a retirada dos blocos mais importantes, a rodada agora será palco para empresas de médio porte. As grandes, que antes estavam muito interessadas em participar, não devem ter tanta vontade.

Regras claras
Nesta sexta, representantes de sete companhias - a espanhola Repsol, as britânicas British Petroleum e British Gas, a canadense EnCana, a norueguesa Statoil, a americana Devon e a brasileira Queiroz Galvão - reuniram-se no Instituo Brasileiro de Petróleo (IBP) para falar sobre o temor do setor de que novas regras alterem o atual modelo de concessão de áreas e prejudique a "transparência" do marco regulatório vigente.
Apesar disso, nenhuma delas se dispôs a propor medida judicial contra a realização do leilão deste mês sob as novas bases de oferta.

O presidente do IPB, João Carlos De Lucca, também presidente da Repsol no Brasil, preferiu adotar um tom cauteloso ao comentar a decisão do governo. "Compartilhamos da alegria das descobertas, não discutimos a decisão soberana do governo, mas queremos que esta revisão do modelo da lei do petróleo que o governo pretende fazer, e que já se mostrou na atitude da retirada dos blocos, não prejudique o andamento dos investimentos no País e também não altere o quadro de sucesso implantado pela Lei 9478", disse.

Para ele, a resolução do CNPE traz impacto na credibilidade e na previsibilidade do processo de concessão de áreas exploratórias no país. "A suspensão da 8ª rodada da ANP no ano passado já havia causado uma descontinuidade incômoda, e o setor precisa de regras claras para preparar os investimentos, que são altos e de longo prazo", disse De Lucca.

As empresas querem que o governo defina rapidamente as novas regras para os blocos localizados na chamada camada pré-sal. "Sejam quais forem as mudanças pretendidas, elas têm que vir rapidamente para dar segurança ao investidor", disse o presidente da Devon no Brasil, Murilo Marroquim, afirmando que a demora na definição pode comprometer futuros leilões. Ele lembrou que as empresas investiram milhões de dólares para se prepararem para participar da rodada e este investimento "foi pelo ralo". Segundo fontes do mercado, cada companhia gastou em média algo em torno de US$ 3 milhões a até US$ 5 milhões na preparação.

Outra crítica das empresas privadas é que o "timing" da divulgação foi completamente equivocado. "A própria ANP já vinha divulgando o potencial dessas suas reservas e já se falava desta camada pré-sal há mais de um ano. Por que então deixar que as empresas investissem, para depois retirar os blocos a apenas duas semanas do leilão?", indagou Júlio Moreira, da EnCana.

O setor também teme qual será o novo modelo concebido para a exploração do petróleo nessa região. "Existe o modelo de concessão da área, que é o que o Brasil adotou com sucesso, seguindo também o que vem sendo feito no Golfo Americano. Há o sistema de produção compartilhada, como na África, ou ainda o sistema de prestação de serviços por cada uma das operadoras, como é o caso do México, por exemplo. Mas aceitar este sistema será decisão de cada empresa", comentou Jorge Camargo, presidente da StatoilHydro no Brasil.

Voltei
É evidente que o governo tratou o capital privado como adversário nessa questão. Fez uma alteração de regra no meio do jogo. A rigor, é o que está tentando fazer com o setor elétrico desde 2003. Resultado: risco de apagão. Segundo o governador de Minas, Aécio Neves, Lula já havia comentado com ele na quarta-feira que alguns lotes seriam retirados do leilão. Mais uma evidência de que o governo planejou e executou uma peça publicitária que acabou extremamente bem-sucedida.

Empresas que exploram petróleo não vivem do improviso. Entre a descoberta de uma reserva e a sua exploração, há um tempo médio de oito a dez anos. Como já está evidente, as reservas não eram novidade para ninguém. Requentou-se uma notícia com dois propósitos óbvios: 1) minimizar a barbeiragem do governo no caso do gás; 2) suspender os leilões, dando força à ala estatista do governo e do PT.

Petróleo bom é aquele que consegue ser refinado. Foi a maior marquetagem dos cinco anos do governo Lula.


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Postby mends » 10 Nov 2007, 18:49

Brasil quer ser membro da Opep, diz Lula no Chile
BBC Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado que o Brasil quer entrar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), diante da descoberta das novas reservas de petróleo e gás anunciadas pelo governo esta semana.



LULA QUER "ACORDOS DEFINITIVOS" COM A BOLÍVIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (na foto, cumprimentando Evo Morales neste sábado), afirmou em Santiago (Chile) que espera que os acordos sobre a participação brasileira na exploração de gás e petróleo na Bolívia que serão assinados em sua visita a La Paz em 12 de dezembro sejam algo de caráter definitivo.
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TUPI: NOVO MODELO DE EXPLORAÇÃO
Lula ainda disse que quando o Brasil estiver na Opep, o país vai trabalhar para reduzir o preço do petróleo, hoje perto dos US$ 100 o barril.

"Logo, logo o Brasil vai participar da Opep. E obviamente que se o Brasil participar da Opep nós vamos brigar para que baixe um pouco o preço do petróleo, porque é uma das contribuições que os países ricos em petróleo podem dar", afirmou o presidente a jornalistas, pouco antes de embarcar de volta para o Brasil depois de ter participado na quinta e sexta-feira da cúpula ibero-americana de chefes de Estado e de governo, em Santiago, no Chile.

"Eu acho que a Opep deveria reduzir o preço do petróleo. Mas o Brasil ainda é um país que produz apenas para o seu uso", afirmou.

Lula lembrou que a entrada na Opep só pode se concretizar quando o país começar a explorar as reservas gigantescas de óleo e gás no campo de Tupi, na Bacia de Santos, e tiver um excedente de exportação.

A situação atual é de equilíbrio, reforçou o presidente. "Obviamente que temos intenção de participar de um fórum desses, em que a gente pode decidir políticas para o mundo todo", afirmou. "O Brasil precisa se preparar neste mundo globalizado para ter incidência nas decisões."

ESPANHOL BATE BOCA COM CHÁVEZ

Rei Juan Carlos da Espanha perguntou hoje ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, "por que não se cala?", no plenário da 17ª Cúpula Ibero-americana de chefes de Estado e de Governo, diante das desqualificações feitas pelo líder venezuelano contra o ex-presidente do Governo espanhol José María Aznar.
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Sobre a redução do preço, o presidente disse que é preciso que o petróleo "tenha um preço justo".

"É claro que os países ricos, pagando uma ninharia, não contribuem nem para que os países produtores sobrevivam. Os países que têm petróleo têm que ser ressarcidos com o preço. Mas também não podem sufocar a economia dos países que precisam importar", afirmou.

O presidente disse que a descoberta dos novos campos, que ampliam em cerca de 60% as reservas atuais do Brasil são "uma dádiva de Deus".

"É o coroamento de um país que durante tanto tempo esteve a ponto de desabrochar e às vezes murchava. Nós agora estamos vivendo um momento bom na economia e esta descoberta de uma reserva excepcional de um petróleo de qualidade e de muito gás, coloca o Brasil numa situação privilegiada", afirmou.

O presidente disse que foi tratado com deferência na reunião de cúpula em Santiago, e chamado de brincadeira de "xeque do petróleo".

Em discurso na sessão plenária na sexta-feira, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chamou Lula de "magnata petroleiro" e propôs a criação de uma empresa conjunta, que ele chamou de Petroamazônia, para vender petróleo mais barato para os países da região.

"Eu disse ao Chávez que antes de eu tirar um litro de petróleo, ele já tinha socializado o meu petróleo. Eu falei: deixa eu tirar um litro de petróleo pelo menos", contou Lula aos jornalistas.

O presidente disse que a descoberta não vai alterar "nem um milímetro" a política brasileira de biocombustíveis, desenvolvida como alternativa ao elevado preço do petróleo e também para reduzir a poluição provocada pelos combustíveis fósseis.

Lula ainda reiterou que a Amazônia não será utilizada para a produção dos biocombustíveis.

"Quando criamos a política do biodisel é porque entendemos que é uma alternativa para os países latino-americanos, para os países asiáticos e africanos".
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Falando em OPEP. Lullão diz nas folhas que vai entrar na opep e fazer o preço do petróleo cair.

como ninguém é (mas deveria ser) obrigado a saber História, o tio conta: dessa vez, ele teria muito pouco a fazer. ao contrário dos outros dois choques importantes de petroleo, em 1973-74 e 1981-82, que eram choques de oferta, com a opep "taxando" o mundo, inflando os preços artificialmente e dirigindo o mundo para uma recessão geral, hoje o preço está alto porque a economia mundial CRESCE. se não me engano, é a primeira vez que todos os países desenvolvidos crescem juntos.

o preço está alto porque a demanda está alta. microeconomis 101. a repicada pra 100 dólares tem uma precificação do efeito turquia, que pode invadir o iraque pra matar uns curdos, e uma escalada no conflito com o irã que só não deu merda porque o bush já está meio "lame duck", em fim de mandato. mas é, essencialmente, demanda.

Lullão nos orgulah com seus conhecimentos, a cada vez que abre sua bocarra.
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Postby mends » 12 Nov 2007, 16:44

A Petrobras e a especulação
Acabo de entrar no site da Bovespa: Petrobras ON: queda de 5,08%; Petrobras PN: queda de 4,88%. Certo. As Bolsas não vão bem no mundo inteiro, refletindo as preocupações com a economia americana etc e tal. Olhem aqui: há um cheiro de pistolagem da grossa no ar. Os pterodáctilos dirão: “Isso é capitalismo”. Não é, não. Isso deveria ser capítulo do Código Penal.

Quem se alavancou em ações da Petrobras nos dias ou horas que antecederam a mega-operação de marketing da reserva de Tupi encheu o bolso de dinheiro — de muito dinheiro. Não se anuncia a redenção energética do Brasil num dia, fazendo disparar as ações, para, no dia seguinte, noticiar o que já se sabia: a queda de 22% no lucro da Petrobras.

Nem uma coisa nem outra eram segredos guardados a sete chaves, como resta evidente. Quem comprou antes do anúncio da tal mega-reserva (notícia velha) vende agora — “realiza lucros”, diz-se candidamente. Quem entrou na onda do otimismo toma um nabo. Só que há uma diferença entre os primeiros e os segundos. Aqueles são profissionais da Bolsa; estes outros são amadores. Tenho a certeza absoluta de que são os pequenos investidores que restaram pendurados com a brocha na mão.

E se a Petrobras tivesse invertido a ordem de divulgação dos fatos? Resultado ruim? A Bolsa teria caído. Mega-reserva de petróleo? Ela teria subido. E os investidores teriam tomado prejuízo ou lucrado segundo a lógica do mercado. Assim como se fez, ganhou a especulação, e tomaram na cabeça os que agiram de boa-fé.



Por Reinaldo Azevedo
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Postby mends » 12 Nov 2007, 16:48

só pra ficar "conceitualmente claro": a bolsa não cai de repente somente porque um resultado é ruim: ela cai abruptamente se o resultado for diferente do consenso do mercado, que se materializa no consenso dos analistas institucionais.

E nenhum relatório importante trazia expectativas tão baixas de resultado. E junte-se que, no Brasil o insider buying não precisa necessariamente ser relevado - sempre podemos usar um laranjinha, cerrrrto? - já viu...
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Postby Danilo » 13 Nov 2007, 11:14

A notícia da confirmação da descoberta, em outubro de 2006:

A Petrobras confirmou hoje, em nota à imprensa, a existência de petróleo leve em uma área na Bacia de Santos, localizada abaixo da camada de sal, de dois mil metros de espessura. A descoberta já havia sido anunciada pela companhia em julho último, mas agora ficou constatada, a partir dos resultados de um teste em um poço pioneiro, que o óleo é de boa qualidade, e existe em quantidade significativa.

(texto completo em http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/10/04/materia.2006-10-04.2341298686/view)
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Postby mends » 16 Nov 2007, 08:31

Petróleo de Tupi leva Nelson Jobim ao delírio
Por Daniella Clark, no Portal G1. Volto depois:

Ao participar da abertura da IV Conferência do Forte de Copacabana, no Rio, que tem como tema a segurança internacional, o ministro da Defesa Nelson Jobim afirmou que, com a descoberta do megacampo de petróleo e gás na Bacia de Santos, o Brasil deve reforçar sua capacidade de proteção, até mesmo de atos terroristas. "A partir do momento que se tem uma riqueza como essa, temos que ter como protegê-la. Até mesmo do terrorismo", afirmou Jobim. Para o ministro, um dos caminhos seria o país ter domínio do enriquecimento de urânio para que seja usado em submarinos nucleares: "Estrategicamente, um navio é importantíssimo, mas é facilmente identificado".

O encontro contou com a presença do ministro da Defesa de Portugal, Nuno Severiano Teixeira, que também preside o Conselho de Ministros da Defesa da União Européia. Jobim e o ministro português se encontrarão em janeiro, em Portugal, para discutir mais uma vez a parceria entre os dois países na área de segurança. "O diálogo que trocamos foi nesse sentido: discutir questões bilaterais, a posição do Brasil na região e os entendimentos com a União Européia", afirmou Teixeira. Jobim também fará ainda uma visita a países sul-americanos – Chile será o primeiro – para discutir o papel da região na segurança internacional.

"É essencial que a Europa compreenda que a região emerge com grande força e os conflitos regionais não impedem que a América do Sul tenha voz nas políticas internacionais", afirmou. A conferência, que termina nesta sexta-feira (16), é promovida pela Fundação Konrad Adenauer, pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais, pelo Centro de Estudos das Américas da Universidade Cândido Mendes e pela Cátedra Mercosul da Sciences, com apoio da Comissão da União Européia.

Reajuste de militares será discutido com Lula
Sobre o aparelhamento das Forças Armadas, Jobim afirmou que foi criada uma comissão para o desenvolvimento de um Programa Estratégico de Defesa, que será discutido com as três Forças. O Orçamento este ano passou de R$ 6 bilhões para R$ 9 bilhões e pode chegar a R$ 10 bilhões. "Nós queremos vincular essas compras ao planejamento estratégico e com a transferência de tecnologia do exterior", disse.

O reajuste nos soldos dos militares, outra reivindicação da categoria, no entanto, ainda está indefinido. O ministro terá uma reunião na próxima semana com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do assunto. A idéia, segundo Jobim, é que o aumento seja concedido ainda este ano.

São Pedro ajuda a evitar o caos
Quanto às ações para evitar um novo caos aéreo em temporada de férias, Jobim afirmou que a malha aérea está sendo ajustada para uma demanda maior, inclusive por conta da vinda de estrangeiros para o Nordeste por exemplo. Segundo o ministro, estão sendo definidos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que investimentos serão feitos nos aeroportos. O objetivo é ampliar a capacidade física de pistas, pátios e terminais dos aeroportos.

Segundo o ministro, a melhoria da infra-estrutura nos aeroportos não será resolvida no curto prazo, mas comemorou a entrega da reforma na pista de Guarulhos com 15 dias de antecedência. No Rio, os estudos estão sendo feitos para melhorias no Galeão. "Hoje está normal o tráfego nos aeroportos. São Pedro está ajudando".

Voltei
É... Acho que é uma das maiores besteiras que ouvi em tempos recentes. Um dos nossos submarinos, aliás, chama-se Tupi). O que Jobim imagina? Que os EUA ou, sei lá, a Rússia vão botar uma bomba atômica em nossas ainda presumidas reservas de petróleo? Tá. Digamos que essa possibilidade existisse: faríamos o quê? Uma guerra atômica? Ou Jobim teme, sei lá, o terrorismo islâmico?

A seqüência da fala não poderia ser mais reveladora. Do plano mirabolante de usar a energia nuclear para proteger as reservas de petróleo à oração para São Pedro para que os aeroportos não entrem em colapso. O Brasil não tem mesmo medo do ridículo.


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fim do petróleo

Postby Danilo » 20 Nov 2007, 23:17

Mas afinal, o petróleo do mundo vai esgotar ou não? Escuto desde pequeno a história que é pra já o final do ouro negro. Se não é pra já, é pra quando?

Todo mundo sabe que a "geração" de reservas de petróleo leva muito tempo se comparado com o consumo. Vou tentar fazer uma conta rápida, mesmo que desconsidere melhoras na eficiência do consumo, possibilidade e viabilidade de extração, e coisas afins que podem afetar oferta e demanda...

Considerando o consumo mundial de petróleo em torno duns 70 milhões de barris por dia. Temos a estimativa otimista da CERA (Cambridge Energy Research Associates) em torno de 3,7 trilhões de barris para as reservas totais do mundo. Então, mantendo o atual ritmo, teríamos petróleo para mais uns 52800 dias, ou seja, 144 anos.
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Postby mends » 21 Nov 2007, 08:56

A CERA é extremamente confiável. Outra fonte boa é a secretaria de Estado Americana.

O petróleo não vai acabar tão cedo. A CERA não computa em suas estimativas as produções alternativas, como nas sand oils no Canadá, e em ultra-profundidade no Mar do Norte. O lado bom do preço alto do petróleo é que torna os investimentos nessas alternativas atraentes, o que, no longo prazo, tende a diminuir a importância estratégica de áreas como o Oriente Médio.
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