Horário eleitoral

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby mends » 19 Sep 2006, 18:49

Azevedo

Tereza Cruvinel decreta: Lula é inocente; culpados são os paulistas e os tucanos

Em seu Blog, Tereza Crivinel atribui toda a trama a petistas paulistas. A jornalista vai mais longe. Livra a cara de Lula de qualquer responsabilidade, diz que ele vai jogar ao mar os companheiros “que fizeram isso” e ainda aproveita para dizer que “paulistas e tucanos têm conturbado a vida política nacional com uma guerrilha particular deles”. Tereza atribui essa avaliação — que, até onde entendi, ela endossa — a Aécio Neves e a Lula." Entenderam o raciocínio dela? É assim:
a) Lula não tem nada com isso, embora o chefe de sua segurança pessoal esteja envolvido. E por que ela sabe? Poreque ela sabe, ora essa ;
b) Um dos culpados pelo dossiê que o prejudicaria é o próprio PSDB;
c) Os outros culpados são os “paulistas” — quaisquer paulistas, sejam petistas, sejam tucanos;
d) Tereza não apenas decreta a inocência de Lula como ainda usa aquela que seria uma avaliação sua como juiz;
e) Para não ficar muito chato, atribui a avaliação também a Aécio Neves.
O texto de Tereza Cruvinel faz parte da “Operação Salva-Lula”.
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Postby mends » 20 Sep 2006, 08:59

Osvaldo Lorenzetti deixa o comitê de campanha de Lula, mas se diz inocente. Freud Godoy é exonerado, mas se diz inocente. Ricardo Berzoini confessa que tinha ouvido falar do assunto, mas se diz inocente. É um caso tipicamente petista: há o crime, mas inexistem criminosos.

Márcio Thomaz Bastos não esconde que proíbe que se filme o dinheiro porque isso prejudicaria a candidatura de Lula. Logo, também não esconde que permite que se divulgue o material apreendido do falso dossiê porque sabe que isso pode prejudicar Serra. Entenderam a lógica deste jurista primoroso? Bastos usa um peso e uma medida quando se trata de parlamentares, juízes, donas de butique ou adversários do PT e outros quando se trata de algum petista enrolado. A Justiça tem de ser assim mesmo. Cega. Mais: disse o ministro que não aceita críticas porque a Polícia Federal é credora da sociedade. Credora coisa nenhuma, senhor Bastos! A PF é um órgão do Estado brasileiro pago para cumprir a sua função. A sociedade brasileira não lhe deve nada. O senhor é que deve a foto da dinheirama, a exemplo do que faz em todas as outras operações.

Como fala esse Tarso Genro! Ao jornalista Josias de Souza, ele chamou a armação do dossiê de “Operação Tabajara”. No Globo desta quarta, em matéria assinada por Ricardo Galhardo, lá está um dirigente petista (que fala sob a condição de que o nome não seja divulgado) — quem? quem? quem? — apelidando a coisa de “Operação... Tabajara!” Segundo esse dirigente petista — quem? quem? quem? —, tudo não passou de uma armação do braço sindical do petismo (ou seja, Jorge Lorenzetti e Osvaldo Bargas), feita, é claro, à revelia de Lula. E o dinheiro veio de onde? Esse petista incógnito — quem? quem? quem? — informa: foi arrecadado entre candidatos a deputado federal, e sua origem são as sobras, inesgotáveis!!!, do caixa dois. E Lula, claro, está furiosíssimo... Não cabe em si de tanta ira. E Freud Godoy? Como entra na história? Ah, para proteger Lorenzetti, os bandidos resolveram acusá-lo. Como a gente vê, tudo é muito simples. É mais um petista que aparece confessando um crime (o caixa dois) para acobertar outro. Ricardo Berzoini — que foi obrigado a admitir que sabia de uma operação envolvendo dossiê — fez o mesmo há poucos dias com o caso das cartilhas: para negar superfaturamento ou, pior, a não execução de serviços, embora se tenham torrado R$ 11,7 milhões, afirmou que o material foi enviado diretamente ao PT.

Azevedo, pra começar bem seu dia
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Postby junior » 20 Sep 2006, 14:09

Pelo visto a coisa fede cada vez mais nessa eleição, hein... Ainda bem que tenho amigos "antenados" para me manter informado, pois estando longe fica complicado filtrar informações. Valeu!
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Postby mends » 20 Sep 2006, 14:54

quer mais? então TOMA!!

Empresa de Freud recebeu dinheiro de agência de Marcos Valério

Por Sônia Filgueiras, no Estadão desta quarta: “Ex-assessor e segurança do presidente da República, Freud Godoy também manteve relações comerciais com o publicitário Marcos Valério, acusado de ser o principal financiador do esquema do mensalão. A Caso Comércio e Serviços Ltda., de propriedade de Freud, recebeu R$ 98,5 mil da SMPB Comunicação Ltda., empresa de Valério apontada com uma das alimentadoras do valerioduto. Na contabilidade da SMPB, entregue pelo próprio publicitário mineiro à CPI dos Correios, consta o repasse, de 20 de janeiro de 2003, em favor da Caso Comércio e Serviços - que também prestou serviços na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. A CPI investigou o pagamento de propina a parlamentares da base aliada para garantir apoio ao governo no Congresso. O banco de dados da CPI dos Correios mostra também que a empresa Duda Mendonça e Associados Ltda., do publicitário Duda Mendonça, fez repasses a outra empresa de Freud, a Caso Sistemas de Segurança Ltda - registrada em nome da mulher e do cunhado (leia abaixo). São três pagamentos, no total de R$ 22,8 mil, entre setembro e novembro de 2004, período que coincide com a eleição municipal daquele ano. Marqueteiro de Lula, Duda também apareceu no escândalo do mensalão.”
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Postby mends » 20 Sep 2006, 19:00

Não existe "dossiê contra Serra". E o roteiro da tramóia

Uma aposta: eis aqui o roteiro do imbróglio.

- Dossiê tucano – Por que o jornalismo insiste em falar em “dossiê tucano” ou “dossiê contra Serra”? Até eu, volta e meia, escrevo isso. Digo este “até eu” porque, obviamente, sou eu a propor a questão. Cadê o “dossiê”? O que é um “dossiê”?
- Não é nada – O material apreendido pela PF na mão de bandidos, que Márcio Thomaz Bastos fez questão de divulgar (embora amoite a dinheirama), não é um “dossiê”. Aquilo não é nada. Trata-se de um amontoado de fotos e um vídeo com Serra e Alckmin em solenidades publicas de entrega de ambulâncias;
- O que tem lá? – Isso é um “dossiê”. Um dossiê, mesmo quando “falso dossiê”, mesmo quando fraudado, reúne um conjunto de documentos, provas, suspeições, indícios, contra alguém. Pegue-se o caso, por exemplo, do Dossiê Cayman. Era uma falsificação grosseira. Os responsáveis estão na cadeia. Os jornalistas que lhe deram credibilidade continuam por aí, dando agora credibilidade ao “Dossiê tucano”. O que há ali contra os tucanos?
- Por que pagar? – Por que os petistas pagariam por algo que, por exemplo, Fernando Rodrigues, que era fã do Dossiê Cayman, já divulgou, até onde sei, de graça?
- Queriam o quê? – Os petistas estavam mesmo tentando comprar um “dossiê antitucano” — que, como se viu, de “dossiê” não tem nada — ou, por que não?, tirar de circulação provas que incriminariam o próprio PT?
- Chantagem? – Durante um tempo, falou-se em “chantagem”. Existe chantagem quando se cobra de alguém um valor para não divulgar uma informação. Os bandidos não cobraram nada dos tucanos; não pediram dinheiro a Serra. Então, se houve “chantagem”, não foi contra o PSDB.
- Então... – Andará no bom caminho quem investigar a seguinte pista: os chantageados, na verdade, sempre foram os petistas. E, por isso, eles se apressaram em comprar as tais provas... Só que não ficaram satisfeitos com isso: resolveram fazer do limão uma limonada. Não só tirariam de circulação documentos que incriminariam o partido como inverteriam a situação. Botariam Serra e os tucanos no alvo.
- Inteligência – É para isso que servem os comandos de Inteligência das campanhas, sobretudo quando são delinqüentes. O partido livraria, assim, a própria cara e ainda deixaria no chão a oposição.
- Imprensa – Para tanto, era necessário dar à coisa toda um ar de “apuração”. É aí que entra a revista IstoÉ. Os bandidos tentaram outras publicações, como sabemos. Mas nenhuma topava fazer o serviço “ao gosto do cliente”. A IstoÉ topou.
- Os tontos – Isso explica perfeitamente bem a pergunta que os tontos se fazem: “Mas por que o PT faria isso estando na frente?” Faria 1) porque tentou reverter a seu favor uma chantagem; 2) porque passaria, no caso da reeleição de Lula e de a coisa afetar Serra gravemente, a governar sem oposição, antecipando, assim, o golpe que pretende dar mais adiante.

Mais dia, menos dia, leitor amigo, você vai ver que foi rigorosamente isso o que aconteceu. O petismo cedeu a uma chantagem, na qual julgava ver o dedo do inimigo, e, achando-se muito espertalhão, decidiu reverter a situação. Os Vedoin, pelo visto, guardam, sim, munição, mas não contra os tucanos. E também nada tem a ver com aquelas fotos e aquele vídeo, diligentemente mostrados pela Polícia Federal, que, de dossiê, não têm nada.

Azevedo
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Postby mends » 21 Sep 2006, 14:40

ELIANE CANTANHÊDE

A quem interessa?
BRASÍLIA - Recebi centenas de e-mails, vários reclamando de um "complô contra Lula" e perguntando qual o interesse dele e do PT numa lambança contra Serra.
Não sei, mas Ibsen Pinheiro talvez saiba. Ele presidia a Câmara durante a CPI do Collor e virou um potencial adversário de Lula na campanha presidencial seguinte, de 1994. Até que um tal Waldomiro Diniz, assessor de Dirceu e Mercadante, chegou às redações das revistas numa sexta-feira à noite (sem tempo de checar nada direito), com uma conta de US$ 1 milhão no nome de Ibsen. Depois se viu que o US$ 1 milhão era US$ 1 mil. Tarde demais. Ibsen foi cassado, a candidatura evaporou.
Num salto para 2006: Lula vinha franco favorito para ganhar no primeiro turno, alavancando a campanha do PT nos Estados. Por que não dar uma forçada de barra em São Paulo, favorecendo Mercadante e encurralando Serra, potencial adversário do PT em 2010?
Os petistas miraram em Serra, mas acabaram atingindo Lula, que quer pressa no desfecho e anda falando palavrões pelos cotovelos contra o PT. Atrapalhados, não?
Os suspeitos são tantos que caracterizam uma operação conjunta: Freud Godoy (Planalto), Expedito Veloso (Banco do Brasil), Jorge Lorenzetti (churrasqueiro), Oswaldo Bargas (amigão de Lula). E onde arrumaram R$ 1,7 milhão?
Como nas novelas anteriores, já foi escalado um culpado: o presidente do PT, Ricardo Berzoini, "chefe" dos bagrinhos. Se eles são amigos pessoais de Lula, isso é "detalhe". Resta saber se Berzoini aceita se imolar sozinho.
Se aparecer algo contra Serra, a PF vai mostrar e a imprensa vai divulgar. Mas o que há até agora, mais uma vez, é o PT jogando sujo e, depois, se virando para livrar a cara de Lula. Na eleição pode colar. Mas a história não acaba aí. Se vier, o segundo mandato virá com "esqueletos no armário" pavorosos.



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Postby Wagner » 21 Sep 2006, 16:09

Otavio Frias Filho

O chefão
O MAIS recente escândalo envolvendo Lula & Cia. tornou evidentes duas coisas. A primeira já era sabida desde pelo menos o escândalo do mensalão, há mais de um ano. Ou seja, a cúpula petista instalou uma máfia sindical-partidária no aparelho do Estado.
A função dessa máfia é garantir condições para que Lula e seu grupo se eternizem no poder. O método é desviar recursos públicos e privados para financiar campanhas eleitorais, comprar adesões no Congresso e montar operações de intimidação contra eventuais adversários.
Embora ocupando postos de pouca visibilidade, o que caracteriza os integrantes da máfia é a lealdade antiga e canina a Lula, o chefão. São operadores acostumados a agir nas sombras da delinqüência municipal. Sua ação é agora "legitimada" por intelectuais como Marilena Chaui e Rose Marie Muraro, para as quais o imoral é moral se for bom para a cúpula do partido.
Todo governo tem nichos de corrupção, muitas vezes incrustados na vizinhança dos amigos do presidente.
Mas são esquemas paralelos, de caráter "particular". Traduzem a sobrevivência do velho patrimonialismo brasileiro.
Onde o PT inovou foi ao estender esses pequenos esquemas ao aparelho governamental inteiro, dando-lhes, além de comando unificado, um caráter partidário e permanente.
De fato a corrupção se tornou "sistêmica", como querem os apologistas do governo. Não no sentido de resultar das mazelas do nosso sistema político, mas por configurar uma máquina impessoal agindo dentro do Estado.
O "dossiêgate", como vem sendo chamado, revelou no entanto algo mais perturbador do que essa notícia velha. Tornou evidente que, sob o beneplácito de Lula, a máfia continua a agir de modo cada vez mais desabrido. A impunidade, como era de se prever, gerou a desfaçatez.
O favoritismo eleitoral de Lula, turbinado pelas políticas de transferência de renda, aumentou ainda mais a sensação de impunidade. E espicaçou o atrevimento, a ponto de a facção mafiosa correr o risco de prejudicar a reeleição do chefe na tentativa de reverter a vantagem dos tucanos na eleição paulista.
O próprio Lula pergunta retoricamente o que teria a ganhar com uma operação criminal desse tipo, estando sua reeleição quase assegurada. É que em geral os asseclas são mais realistas que o rei. É que cedo ou tarde a "turma" passa a agir por conta própria.
Para ilustrar a constatação, basta lembrar que foi exatamente assim que o chefe de segurança de Getúlio mandou matar Lacerda, a principal voz da oposição em 1954, num crime imbecil que derrubaria o presidente em qualquer democracia. Se houver segundo mandato, haverá muito trabalho para o Ministério Público, para o Judiciário e para o que restar de imprensa independente "neste país".



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OTAVIO FRIAS FILHO é diretor de Redação da Folha
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Postby mends » 27 Sep 2006, 09:13

azevedo, com a macaca

Duas hipóteses para Mercadante

Ainda a observar sobre o desempenho de Aloizio Mercadante no debate da Globo. Das duas uma. Aquele seu mea culpa no debate, completamente off topic, em tom meio choroso, pode ter sido uma tentativa de se antecipar àquele que supunha ser o ataque principal do adversário José Serra. Convenha: quem tem a liderança folgada que o tucano tem entraria no bate-boca por quê? Mercadante é dado a subestimar a inteligência alheia, tanto quanto superestima a própria. A aposta de qualquer pessoa sensata é que o candidato do PSDB o ignoraria o quanto pudesse, a exemplo do que fez durante toda a campanha. Eu já disse que não o considero assim um gênio da raça, mas também nem tão bobo. Começo a achar que houve, sim, uma orientação do Planalto para livrar a cara de Lula, ao menos nos Estados onde o jogo já está decidido, como em São Paulo. Mercadante já havia jogado a toalha no horário eleitoral. A ser isso verdade, talvez o governo federal esteja temendo o segundo turno muito mais do que nós imaginamos.
Em tempo: para quem não é de São Paulo ou não assistiu ao debate: sem que lhe fosse perguntado, sem que ninguém tocasse no assunto, o candidato do PT desandou a falar do dossiê, a censurar seus companheiros, lembrando que demitiu seu assessor, Hamilton Lacerda, que participou da fajutice. E falou num tom indignado, nervoso, enérgico, usando a mesma metáfora de Lula: toda família tem sempre um tio esquisitão, sabem cume? Foi um dos momentos mais patéticos dessa campanha eleitoral em São Paulo. Competiu, eventualmente, com sua fala final, quando defendeu a “ética na política”. Ética, claro, por que não???
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Postby mends » 28 Sep 2006, 18:15

azevedo

Lula vai? 13 perguntas pra ele

1) O seu filho, até bem pouco tempo antes de o sr. assumir a Presidência, era monitor de Jardim Zoológico e, hoje, já é um empresário que a gente poderia classificar de milionário. O sr. não acha uma ascensão muito rápida?

2) O senhor não tem vergonha de subir em palanque onde estão mensaleiros e sanguessugas?

3) Candidato, por que o sr. acha que o PCC recomenda à sua turma que vote no PT?

4) O sr. disse que banqueiro lucra no seu governo e, por isso, não precisa de Proer. O sr. sabe quantos Proers o Brasil paga por ano para sustentar os juros reais mais altos do mundo?

5) O seu aliado, Evo Morales, roubou a Petrobras dos brasileiros. O sr., em troca, prometeu a ele empréstimos a juros mais baratos. Não é uma vergonha para o Brasil?

6) O sr. não acha verg0nhoso ter gastado mais dinheiro com o seu avião do que com saneamento básico?

7) Na sua opinião, qual foi o governo mais corrupto da história do Brasil?

8) O senhor prometeu criar 10 milhões de empregos e chegará ao fim do mandato criando quatro milhões. Neste tempo, a renda da classe média caiu, e os empregos gerados se concentram na faixa de até 2 salários mínimos. A chamada distribuição de renda do seu governo se fez com o empobrecimento dos menos pobres. O seu projeto é socializar a pobreza?

9) Genoino sabia do mensalão. Silvio Pereira sabia do mensalão. Dirceu sabia do mensalão. Ministros foram avisados do mensalão. Só o senhor, da cúpula, não saberia. Ricardo Berzoini sabia do dossiê. Toda a elite sindical que o cerca sabia do dossiê. O senhor não acha que, nesses casos, não saber é tão grave quanto saber? E se houver mais irregularidades feitas por amigos seus que o senhor ignore?

10) Candidato, na sua gestão, as invasões de terra triplicaram, caiu o número de assentamentos e mais do que dobrou o número de mortos no campo. Como o senhor defende a sua política de reforma agrária?

11) Candidato, em 2002, o Brasil exportava a metade do que exporta hoje, e o risco país era sete ou oito vezes maior. O país pagava 11% de juros reais. Hoje, continuamos a pagar mais de 10%. Como o senhor explica isso?

12) Em 2002, o governo FHC que o sr. tanto critica repassou para São Paulo, na área de segurança, R$ 223,2 milhões. Em 2005, o seu governo repassou apenas R$ 29,6 milhões. Só o seu avião custou R$ 125 milhões. Não é muito pouco o que foi dado ao Estado que tem 40% da população carcerária do país?

13) Quando o sr. assumiu, o agronegócio respondia por mais de 60% do superávit comercial. Quase quatro anos depois, o setor está quebrado, devendo R$ 50 bilhões. Como o sr. explica esse desastre?
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Postby mends » 29 Sep 2006, 10:43

azevedo

No palanque, pouco caso; petistas estão furiosos com a Rede Globo

Lula resolveu fazer todo mundo de bobo, incluindo a Rede Globo. Enquanto uma parte da sua equipe de segurança cumpria o protocolo e ia ao Projac para ver as condições de segurança do estúdio, outra já estava em São Bernardo, avaliando riscos para a presença do presidente num comício na cidade, amplamente divulgado por lá. Reproduzi ontem o que disse um assessor, com ironia: “Quem ganha até dois salários mínimos precisa dormir cedo para levantar cedo”. Queria dizer com isso que o eleitorado típico de Lula não acompanharia o evento na TV.

Lula disse mais ou menos a mesma coisa, mas com outras palavras, em São Bernardo: “Não tem nada mais importante na minha vida, na minha trajetória política, do que fazer o último comício da minha campanha na terra em que eu nasci politicamente, junto com os meus companheiros que me ajudaram a nascer politicamente”. No petismo, há quem comemore o feito como uma vitória contra a Rede Globo.

O PT está furioso com a cobertura que o Jornal Nacional vem fazendo do escândalo do dossiê. Consideram-na parcial e favorável aos tucanos. É claro que eles não conseguem explicar o que faz aquela penca de assessores da campanha de Lula na sujeira. Mas queriam que a televisão escondesse. A fala no comício foi um óbvio pouco caso com adversários e com a emissora. Corresponde a um “não preciso de vocês”.
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Postby mends » 30 Sep 2006, 18:58

azevedo

Delegado assume vazamento e promete "coisas surpreendentes"

A cobra vai fumar. O delegado Edmilson Bruno, que prendeu os bandidos petistas que estavam com a grana para comprar o dossiê fajuto, assumiu ter sido o responsável pelo vazamento. E promete, numa coletiva a ser concedida na segunda, revelar “coisas surpreendentes”. Ele defendeu ainda a ampla divulgação dos fatos relacionados ao dossiê. A PF abriu um inquérito para apurar o vazamento. Pronto: já tem a confissão.
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Postby mends » 02 Oct 2006, 18:42

azevedo

A coletiva de Lula: o ator convincente

Sim, levantei um pouco mais tarde — pô, tive de descansar um pouco —, mas também tive de resolver alguns problemas na rua. Por isso demorei. Quando assumi o computador, começou a entrevista coletiva de Lula, e, em seguida, transmitiu-se a de Alckmin. Por isso a demora. Já estou aqui.

Lula demonstrou qual vai ser o figurino que ele pretende usar na disputa do segundo turno. Concedeu uma entrevista coletiva que foi, do ponto de vista de sua campanha, impecável. Talvez tenha a sido a melhor desde que tomou posse. Não houve uma só metáfora chula, aquelas a que está habituado. Lembram-se da “onça vai beber água?” Lembram-se da afirmação de que “esta oncinha está com sede”? Nada disso. Ao contrário, estava lhano, suave, tranqüilo.

Debates
Hoje - É claro que ele vai. O debate é a oportunidade para expor idéias, para falar do futuro do Brasil.
Antes – Não vai se submeter ao baixo nível dos seus adversários.

Arrependeu-se de não ter ido ao debate da Globo?
Hoje – Não tem bola de cristal para saber o efeito de ir e não ir. Não sabe se foi prejudicado.
Antes – Todo mundo viu por que ele não foi; todo mundo viu as agressões.

O dossiê fajuto o prejudicou? A cobertura da imprensa o prejudicou?
Hoje – O fato aconteceu. O dinheiro está lá. Que seja mostrado. Ele nunca tentou impedir coisa nenhuma.
Antes – Endossou avaliação de Tarso Genro, Marco Aurélio Garcia e Dilma Rousseff. Tratava-se de um golpe contra a sua candidatura e de uma conspiração. Deu todo apoio a Márcio Thomaz Bastos, para quem a divulgação das imagens obedecia apenas a um critério político-eleitoral.

Vai ser o candidato dos pobres contra o candidato dos ricos?
Hoje – esse tipo de divisão não funciona no Brasil. Ele próprio e José Alencar eram pobres e agora são, respectivamente, presidente e vice da República. Mais um pouco, e Lula diz que o bom do capitalismo é a mobilidade social. É o presidente de todos os brasileiros. Todos ganham em seu governo.
Antes – Sempre que a elite percebe que um governante quer fazer algo para o povo, ela decide apeá-lo do poder.

Relação com o Congresso e CPIs
Hoje – Nunca teve problemas com o Congresso, que aprovou 90% de tudo o que foi necessário. É assim em qualquer parte do mundo.
Antes – É bom não despertar nele o demônio, porque a vontade é fechar o Congresso Nacional.

O PT é culpado pela confusão do dossiê?
Antes e hoje – Não se pode acusar toda uma família pelos desvios de alguns.

Qual Lula é verdadeiro? O de antes ou o de hoje? A pergunta não se coloca. O Lula e o PT reais são aqueles do presente eterno, que vão existindo segundo a necessidade da hora. O Apedeuta subiu no “apedeustal” e, lá de cima, resolveu mirar o processo político, tratando com arrogância desmedida o adversário e a imprensa. No palanque de São Bernardo, decidiu fazer pouco caso do debate da Globo: preferia estar com o seu povo, como a dizer: “Não preciso deles”.

Agora, ele precisa. O Lula de hoje não é exatamente O “paz e amor”. É algo um pouco mais refinado, mais trabalhado, mais, como direi?, treinado nas artes cênicas. Na maioria das vezes, hoje, foi um ator stanislavskiano (pesquisar Stanislavski, leitor), fazendo um esforço danado, e sendo convincente, para parecer que acreditava no que dizia. Em Dois Córregos, a gente diz assim: “Quem não te conhece que te compre”.

O Lula do distanciamento brechtiano (pesquisar técnica de representação de Brecht, leitor), do cinismo calculado, metalingüístico, estava presente, mas para temperar a entrevista, condimentando-a. No começo, falou sobre as regras rígidas da campanha, que fizeram com que, em certos lugares, parecesse nem haver disputa. “No Nordeste parecia, viu, Geraldo?” Mostrava, assim, que ele é dono de uma região, mas não seu adversário.

Também se viu o Lula oblíquo ao falar do dossiê. Ele continua, vejam vocês, interessadíssimo em saber quem montou essa tramóia toda e por quê. Todas as pessoas que armaram a baixaria são do seu entorno, aliadas inquestionáveis ou de sua absoluta confiança. Mas ele ainda está tão perplexo como nós estamos. E diz: “Quem negocia com bandido é bandido”. É?

Contra as evidências dos fatos, disse que nunca tentou interferir nas CPIs. E afirmou que quem não gostava delas era o governo passado (FHC) e o de São Paulo, Alckmin. Mas vá lá: afinal, não lhe cabe ficar falando bem da oposição. Foi o máximo de provocação. No geral, estava ali o Lula estadista, que acha o segundo turno uma maravilha — uma proposta, lembrou ele, do PT.

Sim, leitores, vai ser uma parada dura.
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Postby mends » 04 Oct 2006, 23:39

azevedo

Política e patologia

Olhem aqui, eu conheço bem psicanálise. Sou um estudioso dedicado. Vou mandar um e-mail ao governador eleito de São Paulo, José Serra — que ele não vai responder, hehe — indagando quando foi que ele humilhou publicamente o deputado eleito Ciro Gomes (PSB-CE). Em algum momento da trajetória de ambos no PSDB, isso deve ter acontecido. Ciro deve ter-se sentido com o traseiro de fora. Lembro-me de uma passagem de Olhai Os Lírios do Campo, de Érico Veríssimo — antigamente, era leitura obrigatória em escola pública; hoje se lê apenas manuais do pequeno marxista —, em que Genoca vai à escola com a calça rasgada, embora o pai fosse alfaiate. E a molecada grita: “O Genoca tá com a bunda de fora; o Genoca tá com a bunda de fora...”. O rapaz não se recuperou do choque jamais. E produziu muita infelicidade.

Só pode ser. Serra é sabidamente um tanto intolerante com a tolice. É incapaz de fazer um elogio só para ser simpático. Também não condescende com uma bobagem para evitar que o outro fique amuado. Deve ter desmoralizado Ciro em algum debate, e a vaidade deste cearense de Pindamonhangaba, injustificada, não cabe no Ceará. Não cabe no Brasil. Só uma questão patológica pode explicar a sua obsessão contra José Serra. Não é que ele disse hoje que o dossiê fajuto foi uma armação de... Serra?

Sim: na sua lógica perturbada, aconteceu o seguinte: o tucano teria forjado um dossiê contra si mesmo em companhia dos Vedoim. Aí, o empresário sanguessuga saiu em busca de petistas que pudessem comprá-lo. Quando estava tudo armado, veio a PF, também a serviço de Serra, e “nhoc!”: pegou todos aqueles inocentes com a boca na botija. Não há uma só maldade no mundo, do ataque às Torres Gêmeas ao seqüestro dos soldados israelenses pelo Hezbollah, que precipitou a guerra de Israel contra os terroristas, que não tenha o dedo de... Serra. Ciro, diga-se, acha que não é o presidente da República por causa de... Serra. Açúcar e bacon só fazem mal à saúde por culpa de... Serra.

Tanto quanto os petistas e lulistas, incluindo o próprio Ciro, estão felizes com o apoio de Garotinho a Alckmin, eu estou feliz com a entrada de Ciro para a primeira linha da campanha de Lula. Ele já começou a falar e a fazer bobagem. Foi assim que sua candidatura naufragou em 2002 (com a ajuda dos dossiês petistas), empurrando-o à condição atual, de mero esbirro do petismo. A esquizofrenia dessa gente é de tal sorte, que os colunistas que dão ouvidos a Ciro dizem que Serra não quer Alckmin eleito presidente (embora seu apoio ao candidato seja mais do que explícito). Como ele não quer, então armou a história do dossiê justamente para fortalecer Alckmin, entenderam?, contra cuja eleição ele estaria trabalhando... É de lascar!

Ciro deve tomar remédio para dormir. Mesmo assim, nos seus pesadelos, Serra deve aparecer fazendo chacota: “A calça do Ciro tá rasgada, a calça do Ciro tá rasgada...” Convenham: as minhas hipóteses são ou não mais razoáveis que as de Ciro Gomes?
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Postby mends » 05 Oct 2006, 15:47

azevedo

História oficial

Neste exato momento, há pessoas empenhadas em convencer Hamilton Lacerda, o ex-faz-tudo de Aloizio Mercadante, de que todos perdem se todos caírem. Ou seja: numa perspectiva absolutamente racional, se a cúpula dança junto, isso em nada muda a situação do próprio Lacerda, que já está implicado na confusão até o pescoço. Ele — e familiares — resiste à idéia de servir de bode expiatório ou de boi de piranha. Estão tentando convencê-los de que essa é a melhor — ou a única — saída. Em síntese: tudo começou no PT de São Paulo (conforme disse Tarso Genro a Diogo Mainardi); o objetivo era beneficiar a candidatura de Mercadante; Mercadante, por sua vez, não sabia de nada. E a participação dos homens de confiança do presidente Lula? A instrução é tirar da jogada Freud Godoy, e o resto se ajeita. Todos são, de algum modo, velhos conhecidos do sindicalismo e da CUT. O meganha, Gedimar Passos, entra porque, afinal, Lorenzetti era do setor de Inteligência da campanha, assim como Osvaldo Bargas, do PT de... São Paulo. Valdebran era o petista à mão em Cuiabá. Até o dia do debate, Lula gostaria de ver a história contada assim. Em tempo: cabe a Mercadante convencer Lacerda, não ao PT nacional.
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Postby Wagner » 08 Oct 2006, 23:28

Bush quer direito de resposta!

Lula exaltou suas qualidades de negociador em relação à Bolívia, e não escapou do auto-elogio, dizendo que "se Bush tivesse agido como ele (Lula)não teria havido a guerra do Iraque". Um detalhe que o presidente esqueceu ao falar dos (ex?) companheiros do Mercosul: o Uruguai está negociando a entrada na Alca com os Estados Unidos.
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