Universidades

Ciência, Saúde, Economia, Política

Postby telles » 15 Jun 2007, 18:01

Deve ser masoquismo.... sabem que vão apanhar, mas mesmo assim ocupam a faixa toda... :merda:
E depois aparece na TV o "coitadinho" do estudante tomando borrachada....
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Postby junior » 17 Jun 2007, 19:05

Gênio pobre ganha mecenas para estudar

Programa dá bolsas de estudo a alunos talentosos de escolas públicas para melhores colégios particulares do Rio e de SP

Instituto Social Maria Telles tem orçamento de R$ 4 mi e escolhe candidatos com base em testes que avaliam potencial de aprendizagem

LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Bruno Henrique da Silva, 13, aluno da sétima série, é filho de Silvana, 37, cabeleireira, mãe solteira, que há três anos e meio migrou de Campo Grande (MS) para São Paulo em busca de novas oportunidades profissionais. O menino mora com a mãe e a única irmã, Flávia Laís, 21, em um quarto com banheiro e cozinha no bairro do Bexiga (centro de São Paulo). Silvana atende em domicílio e se acostumou a deixar o caçula no Conjunto Nacional enquanto se dirige às casas das clientes, na região da avenida Paulista.
O garoto perdeu a conta das horas passadas na Livraria Cultura, lendo tudo o que lhe caísse nas mãos durante o trabalho da mãe (renda de R$ 1.000 mensais). Bruno nunca foi ao Playcenter ou ao Hopi Hari, mal se lembra do último filme a que assistiu, não tem telefone fixo em casa, iPod ou computador. A mãe só estudou até a quinta série. O pai, ele viu apenas uma vez, quando tinha três anos. Mas Bruno é um dos melhores alunos de um dos melhores colégios particulares de São Paulo, o Bandeirantes, R$ 1.385 só de mensalidade.
É rotina pesada. De manhã, das 7h às 12h, o menino assiste a aulas na Escola Estadual Rodrigues Alves, na avenida Paulista. Então, vai para o Bandeirantes, onde almoça. Das 13h50 às 17h40, tem aulas com uma turma de 20 alunos oriundos de escolas públicas como ele, para se alinhar ao padrão de excelência educacional cultivado pelo Bandeirantes. De volta para casa (percurso de 2 km, feito a pé, sozinho), Bruno ainda estuda mais três horas.
A mesma vida o garoto terá na oitava série. A idéia é torná-lo apto a acompanhar o ensino médio regular do Bandeirantes (R$ 1.507 apenas de mensalidade, sem contar material didático e outros investimentos).
A inequação que relaciona os custos com a educação de Bruno e a renda de sua família só se tornou viável porque o garoto foi aprovado no Ismart, um programa de incentivo que dá bolsas de estudos e leva estudantes de escolas públicas muito talentosos e de baixa renda para estudar nos melhores colégios particulares -espécie de mecenato.
Segundo a mãe de Bruno, o colégio Rodrigues Alves, que o menino ainda freqüenta, "é muito fraco". "Meu filho acaba indo ao colégio só para enfeitar o prédio. Um dia não tem aula porque o professor faltou; outro, também. Já houve caso de chegar o final do ano, e o Bruno ainda estar no segundo ou terceiro capítulo do livro didático. Um atraso".

Informantes
Inês Boaventura França, 45, é psicóloga e gerente técnica do Ismart -o nome é uma abreviação de Instituto Social Maria Telles-, que tem orçamento anual de R$ 4 milhões e vive de doações de pessoas físicas e grandes empresas. Segundo Inês, para localizar os geninhos pobres (renda per capita familiar máxima de R$ 570), a equipe técnica do Ismart conta com uma rede valiosa de informantes: os professores da rede pública de ensino -responsáveis pela maior parte das indicações de candidatos ao programa.
Mas o pessoal do Ismart quer os melhores dentre os melhores e, por isso, submete a meninada inscrita a uma seleção rigorosa, que levará em conta principalmente o potencial de aprendizagem. Aprovam-se apenas 5% do total de inscritos, mesmo índice de faculdades hiperconcorridas.
Em São Paulo, o Ismart mantém parcerias com os colégios Santo Américo, Vera Cruz, Santa Cruz e com o Objetivo, além do próprio Bandeirantes. Atualmente, há 220 alunos atendidos (cem no Rio de Janeiro e 120 em São Paulo).
Despesas com material escolar, transporte, uniforme, alimentação e acesso a espetáculos culturais são pagos pelo projeto. O objetivo de tudo é o sucesso. É transformar meninos pobres -mas geniais- em profissionais de sucesso, "CEOs das empresas mais importantes", conforme explica a gerente Inês, referindo-se à sigla inglesa que designa presidentes de corporações.
Segundo o site do projeto, espera-se, "assim, contribuir para mudar a composição da futura elite intelectual brasileira, garantindo que seus líderes reflitam a verdadeira face do país". Para Inês, o valor máximo no Ismart é o mérito. "Cultivamos a meritocracia." Na prática, é uma pauleira. Se o menino não acompanhar o curso, apesar do apoio dos psicólogos, um abraço. Um em cada quatro alunos perdem-se no meio do caminho ou são excluídos. O objetivo, diz Inês, é atingir a marca de 80% de aproveitamento.
Para os pais dos vencedores, é um orgulho. A quitinete de 18 metros quadrados no bairro da Liberdade (centro de São Paulo) em que se espreme a família de Jefferson Danilo de Sousa Pacheco, 13, na sétima série, pai comerciante da rua 25 de Março (famosa pelos camelôs), mãe dona-de-casa e um irmão de sete anos, por exemplo, fica em silêncio total quando o adolescente precisa estudar. A mãe abre mão da novela, o pai assiste ao futebol com a televisão muda. "Temos de ajudá-lo a realizar o sonho de se tornar um grande escritor", diz a mãe, Maria Lucilene de Sousa, 38.
Também é assim com a família de Bruno Resende Domingues, 15, segundo ano do ensino médio, morador no Grajaú (bairro pobre da zona sul de São Paulo) e vencedor em uma Olimpíada de Matemática. O pai, aposentado por invalidez com renda de R$ 1.500, fazia bico de carreto com uma Kombi velha só para comprar livros para o filho.
Apesar da adesão, o professor Júlio Groppa Aquino, da Faculdade de Educação da USP, tem uma nota ácida: "Quando a gente começa a achar que é preciso retirar os melhores talentos da escola pública a fim de salvá-los, é porque o ideal republicano acabou".
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Postby mends » 17 Jun 2007, 23:03

Apesar da adesão, o professor Júlio Groppa Aquino, da Faculdade de Educação da USP, tem uma nota ácida: "Quando a gente começa a achar que é preciso retirar os melhores talentos da escola pública a fim de salvá-los, é porque o ideal republicano acabou".


Sempre tem um imbecil...ôôô praga!
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Postby telles » 17 Jun 2007, 23:08

junior wrote:Instituto Social Maria Telles .


Ninja! Pq eu não conheci esse instituto quando estava na prefeitura.... Será que tem desconto para a Família?
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PM na USP

Postby Danilo » 21 Jun 2007, 17:33

Estudantes e servidores da USP enfrentam PM durante passeata

Cerca de 300 estudantes e servidores da USP realizaram uma passeata no entorno do campus Butantã, localizado na zona oeste de São Paulo, nesta quinta-feira. Eles furaram um bloqueio montado por cerca de 20 homens do 16º BPM em frente ao portão 1, na avenida da Universidade, principal porta de acesso ao campus.

Uma parte do grupo --temerosa que a PM entrasse no prédio, pois poucos estudantes e alunos permaneceram no local-- voltou correndo à reitoria. Outro grupo, composto por cerca de 250 alunos e servidores, continuou a passeata pela avenida Vital Brasil e voltou para a rua da Reitoria, onde está localizado o prédio.

Segundo Neli Wada, diretora do Sintusp, o grupo ficou irritado com a presença dos PMs no local e exigiu a saída deles. Os PMs então teriam liberado o grupo para que eles saíssem. A sindicalista afirma que a passeata durou pouco mais de uma hora: das 11h20 às 12h30.

Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da PM não informou ao certo quantos policiais foram deslocados para o local. A PM afirmou que não se trata do acompanhamento para reintegração de posse. Os policiais militares, ainda segundo a assessoria de imprensa, só foram enviados para garantir a preservação do patrimônio, mas não detalhou o que seria de fato essa "preservação" e nem confirmou a informação de que o grupo queria trancar o acesso principal ao campus.

A Folha Online apurou que pedido de presença da PM é feito toda vez que há uma manifestação desse tipo na USP. A reportagem apurou ainda que a direção da universidade contava com a informação de que os estudantes e servidores queriam trancar as entradas e saídas do campus nesta manhã. Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da USP não soube informar quem teria chamado os homens para se posicioniarem em frente ao portão.


(texto completo em http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u306147.shtml )
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Postby Danilo » 21 Jun 2007, 17:56

Magistrado diz que Secretaria de Ensino Superior é ilegal, mas nega liminar

O desembargador Palma Bissom, do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), negou pedido de liminar da bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo contra os Decretos 51.460 e 51.460, de 2007, que criaram a Secretaria de Ensino Superior e a vinculou às universidades paulistas.

Ao tomar a decisão, Brissom reconheceu a inconstitucionalidade dos decretos, mas entendeu que o Decreto Declaratório 1/07, expedido posteriormente pelo governo do Estado, esvaziou a real utilidade da secretaria e, por isso, deixou de existir a urgência da liminar.

“Somente por lei da iniciativa do governador, portanto via Assembléia Legislativa, vale dizer, mediante obrigatória observação do processo legislativo, podem ser criadas e extintas Secretarias de Estado”, disse o desembargador.

(texto completo em ultimainstancia.uol.com.br)
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Postby mends » 24 Jun 2007, 13:24

A USP e o Batman
Há dias, uma professora da Geografia da USP, Ana Fani Alessandri Carlos, escreveu um texto no blog dos invasores da reitoria e, orgulhosa, espalhou para seus colegas. Era assim (segue conforme o original):

Ao não receber os “estudantes ocupados” da USP a reitora esta dispensando a eles tratamento igual ao que se dá a terroristas e bandidos que exigem dinheiro em troca de reféns. O que se pretende ignorar é o óbvio: eles só estão lutando por uma universidade autônoma e livre das investidas do mercado e da lógica do poder político – suficientemente desmoralizado neste país. Infelizmente jornalistas que pretendem saber alguma coisa, produzem análises irresponsáveis sobre o trabalho desenvolvido na universidade. Enquanto isso, alguns professores (dentro de suas confortáveis bibliotecas e não do lado das barricadas), resolvem dispor de seu espaço privilegiado na mídia, para trocar a luta pela universidade – portanto por uma sociedade melhor - pela defesa do governo Serra. Abdicam assim de prestar um serviço à sociedade à qual pertence a universidade e com a qual todos devem estar compromissados.”

Esta senhora merece uma chicotada intelectual a cada vírgula que ela emprega para separar o sujeito de seu predicado. Observo que ela também usa o particípio passado de “ocupar” para qualificar os invasores: “ocupados”. Até onde acompanho, “ocupada” — de fato, “invadida” — era a reitoria. Os militantes, ao contrário, eram DESOCUPADOS. Nem os estudantes de Maio de 68, na França, faziam essa oposição rasteira entre “bibliotecas” e “barricadas”. Ana Fani acusa a desinformação dos jornalistas. Pode ser. Mas eu sei quem é ela, velha militante petista. Querem ver? Sei, por exemplo, que esta senhora ainda é do tipo que tem em Marta Harnecker, uma stalinista furiosa, uma de suas principais referências intelectuais.

Ana Fani é um gênio. Sempre que há alguma causa complicada na Geografia, algum enrosco, ela é chamada. Ela participou, por exemplo, da banca da seguinte dissertação de mestrado: “Granja Viana: a produção (ideo)lógica do espaço.” Reparem no “ideo” entre parênteses. Deve querer dizer alguma coisa. Seu currículo diz que ela é especialista em espaço. Daí que ela tenha sido convidada para um outro tema excitante: “A representação do espaço nas histórias em quadrinhos do gênero super-heróis: a metrópole nas aventuras de Batman”.

Continuo a tratar, no post seguinte, da loucura que toma conta da Universidade de São Paulo.


Por Reinaldo Azevedo
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Postby mends » 25 Jun 2007, 21:51

Os Marcolas intelectuais de Gotham City
Lembram-se da professora Ana Fani, da Geografia da USP, a stalinista furiosa, que ainda tem coragem de citar, como referência positiva, Marta Harnecker? É aquela que comparece a banca de mestrado para analisar “o conceito de espaço no gibi do Batman”. Pois bem, ela mandou um e-mail para seus amiguinhos em que me esculhamba. Olhem que mimo. Eu só o publico aqui porque foi tornado público. Tanto é assim, que me foi enviado por um leitor. O “este senhor” aí de baixo sou eu (segue com os erros do original):

A visão de universidade que este senhor apresenta esta muito distante do sentido real da universidade e do trabalho que nela realizamos.
Portanto não me pareceria estranho que este "pseudo jornalista” propusesse um dia o fechamento de uma parte significativa da FFLCH (incluindo a queima de nossa biblioteca) pois esta não se presta aos desígnios de uma visão neoliberal de universidade, aliás a própria existência da universidade só pode acontecer negando a existência de um conhecimento voltado e submetido ao mercado. Sua história que se perde nos séculos XIII/XIV, revela o sentido não utilitário do conhecimento.
Portanto ao invés de perdermos tempo respondendo esse tipo de provocação (promovendo blogs de irresponsáveis) devemos, isto sim, continuar nossas pesquisas que evidentemente seguem produzindo um conhecimento sobre o mundo que vivemos nas suas texturas mais finas, explicando aquilo, que aparece sem nenhuma importância, para pessoas deste tipo, mas que explicitam a realidade brasileira, que cabe a nós compreender. Sem isso é imposssível pensar no futuro do homem.
ana fani

Voltei
Quem queima livros? Além de Hitler, Mao, Stálin, Pol Pot, os aliados históricos de dona Ana Fani — a Fani nada funny. Ela continua, reparem lá, a meter vírgulas entre o sujeito e seu predicado. A questão ideológica, nesta senhora, é só o segundo problema. O primeiro é de alfabetização.

Segundo ela, “ a própria existência da universidade só pode acontecer negando a existência de um conhecimento voltado e submetido ao mercado”. Uau! Observo, de saída, que escrever “existência só pode acontecer” é coisa que só acontece em certas áreas da academia... É uma pena que a gente não possa chicotear Ana Fani com um livro de gramática. E saibam: as universidades que travam qualquer diálogo com o mercado não são universidades propriamente. Como sabemos, inexiste universidade em países capitalistas.

Extinguir áreas da Fefeléchi? Rá, rá, rá. Dona Fani, a exemplo do Luís Napoleão visto por Karl Marx, confunde a sua pantomima pessoal com a universidade. Ela se considera a própria USP, o que, obviamente, é mentira. É claro que há lá, também, primatas de coluna ereta.

Ana Fani quer fazer crer que estou contra a USP. Errado! Estou contra os Marcolas intelectuais de Gotham City.


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Postby mends » 08 Jul 2007, 10:52

A luta sem classe na universidade brasileira
Por Antônio Góis, na Folha deste domingo. Volto sem seguida:

Os universitários brasileiros, na maioria das áreas, lêem menos de dois livros por ano, informam-se principalmente pela televisão, não falam inglês e consideram que o curso poderia ter exigido mais deles.

Esse é o quadro que surge quando são analisadas as respostas nos questionários socioeconômicos dos formandos que participaram do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes). Com a terceira edição do exame (que substituiu o provão), já é possível comparar o perfil de alunos das 48 carreiras avaliadas.

A insatisfação com o nível de exigência apareceu com destaque em 29 das 48 áreas. Nessas 29 carreiras, mais da metade dos estudantes afirmaram que o curso deveria ter exigido um pouco ou muito mais deles.

Pelos questionários, é possível avaliar também em que cursos os alunos mais se dedicam. Os futuros médicos são, disparados, os que mais estudam além do horário das aulas, com 41% gastando mais de oito horas semanais com a atividade.

A carga de estudos puxada diminui o tempo livre dos alunos para lerem outros livros que não façam parte dos exigidos pelo curso. É da medicina o maior percentual de estudantes que leram apenas dois, um ou nenhum livro no ano (66%).

A cor e a renda média familiar variam entre os cursos. Apenas no de formação de professores a maioria declarou ser negra, parda ou mulata (categorias do questionário). Os cursos em que é menor a presença de autodeclarados negros, pardos e mulatos foram os de engenharia e os da área médica.

Os dados de renda são praticamente iguais aos de cor. Novamente, os cursos voltados para a formação de professores se destacam como os que têm a maior proporção de alunos de menor renda. No outro extremo, foram também as engenharias e os cursos das áreas médicas -acrescidos de computação e arquitetura- que apresentaram menor presença de estudantes mais pobres.


Voltei
Alguma surpresa no que vai acima? Nenhuma.

A universidade brasileira se tornou um supletivo de terceiro grau, com exceção, e nem sempre, dos cursos que exigem alto desempenho técnico. É assim na universidade pública. É assim na universidade privada. Um programa como ProUni cumpre a única e exclusiva tarefa de aumentar o número de universitários. A qualidade que se dane. Aliás, o desempenho assustador dos estudantes no Enade deixa isso claro de sobejo.

É uma piada macabra. A invasão da reitoria da USP evidenciou isso com clareza. Deu para perceber o nível do debate e do embate intelectual. Onde há um pouco de teoria, estamos imersos no século 19. Onde não há, trata-se de populismo vagabundo. Mais rigor? O que resta do movimento estudantil se perde no proselitismo e em reivindicações de caráter “social”. Os “intelectuais” da Universidade de São Paulo queriam bandejão aos domingos e ônibus grátis. Quando resolveram ter uma preocupação acadêmica, exigiram que se retirasse o adjetivo “operacional” que acompanhava o substantivo “pesquisa”.

Os dados também desmascaram a máxima de que o pobre está chegando à universidade. Está nada. Como também não chega à “universidade pública, gratuita e de qualidade”. Explico-me. Vejam lá: pobre se prepara para ser professor e virar depois massa de manobra dos sindicatos de docentes. É o que acontece na USP ou em qualquer universidade federal: quem não tem grana cursa letras, história, geografia, pedagogia, entre outras (e costuma ser capturado pelos dinossauros esquerdistas que dão aula), e quem tem vai fazer medicina, engenharia ou odontologia. Aí os hipócritas brandem os números: “Vejam aqui. Metade dos nossos alunos vem das escolas públicas”. É verdade. E a elas voltarão, como professores mal-remunerados. Por que não se avalia a renda curso a curso? Em tempo: é claro que há quem faça os "cursos de pobre" por vocação.

Aa universidade, mesmo pública, se “supletivou” para atender à demanda de quem, de fato, não teria condições intelectuais de acompanhar um curso de terceiro grau. E as particulares, do ProUni, estão é oferecendo um serviço de concessão de diploma. O governo injeta dinheiro nas mantenedoras, e elas expedem cartuchos para futuros motoristas de táxi com terceiro grau.


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Invasão (oficial) nas Universidades

Postby Danilo » 30 Sep 2007, 12:18

Hein???

Cursos em universidades públicas destinados exclusivamente a militantes do MST, que faz o seu próprio vestibular!

Um novo levantamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que patrocina os cursos, concluiu que o governo federal nunca investiu tanto na formação universitária dos sem-terra: 6,3 milhões de reais só em 2006. Já são dezesseis universidades públicas que oferecem graduação exclusiva aos assentados. É isso mesmo: elas aceitam apenas sem-terra. Segundo o ministério, o governo patrocina cursos do gênero nas áreas de pedagogia, geografia, letras, história e direito.

Não é exatamente uma novidade o fato de o MST receber verbas do governo para educar seus integrantes. Na década de 80, o movimento pleiteou – e conseguiu – tornar públicas as escolas dos assentamentos, até então improvisadas sob lonas. Na década de 90, firmou convênios com faculdades públicas para cursos eventuais. Há dois anos, o MST criou a Escola Nacional Florestan Fernandes, espécie de universidade do movimento. O maior avanço, sem dúvida, veio com os novos cursos superiores. Com eles, os sem-terra estudam nas melhores faculdades do país, têm o privilégio da reserva de vagas e ainda por cima impõem um regime paralelo. No vestibular, são testados conhecimentos da cartilha do MST. Os assentados só entram na disputa por uma vaga com o aval dos líderes. Em sala de aula, onde se ensina um currículo aparentemente convencional, predomina o discurso anticapitalista e de ódio ao agronegócio. Dele, comungam os professores. Diz Gelcivânia Mota, do curso de pedagogia da Universidade do Estado da Bahia: "Os professores acreditam nas propostas dos movimentos sociais do campo".

Ensinar aos sem-terra uma visão dogmática do mundo já é por si só um problema, mas o quadro piora porque a catequese marxista se dá em universidades públicas – com patrocínio do governo. A meta do MST ao levar assentados à academia, afinal, é preparar gente para combater "o sistema", e eles tratam abertamente do assunto. Segundo o livro A Política de Formação de Quadros, febre literária nos assentamentos do movimento, "quem não forma quadros dificilmente atinge seus objetivos estratégicos na revolução".

(tem completo em http://veja.abril.com.br/031007/p_072.shtml)
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férias de estagiário

Postby Danilo » 07 Nov 2007, 13:38

Projeto que garante 30 dias de férias a estagiários é aprovado no Senado

O Senado aprovou na manhã desta terça-feira substitutivo ao projeto de lei (PLS 473/03) que regulamenta o estágio de estudantes de instituições de educação superior, educação profissional, ensino médio, educação especial e de jovens e adultos. O texto, que segue agora para votação na Câmara, garante férias de 30 dias nos estágios com duração igual ou superior a um ano.

Segundo informações da Agência Senado, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), relatora na Comissão de Assuntos Sociais, espera que o projeto seja sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o dia 7 de dezembro, quando a “obsoleta” lei de estágio em vigor completa 30 anos.

A instituição concedente do estágio deverá oferecer seguro contra acidentes pessoais ao estagiário, obrigado a apresentar relatórios semestrais dessa atividade. Além de órgãos públicos e empresas privadas, poderão contratar estagiários profissionais liberais de nível superior registrados no respectivo conselho profissional.

A jornada de estágio será de quatro horas diárias e 20 horas semanais no caso de estudantes de educação especial e de educação de jovens e adultos. Para os estudantes do ensino superior, da educação profissional e do ensino médio, foi estipulada carga horária de seis horas diárias e 30 horas semanais.

(ultimainstancia.uol.com.br)
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Postby Wagner » 07 Nov 2007, 16:53

é a institucionalização do sub-emprego...
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Re: férias de estagiário

Postby Danilo » 01 Oct 2008, 21:46

A nova Lei de Estágios 11.788 foi sancionada e publicada no Diário Oficial. A partir de agora, os estudantes com contratos de um ano ou mais têm direito a 30 dias de recesso, seguros contra acidentes, e no máximo de 30 semanais de trabalho. Outra mudança é a limitação em 20% de estagiários no total do quadro de pessoal.
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Fuvest

Postby Danilo » 17 Apr 2009, 00:09

USP aprova mudanças no vestibular da Fuvest

A USP aprovou nesta quinta-feira mudanças no vestibular da Fuvest que já valem para o exame deste ano. A primeira fase, que continua com 90 questões de múltipla escolha, deixará de contar pontos para a nota final da prova. A segunda etapa terá agora três dias e cobrará todas as disciplinas do ensino médio. Até o ano passado, apenas português e redação eram obrigatórias para todos os cursos e o restante dos exames era definido conforme a carreira escolhida.

O documento com as propostas da reitoria foi apresentado às faculdades em uma reunião no fim de fevereiro e, desde então, passou por votações em cada uma delas. Ontem, em uma reunião do conselho de graduação da universidade, cada unidade expressou seu voto. A USP tem 40 unidades. O projeto da reitoria teve 23 votos a favor e 10 contra, e 7 abstenções. A maior queixa dos que discordavam da proposta era a rapidez com que a reitoria apresentou e colocou em votação as mudanças na FUVEST. "Não éramos contra a proposta, mas uma mudança como essa deveria ter sido mais discutida e defendíamos que só fossem implementadas no vestibular do ano que vem", disse o presidente da comissão de graduação da Politécnica.

Segundo a pró-reitora de graduação da USP, Selma Garrido Pimenta, o objetivo da mudança é passar a exigir uma formação mais geral dos candidatos. "Não há uma ruptura da essência, só estamos valorizando todas as disciplinas do ensino médio. Os estudantes não precisam mudar a forma como estão se preparando", disse. No primeiro dia da segunda fase, a partir de agora, haverá dez questões de português e redação, com 4 horas de duração. O segundo terá 20 questões dissertativas das sete disciplinas: biologia, química, física, matemática, história, geografia e inglês. Não haverá um número exato de perguntas para cada disciplina e elas podem ser interdisciplinares ou não. Serão também 4 horas de duração, assim como o último dia, em que haverá 12 questões dissertativas entre duas e três disciplinas, que devem ser escolhidas pela faculdade em que o curso é dado. "Todas as questões da segunda fase serão difíceis", disse a pró-reitora ao ser questionada se as perguntas do segundo dia seriam mais acessíveis, como estava descrito no projeto inicial da USP. A prova específica de arquitetura será realizada em um quarto dia de exames.

(matéria original em http://www.estadao.com.br/noticias/vida ... 5952,0.htm)
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Re: Universidades

Postby Danilo » 22 May 2009, 20:57

Lei seca

O governador José Serra sancionou projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em festas organizadas nos “estabelecimentos de ensino mantidos pela administração estadual”, o que inclui faculdades e universidades estaduais, como as Fatecs, USP, Unesp e Unicamp.

A lei passou a vigorar ontem, dia em que foi publicada no Diário Oficial do Estado. Mesmo assim, a assessoria da Secretaria da Casa Civil do Estado informou que ainda analisa se a lei será válida para USP, Unesp e Unicamp por causa da autonomia universitária. As três universidades, cujos estudantes historicamente promoveram festas com consumo de bebida alcoólica nos campi, já possuem normas próprias que proíbem bebidas alcoólicas.

(texto completo em http://txt.jt.com.br/editorias/2009/05/ ... 2.23.1.xml)
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