Watchmen

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Watchmen

Postby Danilo » 15 Mar 2009, 23:13

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Muitos consideram o Watchmen uma história em quadrinhos muito boa, com uma temática de orientação relativamente mais madura que as demais da época. Eu já dei uma lida rápida em um dos gibis da série, e me pareceu que o longa foi bem fiel. Inclusive o que se passa na telona pode ser um pouco confuso pra quem for assistir sem nunca ter ouvido falar nos quadrinhos. Ainda assim tem boa ação, bons efeitos, violência à la Sin City e sexo. O personagem Rorschach ficou bem convincente. Não gostei do peladão azul, o dr. Manhattan, estar quase sempre peladão. Podia ser uma dra. Manhattan. Hehehe...

Enfim, leva nota :cool: :cool:

Não tão bom quanto Homem de Ferro, porém bem melhor que Hulk ou que Demolidor.
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Re: Watchmen

Postby mends » 18 Mar 2009, 09:41

Li o gibi quando era moleque, comprei e li de novo por conta do filme: obviamente, gostei bem menos do gibi do que havia gostado há quinze anos atrás.

Watchmen era pra ter sido escrito usando os personagens da Charlton Comics, editora que a DC estava comprando na época. O problema é que o negócio demorou - foi concluído quase dois anos depois - e o Alan Moore teve que dar uma "repaginada" nos personagens. Então é meio que um "roman à clef"...

Olha só:

Dr Manhatan = Capitão Átomo (atual Monarca, um dos piores vilões atuais da DC), com algo de Superman
Coruja = Besouro Azul (morto, no atual Universo DC), apesar de ter muuuuito do Batman
Roschach = Questão (atualmente, Questão é uma mulher, a Renne Montoya, policial lésbica de Gotham City)
Comediante = Pacificador (morto)
Ozymandias = Thunderbolt (morto)
Silk Spectre = Canario Negro (atualmente casada com o Arqueiro Verde) e Lady Fantasma (morta).
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Re: Watchmen

Postby mends » 23 Mar 2009, 16:52

Nerd Sem Máscara - O Inevitável Watchmen
Cultura | The RightWatcher | 17 Março 2009

Teria o governo o direito do monopólio do uso dos "super-seres"? E os governos reais teriam o direito de tirar o direito do cidadão de reagir contra os crimes que são cometidos contra ele? O super-herói, afinal, nada mais é que um cidadão que, dotado de armas fantasiosas ou poderes que as substituem, assume a tarefa de auto-defesa da sociedade. O próprio fato de serem forçados a se mascararem de alguma forma já demonstra que no século 20 este direito era cobiçado maliciosamente pelos governos centralistas, já que para simplesmente defenderem-se eles precisavam agir no anonimato.

Há um evento ofuscante no mundo nerd no momento e seu nome é Watchmen. Embora tenha saído no cinema após o sombrio Batman de Christopher Nolan, quem acompanha os quadrinhos sabe que a transição do gênero super-herói de um passatempo de crianças para um modelo arquétipo literário completo só foi possível graças ao Watchmen de Alan Moore, ao Cavaleiro das Trevas de Miller e o Sandman de Neil Gaiman. Com Watchmen traduzido fielmente para as telas, e a presença "espiritual" de Miller nos dois últimos filmes do Batman, fica faltando apenas uma adaptação da obra de Gaiman para o cinema. Considerando que a indústria se abriu para séries de vários capítulos como em Harry Potter, não é de todo absurdo pensar em uma série de filmes que narre a saga de Sandman.

Watchmen marca a nona-arte porque nele os atos fantásticos dos super-heróis não são o assunto final do trabalho. Não se trata de apenas mostrar pessoas extraordinárias fazendo coisas extraordinárias para que o espectador projete-se neles. Ali, temos uma história com super-heróis, mas não sobre eles.

E qual seria, então, o assunto de Watchmen? A história, que se passa na década de 80, começa com um assassinato misterioso. Logo um dos super-heróis, o direitista conservador Rorschach, surge para investigá-lo. Sua primeira descoberta é que a vítima era a identidade secreta de um super-herói da velha guarda, o Comediante. Rorschach parte então para avisar sobre o fato seus ex-colegas do grupo Watchmen, uma espécie de "Liga da Justiça", dado que estão todos agora involutariamente aposentados por uma lei de 1977 que proibia a atividade de vigilantes mascarados. Esta foi a primeira vez nos quadrinhos que se utilizou o argumento da proibição da atividade super-heróica que veríamos ainda em "Cavaleiro das Trevas" e mais tarde na animação "Os Incríveis" e na série da Marvel "Guerra Civil". Já aí vemos uma das inúmeras questões levantadas pelo filme, já que a máscara do super-herói pode ser vista como uma metáfora do porte de armas, já que uma e outra representam o direito do cidadão comum de defender-se dos "vilões". Teria o governo o direito do monopólio do uso dos "super-seres"? E os governos reais teriam o direito de tirar o direito do cidadão de reagir contra os crimes que são cometidos contra ele? O super-herói, afinal, nada mais é que um cidadão que, dotado de armas fantasiosas ou poderes que as substituem, assume a tarefa de auto-defesa da sociedade. O próprio fato de serem forçados a se mascararem de alguma forma já demonstra que no século 20 este direito era cobiçado maliciosamente pelos governos centralistas, já que para simplesmente defenderem-se eles precisavam agir no anonimato.

As questões levantadas por Watchmen, entretanto, não param aí. Na medida em que o direitista noir Rorschach vai avisando seus ex-companheiros, vamos enquadrando-os também. O primeiro é o Coruja, visivelmente inspirado no Batman (ainda que indiretamente pelo Besouro Azul): filho de pais milionários, utilizou sua fortuna para construir aparatos tecnológicos de combate ao crime e utiliza um uniforme que faz referência a uma criatura da noite. Longe de seus dias de glória, o Coruja atualmente vive uma vida insossa e frustrada de classe média, falido pelos seus gastos, barrigudo pela falta de exercícios e acovardada pela lei de 77, pela Guerra Fria e pela sua atitude de desistência frente aos seus sonhos e vocação. A seguir, conhecemos Ozymandias, também um ex-herói, que se aposentou dois anos antes da lei de 77 e criou em cima de sua antiga imagem um império comercial e industrial que permite que ele possa comprar todo o patrimônio de Lee Iacocca e outros bilionários juntos "três vezes". Ozymandias é considerado o homem mais inteligente do mundo e participou de inúmeras experiências de expansão de consciência, além de ter incomparáveis habilidades marciais. Por fim, ele visita o único ser com super-poderes, que é o Dr. Manhantan e sua esposa e heroína também, a Espectral. O Dr. Manhantan é o gancho para as questões religiosas da história. Desintegrado em um teste de física nuclear, conseguiu reagrupar-se. Porém, voltou com uma visão dos "bastidores" da criação, podendo manipular a matéria quase como um deus, possuindo consciência plena de todos os momentos presentes, passados e futuros de sua vida e podendo estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Essa verdadeira "ascese materialista" não o torna uma pessoa melhor, porém cada vez mais frio e maquinal, como o próprio universo materialista sem Deus ao qual ele se uniu e que ele mesmo define como um "relógio sem relojoeiro". Sua esposa, a Espectral, tornara-se heroína apenas para satisfazer sua mãe, uma heroína da geração anterior, e anteriormente atraída pelo exotismo do Dr. Manhantan, hoje vive em perene frustração dada a indiferença dele. Também deve conviver com sua exótica mãe que ainda hoje é apaixonada pelo homem que a estuprou. Enquanto isso, ao mesmo tempo, as relações entre a União Soviética e os Estados Unidos vão se acirrando, trazendo a sombra da guerra nuclear total bem próxima.

O vilão do filme, como vemos no final, manipula todos os super-heróis e mata dezenas de milhões com o objetivo de trazer o ideal da paz mundial. Seu "socialismo caviar" elitista é evidente para qualquer um que saiba que o socialismo é gerado e movido nas altas elites e não no proletariado. Sua atitude de colocar-se como salvador do mundo, planejador global de direito pelo simples fato de ter o poder de fazê-lo denuncia que afinal, o tema do filme, é nada mais nada menos que a mentalidade revolucionária ainda que o autor não conheça o termo. Para quem ainda não está familiarizado com o conceito, vale uma lida nos artigos seminais de Olavo de Carvalho sobre o assunto: (http://www.olavodecarvalho.org/semana/070813dc.html e http://www.olavodecarvalho.org/semana/071010dce.html).

De fato, a questão última que o filme coloca é: mesmo supondo que uma revolução global, que matasse milhões, pudesse atingir seu objetivo declarado de uma "sociedade mais justa", seria espiritual, moral e eticamente correto obtê-la a este custo? Seria correto que esse "mundo melhor possível" fosse baseado na manipulação geral das consciências como faz o vilão? Aliás, seria correta a afirmação final do vilão para os super-heróis de que eles é que estariam errados em tentar detê-lo e ele é o herói? Sob tal contexto, o único que se mantém coerente o filme todo é o conservador Rorschach, que não aceita contemporizar com os sutis argumentos revolucionários do vilão, e através de um pequeno jornal conservador de direita inspirado exatamente nos "mediawatch" americanos e é tido como "paranóico" e "fanático" é que coloca a dúvida sobre se o vilão realmente teria tido sucesso ou não, denunciando-o.

O autor, Alan Moore, porém, nada tem de conservador. Praticante de paganismos exóticos, seu mérito maior é exatamente não ter sido panfletário ao criar a história e, assim, ao refletir as ideologias e crenças dos personagens, acabar dando a vitória moral ao direitista Rorschach em face da mentalidade revolucionária do vilão, à qual subjuga todos os demais. Na verdade a atitude dos outros personagens lembra bem a do personagem central de 1984 que morre tecendo louvores ao Grande Irmão. Eles concordam em participar da mentira em face dos "benefícios" que ela traz. Foram derrotados e subjugados pelo tamanho estonteante da revolução global trazida pelo vilão.

Watchmen é uma obra com super-heróis, mas é sobre política, religião, psicologia, sociologia e filosofia. É uma pena que o diretor tenha optado pelo excesso de sexo e violência que não estão presentes nos quadrinhos originais. Uma das super-heroínas da primeira geração era apenas brevemente mencionada como lésbica e, no filme, não apenas vemos sua parceira, como um beijo "caliente" entre as duas. A cena de sexo do Coruja e a Espectral em sua nave, também meramente insinuada no graphic novel, beira o soft porn. A quantidade de fraturas expostas e sangue também excedem em muito o original. Talvez por apelo, talvez por achar que isso seja um avanço, o diretor optou por tais inserções e temos apenas a lamentar por isso. No mais, entretanto, é um filme com muito o que se discutir e recomendável para todos os que se interessam por tais assuntos. Três vivas para Zack Snyder por tê-lo realizado e aguardemos para ver quem terá brio para transpor Sandman para o cinema.
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Re: Watchmen

Postby Rafael » 06 Sep 2009, 02:01

Ficha IMDB

O filme fala sobre os conflitos de um grupo de super-horóis que surge nos anos 50, se separam por diversos caminhos, e se reencontram em 1985 por causa do assassinato de um deles. Tendo como principal pano de fundo a guerra fria (que estava no auge em 1985, quando os quadrinhos foram publicados), o filma mostra como surgiram os conflitos internos, como eles se envolveram com o governo, um pouco da origem de cada um deles...
Pegue Incríveis (da pixar), sin city, batman, e 300 (do mesmo diretor). Misture tudo num caldeirão, dê algumas pitadas de anos 80... Sirva tudo com uma trilha sonora fantástica!!!
Não é um filme empolgante, mas certamente foge de muito clichês e do padrão de filmes de heróis, bastante complexos neste caso.
Certamente não peguei metade das coisas que acontecem no filme... Deu até vontade de comprar os quadrinhos (achei na FNACe não está caro, R$80)

Em tempo: tem duas minas no filme: a mãe da heroína, Sally Jupiter (Carla Gugino) que quando jovem dá um bom caldo, no melhor estilo pin-up (quando velha é a mesma atriz, cheia de maquiagem); e, obviamente, a filha Laurie Jupiter (Malin Akerman), gatíssima (veja as fotos), ainda mais naquela roupa de couro colada...

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Malin Akerman 2.jpg
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Re: Watchmen

Postby mends » 06 Jan 2010, 13:42

Assisti, gostei menos do que pensava que iria gostar, os jorros de sangue cansam um pouco.
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