VIVA O CAPITALISMO!

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

VIVA O CAPITALISMO!

Postby mends » 09 Apr 2007, 19:26

Desde logo, só a economia capitalista pode gerar prosperidade, mas o sucesso dessa economia depende diretamente da conduta da classe capitalista. (...) Se ela própria insiste em se tornar dependente do Estado, por interesses imediatistas e pela relutância covarde em se expor plenamente aos riscos da livre concorrência, ela condena o capitalismo brasileiro à atrofia perpétua. Não tem sentido um sujeito prosternar-se ante a autoridade governamental e depois reclamar que ela o oprime com sobrecarga de impostos e de exigências burocráticas. Se você quer independência, tem de agir com independência. No Brasil os ricos gritam "Enxuguem o Estado!", mas querem continuar nadando na piscina das verbas oficiais. Assim não dá.
Mas os efeitos da subserviência capitalista ao Estado vão muito além da esfera econômica. O exemplo da classe rica se propaga por toda a população e a corrompe, fazendo de cada cidadão um virtual pedinte de dinheiro público. O brasileiro não sonha em enriquecer com trabalho, poupança e investimento, mas em chegar o mais rápido possível à aposentadoria. E ele não pensa assim por ser preguiçoso, mas porque sua poupança é comida pelos impostos e a única forma de investimento que resta ao seu alcance são as contribuições previdenciárias. O Brasil não é uma potência capitalista porque preferiu ser antes um imenso Instituto de Previdência. Os efeitos psicológicos dessa situação são devastadores: se o objetivo da vida é a aposentadoria, o trabalho não é o caminho da prosperidade e da auto-realização, mas uma incomodidade temporária que deve ser removida o mais rápido possível. Então o desleixo e a incompetência tornam-se não apenas direitos, mas até deveres: como o trabalho não tem nenhuma outra finalidade senão ser abolido o quanto antes, o trabalhador esforçado é visto como um vaidoso pedante ou como um puxa-saco do patrão.”

Olavo de Carvalho
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privatizações

Postby Danilo » 12 Nov 2007, 09:50

Maioria é contra privatizações, aponta pesquisa
Levantamento Estado/Ipsos indica que 62% do eleitorado é contra e apenas 25% é a favor


A percepção dos brasileiros é que as privatizações pioraram os serviços prestados à população nos setores de telefonia, estradas, energia elétrica e água e esgoto. As mais altas taxas de rejeição (73%) estão no segmento de nível superior e nas classes A e B.

Esses números contrastam com o momento das privatizações. Há 22 anos, os monopólios estatais se mostravam incapazes de responder aos desafios da globalização e da revolução tecnológica, em especial na telefonia. Em dezembro de 1994, uma pesquisa Ibope sobre privatização de bancos estaduais registrou que 57% eram a favor de privatizá-los total ou parcialmente e só 31% eram contrários. Em fins de março de 1995, outra pesquisa Ibope atestou que 43% dos brasileiros eram a favor das privatizações e 34% eram contrários.

A análise do Ipsos frisou que a população brasileira se posicionou francamente contra as privatizações, mas, se os serviços forem bons ou trouxerem benefícios para as pessoas, essa postura pode ser revertida. Segundo a análise, os brasileiros não comparam o serviço prestado atualmente com o passado remoto - quando eles eram, em geral, de má qualidade -, mas com a expectativa que acalentaram de que as privatizações melhorariam a vida das pessoas.

A pesquisa Estado/Ipsos entrevistou 1.000 eleitores brasileiros, em 70 cidades e 9 regiões metropolitanas, entre os dias 24 e 31 de outubro, com uma margem de erro de 3 pontos porcentuais.

(texto completo em http://txt.estado.com.br/editorias/2007/11/11)
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Postby telles » 12 Nov 2007, 10:22

A maioria colocou o Apedeuta lá.....
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Postby mends » 12 Nov 2007, 13:05

essa pesquisa deu raiva: a maioria acha que os serviços de telefonia são PIORES hj do que antes da privatização. ISSO É RIDÍCULO!! É só lembrar dos celulares a dois mil dólares, linhas que se declaravam no imposto de renda e ficavam um ano para serem instaladas... :mad:
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Postby Danilo » 13 Nov 2007, 12:23

Essa é pro Mends, diretamente do Zorkut... (de novo):

O Capitalismo não consegue sobreviver sem uma forte intervenção do Estado na economia. Esta se faz necessária para corrigir os excessos e punir os abusos cometidos pelo setor privado.

Então, essa história de que quando uma grande empresa privada quebra a conta vai, exclusivamente, para os acionistas da mesma, simplesmente não resiste aos fatos. Quando uma grande empresa privada quebra a conta vai para o Estado, ou seja, para o povo, mesmo. O caso do Proer e dos bancos Marka/Fonte-Cindam, no Brasil, também demonstram isso de forma bem nítida.

O caso do estouro da bolha imobiliária nos EUA e a injeção de centenas de bilhões de dólares e de euros provenientes de RECURSOS PÚBLICOS, para evitar uma quebradeira generalizada de INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS, comprova que o tipo de Capitalismo que você diz existir, simplesmente não existe.

Veja que, também, os países ricos protegem, das mais variadas formas, os segmentos de sua economia que não são competitivos no mercado global, caso da agricultura, por exemplo. Os subsídios agrícolas, fornecidos pelo ESTADO, nos países ricos, chegam a US$ 1 bilhão DIARIAMENTE. São US$ 365 bilhões anuais, apenas em subsídios agrícolas.

Então, ao contrário do que os neoliberais dizem, o Estado tem um papel fundamental no desenvolvimento econômico e social e contribui de forma decisiva para manter as condições necessárias para o desenvolvimento. Sem a intervenção do Estado, que ocorre das mais variadas maneiras, o Capitalismo já teria desmoronado há muito.

Foi, por exemplo, graças à intervenção do Estado que o Capitalismo saiu da pior crise econômica da sua História, que foi a Grande Depressão dos anos 30. Como foi que essa crise foi superada e no mundo inteiro? Com a intervenção do Estado.

Os capitalistas falam mal do Estado, mas sempre que passam por dificuldades e problemas sérios recorrem a esse mesmo odiado Estado para livrá-los dessas mesmas crises e dificuldades que enfrentam.
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Postby mends » 13 Nov 2007, 15:43

O Capitalismo não consegue sobreviver sem uma forte intervenção do Estado na economia. Esta se faz necessária para corrigir os excessos e punir os abusos cometidos pelo setor privado.


A intervenção do estado começa em 1930, e aprofundou a crise de 1929, por exemplo. o governo nunca intervém direito porque simplesmente não consegue processar o tanto de informação que o mercado processa. o mercado somos nós, é um mecanismo de votação, onde vc dá pesos à suas necessidades, em forma de preço, quaisquer que sejam elas.

Então, essa história de que quando uma grande empresa privada quebra a conta vai, exclusivamente, para os acionistas da mesma, simplesmente não resiste aos fatos. Quando uma grande empresa privada quebra a conta vai para o Estado, ou seja, para o povo, mesmo. O caso do Proer e dos bancos Marka/Fonte-Cindam, no Brasil, também demonstram isso de forma bem nítida.


não esotu negando a existência do capitalismo de compadrio, o próprio lulinha é prova disso. o caso marka é simples aplicação da lei: o governo deve garantir aplicações de clientes em poupança e renda fixa até 20 mil reais. recursos de outros bancos estavam aplicados no marka, que era um banco middle que vivia de aplicações para outros bancos (como o estlb, por exemplo). resta dizer o seguinte: no começo do governo fhc, os netos dele eram herdeiros de banco. no final, não tinham mais o banco, o economico. no começo do governo lula, o filho dele era veterinário do zoologico. hoje...
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Postby mends » 13 Nov 2007, 17:04

O caso do estouro da bolha imobiliária nos EUA e a injeção de centenas de bilhões de dólares e de euros provenientes de RECURSOS PÚBLICOS, para evitar uma quebradeira generalizada de INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS, comprova que o tipo de Capitalismo que você diz existir, simplesmente não existe.


escrever isso é não ter a mínima idéia do que é a "crise imobiliária" nem dos seus desdobramentos. qualquer editorial do wall street journal, no período, vai mostrar o debate entre os capitalistas liberais, que CRITICARAM a intervenção dos Bancos Centrais como um moral hazard: se toda hora que a bolha de risco escala o BC salva, ela vai cada vez mais alto. Na verdade, funciona assim: instrumentos financeiros são inventados pra se fazer mais negócios. o que é a crise imobiliária? é a invenção de derivativos de crédito, cdos, que permitem relaxar a exigencia para conceder crédito. vc dá crédito mais arriscado - sem documento, por exemplo, pra imigrante sem historico de crédito - permite que muita gente QUE SABE QUE NÃO TEM CONDIÇÃO PRA TER CRÉDITO, sabe que não mostrou documento, mentiu sobre a renda, compre uma casa. e a securitização, o cdo, fazia com que muito investidor, que queria muito retorno, dado que as taxas de juros estão baixas no mundo desenvolvido, procurasse o papel. é um jogo sem ingenuos.

Dito isso, tem o argumento dos intervencionistas - aliás, de esquerda: os banco centrais são obrigados POR LEI a zelar pela estabilidade do sistema financeiro de seu país. uma crise como a de 1998, na Rússia, não era sistêmica. alguns fundos e bancos iriam perder dinheiro. Hoje, a crise seria sistêmica. O mercado precisa de sangue. Sangue purifica. O verdadeiro capitalista não quer intervenção nenhuma.
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Postby mends » 13 Nov 2007, 17:07

A intervençaõ é ruim por um motivo simples: moral hazard. Quando acontece algo como a “bolha imobiliária”, quando as coisas acabam em sangue – e dumb money tem que acabar em sangue, é o funcionamento do mercado – o governo apresenta uma nova regulamentação. Pra sair das amarras, o mercado começa a fazer coisas cada vez mais arriscadas! É um círculo vicioso...ou pode se tornar.
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Postby mends » 13 Nov 2007, 17:09

Veja que, também, os países ricos protegem, das mais variadas formas, os segmentos de sua economia que não são competitivos no mercado global, caso da agricultura, por exemplo. Os subsídios agrícolas, fornecidos pelo ESTADO, nos países ricos, chegam a US$ 1 bilhão DIARIAMENTE. São US$ 365 bilhões anuais, apenas em subsídios agrícolas.


de quem são os programas de subsídios? dos governos socialistas e sociais democráticos da europa. dos democratas nos eua.

quem mais cortou subsídios na história? tatcher, reagan, bushes.

engraçado, não?
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Postby mends » 13 Nov 2007, 17:12

Foi, por exemplo, graças à intervenção do Estado que o Capitalismo saiu da pior crise econômica da sua História, que foi a Grande Depressão dos anos 30. Como foi que essa crise foi superada e no mundo inteiro? Com a intervenção do Estado.



não sabe nada de história: a maior crise capitalista foi a perferct storm de 1907. resolvida inteiramente por John Pierpoint Morgan. Numa época que cada banco nos eua imprimiam seu próprio dinheiro.

não sabe nada de economia: o new deal aprofundou a crise. pode ler isso em John Kenneth Galbraith, de esquerda, e em Milton Friedman, de direita.

repetir o que se escuta no cursinho é fácil. ler é difícil.
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Postby Danilo » 13 Nov 2007, 17:24

mends wrote:não sabe nada de história: a maior crise capitalista foi a perferct storm de 1907. resolvida inteiramente por John Pierpoint Morgan. Numa época que cada banco nos eua imprimiam seu próprio dinheiro.


Uia. Eu também não sei nada de história. Não lembro de ter ouvido falar nessa Perfect Storm. De qualquer forma, os carinhas continuam postando mil e uma:

Sem a intervenção do Estado, que ocorre das mais variadas maneiras, o Capitalismo já teria desmoronado há muito....

O Capitalismo liberal não existe em lugar nenhum do mundo. Você fala de um tipo de Capitalismo que nenhum país do mundo coloca em prática.

Vide os subsídios agrícolas de US$ 1 bilhão de dólares, diariamente, gastos pelos países ricos e a maciça intervenção dos Bancos Centrais dos países ricos para amenizar os efeitos, que seriam catastróficos se nada fosse feito, do estouro da bolha imobiliária no mercado subprime dos EUA. Sem essas intervenções, a crise econômica e financeira se espalharia pelo mundo inteiro.

E se não fosse a intervenção do Estado na economia, a Grande Depressão não teria sido interrompida, tal como foi. Nos EUA isso se deu através do New Deal, que promoveu, sim, a retomada do crescimento da economia.
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Postby mends » 13 Nov 2007, 18:40

Uia. Eu também não sei nada de história.


pois é; em 1929, a NYSE caiu 12% em um dia. Em 1907, mais de 40%. Com terremoto em San Francisco, corrida a bancos etc. Mais em
http://en.wikipedia.org/wiki/Panic_of_1907

mas é melhor ler o livro THE PANIC OF 1907. Ou o livro do Friedman, UMA HISTÓRIA ECONÔMICA DOS EUA.

Sem a intervenção do Estado, que ocorre das mais variadas maneiras, o Capitalismo já teria desmoronado há muito....


Raciocínio idiota, porque "SE não joga". Não existe mais capitalismo liberal no mundo, para comparar. Mas os países mais próximos disso, EUA e Inglaterra pós 1980, são os países mais ricos e estáveis do mundo. Hmmmm....

O Capitalismo liberal não existe em lugar nenhum do mundo. Você fala de um tipo de Capitalismo que nenhum país do mundo coloca em prática.


Antes de 1940, a Inglaterra. Antes de 1930, EUA. França, em alguns momentos. Hoje, nenhum mais. Quem se aproxima disso, é rico. Hmmmm

E se não fosse a intervenção do Estado na economia, a Grande Depressão não teria sido interrompida, tal como foi. Nos EUA isso se deu através do New Deal, que promoveu, sim, a retomada do crescimento da economia.


Houve dois "New Deals" (ah, molecada gonorante), em 1933 e em 1935. O segundo, que introduzia luta de classes nos EUA ao dar muito poder aos unions, teve várias medidas consideradas inconstitucionais pela SUprema Corte Americana ("ainda há juízes em Berlim"). Isso pra começar a conversar.

Pois bem. Os dois estavam divididos em 3 partes: Relief, Recovery e Reform. Relief tem efeito imediato, mas tirando dinheiro da iniciativa privada, compromete o crescimento econômico de longo prazo.

Governo não tem receita, não gera riqueza. Toma dos cidadãos na forma de impostos.

O Governo não tem o incentivo do lucro. Logo, há a possibilidade de, propositadamente, em nome de um "bem maior" não conceituável, destruir riqueza.

Governo nenhum consegue processar tantas informações de oferta e demanda quanto o mercado. é a mesma coisa que comparar um processamento em fita magnética, em fila, com vários supercomputadores em paralelo.

Quem tem mais chance de gerar riqueza com cada dinheiro que possui?

O mesmo com recovery. Governo nenhum tem capacidade de processar ofertas e demandas, principalmete se a economia é complexa, como já era a dos EUA. Por isso congelamento de preços não dá certo nunca. Então, o recovery da economia é prejudicado. E o principal indicador que se queria recuperar, o emprego, só saiu do buraco com o verdadeiro remédio - capitalista - que se "empregou": a guerra. Na guerra, foi preciso produtividade, inovação, tomar riscos. Pra vencer a guerra, é necessário capitalismo e democracia - nenhuma ditadura venceu uma guerra contra uma democracia capitalista.

Em 1934, o teórico leninista inglês R. Palme Dutt chamou o New Deal de "fascismo social". O programa de Roosevelt, escreveu Dutt, era “avançar para uma ditadura do tipo militarista”. Os objetivos principais, ainda segundo Dutt, eram: impor um capitalismo monopolista de Estado por intermédio da Administração da Recuperação Nacional; subsidiar as atividades empresariais, bancarias e a agricultura por meio da inflação e da expropriação da grande maioria do povo, mantendo níveis de salário real mais baixos, e regular e explorar o operariado mediante salários fixados pelo governo e arbitragem compulsória.

Era uma crítica? NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ERA UMA SAUDAÇÃO!!!!!!! PORQUE ISSO É SOCIALISMO!!!!!!!!

Milton Friedman: “A depressão não foi produzida por uma falha da empresa privada, mas sim pela falha do governo numa área onde ele tinha sido designado como responsável”.

A ação do FED, criado para evitar ouro 1907, precipitou o crash de 1929. E, quando tudo foi pras picas, quando o mundo precisava de liquidez, o FED ELEVOU os juros. E agravou a crise.

E qual foi o erro do FED, o que precipitou a crise? Lá vou eu, porque essa não é intuitiva: é um problema de juros nominais x juros reais.

A taxa de juros no Brasil não são juros, apesar do nome. Estes juros que estão aí são a soma de juros mais inflação, só que ninguém sabe por certo quanto é juro e quanto é inflação. A gente tem um guia hoje: as metas de inflação. Mas, aqui, elas não são cumpridas...

De volta: no começo de 1929, os juros nominais dos títulos americanos foram reduzidos de 5% para 2%, com o objetivo de "estimular" a economia - intervenção.

Aí é que está: o juro real acabou sendo em 1929 de 17%, o que causou a maior quebra de empresas e bancos na história americana.

É que a inflação estimada de 1% ao ano não se confirmou, e a inflação de fato em 1930 foi de -15%, ou seja, uma deflação, o que elevou os juros para 17% ao ano.

Aumentou-se os juros de forma estratosférica justamente no início do que poderia ter sido uma pequena recessão. Com títulos com juros reais pré-determinados a recessão de 1929 não teria sido tão avassaladora. Essa é a visão monetária, do Friedman. E É A ÚNICA BASEADA EM FATOS.

Você precisa de dinheiro, você quer sair das suas posições. SÓ QUE NÃO TEM QUEM COMPRE, PORQUE O FED, DESSA VEZ, JOGA OS JUROS MAIS ALTO AINDA, NOMINALMENTE, O QUE PRATICAMENTE DOBRA O VALOR DO JURO REAL. QUEM VAI INVESTIR COM O GOVERNO AMERICANO PAGANDO QUASE 30% AO ANO DE JUROS???????????
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Postby mends » 13 Nov 2007, 18:45

Nas crises que o mercado se pos a resolver, houve booms e bonança, depois: 1837, 1907, 1938, 1981, 1987, 1997-98-99.

Nas crises onde o governo era intervencionista, as recessões foram ardidas: 29, 73-74.

Coincidência?
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Postby mends » 13 Nov 2007, 19:20

Mas a culpa nem é desses coitados. Devem até ser aplicados, os coitados. Mas o que lêem? Marx em quadrinhos, Marilena Chauí, quando muito Gramsci. Dois capítulos do Foucault xerocados. Quando são menos raivosos, Theodore Adorno. Quando gostam de sacanagem, Herbert Marcuse e Jean Paul Sartre. Se estudam economia, Keynes (e olhe lá). Hobsbawn no cursinho, Chomsky na Folha de São Paulo.

“Perdeu, playboy”, porque isso eu tb li.

Agora, e Eric Voegelin? Mendes Pena? T.S. Eliot, Ludwig Von Mises, Hayek, mesmo Friedman ou Roberto Campos? Isso é proibido.

Pra essas bestas, 1929 foi a crise do laissez faire.

A idéia de que o capitalismo seria autogerador de crises ficou popularmente conhecida, nos quadrinhos, com a teoria marxista da superprodução (em Das Kapital é um pouco mais complicado). Reza a teoria, nos quadrinhos, que o anseio por lucro imanente ao sistema capitalista levaria a uma superprodução de mercadorias que não teria correspondente demanda, o que os keynesianos viriam a chamar de "demanda efetiva". Dado que o sistema capitalista divide a sociedade em duas classes, os capitalistas e os proletariados, onde a classe capitalista ficaria cada vez mais rica e opulenta as custas da classe proletária, cada vez mais pobre, pelo mecanismo da mais-valia (vão ler os quadrinhos).

Por isso a teoria da superprodução: os trabalhadores não teriam meios suficientes para adquirir toda a produção econômica. É daí que Marx visualiza a revolução das massas afim de tomar o poder do Estado e implantar a ditadura do proletariado coletivizando os meios de produção, em outras palavras, o socialismo (não em Das Kapital, em outros livros, e nos quadrinhos).

Essa foi a crítica a economia política que Marx fez aos economistas liberais clássicos como Adam Smith e David Ricardo.

A decada de 20 foi uma década de prosperidade econômica singular. O grande erro dos economistas em diagnosticar a crise não foi em observar o fenômeno - a superprodução - mas as causas que levaram a essa superprodução: o nominalismo dos juros do FED, sua política monetária, jogando em duas frentes: emissão de moeda e taxa de juros.

O FED, ao emitir moeda em demasia, logo inflacionou a economia (guarde aí: nos ensina Friedman que toda inflação é, no longo prazo, monetária).

Surgiu um período de boom econômico, puxado pelo aumento do investimento da indústria pesada (de bens de capital), que ao receber esse dinheiro a custos artificialmente baixo investiu nas unidades produtivas. A política artificial do governo em estabelecer a taxa de juros abaixo da taxa natural de mercado, fez com que não ocorresse aumento correspondente aos investimentos na taxa de poupança e a renda gerada no setor de bens de capital se transformou em demanda dos produtos de consumo que ainda não tinham sido produzidos.

Alguns teóricos (ou seja, alguém cujo nome não me lembro) diz que trata-se da segunda etapa na cronologia de um ciclo econômico, gerado por queda artificial da taxa de juros. Essa demanda por bens de consumo ainda não produzidos acaba gerando, por parte dos produtores desses bens, uma demanda por empréstimos para financiar o aumento da produção. Com juros artificialmente baixos, enquanto inflação não era preocupação, o esquema funcionou. Quando, dada a superprodução, houve DEFLAÇÃO, ocorre o fenômeno do post anterior.

Peça pra alguém, no orkut, explicar por que o capitalismo teria gerado 1929. vamos ver se tem alguma lógica. Falar “gerou e pronto” não vale. Tem que rebater os argumentos econômicos.
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Postby Danilo » 14 Nov 2007, 00:43

Ou o livro do Friedman, UMA HISTÓRIA ECONÔMICA DOS EUA.


Pelo que achei, nome do livro é Uma História Monetária dos Estados Unidos (A Monetary History of United States). Aliás, vale a pena ler esse, ou o Capitalismo e Liberdade (que cheguei até a retirar na biblioteca mas não li mais que as primeiras páginas), ou entre tantos assuntos nesse Universo, vale a pena ler algo mais Designerístico?
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