TV's ditam ordem e costumes. Ou não?

Ciência, Saúde, Economia, Política

Postby telles » 27 Apr 2007, 13:07

mends wrote:Aquecimento global é uma verdade?


Se é ou não eu não sei, mas só do pessoal se preocupar tá valendo

Hehehe :cool:

Como diz o Wagnão "Mico Leão Dourado, que beleza, dou-lhe um tiro de escopeta" ou algo assim..... :lol:
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Postby jruiz » 27 Apr 2007, 14:14

Bem, a classificação de filmes é uma função técnica, exercida pelo Ministério da Justiça através do Dejus (Departamento de Justiça e Classificação).

“A classificação indicativa para programas de televisão existe para informar aos pais a respeito do conteúdo de obras audiovisuais produzidas pela televisão aberta. O Ministério da Justiça entende que cabe aos responsáveis legais a decisão sobre o que os filhos devem assistir. A classificação de programas de televisão atende a determinação da Constituição (Art. 21, XVI) e da Lei 10.359/2001 (Art. 3º).”

O Ministério da Justiça esclarece ainda que a vinculação entre idade recomendada e horário de exibição existe por determinação expressa do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90, Art. 254). => é isso que as TV’s não querem.
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Postby mends » 27 Apr 2007, 14:58

e viva a tecnocracia...

e o que faz com q um técnico saiba o que é mlehor para o meu filho do q eu?
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Postby jruiz » 27 Apr 2007, 16:31

a expressão função técnica quer dizer que é uma função realizada por técnico academicamente capacitado para este fim. Neste caso, psicólogos, pedagogos, neuropediatras, etc..

Não é qualquer um que está apto a dizer o que é bom para uma criança ou um adolescente ou um adulto. Ou seja, não é a censura dos quartéis, é uma atividade profissional relacionada com a saúde mental de quem está consumindo aquele produto.

Como se fosse o Inmetro da programação de TV. Vem no rótulo: "brinquedo (filmes) apropriado para crianças a partir de X anos".
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Postby telles » 27 Apr 2007, 16:58

Aí é que está

Para o filho do Mends (esse que está na foto), comprei um brinquedo para crianças acima de 3 anos... e ele tem 2.. mas brinca tranquilamente com ele e foi aprovado pelo PAI dele, como sendo adequado.

Informar a classificação eu acho válido, mas restingir não...

É igual a restrição do pânico antes das 8. A desculpa, simulação de cenas de morte (A Marlene era morta no fim do "Lingeries em Perigo", nas situações mais absurdas, como um ataque de um coelhinho branco por exemplo) Idiota...
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Postby telles » 08 May 2007, 11:36

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u70917.shtml

Governo recorre contra liberação de horário na TV
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LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

O Ministério da Justiça e a Advocacia Geral da União entregaram na segunda-feira (7) recurso ao Superior Tribunal de Justiça para tentar derrubar a liminar que desobrigou as TVs a exibir programas em horários estipulados pelo governo.

O recurso foi entregue ao ministro João Otávio de Noronha, que concedeu a liminar às TVs há 20 dias. Desde então, mesmo a programação classificada como imprópria a crianças e adolescentes fica autorizada a ir ao ar em horário livre (antes das 20h). As redes podem exibir todo tipo de programação, a qualquer hora.

A vitória da Abert se deu às vésperas do prazo máximo para que as TVs passem a cumprir as novas regras de classificação de programas, elaboradas pelo Ministério da Justiça. A intenção das TVs foi anular o efeito da portaria de classificação de programas publicada pelo Ministério da Justiça (MJ) em fevereiro.

A portaria 264 entra em vigor no dia 13 e determina horários para programas inadequados a crianças e adolescentes (após as 20h para maiores de 12 anos, 21h para 14, 22h para 16 e 23h para 18).

A portaria também exige que as TVs respeitem os diferentes fusos horários do país. Diferentemente do que ocorre hoje, a novela classificada para 21h, por exemplo, não pode ir ao ar às 19h no Acre (18h no horário de verão).

Críticas

A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de desobrigar as redes de televisão a exibir a programação em horário determinados pelo governo foi duramente criticada por entidades ligadas aos direitos da criança e do adolescente no mês passado.

José Elias Romão, diretor do departamento de classificação da MJ, afirmou que, sem a obrigatoriedade dos horários, as redes de TV ficam sem controle, e a infância, desprotegida.

Para o sociólogo e professor de comunicação da USP Laurindo Lalo Leal Filho, a movimentação das redes de TV para barrar classificação indicativa na TV aberta é "uma demonstração pública do atraso cultural do país".

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias também soltou nota contrária ao mandado do STJ, assinada pelo seu presidente, o deputado Luiz Couto (PT-PB). Para a comissão, a decisão dá às TVs "o privilégio de estar acima das normas e princípios constitucionais que garantem a proteção da criança e do adolescente."

Já Flávio Cavalcanti Jr., diretor-geral da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), defendeu os radiodifusores. Ele disse que "as TVs continuarão a fazer o que sempre fizeram", com critérios próprios para determinar os horários de exibição, e que comunicarão a faixa etária dos programas "para que os pais decidam o que o filho deve ver".
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Postby mends » 08 May 2007, 11:42

ainda bem :cool:

sem essa de çábios dizendo o que assistir, quando, sobre o quê. não gostou? é contra os valores que quer passar? proíbe seu filho de assistir. eu os proibía de assistir Rebelde, e os proibi mesmo quando a "professora" de espanhol mandou que assistissem. Assim como o proíbo de ver novela, Big Brother etc.
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Postby mends » 13 May 2007, 10:36

Diogo Mainardi
O novo Dops

"O lulismo reintroduziu oficialmente a censura
prévia no Brasil em 9 de fevereiro deste ano,
por meio da Portaria 264, que regulamenta
a classificação indicativa dos filmes e dos
programas de TV. Lula está conduzindo o
país a um fechamento lento, gradual e seguro"

Sabe quem é Themis Lobato? Sabe quem é Marina Sotero? Sabe quem é Valéria Godoi? Sabe quem é Demetrius França? Sabe quem é Edson Junior? Sabe quem é Rodrigo da Cunha? Todos eles pertencem ao Dops lulista. Foram contratados pelo governo para fazer a censura prévia dos programas de TV. O Dops lulista está instalado no Ministério da Justiça. É conhecido como Dejus. Nos círculos lulistas, a censura prévia ganhou outro nome. Agora é chamada de "classificação indicativa".

O lulismo reintroduziu oficialmente a censura prévia no Brasil em 9 de fevereiro deste ano, por meio da Portaria 264, que regulamenta a classificação indicativa dos filmes e dos programas de TV. O artigo 4º estabelece que a análise das obras deverá ser "realizada previamente" por analistas contratados pelo Ministério da Justiça. Repito: previamente. Isso significa que, antes de mandar um programa ao ar, a emissora de TV terá de negociar seu conteúdo com os censores. Corta aqui. Corta ali. Muda acolá.

No momento, o Dops lulista pode contar apenas com seis censores: os seis citados na abertura deste artigo. Eles têm entre 22 e 26 anos. Menos um, que já passou dos 40. Uma das censoras acaba de se formar em pedagogia. Outra é estudante de artes cênicas. Outro é administrador de empresas. Além dos seis censores, o Dops lulista pode dispor também de uns estagiários da Universidade de Brasília. A partir de agora, esse grupo passará a mandar em sua TV, decidindo o que você está apto e o que você não está apto a ver.

A principal referência dos censores contratados pelo Ministério da Justiça é o Manual da Nova Classificação Indicativa. Que de indicativa, aliás, não tem rigorosamente nada. Ela é impositiva. De fato, os lulistas arrogaram-se o direito de determinar de que forma e em que horário um programa poderá ser transmitido. A emissora que desobedecer às ordens será denunciada ao Ministério Público, que terá o poder inclusive de cassar sua concessão.

O Manual da Nova Classificação Indicativa define autoritariamente o horário dos programas. Mas é bem pior do que isso. Ele define também o que é bom e o que é ruim para os espectadores, avaliando os aspectos "positivos e negativos" de cada obra. Se o Dops lulista achar que um programa cumpre sua "finalidade educativa", com "respeito e estímulo à diversidade", ele ganha pontos. Caso contrário, perde. Uma cena de Jack Bauer dando um tiro no peito de um terrorista árabe pode ser considerada mais imprópria do que uma cena de um cruel latifundiário do Pará dando um tiro no peito de um sem-terra indefeso. Confie em Themis Lobato. Ela sabe o que é melhor para você.

Lula é cria de Ernesto Geisel. Agora ele tomou o caminho inverso ao de seu criador. Ernesto Geisel conduziu o Brasil a uma abertura lenta, gradual e segura. Lula está conduzindo o Brasil a um fechamento lento, gradual e seguro.
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Postby mends » 14 May 2007, 19:53

Cadê aquele esquerdista maluco pra comentar o "incomentável"? Defender o indefensável? :mad:

Manual de Censura do Lulismo 1 - afronta à Constituição
Diogo Mainardi denunciou em sua coluna desta semana, na Veja, a volta da censura prévia, que ele chamou de “o Dops de Lula”. Referia-se ao poder, que o governo chama para si, de dizer o que podemos ou não ver na televisão. Estamos diante de mais uma tentativa do governo petista de agredir a liberdade de expressão. Li uma estrovenga chamada “Manual da Nova Classificação indicativa”, elaborado pelo Ministério da Justiça. É a bíblia que vai nortear a ação dos novos censores. É de arrepiar. Antes que entre no seu mérito, é bom lembrar: de “indicativo”, o procedimento não tem nada.

Na página 3, está escrito que as emissoras não podem exibir programas em horário diverso daquele definido pela classificação. Acontece que isso é inconstitucional. São garantias d artigo 5º da Constituição:

- no parágrafo IV - "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato";
- no parágrafo IX - "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença";
- no parágrafo XIV - "é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional". Combine-se com esses parágrafos o que está disposto no artigo 220: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.”

O capítulo XVI do artigo 21 da Carta diz que compete à União “exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão”. Em nenhum lugar está escrito que é para fazer censura prévia — ou seja: onde é que está especificado que a indicação tem de ser seguida? Mas estamos apenas no começo do problema. Vai ficar ainda mais grave.

Ao analisar as “adequações” e “inadequações”, o manual ensina aos aprendizes vermelhos de Goebbels que uma cena “inadequada” pode ser compensada com conteúdos ditos “positivos”. O que isso quer dizer? Digamos que uma novela tenha uma cena de sexo considerada imprópria para o horário “x” porque, sei lá, exagere no erotismo ou na exposição da nudez dos atores. Acende-se a luz vermelha: o programa vai para o fim da grade. Huuummm, mas espere: ela contribui para diminuir o preconceito contra as minorias. É sexo, sim, mas é inter-racial, serve para combater a discriminação: “Ah, então adianta”. E se for um beijo gay, a cena mais esperada pelos “modernos”? Depende, né? Vai ser com sacanagem ou com amor? Considerando que parece que os gays sonham em ter a bênção de Bento 16, acho que, com amor, passa mais cedo; com luxúria, mais tarde.

O mesmo vale para a violência. O “contexto” — palavrinha sempre repetida na estrovenga — é que vai dizer. Pode ter tiro? “Ah, só depois das 22h, companheiro”. Calma! “Tem tiroteio, mas repare que a violência é contrabalançada pela defesa da vida da comunidade”. Opa! Mudou tudo. Estupro pode? Vai depender se a cena será usada para alavancar ou não a militância contra o machismo e a favor do aborto.

Entenderam? Os novos censores aceitam trocar uma bala aqui e uma mão inconveniente ali desde que os programas sirvam à militância politicamente correta. Em suma: abrem-se as comportas para o mais descarado e aberto proselitismo. O Manual, tenho certeza, foi elaborado pelo mesmo grupo que havia proposto no texto sobre a Ancinav, lembram-se?, a obrigatoriedade de um filme conter a apologia de valores positivos da brasilidade se quisesse contar com incentivo oficial. Eu sou contra incentivo oficial até para feijão. Mas, se tiver, não pode interferir no conteúdo da obra.

O autoritarismo disfarçado de nobreza de espírito se revela inteiro na página 25. Trata das drogas. Ali se condenam as cenas consideradas constrangedoras, depreciativas ou humilhantes em relação a um determinado setor da sociedade: as minorias. Colocando a coisa em português: contará contra o programa a droga apresentada no “contexto” do morro, onde há muitos negros. Preconceito contra pobre e contra preto. Rui. Fim da grade. Mas e se o programa mostrar a droga na classe meda alta e branca? Huuummm, o programa já se tornou mais educativo: combate um preconceito.

Isso é critério? Isso é objetividade? O manual chega a relacionar como algo a ser observado até a música de fundo de uma cena. A de um presidente semi-analfabeto discursando no país imaginário de Banânia, ao som de A Gente Somos Inútil, deve ser antecipada para educar as crianças ou adiada para preservá-las do horror? Um drama em que apareça um invasor de terra do MST tomando a propriedade alheia, segundo entendi, será antecipada porque pedagógica e didática — desde que seja favorável aos companheiros. E adiada, claro, se for contrária.

Trata-se, em suma, de dirigismo cultural, vandalismo ideológico e vigarice intelectual. As emissoras não vão protestar oficialmente, não? Ao menos aquelas que não estão comprometidas com o lulismo. A propósito: existem emissoras não-comprometidas com o lulismo?

Em tempo: eu sou crítico da programação das TVs. Mas não sou governo. A sociedade é que tem de ficar vigilante. O papa, por exemplo, atacou os meios de comunicação que ridicularizam a virgindade e a castidade. E, também por isso, é comparado a um cão raivoso. Nada menos. Os que não suportam que o Sumo Pontífice pregue a resistência cultural — e individual — ao que considera impróprio, não obstante, parecem aceitar como razoável que seja o governo a dizer o que podemos e não podemos ver.

E antes que digam que não se vai proibir nada, mas apenas “indicar”. O texto torna, reitero, a indicação obrigatória. A depender dos preconceitos dos “Meninos do Brasil” de Tarso Genro, pode-se simplesmente tornar inviável determinado tipo de produção porque a classificação de horário tem poder para liquidar comercialmente um produto. É censura, sim. E a tentação do governo não pára aí.

Há mais no manualzinho do censor amoroso dos Meninos do Brasil de Tarso Genro. Por exemplo: eles não recomendam a luta de “mocinhos” contra “bandidos” se ela “incrementar a negatividade”. “Incrementar a negatividade” significa, quero crer, a vitória do mocinho. Os valentes dizem ser necessária uma “contextualização”, a palavra mágica que resolve tudo. Contextualização significa, por exemplo, demonstrar, como quer o Babalorixá, as origens sociais do banditismo. Aí o programa ganha pontos, entenderam?

Por Tio Rei
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Postby mends » 06 Jun 2007, 20:02

No Podcast do Diogo: "E precisa torcer contra o Brasil?"


Na última VEJA, uma leitora me acusou de torcer pelo fracasso do Brasil. Como se fosse necessário torcer. Eu não sou onipotente. Conheço meus limites. Sei que o Brasil fracassará independentemente da minha torcida. Na verdade, não sou eu que torço contra o Brasil – é o Brasil que parece torcer contra todos nós.

Passei a terça-feira no tribunal, para me defender de uma denúncia apresentada por Paulo Henrique Amorim. O tribunal fica em São Paulo. Eu moro no Rio. Três horas de atraso no vôo de ida. Duas horas de atraso no vôo de volta. Sabe como ocupei meu tempo? Contando azulejos. Quem ouve o podcast manja a história dos azulejos Brennand. (...)

Outro tema do podcast que os patriotas preferiram ignorar foi o fechamento da RCTV por meio da classificação indicativa. Na Veja desta semana, nas páginas amarelas, Fábio Portela entrevista Marcel Granier, dono da RCTV. Ele disse o seguinte a respeito da classificação indicativa:

O governo de Hugo Chávez aprovou aquilo que chamo de “lei da mordaça”. Ela instituiu a tal classificação indicativa. Os programas de TV foram divididos em gêneros – noticiosos, educativos... Estabeleceu-se o que poderia ser divulgado em cada um deles. As regras são muito ambíguas, e um chavista analisa os programas. Quando ele acha que houve excesso ou descumprimento de regras, aplica multas pesadíssimas.

Deu para entender? Nossos patriotas repetem continuamente que o que acontece na Venezuela jamais poderia acontecer no Brasil. (...)

Na última coluna, tratei da TV Pública lulista, aquela que irá custar 350.000.000 de reais por ano. Cometi um erro grosseiro a respeito de uma de suas idealizadoras. Chamei Beth Carmona, diretora da TVE, de “teórica do traço”. Na verdade, ela é muito mais do que uma simples teórica. Ela coloca em prática seus conhecimentos. Em 2002, antes que Beth Carmona assumisse o cargo, a audiência média da TVE, entre seis da tarde e meia-noite, era de 0,62 por cento. Em 2006, depois de quatro anos de muito empenho, caiu para 0,36 por cento. Quase a metade. Não é fácil diminuir uma audiência de 0,62 por cento. Requer talento. Requer determinação. O mesmo talento e a mesma determinação empregados na construção da TV Pública. (...)
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Re: TV's ditam ordem e costumes. Ou não?

Postby Danilo » 03 Sep 2008, 13:52

A TV forma conceitos, dita normas, costumes, comportamento, etc. Até aí tudo bem: é um meio de comunicação poderoso, baseado nas facilidades do áudio-visual e cada vez mais vai ampliar sua presença e se tornar mais poderoso mesmo. É impossível ir contra essa tendência.


Estava começando a ler sobre teorias da comunicação e lembrei desse tópico. Pois essa idéia de que os meios de comunicação "ditam" alguma coisa é de 1900-30, o início do tal paradigma funcionalista-pragmático. A mídia era vista como uma agulha hipodérmica, que injeta seus conteúdos nos receptores sem nenhum tipo de barreira. Dado seu sociologismo primário e sua proposição sumária, esse modelo não desfrutou de maior prestígio.
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Re: TV's ditam ordem e costumes. Ou não?

Postby mends » 03 Sep 2008, 15:53

Sim e não, como diz um dos meu sócios...

Concordo que o conceito é supérfluo, e hoje, para determinadas camadas da população com acesso a programação paga, não é mais verdade - muito mais long tail o sucesso da programaçção, então acaba "ditando" menos.

Entretanto, há gente séria que defende que a queda no número de filhos por casal no Brasil tem uma relação muito forte com as novelas da globo, e o tipo de famílias que elas apresentam.
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Re: TV's ditam ordem e costumes. Ou não?

Postby Danilo » 04 Sep 2008, 00:47

Mais pra frente no livro...

Paul Lazarsfeld, professor da Columbia nas décadas de 40 e 50, afirma que cada indivíduo é capaz de procurar e encontrar um meio de comunicação cujo conteúdo mostre compatibilidade às suas convicções e a seus modos de ver. Ele observa também que, o contrário que diziam os zés da Escola de Frankfurt, os meios de comunicação de massa não possuem um poder hipno-compre batom-compre batom-compre batom-compre batom-alienante sobre os receptores. Joseph Klapper, outro professor da mesma Universidade durante a década de 60, dizia que há bons argumentos pra afirmar e pra negar que a mídia faz ou não a cabeça do público. Mas, de qualquer forma, ele diz que quando alguém acredita em algo, isso deve-se à influência cruzada da família, grupo de amigos, religião, escola, e emprego.

:o!!!
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Re: TV's ditam ordem e costumes. Ou não?

Postby mends » 04 Sep 2008, 15:31

ou seja...
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Re: TV's ditam ordem e costumes. Ou não?

Postby Danilo » 05 Sep 2008, 10:59

Ou seja, você já pode tentar ser professor de sociologia. :P

Mais pra frente ainda, tem o Umberto Eco que critica tanto os funcionalistas e os frankfurtianos, pois ambos acabam "fetichizando" conceitos como "cultura de massa" e "indústria da cultura".
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