Ciência

Ciência, Saúde, Economia, Política

Postby mends » 22 Jun 2007, 01:56

Um texto etnomatemático...

Educar para uma civilização planetária



Ubiratan D’Ambrosio

Este é um roteiro para estimular e orientar as reflexões que farei sobre a possibilidade de uma visão humanística da educação reflexiva, conciliando o que chamamos as ciências exatas ou duras e a tecnologia com o que se costuma chamar ciências humanas. Como fruto de uma excessiva especialização e um certo deslumbramento com os assombroso avanços das ciências e da tecnologia, criou-se a imagem de duas culturas, as ciência e tecnologias e as humanidades. Esse dicotomia é falsa e a sobrevivência da civilização no planeta Terra depende de reconhecer esse equívoco.

Cenários sócio-político-econômicos para o século

Um século é um período longo. No decorrer deste século deve haver o surgimento de uma nova ordem social, política e econômica. Estamos vivendo esse processo, embora muitas vezes se tenha a impressão de ser impossível mudar.

É evidente a fragilidade da atual organização da sociedade, onde os excluídos logo serão as maiorias da população. É necessário reverter o quadro, indo em direção à não existência de excluídos. Em outros tempos, o confinamento e a eliminação eram as práticas para lidar com a presença incomoda de indesejáveis. Hoje essas soluções são impraticáveis e as sociedades deverão evoluir para permitir que todos se beneficiem da civilização moderna. Muitos dizem que sou um otimista ingênuo. Há indicadores dessa tendência. A análise da história da humanidade mostra a irreversibilidade dessa tendência, embora esse não seja um processo linear. Há altos e baixos. Sem dúvida, estamos vivendo um momento de baixa. Mas essa análise não pode ser feita num período curto de tempo.

Sobre a educação

O sistema político funciona ancorado em duas bases: legal [constituição, leis, códigos, normas, regulamentos e semelhantes] e representativo [executivo eleito, parlamentares eleitos e, cada vez mais, cargos burocrático-administrativos preenchidos por eleição ou concurso – que é uma variante de eleição]. Os resultados nesse processo de escolha para a gestão da sociedade dependem, em grande parte, de educação.

A educação atual está tendo como grandes objetivos a inclusão das populações no mercado de consumo e alguns, selecionados, no setor de produção. Surgem marginais e excluídos, graças á ineficiência da educação. Desses marginais e excluídos, que crescem, surgirão os elementos capazes de mudar a sociedade. O progresso "corre por fora", a reação se organiza no sistema.

Sobre a economia

A economia baseada no capital e no sistema de produção capitalista, só pode prosseguir com melhoria de poder aquisitivo por maior número de indivíduos. O capital, que cresce baseado num sistema de juros, acarreta má distribuição de riquezas. A produção, que com o desenvolvimento tecnológico aumenta e ao mesmo tempo gera desemprego, gera uma contradição insustentável entre emprego e salário. Indicadores dessa contradição são os chamados salário-desemprego, renda mínima e as permanentes argumentações a favor do aumento de salário mínimo como necessário para aumentar o poder aquisitivo. Simplesmente, o aumento da produção não pode se dar sem aumento de consumo. Em outras palavras, sem aumento de poder aquisitivo e de capacidade de consumir, o capitalismo não se sustenta. Salário está diretamente ligado a poder aquisitivo. Educação está diretamente ligada a vontade e capacidade de consumir.

A questão maior a ser resolvida é: "combinar menos horas de trabalho com mais empregos e maior poder aquisitivo". As teorias econômicas conhecidas são incapazes de lidar com essas contradições. Indicadores dessa incapacidade são os desencontros e desmandos de propostas de escolas econômicas diferentes. Uma nova economia se faz necessária. Provavelmente substituindo capital por produção participativa.

O futuro

Em 1993 foi criado o Instituto de Estudos do Futuro, como resultado de um grande evento internacional "Educação do Futuro/Educação para a Paz" realizado em 1992 no Memorial da América Latina, em São Paulo. A Comissão Organizadora decidiu, após o evento, manter-se ativada, analisando e fazendo avançar as idéias e propostas ali apresentadas. A forma de se manter ativada foi a criação de um Instituto, sem sede permanente, sem quadros permanentes, sem fins lucrativos, aberto a todas as posições ou opiniões expressas em caráter pessoal, jamais preocupado em algo que representa consenso, exceto o fato de todas as posições e opiniões terem como objetivo atingir paz para a humanidade, paz em todas as suas dimensões: paz interior, paz social, paz ambiental e paz militar. Pretende-se agir como a consciência daqueles que têm poder de decisão.

Não há como propor um modelo substitutivo dos modelos vigentes, em qualquer área. É possível procurar, num enfoque transdisciplinar, entender a condição humana, as condições da sociedade e da economia, sugerindo medidas para atingir a paz total, nas suas dimensões cósmica, planetária, social e individual. Acredito na possibilidade de um futuro com dignidade para toda a humanidade.

As mudanças profundas são o resultado de um processo. Não há mais possibilidades de grandes revoluções. Os meios de informação, de comunicação, de transporte, isto é, a globalização efetiva, tornam inviável uma revolução radical. Além do que revolução significa uma substituição de poder e, como a história nos ensina, o novo poder entra no mesmo comportamento. O poder, no sentido tradicional, é inviável na globalização. A transição para um novo modelo, na linha daquele sugerido acima, está ocorrendo. Há evidentes indicadores dessa transição. É uma transição lenta. Num momento avança um pouco, há um progresso, logo vem a reação e há um regresso. Mas o regresso nunca elimina todos os ganhos do progresso. O saldo é positivo e esse saldo, acumulado, é o define o novo cenário. A transformação é permanente. Aqueles que têm poder de decisão deveriam ser capazes de antecipar o que será o saldo residual inevitável, isto é, o novo cenário, e incorporar esse novo na sua prática de hoje. Em outras palavras, perceber o futuro. É nisso que os estudos do futuro, como uma especialidade acadêmica, pode ajudar. É ingênuo o líder [político, dirigente, educador] que não busca essa ajuda.

A depredação do habitat

Há inúmeros estudos técnicos sobre a possibilidade de reversão do quadro de degradação e destruição ambiental que estamos vivendo. Mas os processos, embora tecnicamente conhecidos e relativamente simples, são longos, mais que o período que os tornam atrativos para os políticos. Como dependem de decisão política, esses processos não são deslanchados. Mas serão inevitáveis ações ambientais decisivas. Por exemplo, a contradição entre a qualidade e suntuosidade dos edifícios que estão sendo construídos nas marginais tornam intolerável o convívio das empresas ali instaladas com o rio poluído. Terá que ser resolvido. Ao se resolver isso, estará sendo encaminhada a solução dos problemas afetando as populações marginais nas cercanias do rio. O empecilho é uma legislação arcaica, um judiciário lento e inoperante, e quadros políticos muito vulneráveis.

Haverá condições de evitar a catástrofe? Acredito que sim e estamos próximos à conjugação de interesses da economia com o fortalecimento dos poderes públicos, o que tornará possível corrigir o quadro atual. O caminho mais seguro continua sendo a educação. Mas obviamente uma outra educação, de caráter transdisciplinar, objetivando criatividade e crítica. Quando falo em educação, estou me referindo à educação de crianças, jovens e adultos, incluindo daqueles já em posição de decisão. Nessa educação, tanto de crianças como de jovens e adultos, o papel da mídia é fundamental.

A ciência e os cientistas estão ainda presos aos modelos cartesianos e newtonianos, já desgastados e evidentemente incapazes de lidar com a complexidade do mundo moderno. Há um grande progresso com novos estudos no mundo científico, que surgiram na última metade do século XX, sob denominações as mais diversas: teoria das catástrofes, teoria do caos, teoria de sistemas, complexidade, transdisciplinaridade. Aos poucos, essas teorias vão se incorporando ao mundo acadêmico. É o progresso. A reação se organiza e cientistas tradicionais tentam barrar esses avanços. É o regresso. Mas, como eu disse acima, o saldo é positivo, e se notam grandes transformações no mundo acadêmico e escolar. E, como conseqüência, o cotidiano, as empresas e os sistemas de produção, vão avançando com relação à imobilidade e reação do mundo acadêmico.

Ainda sobre a educação

Um indicador da inocuidade das reações e protestos do mundo acadêmico e dos setores mais conservadores é a grande expansão dos sistemas privados de educação, que prosperam porque respondem mais rapidamente às demandas do mundo atual, sobretudo respondendo às necessidades dos setores empresarial e de produção. Sobretudo na educação superior, o discurso dominante de uma qualidade arcaica, vai se esvaziando. Parece intolerável o convívio do mundo fora da escola e do mundo escolar. O exemplo dado acima, de poluição de rios, serve também para descrever os problemas da educação. Embora sabendo o que deve ser feito, o processo é longo, mais que o período atrativo para políticos. O apego ao tradicional se manifesta, sobretudo, nos mecanismos de credenciamento e de avaliações ["provões"] alimentados pelo Ministério de Educação. São mecanismos arcaicos e insustentáveis que, além de retardar o progresso, dão uma aura, falsificadora, de seriedade no lidar com os problemas educacionais.

O salto de conhecimento para o qual o homem está se preparando para dar, ainda que inconscientemente, é resultado de toda a sua evolução biológica e intelectual.

A evolução biológica e intelectual continua. Comportamentos e conhecimentos estão em permanente evolução e, como não pode deixar de ser, são contextualizados, inseridos na totalidade em que estamos imersos. Hoje dispomos de poderosíssimos instrumentos materiais e intelectuais para captar informações de uma vastíssima porção da realidade, processar essa informação e compartilhar o resultado desse processamento praticamente com toda a humanidade. Hoje cada indivíduo pode compartilhar conhecimentos e compatibilizar comportamentos com um número surpreendente de outros indivíduos espalhados pelo planeta. Esse número deve crescer, chegando eventualmente a atingir toda a humanidade. Inconscientemente, estamos incorporando esse compartilhar conhecimentos e compatibilizar comportamentos na nossa evolução biológica e intelectual. Estamos, inconscientemente, chegando à civilização planetária.

Inúmeras evidências nos são dadas pela história e servem de base para minhas críticas e observações sobre o presente. A análise do passado serve de apoio para minhas reflexões otimistas sobre o futuro.
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Postby mends » 28 Jun 2007, 14:10

Particle physics

Down the rabbit hole

Jun 28th 2007
From The Economist print edition


America's chances of finding the source of universal mass receive a boost

“OH DEAR! Oh dear! I shall be too late!” So muttered the White Rabbit just before he plunged into Wonderland, with Alice in pursuit. Similar utterances have been escaping the lips of European physicists, as it was confirmed last week that their own subterranean Wonderland, a new machine called the Large Hadron Collider, will not now begin work until May 2008. This delay may enable their American rivals to scoop them by finding the Higgs boson—predicted 43 years ago by Peter Higgs of Edinburgh University to be the reason why matter has mass, but not yet actually discovered.

The Large Hadron Collider is a 27km-long circular accelerator that is being built at CERN, the European particle-physics laboratory near Geneva, specifically to look for the Higgs boson. When it eventually starts work, it will be the world's most powerful particle collider. It will also be the most expensive, having cost SFr10 billion ($8 billion) to build. The laboratory had hoped it would be ready in 2005, but the schedule has slipped repeatedly.


The most recent delay came at the end of March, with the dramatic failure of a magnet assembly that had been supplied by CERN's American counterpart, the Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab) near Chicago. This device was one of four designed to focus beams of particles before they collide in the experimental areas. Admittedly, it had been placed under extreme conditions when it failed, but such forces are to be expected from time to time when the machine is running normally. The magnets have yet to be fixed, although physicists think they know how to do it.

Other, smaller hitches have compounded the problem. The collider has been built in eight sections, each of which must be cooled to temperatures only just above absolute zero. This is because the magnets used to accelerate the particles to the high energies needed for particle physics rely on the phenomenon of superconductivity to work—and superconductivity, in turn, needs extremely low temperatures. Unfortunately, the first of the eight sections took far longer to chill than had been expected.

If, as the other seven sections are cooled, further problems emerge, the start date will have to be put back still further. It takes a month to cool each section, and a month to warm each one back up to normal temperatures again. If it took, say, a month to fix any problems identified as a section cooled, each cycle would postpone the start date by three months.

To accelerate progress (as well as particles), CERN's management decided last week to cancel an engineering run scheduled for November. Instead of beginning slowly with some safe-but-dull low-energy collisions, the machine's first run will accelerate its particles to high energies straight away.

Such haste may be wise, for rumours are circulating that physicists working at the Tevatron, which is based at Fermilab and is currently the world's most powerful collider, have been seeing hints of the Higgs boson. Finding it would virtually guarantee the discoverer a Nobel prize—shared jointly, no doubt, with Dr Higgs. Hence the rush, as hundreds of physicists head down the rabbit hole, seeking their own adventures in Wonderland.
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Postby tgarcia » 12 Jul 2007, 13:19

Heróis
Conheça pessoas reais que, como os personagens do seriado Heroes, fazem coisas excepcionais sem deixar de ser (mais ou menos) normais
texto Pedro Burgos - Superinteressante

Gente normal é capaz de feitos extraordinários: essa é a premissa de Heroes, o maior fenômeno da última temporada televisiva americana. Ao aproximar o telespectador dos tais super-heróis - eles podem estar logo ali na esquina -, o seriado tenta fazer o fantástico parecer verossímil. Para tanto, os roteiristas põem o nome da ciência na roda. Mutações genéticas seriam a explicação das capacidades extraordinárias dos personagens, frutos naturais da evolução da espécie humana.
Balela. Voar, parar o tempo ou atravessar paredes usando apenas a força de vontade nunca vão deixar de ser coisas absurdas. Mas isso não quer dizer que não existam super-heróis. O mundo está cheio de pessoas com habilidades especiais, genéticas ou adquiridas, que desafiam a compreensão dos cientistas. E, como em Heroes, nem por isso deixam de ser normais... mais ou menos.

O Demolidor
Olhando de longe, Ben Underwood é um garoto americano tradicional. Mora no subúrbio, joga videogame, vai ao colégio, anda de patins com habilidade. Mas é só chegar perto dele para ver, ou melhor, ouvir, o que o faz diferente, especial. Enquanto anda, ele faz um clique - um estalo com a boca. Não é um tique nervoso. É emitindo um barulhinho esquisito que ele enxerga. Ou melhor, é assim que ele percebe os obstáculos à sua frente.Como os golfinhos e morcegos, o rapaz de 15 anos se movimenta por ecolocalização - um dos pouquíssimos seres humanos a desenvolver essa habilidade. Ele emite um som e, a partir da velocidade e volume do eco, é capaz de "enxergar" do que se trata - com seus cliques ele pula obstáculos, diz se é um carro ou uma caminhonete, atinge uma pessoa com uma bola jogando queimada. Foi a maneira que ele encontrou para viver uma vida razoavelmente normal depois de perder a visão, aos 3 anos. "Se eu andasse de bengala, os meninos da escola iriam quebrá-la", contou à revista americana People este ano.
Seu treinamento foi como em filmes: sua mãe e irmãos mais velhos nunca o trataram com piedade. Na escola, um professor o desafiava depois das aulas perguntando a localização de objetos para que ele melhorasse seus instintos. O próprio garoto testava seus limites. De vez em quando, tentava correr e esborrachava a cara na parede. Levantava, continuava com seus cliques. Aprendeu a "ler" os sons mais rapidamente. Sua audição lhe permite derrotar o irmão em jogos de luta no videogame (pelo som dos personagens ele consegue ver qual golpe está sendo dado) ou jogando pebolim - o som da bola correndo na madeira o ajuda a saber onde deve bater para fazer os gols.
Ben Underwood tem uma história parecida com a do super-herói Demolidor. Para compensar a cegueira, o diabo vermelho dos quadrinhos e do cinema desenvolveu todos os outros sentidos além do humanamente normal. O moleque americano não combate criminosos - a não ser no videogame. Para além da bela história de superação, que ilustraria livros de auto-ajuda, o exemplo de Ben mostra que seres humanos também são capazes de desenvolver alguns superpoderes que parecem só existir na ficção. Dan Kish, um psicólogo especializado em cegos e estudioso de ecomobilidade diz que Bem "expande os limites da percepção humana".
O Supercabeção
Rain Man, filme que dominou o Oscar em 1989, tem como protagonista um autista adulto com memória fotográfica. O personagem-título, interpretado por Dustin Hoffman, consegue decorar um catálogo telefônico inteiro, os resultados de todos os jogos de beisebol da história e ler numa velocidade impressionante. Se era incrível nas telas, mais ainda era saber que havia uma pessoa com tais capacidades no mundo real. Kim Peek, "o verdadeiro Rain Man", como ficou conhecido depois, é capaz disso e de muito mais.
Kim tem síndrome de Savant, uma condição clínica em que os portadores desenvolvem tanto habilidades extraordinárias quanto graves limitações - no caso dele, autismo. Antes dos 2 anos de idade, já decorava as historinhas contadas para ele da primeira vez que ouvia. Aos 3, longe de conseguir andar (muitos savants têm problemas locomotores), já devorava dicionários.
Diferentemente das pessoas com muita memória que se interessam por um assunto específico (como datas ou música), o americano de 55 anos domina pelo menos 15 campos, de política e boxe às estradas dos EUA. "Eles me chamam de mega-savant", costuma dizer. Ao contrário dos outros que têm a síndrome, ele consegue dar sentido às informações espalhadas pelo cérebro e improvisa conexões entre elas. "Ele é o próprio Google", afirma o médico americano Darold A. Treffert, que estuda a síndrome há 40 anos.
A facilidade em decorar informações é proporcional aos obstáculos da vida cotidiana. Sem muita coordenação motora, precisa de ajuda para se barbear, pentear ou vestir a roupa. Fica descontrolado sem motivo aparente, às vezes fica irritadiço. O que o acalma é a obsessão por conhecimento.
Estimulado pelo pai, Kim é capaz de ficar horas lendo: termina até 8 livros em um dia, um atrás do outro - lembrando 98% de tudo depois. Enquanto uma pessoa comum leva de 2 a 3 minutos para ler uma página, Kim precisa de 8 a 10 segundos. E, de acordo com seu pai, ele consegue ler a página da direita com o olho direito e a da esquerda com o olho esquerdo.
Recentemente, Kim foi levado a uma escola de música, e descobriu-se que ele pode reconhecer uma música que ouviu apenas uma vez, nota por nota. Infelizmente não pode freqüentar concertos, pois dá um chilique quando algum músico erra uma passagem.
Kim Peek foi bastante introvertido até alguns anos atrás, dificilmente olhava as pessoas nos olhos. Mas o filme Rain Man mudou sua vida, já que as pessoas ficaram curiosas em saber quem era a verdadeira enciclopédia ambulante. Dustin Hoffman, impressionado com a capacidade do savant, pediu ao pai de Kim: "Prometa-me uma coisa: divida este homem com o mundo".
Desde então, ele começou a se socializar mais, indo a escolas, instituições de caridade e universidades para dar um pequeno show. Responde a perguntas genéricas dos curiosos, com a vantagem sobre o Google de a resposta sempre ser precisa, instantânea. No final, dá uma pequena palestra, com seu pai, deixando a mensagem: "Todos somos diferentes".
Cada vez mais bem-humorado e independente, o Google humano desafia os cientistas, que duvidavam que alguém com suas deficiências poderia se desenvolver tanto. Seu talento sem paralelos, mesmo entre os savants, é intrigante. Desde 2004 a Nasa e outros institutos de pesquisa o têm examinado para tentar compreender como um cérebro pode guardar tanta informação.
Não é exagero dizer que a cabeça de Kim Peek é um tesouro. "Enquanto não conseguirmos explicar suas habilidades, não poderemos fingir que entendemos a cognição humana", escreveram Darold A. Treffert e Daniel D. Christensen em artigo da revista Scientific American Mind do ano passado.
O Aquaman
Ano que vem, em Pequim, não se discute muito que atleta vai ganhar mais medalhas. A dúvida é: quantos ouros o nadador Michael Phelps vai levar? Será que ele vai bater o recorde de Mark Spitz, lendário americano que ganhou 7 provas e bateu 7 recordes mundiais em 1972? O rapaz de 22 anos parece disposto a encarar o desafio. Ele não é apenas um superatleta. Seu corpo parece mais à vontade na água.
Não se sabe o quanto da capacidade de Michael vem da genética, o quanto é resultado de treino - afinal, o garoto ainda detém recordes da categoria até 10 anos de idade, desde pequeno esteve na piscina. Mas seu corpo é adaptado. Se uma pessoa normal dividir a própria altura pela distância entre o umbigo e o chão, o resultado será 1,618, a chamada "proporção divina" descrita por Leonardo da Vinci. O quociente de Phelps é mais que 1,7. Em outras palavras, suas pernas são curtas, o torso é desproporcionalmente grande. Além disso, ele tem 2 metros de envergadura (contra 1,92 de altura) e pés de 29 centímetros, verdadeiras nadadeiras.
Em natação, os braços são a parte mais importante, já que praticamente puxam o resto do corpo - mais ainda no estilo borboleta, especialidade de Michael. Sendo assim, o americano deveria ter braços fortíssimos, certo? Inexplicavelmente, não. Ele treina diferente: não corre nem faz musculação, ao contrário da maioria dos atletas de ponta no esporte. "Michael é único em várias maneiras. Nos exercícios em terra, é um dos nadadores mais fracos que já medimos", disse o diretor de fisiologia do time americano de natação, Genadijus Sokolovas, ao jornal Baltimore Sun, da cidade natal do atleta.
Estudiosos da natação já tentaram entender o que faz Michael mais rápido que os demais. Alguns atribuem o sucesso às suas arrancadas finais: como Lance Armstrong (veja abaixo), ele produz pouquíssimo lactato e guarda as energias para o fim da prova (por isso prefere as mais longas).
Sua aparente falta de força é compensada com técnica e hidrodinâmica. Ele nada alguns estilos de maneira um pouco diferente, até "errado" para especialistas (tira muito a cabeça da água em borboleta, por exemplo). Mas o mais interessante é que ele parece não fazer muito esforço para deslizar na água. Um executivo da empresa que fornece material esportivo para ele diz que não consegue ver bolhas nas mãos de Phelps com as braçadas. Agora que Ian Thorpe, o australiano que foi a sensação da Olimpíada de Sydney, se aposentou, o título de "homem-tubarão" parece ter novo dono.
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Postby mends » 14 Sep 2007, 09:51

Most Science Studies
Appear to Be Tainted
By Sloppy Analysis
September 14, 2007; Page B1
We all make mistakes and, if you believe medical scholar John Ioannidis, scientists make more than their fair share. By his calculations, most published research findings are wrong.

Dr. Ioannidis is an epidemiologist who studies research methods at the University of Ioannina School of Medicine in Greece and Tufts University in Medford, Mass. In a series of influential analytical reports, he has documented how, in thousands of peer-reviewed research papers published every year, there may be so much less than meets the eye.

FORUM



Are scientists and scientific publishers vigilant enough about the findings they publish? Share your thoughts.These flawed findings, for the most part, stem not from fraud or formal misconduct, but from more mundane misbehavior: miscalculation, poor study design or self-serving data analysis. "There is an increasing concern that in modern research, false findings may be the majority or even the vast majority of published research claims," Dr. Ioannidis said. "A new claim about a research finding is more likely to be false than true."

The hotter the field of research the more likely its published findings should be viewed skeptically, he determined.

Take the discovery that the risk of disease may vary between men and women, depending on their genes. Studies have prominently reported such sex differences for hypertension, schizophrenia and multiple sclerosis, as well as lung cancer and heart attacks. In research published last month in the Journal of the American Medical Association, Dr. Ioannidis and his colleagues analyzed 432 published research claims concerning gender and genes.

RECOMMENDED READING


--by Robert Lee Hotz

Drs. Nikolaos A. Patsopoulos, Athina Tatsioni and John Ioannidis analyzed claims of genetic risk and sex differences in "Claims of Sex Differences: An Empirical Assessment in Genetic Associations," (abstract; login required for full text) published in the Journal of the American Medical Association last month.
* * *
Dr. John Ioannidis argued that false findings may be the majority of published research claims, in "Why Most Published Research Findings Are False," in the PLoS Medicine journal, in August 2005.
* * *
In another PLoS Medicine article earlier this year, Ramal Moonesinghe and Muin Khoury at the U.S. Centers for Disease Control and Prevention demonstrated that the likelihood of a published research result being true increases when that finding has been repeatedly replicated in multiple studies. The article is: "Most Published Research Findings Are False -- But a Little Replication Goes a Long Way."
* * *
The Office of Research Integrity promotes integrity in biomedical and behavioral research supported by the U.S. Public Health Service at about 4,000 institutions world-wide.
* * *
The European Science Foundation and the Office of Research Integrity are holding a world conference on research integrity in Lisbon, Portugal, Sept. 16-19, 2007. The invited researchers will be presenting papers on best practices, training researchers, and the role played by academic journals.Upon closer scrutiny, almost none of them held up. Only one was replicated.

Statistically speaking, science suffers from an excess of significance. Overeager researchers often tinker too much with the statistical variables of their analysis to coax any meaningful insight from their data sets. "People are messing around with the data to find anything that seems significant, to show they have found something that is new and unusual," Dr. Ioannidis said.

In the U. S., research is a $55-billion-a-year enterprise that stakes its credibility on the reliability of evidence and the work of Dr. Ioannidis strikes a raw nerve. In fact, his 2005 essay "Why Most Published Research Findings Are False" remains the most downloaded technical paper that the journal PLoS Medicine has ever published.

"He has done systematic looks at the published literature and empirically shown us what we know deep inside our hearts," said Muin Khoury, director of the National Office of Public Health Genomics at the U.S. Centers for Disease Control and Prevention. "We need to pay more attention to the replication of published scientific results."

Every new fact discovered through experiment represents a foothold in the unknown. In a wilderness of knowledge, it can be difficult to distinguish error from fraud, sloppiness from deception, eagerness from greed or, increasingly, scientific conviction from partisan passion. As scientific findings become fodder for political policy wars over matters from stem-cell research to global warming, even trivial errors and corrections can have larger consequences.

Still, other researchers warn not to fear all mistakes. Error is as much a part of science as discovery. It is the inevitable byproduct of a search for truth that must proceed by trial and error. "Where you have new areas of knowledge developing, then the science is going to be disputed, subject to errors arising from inadequate data or the failure to recognize new matters," said Yale University science historian Daniel Kevles. Conflicting data and differences of interpretation are common.

To root out mistakes, scientists rely on each other to be vigilant. Even so, findings too rarely are checked by others or independently replicated. Retractions, while more common, are still relatively infrequent. Findings that have been refuted can linger in the scientific literature for years to be cited unwittingly by other researchers, compounding the errors.

Stung by frauds in physics, biology and medicine, research journals recently adopted more stringent safeguards to protect at least against deliberate fabrication of data. But it is hard to admit even honest error. Last month, the Chinese government proposed a new law to allow its scientists to admit failures without penalty. Next week, the first world conference on research integrity convenes in Lisbon.

Overall, technical reviewers are hard-pressed to detect every anomaly. On average, researchers submit about 12,000 papers annually just to the weekly peer-reviewed journal Science. Last year, four papers in Science were retracted. A dozen others were corrected.

No one actually knows how many incorrect research reports remain unchallenged.

Earlier this year, informatics expert Murat Cokol and his colleagues at Columbia University sorted through 9.4 million research papers at the U.S. National Library of Medicine published from 1950 through 2004 in 4,000 journals. By raw count, just 596 had been formally retracted, Dr. Cokol reported.

"The correction isn't the ultimate truth either," Prof. Kevles said.

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Greatest Innovations

Postby Danilo » 02 Nov 2007, 13:32

E aí, concordam com a lista?

Maiores inovações de todos os tempos
(trecho traduzido de businessweek.com/innovate)

Uma discussão interessante para ter com seus amigos: Pergunte-os quais as mais importantes inovações de todos os tempos. Logo vai descobrir que é necessária uma base para decidir qual inovação é importante.

Consideremos importante o que mais mudou a vida das pessoas. Usando essa lógica, uns consultores acreditam que pode-se defender a seguinte lista em ordem de importância:

1. Armas

2. Matemática e o número zero

3. Dinheiro

4. Imprensa

5. Mercado livre e mercado de capitais

6. Animais domesticados e agricultura

7. Propriedade privada

8. 'Limited liability' (individuals don't personally risk everything when their companies make a mistake)

9. Democracia participativa

10. Anestésicos e cirurgia

11. Vacinas e antibióticos

12. Semicondutores

13. Internet

14. Sequenciamento genético

15. Transporte em containers
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Postby Rafael » 04 Nov 2007, 20:21

não sei dizer não... já vi outros rankings e meu próprio conhecimento lebrariam outras coisas...
Mas antes umas perguntinhas sobre a lista:
- Armas é muito vago: seriam armas de fogo? ou contasm outros utensílios dusados como armas (faca, machado)? vai contar o tacape lá atrás (lembram-se da cena do filme "2001")?
- Impresa é a notícia, reporter etc, ou a "prensa", com o possibilidade de fazer livros, aquela paradinha do Gutemberg?


Bom, itens que estão fora da lista:
- Se não estiver, a imprensa, aquela do gutemberg, permitiu a expansão do conhecimento, diminuindo a concetração do conhecimento...
- o "saneabento básico", dos aquedutos romanos lá atrás, permitindo a concentração humana nas cidades, alavancando conhecimento, comercio e etc...
- Porra... faltou a roda!?!?!?!?!?
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Postby mends » 04 Nov 2007, 20:29

saneamento básico é uma coisa bem recente. não foi ele quem alavancou as cidades. Paris já tinha mais de um milhão de habitantes quando construíram Versalhes, com mais de 1000 cômodos e NENHUM banheiro.

concordo com a lista, só separaria "dinheiro" entre moedas e papel-moeda, que também é bem recente.
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Postby Danilo » 05 Nov 2007, 00:02

A reportagem diz que 'armas' incluem tudo desde as antigas de caça até as modernas.

Ah, a 'imprensa' é a do Gutenberg mesmo.

E ao meu ver, com a roda (tal como com a descoberta e controle do fogo) fica difícil avaliar o impacto efetivo. De qualquer modo roda e fogo deveriam entrar no lugar da 8 e da 15.
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Re: Ciência

Postby mends » 21 Jan 2008, 15:48

Rio Grande do Sul - A ditadura petista na ciência

Estarrecedor o que noticia a Folha de S. Paulo nesta segunda. Leiam. Volto em seguida:

Por Rafael Garcia:
Um grupo de mais de cem pessoas, que inclui psicólogos, advogados, antropólogos e educadores, quer tentar impedir a realização de um projeto de pesquisa que pretende mapear o cérebro de 50 adolescentes homicidas em Porto Alegre (RS). A reação contra os cientistas que lideram a proposta cresceu a partir de dezembro passado, quando um abaixo-assinado acompanhado de uma nota de repúdio de autoria coletiva começou a circular.
A versão mais atual do documento está assinada por 101 pessoas, incluindo integrantes do CFP (Conselho Federal de Psicologia) e de conselhos regionais. Baseada em reportagem publicada pela Folha em 26 de novembro último, a nota compara a pesquisa a "práticas de extermínio" e de motivação "eugenista".
Dois dos líderes do projeto que está sendo criticado são o neurocientista Jaderson da Costa, da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), e o geneticista Renato Zamora Flores, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Um aluno de mestrado no grupo é o secretário da Saúde do Estado, Osmar Terra, deputado federal licenciado pelo PMDB.
A intenção dos cientistas é analisar em uma mesma pesquisa aspectos neurobiológicos, psicológicos e sociais do comportamento violento, tendo como foco de pesquisa um grupo de internos da Fase (antiga Febem gaúcha).
O projeto de pesquisa ainda não foi protocolado no comitê de ética da PUC-RS, que vai avaliá-lo, mas alguns signatários da nota de repúdio já estão organizando uma reação.
"A gente pretende evitar que ele se realize", diz Ana Luiza Castro, psicóloga do Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre. "Entendemos que ele fere o Estatuto da Criança e do Adolescente e fere os direitos humanos porque parte desse princípio: liga a violência a um determinado grupo social."
Castro, que foi diretora da Fase no governo Olívio Dutra (PT), diz que pretende tentar barrar a pesquisa recorrendo à própria PUC-RS e, se não der certo, estuda ir ao juizado o ou ao Ministério Público.
"O estatuto fala de garantias, de reeducação e de reinserção social dos adolescentes", diz a psicóloga. "Nós não entendemos em que medida esse tipo de estudo pode ajudar nisso."
Para Jaderson da Costa, os signatários do abaixo-assinado aderiram ao movimento por desinformação ou por não compreenderem a reportagem sobre a pesquisa.
"O que eles assimilaram foi que nós estaríamos sendo reducionistas, procurando simplesmente uma base neurobiológica e desprezando qualquer outro fator", diz Costa. "Na realidade, é um projeto que visa mesmo ver bases neurobiológicas, neurológicas e genéticas, mas não descuida dos aspectos neuropsicológicos, psiquiátricos, emocionais e sociais."
Segundo o neurocientista, a reação contrária à pesquisa se deve a uma vertente acadêmica que rejeita a incorporação da neurobiologia no estudo do comportamento humano. "Existe uma corrente retrógrada, que quer manter o conhecimento como está", diz. "Mas o foro para resolver essas coisas não é esse bate-boca com abaixo-assinado. O foro é a academia, a discussão acadêmica."

Voltei
Viram só do que é capaz o obscurantismo politicamente correto?
1 – Um grupo de pessoas pretende censurar a pesquisa alheia;
2 – A pesquisa não foi nem mesmo protocolada e já enfrenta reação;
3 – Os valentes não estão se opondo à conclusão do estudo dos outros cientistas: eles querem impedir é a investigação;
4 – Estão tão certos de que é o sol que gira em torno da terra, que acham um absurdo que alguém possa investigar se, de fato, não é o contrário;

E isso tudo por quê? Medo! Medo de que se encontre algum componente neurobiológico no comportamento homicida, o que enfraqueceria as teses sobre as origens sociais da violência. Notem: não se trata de um confronto entre duas escolas distintas. Não! Trata-se do choque entre as babás de criminosos e aqueles que pretendem fazer ciência.

A petista — sempre eles! — Ana Luíza Castro acredita ter um argumento poderoso contra a pesquisa: “O estatuto [do Menor e do Adolescente] fala de garantias, de reeducação e de reinserção social dos adolescentes. Nós não entendemos em que medida esse tipo de estudo pode ajudar nisso."

É UMA BARBARIDADE! Que "medida", minha senhora? Em que o estudo impede que se aplique o malfadado estatuto? Quem disse que eles são excludentes? A senhora já tem em mãos o resultado da investigação científica? Eis aí: falta agora mandar os cientistas para a fogueira.

EM TEMPO: vocês querem apostar quanto que essa gente bacana que quer impedir a pesquisa defende a destruição de embriões e a descriminação do aborto?

Se há coisa que petistas não suportam é inocentes. Eles se tornaram especialistas em proteger culpados.



Por Reinaldo Azevedo
"I used to be on an endless run.
Believe in miracles 'cause I'm one.
I have been blessed with the power to survive.
After all these years I'm still alive."

Joey Ramone, em uma das minhas músicas favoritas ("I Believe in Miracles")
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Re: Ciência

Postby Danilo » 25 Jan 2008, 00:01

Essa é pro Jr comentar...

Tirei da Wikipédia: "Dado ao grande sucesso da mecânica quântica na descrição das forças básicas do universo exceto para gravidade, parecia bem natural que os mesmos métodos pudessem funcionar também para a gravidade. Muitas tentativas finalmente levaram a introdução do ainda não observado gráviton, o qual poderia trabalhar de um modo similar ao fóton e o glúon. A esperança era que isto iria levar rapidamente para a teoria da gravitação quântica, apesar da matemática complicada e de nenhuma consistência interna ter ainda emergido."

Confesso que nem sabia que cogitavam a existência essa partícula. Ou onda, já que as coisas se misturam. Parece que há uns experimentos ao redor do mundo que buscam evidências de ondas gravitacionais. Um deles na USP.
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Re: Ciência

Postby Danilo » 28 May 2008, 16:24

Pesquisas com células-tronco embrionárias

O STF voltou a discutir nesta quarta-feira o futuro das pesquisas científicas com células-tronco embrionárias no país. O julgamento da ação que pede a inconstitucionalidade do artigo 5º da Lei de Biossegurança foi iniciado e interrompido no dia 5 de março, após pedido de vista do ministro Carlos Alberto Menezes Direito.

A ministra Carmen Lúcia reafirmou um argumento central dos defensores das pesquisas com células-tronco embrionárias humanas: a técnica pode até ser superada no futuro por outras possibilidades “que nem vislumbramos agora”, mas, sem as formas atuais de pesquisa, versões mais avançadas e menos invasivas jamais estarão disponíveis. É o que dizem até os pesquisadores — ou ao menos a maioria deles — que estudam células-tronco adultas.

(fonte: folha.uol.com.br/folha/ciencia e colunas.g1.com.br)
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Re: Ciência

Postby Danilo » 30 May 2008, 13:51

Será que ainda vou poder trocar minhas obturações por células de dente?

Liberação do uso de embriões dá tranqüilidade para pesquisas

O aval às pesquisas científicas com células-tronco embrionárias, concedido nesta quinta-feira pelo STF, dá tranqüilidade aos cientistas para a realização desses estudos. O STF nunca chegou a proibir esses testes, mas muitos profissionais ficaram receosos em continuar com os procedimentos, em razão do impasse jurídico. A regulamentação prevê que os embriões usados estejam congelados há três anos ou mais, veta a comercialização do material biológico, e exige a autorização do casal.

O Brasil pode ter, até o fim do ano, sua primeira linhagem de células-tronco embrionárias humanas. A previsão é da geneticista Lygia da Veiga Pereira da USP. Linhagem é uma população de células-tronco embrionárias capazes de replicação in vitro, oriundas das células obtidas de um único embrião. Atualmente, os pesquisadores brasileiros utilizam matrizes estrangeiras, especialmente americanas, para desenvolver suas pesquisas. Lygia explica que a principal vantagem de uma linhagem nacional é a "autonomia" conquistada pela comunidade científica. A geneticista espera que, com o fim da insegurança jurídica, a iniciativa privada também comece a investir nas pesquisas. Afirma, no entanto, que nenhuma empresa manifestou interesse até agora.

(fontes: folha.uol.com.br/folha/ciencia e estadao.com.br/estadaodehoje)
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Re: Ciência

Postby Danilo » 25 Mar 2009, 00:37

Bactérias causam temporais para espalhar-se pelo planeta

As bactérias que viveriam em nuvens podem ter desenvolvido a capacidade de estimular temporais como forma de se dispersar por todo o mundo, constatou um recente estudo. A teoria conhecida como bioprecipitação foi proposta inicialmente por David Sands, um patologista vegetal da Universidade Estadual de Montana, nos anos 80. Mas existia pouca informação sobre a maneira pela qual as bactérias causadoras de chuva se movimentavam pela atmosfera, até que Brent Christner, microbiólogo da Universidade e seus colegas começassem seu trabalho, em 2005.

Os micróbios, conhecidos como nucleadores de gelo, são encontrados na chuva, na neve e no granizo em todo o mundo, de acordo com trabalhos anteriores liderados por Christner. Ele demonstrou que, se a concentração for forte o suficiente, esses organismos podem operar de maneira eficiente como propulsores para a formação de gelo nas nuvens. Isso representa o primeiro passo na formação da neve e da maioria das formas de chuva.

Roy Rasmussen, cientista sênior no Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos Estados Unidos, em Boulder, Colorado, estuda o ciclo de água da Terra nos períodos de inverno. A teoria de que bactérias possam determinar o ciclo de água "é uma hipótese interessante, mas ainda não foi verificada", afirmou. "A verdadeira questão é determinar se a concentração dessas células é forte o bastante para influenciar a formação de precipitação de qualquer maneira significativa", ele acrescentou.

Os cientistas já suspeitavam que as bactérias das nuvens pudessem estar ligadas às plantas e ao solo em um "circuito de retroalimentação", um sistema de troca entre ecossistemas. De fato, essas bactérias podem ter evoluído com as plantas, ao longo de milênios, e construído uma relação de dependência, diz Sands. O conceito também se enquadra ao estudo que Sands está conduzindo sobre a idéia de que ciclos de seca se conectam às bactérias nas nuvens. Por exemplo, se as pessoas utilizam excessivamente a terra, "as bactérias ficam sem lar... e isso pode ter sérias consequências, entre as quais possivelmente a falta de chuva", ele afirma. Em termos simples, falta de vegetação pode gerar falta de bactérias, o que por sua vez limitaria a capacidade de formação de chuva das nuvens.

(fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/in ... aneta.html)
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