VADE RETRO SOCIALISTAS

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby mends » 11 Jan 2007, 09:01

Opção pelo buraco 1 - Governo suspende programa de concessão de rodovias federais à iniciativa privada

Por Gerusa Marques e Leonardo Goy, no Estadão desta quinta:
O governo usou o argumento de que quer tarifas mais baratas de pedágio para justificar a suspensão do programa de concessão à iniciativa privada de sete trechos de estradas, lista que incluía a Fernão Dias e a Régis Bittencourt. Sem prazo definido para estabelecer a nova política para as rodovias federais, o Planalto decidiu rever todos os critérios da licitação que estava pronta para ser lançada e tinha recentemente obtido o aval do Tribunal de Contas da União (TCU). A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que as concessões serão reavaliadas por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Admitiu que elas podem ser retomadas sob um novo modelo, mas afirmou que o governo ainda não detalhou quais serão os novos critérios, além das baixas tarifas. Segundo a ministra, um estudo será feito ainda este anos, “no prazo mais rápido possível”.Dilma procurou amenizar os impactos negativos que a suspensão provocou no mercado e enfatizou que uma parceria com a iniciativa privada nesse setor é importante para o governo. “Nós queremos processos de concessão, queremos que a iniciativa privada participe, também que haja parcerias público-privadas. Agora, nós também temos como objetivo as menores tarifas possíveis”, disse ela, antes de almoço com representantes da Associação Nacional dos Jornais (ANJ).

Opção pelo buraco 2 - Analistas dizem que estatizantes ganham força no segundo mandato

Por Ricardo Brandt e Moacir Assunção, no Estadão desta quinta:
A decisão do governo de suspender as concessões de rodovias federais pode ser um indicativo de que alas mais estatizantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva estejam ganhando força nesse segundo mandato, segundo especialistas. 'Sempre houve no governo uma ala mais pró-mercado e outra mais pró-Estado', disse o cientista político Carlos de Melo, do Ibmec-SP.Para ele, essa sempre foi uma ambigüidade do governo Lula, amenizada no primeiro mandato por conta da desconfiança que havia do mercado. 'No primeiro mandato houve pressão muito grande do mercado e isso fez o governo Lula andar no fio da navalha, pois havia um déficit de credibilidade', opina o cientista político.Para ele, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci foi um dos maiores responsáveis por manter no primeiro mandato a ala pró-mercado em evidência. Ele, no entanto, admite que os discursos recentes dos ministros Tarso Genro (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil) são um indicativo de que a ala pró-Estado começa a ganhar forças.
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Postby telles » 11 Jan 2007, 09:15

:fear: :fear: :fear:

Daqui a pouco o companheiro Lula vai querer estatizar tudo.... como o coleguinha dele está fazendo no "novo socialismo"

Eu sempre fui contra luta armada, exercito, etc... mas se isso acontecer aqui, to começando a mudar meus conceitos.... ;( ;( ;(
Telles

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Postby mends » 12 Jan 2007, 09:20

daqui a pouco?

Repulsa ao capitalismo: subprocurador compara lucro de concessionárias de estradas a tráfico de drogas. Vamos longe assim...

Por Pedro Dias Leite, na Folha:
O subprocurador-geral da República Aurélio Virgílio Veiga Rios disse ontem que "o lucro das concessões [de rodovias] só se compara ao tráfico internacional de drogas" e defendeu a "redefinição dos contratos".Ao ouvir a declaração, numa reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social sobre infra-estrutura, o presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base), Paulo Godoy, ficou indignado, balançando a cabeça negativamente."É brincadeira essa comparação. É desconhecer completamente a realidade daquilo que está sendo realizado no país", afirmou Godoy, na saída do encontro.Em sua apresentação, o subprocurador-geral afirmou que o lucro é enorme porque as concessões são feitas por 20 a 30 anos, sem investimentos. "O governo transfere trechos que já estão prontos", disse Rios, criticando os "altíssimos preços dos pedágios" em rodovias que já estavam em bom estado.

VIÉS ESTATIZANTE – Por Valdo Cruz e Pedro Dias Leite, na Folha
Depois de suspender o processo de concessão de rodovias federais, o governo acredita ter chegado a um entendimento com empresários do setor para fixar pedágios que garantam uma taxa de retorno de investimentos entre 12% e 13% às empresas. A retomada do processo, porém, só será decidida após o lançamento do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), no próximo dia 22.O governo adiou a licitação de concessão, que estava programada para sair em dezembro, porque recebeu informações de que algumas empresas ameaçavam até boicotar o processo caso não fossem aceitas regras permitindo uma taxa de retorno de investimento mais alta, na casa dos 17%. O edital de concessão dos sete trechos de rodovias prevê uma taxa de retorno de 12,88%.Em conversas com ministros ontem, empresários do setor também ouviram a promessa de que não está nos planos do governo criar uma empresa pública para administrar rodovias federais.Por outro lado, apesar de aceitarem uma taxa entre 12% e 13% na maior parte dos casos, disseram não ser possível tabelá-la, já que deve ser definida de acordo com a estrada. Em alguns casos, de alto risco, pode ter de chegar a 15%.
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Postby mends » 13 Jan 2007, 11:17

Armínio Fraga: somos viciados em Estado




Por Giuliano Guandalini:
Faz parte da nossa cultura ibérica gostar do afago do Estado. Mas, como escreveu Eça de Queiroz, a mãe governo é pobre; como é pobre, paga pouco, e essa pobreza vai se perpetuando." Com essa constatação, o economista Armínio Fraga defende que os brasileiros cortem seus laços de dependência de favores, subsídios e esmolas do Estado. Só assim, segundo ele, serão livres para gerar riquezas e a economia perderá a apatia que já dura duas décadas. Fraga presidiu o Banco Central (BC) de 1999 a 2002, quando ajudou a escrever um capítulo decisivo da história econômica recente do país. À frente do BC, introduziu o sistema de metas de inflação e o câmbio flutuante, peças centrais da engrenagem que hoje permite ao Brasil amortecer as intempéries financeiras. Aos 49 anos, ele teme que o governo atual perca, neste início de segundo mandato e em meio a um momento raro de prosperidade mundial, sua última oportunidade para concluir a segunda geração de reformas – justamente a que, ao reduzir o tamanho do Estado, tornaria o país mais independente da "mãe governo". Atualmente, Fraga administra 2,8 bilhões de dólares no fundo Gávea de investimentos, empresa que abriu depois de deixar o governo.
Veja – O mundo vive a maior fase de prosperidade econômica em mais de trinta anos. Até quando o cenário externo soprará a favor?
Fraga – A incorporação de bilhões de novos consumidores ao mercado global com o despertar da China e da Índia é um evento auspicioso e histórico, capaz de sustentar por um bom tempo essa fase de expansão. Portanto, não vejo sérios riscos em um cenário mais amplo. Mas existem algumas nuvens no horizonte, sobretudo nos Estados Unidos, por causa do enorme déficit na balança comercial e da bolha de preços no mercado imobiliário. Uma eventual recessão americana teria repercussões em todo o mundo.
(...)
Veja – Apesar da bonança internacional, o PIB brasileiro tem avançado pouco. O governo Lula deverá anunciar um plano para acelerar seu crescimento – o PAC. Vai funcionar?
Fraga – Espero que sim. Mas, pelo que foi divulgado até o momento, acho que não. Crescimento duradouro requer melhora na educação, eficiência nos gastos públicos e mais investimentos. Em resumo, precisa ocorrer um ganho de produtividade e de competitividade. Não vejo o atual governo debruçando-se sobre as reais questões que estimulam os investimentos e levam ao desenvolvimento. Não se fala em reduzir o tamanho do Estado, que sufoca a iniciativa privada. Outro passo fundamental, também ignorado até agora, seria promover as reformas que aprimorariam o ambiente de negócios, como a tributária e a trabalhista. Sem isso podemos ter um ou outro ano bom, mas isso não pode ser confundido com desenvolvimento. (...)
Veja – Entidades empresariais e economistas ligados ao PT dizem que basta reduzir os juros e depreciar o câmbio para a economia decolar.
Fraga – Discordo. O crescimento não virá por decreto e os juros não cairão por vontade política. Essa proposta "desenvolvimentista" não faz sentido. Aliás, quem é contra o desenvolvimento? Essa corrente não se preocupa com as reais fontes do crescimento. É desejável, sim, que tenhamos juros mais baixos. Mas, se isso for feito de forma súbita e desancorada da realidade da economia, vamos crescer por alguns trimestres e depois virão a ressaca inflacionária e a recessão. Não dá para crescer sem poupar e investir. Não dá para crescer sem educar. Não dá para crescer com a economia desordenada.
(...)
Veja – O senhor já foi do governo. Por que é difícil transformar diagnósticos como esse em ações?
Fraga – Porque no governo não basta capacidade técnica. É preciso convencer a sociedade e, em particular, os políticos a tomar decisões difíceis e que muitas vezes não dão frutos a curto prazo. É preciso enfrentar interesses particulares que se contrapõem ao bem do país como um todo. Em política as coisas não são tão nítidas quanto no mercado financeiro. Há pressões de todos os lados. São pequenos grupos, às vezes não tão pequenos assim, que buscam defender os seus interesses de maneiras visíveis e invisíveis. É uma briga inglória. A maioria é silenciosa, ao passo que esses grupos esperneiam, fazem lobby, ganham espaço na mídia e com isso abocanham fatias do Orçamento e postergam reformas.
(...)
Veja – Quais seriam essas revoluções?
Fraga – Uma delas já começou a pegar, mas ainda de forma incipiente: a idéia de que é bom fazer parte do mundo. Hoje o brasileiro pensa em exportar e vê isso como oportunidade. A revolução mais urgente, no entanto, é cultural. Requer uma mudança de atitude em relação ao Estado. Os brasileiros e suas empresas precisam aprender a depender menos do governo. Ainda vejo essa mentalidade que é própria das raízes ibéricas, de esperar que a mãe governo cuide de todos os nossos problemas. Mas, como escreveu Eça de Queiroz, a mãe governo é pobre; como é pobre, paga pouco, e essa pobreza vai se perpetuando. O triste é que, ao que parece, estamos retrocedendo nesse item. A campanha eleitoral para o segundo turno, por exemplo, foi marcada pela crucificação das privatizações. A agenda de reformas liberais apanhou muito.
Veja – A que o senhor atribui esse retrocesso?
Fraga – A agenda liberal sempre apanha porque ela melhora a vida de muitos, de maneira difusa, e prejudica grupos organizados. Quem usa o celular deveria se lembrar de que só tem o aparelho graças às privatizações. O mesmo vale para a internet. Quantos pequenos negócios não foram viabilizados por causa dos celulares e da internet? Mas não tenho ilusões. Não acredito num modelo liberal radical para o Brasil, não combina muito com o que vejo por aí. O brasileiro gosta de Estado. É da nossa cultura, e eu mesmo não acho razoável pensar num Estado minimalista. Mas isso não quer dizer que alguns aspectos de uma agenda liberal não possam ser implementados. Deveríamos ter um governo mais enxuto e eficiente, com uma economia mais livre e mais bem regulada. Não dá para imaginar que o país vá crescer sem que essas questões sejam abordadas. A riqueza não brota da terra, mesmo quando brota da terra. Senão o petróleo resolveria os problemas sociais do Rio de Janeiro.
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Postby junior » 14 Jan 2007, 18:59

14/01/2007 - 19h29
Morales elogia revolta de camponeses contra governador de Cochabamba

da Efe

O presidente da Bolívia, Evo Morales, elogiou a revolta dos produtores de coca contra o governador do departamento de Cochabamba, Manfred Reyes Villa, em um conflito no qual duas pessoas morreram.

"Quero parabenizar a consciência do movimento camponês. Quando o povo reage, reage. Eu respeito a decisão dos companheiros", disse o governante, apoiando assim a reivindicação dos cocaleiros, que exigem a renúncia de Reyes Villa.

O governante se reuniu no sábado à noite com os dirigentes da Federação de Cocaleiros do Trópico --o sindicato que lidera a mobilização e do qual Morales é presidente há duas décadas-- na cidade de Cochabamba. Depois, viajou para o Equador, onde assistirá aos atos de posse presidencial de Rafael Correa.

Durante um intervalo da reunião, Morales disse aos jornalistas que os produtores de coca, que afirmam que o governador cometeu várias irregularidades nos primeiros onze meses de sua gestão, têm razão ao pedir a renúncia de Reyes Villa.

"Fiquei surpreso com as denúncias que recebi contra o governador, que é acusado de ter enganado e humilhado o povo com uma administração falha", disse Morales.

O chefe de Estado falou assim das acusações de corrupção, incitação à violência, gastos indevidos e de contrariar a vontade do povo com um referendo autônomo, apesar deste já ter sido feito em 2006, quando a população de Cochabamba rejeitou por maioria esse tipo de sistema político-administrativo na região.

Morales confirmou em seu diálogo com os cocaleiros que há uma "decisão firme" em torno do pedido de renúncia do governador.

Reyes Villa, que está na cidade de Santa Cruz amparado por seus colegas desse departamento, e de Tarija, Pando e Beni, negou as afirmações do presidente, e o criticou por "jogar mais lenha na fogueira".

"Na verdade, o que eles (Morales e os cocaleiros) querem é derrubar o governador de Cochabamba para gerar um efeito dominó, e assim derrubar todos os governadores que não estão alinhados com o governo", afirmou Reyes Villa ao jornal "Opinión".

Na sexta-feira, o governador insinuou a possibilidade de abandonar a idéia de convocar um novo referendo sobre autonomia. Os cocaleiros responderam suspendendo o bloqueio das rodovias, que havia sido iniciado na terça-feira.

No entanto, a estrada que vai de Cochabamba a Santa Cruz continua bloqueada, apesar de os dirigentes camponeses terem admitido hoje que estão agindo para acabar com a medida.

Hoje, o dirigente cocaleiro Asterio Romero disse que, na reunião, Morales se mostrou "muito preocupado com os bloqueios e confrontos" registrados na semana passada, que, além das duas mortes, deixaram mais de 200 feridos.

Romero, secretário de Atas da Federação de Cocaleiros, anunciou que os camponeses avaliarão hoje a conversa com seu líder, e definirão novas ações para alcançar seu objetivo, que é a destituição do governador do departamento.

Enquanto isso, centenas de agricultores continuam ocupando uma praça importante e algumas avenidas da cidade de Cochabamba e bloqueando o tráfego.

A pedido dos governadores da oposição, a Igreja Católica, a Assembléia Permanente dos Direitos Humanos e o Defensor Público tinham aceitado na sexta-feira intermediar o conflito e tinham iniciado as conversas.

Mas o Defensor Público Waldo Albarracín disse hoje que ainda não existem as condições necessárias para dar inicio ao diálogo entre Reyes Villa e os que pedem sua renúncia e que, portanto, as conversas continuarão.
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Postby mends » 15 Jan 2007, 07:56

Metrô 1
É impressionante a quantidade de bobagem que “especialistas” falam aos jornais. Por que sei que são bobagens? Porque a maioria fala em tese, sem conhecer nada do projeto, segundo o que viu na televisão. É um festival de chutes. Na Globo News, perguntaram ao governador José Serra se o acidente teria alguma relação com as Parcerias Público-Privadas. As PPPs nada têm a ver com as obras, mas com a compra e a operação dos trens. Outra questão da mesma emissora: pela primeira vez, as estações estariam sendo feitas sem a participação de engenheiros do Metrô. Mas os engenheiros do Metrô nunca fizeram túneis. Foi sempre a iniciativa privada.

Metrô 2
Engenheiros e metroviários ligados ao PC do B, ao PSOL e ao PT estão pautando o jornalismo. A coisa é simples assim. As perguntas sobre PPPs e suposta exclusão de engenheiros do Metrô das obras já revelam uma doença mais profunda: é grande no país, sobretudo nas camadas mais informadas — jornalismo inclusive —, o ódio ao capitalismo.Que serviço público no Brasil tem desempenho exemplar? Não importa. Topamos ser escravos se soubermos que o Senhor não obtém lucro nenhum com isso. Com lucro, aí a gente não aceita nem ser sócio. O Brasil estaria preparado para o socialismo. É que lhe falta também disciplina.

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Postby mends » 16 Jan 2007, 18:14

Politizando cadáveres 2 - Ódio ao capitalismo

Em seu blog, Paulo Henrique Amorim (ver nota abaixo) pega carona em reportagens publicadas na Folha desta terça sobre um certo “Turn Key”, modelo de relação das construtoras com o Estado que seria pautada pela “terceirização total”. Trata-se de uma fantasia política e jornalística. As empreiteiras sempre tiveram o poder de subcontratar outras empresas. Não há novidade nenhuma nisso. Também se tenta censurar um certo “prêmio” que seria pago a empresas de projetos que apresentem soluções de economia de material.
Ainda que seja assim, qual o problema? A própria reportagem da Folha informa que a tal economia seria feita “dentro da norma técnica”. Ah, mas aí aparece “um professor de engenharia civil da USP” segundo quem o tal prêmio corresponderia, num paralelo com a cardiologia, a fazer duas pontes de safena para economizar dinheiro, quando seriam necessárias três. Ah, sim: ele prefere não ter seu nome revelado.
O que será que ele teme? No anonimato, ele pode jogar na lama a reputação alheia sem nem saber direito o que aconteceu. Mas, claro, não quer se expor a uma resposta. É a coragem moral dessa gente. Mais: submeta a reportagem à lógica, e ela desmorona junto com o metrô: economizar pontes de safena não estaria “dentro da norma técnica”. Logo, o paralelo não não serve. Aí vem um sindicalista do PSOL para dizer que o que faltou é fiscalização de engenheiros do próprio Metrô — como se acidentes nunca tivessem acontecido antes. Os engenheiros do Metrô nunca cavaram um metro de buraco!

Engenharia e Física
A engenharia civil é bem sucedida, ao menos do ponto de vista da segurança, quando acontece uma combinação entre a necessidade e as leis da física. Caso se desprezem estas em benefício daquela, a estação desmorona, a ponte cai, o prédio vem abaixo. Assim, a avaliação feita ontem pelo vice-governador Alberto Goldman e pelo governador José Serra estão corretas. É claro que houve um problema de engenharia. É claro que os construtores são responsáveis pelas obras.
Qual foi o problema? Até agora, não se sabe. Mas os vermelhos, inclusive os do jornalismo — alguns desses vermelhos são comprados a peso de ouro —, resolveram entrar em ação. Há coisa mais simpática às esquerdas do que acusar empreiteiras? Elas nem mesmo aprenderam a fazer o marketing dos banqueiros, investindo em cinema, centros culturais, ONGs etc. Um empreiteiro parece ter um coração de concreto, não é mesmo? Não fossem as chuvas acima da média, talvez aquele troço não tivesse vindo abaixo. Mas as chuvas são um dado do problema. Logo, descarte-se a questão. Onde foi que a engenharia errou? Sim, ela errou.
O que me incomoda são as múltiplas sugestões de que houve dolo — e as especulações irresponsáveis de quem ainda nada sabe sobre o caso —, como se o sucesso de um empreendimento, tocado por porcos capitalistas, se medisse pelo número de vítimas que faz. Mais: as autoridades, até agora, estão tendo um comportamento exemplar no caso.

Politização e ódio ao capitalismo
Está em curso um esforço cotidiano, incansável, para politizar ou, melhor ainda, partidarizar a questão. E junto vêm os camaradas de sindicatos ligados ao PC do B e ao PSOL para denunciar a ganância capitalista. Boa parte da imprensa também tem ódio ao capitalismo. Seguro, no Brasil, como sabemos, é voar nos céus administrados pelo Estado... A imprensa, Rede Globo incluída, transformou o caso em prioridade absoluta. É justo e compreensível que assim seja. Mas Paulo Henrique Amorim, claro, acha que está sendo dada menos importância ao caso do que à foto do dinheirama do dossiê... Dossiê??? O que o dossiê tem a ver com isso? Nada, é claro! Apenas aponta as escolhas ideológicas desses analistas isentos.

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Postby mends » 17 Jan 2007, 09:33

A cratera dos sete abutres

Passe numa boa locadora — tem de ser boa — e retire A Montanha dos Sete Abutres (Ace in the Role), filme do genial Billy Wilder, de 1951, com atuação estupenda de Kirk Douglas no papel do jornalista picareta Charles Chuck Tatum. O filme, um desastre de bilheteria, foi relançado depois com outro nome: The Big Carnival. Ganhou o Oscar de melhor roteiro, mas não rendeu grana. Pena. É a crítica mais devastadora que o cinema já fez ao jornalismo — ou a certo tipo de jornalismo ao menos. Que, não obstante e sempre, deve continuar livre das garras dos fenajentos. Fenajentos, para quem não sabe, são os defensores da proposta da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) de se criar um Conselho Federal de Jornalismo.
Ao ficar sabendo que a Red Bull mandou distribuir bebida energética às pessoas que trabalhavam nos escombros da estação do Metrô em São Paulo (ler abaixo) e aos familiares das vítimas, lembrei justamente do “grande carnaval” que se vê no filme, de que falo a seguir. Era a estupidez que faltava nas toneladas de má-fé e de mau-caratismo político que soterram o bom senso. A propósito, diz a propaganda da bebida: “Red Bull te dá asas”. Isso num canteiro de obras em que se procuram corpos. Quem é o gênio que responde pelo marketing da empresa?

O filme
Charles Tatum foi demitido de mais de uma dezena de redações porque lhe faltava caráter. Vai parar num pequeno jornal de Albuquerque, uma cidadezinha do Novo México, onde nada acontece. Ao ser contratado, ele se diz pau para toda obra. Pode cuidar, assegura, tanto das notícias grandiosas como das irrelevantes. E, se faltarem eventos, ele diz que sai à rua e morde o cachorro. E cumpre a sua promessa. Uma das máximas de Tatum é que a morte de centenas de pessoas não tem importância; já a de um único indivíduo poder ser uma grande história. O filme é inspirado num fato real: o soterramento de um homem chamado Floyd Collins, em 1925. A cobertura do caso é apontada como um marco da narrativa jornalística que opta pela espetacularização de dramas humanos. O jornalismo nunca mais se recuperou.
Um Tatum esmagado pelo cinismo, pelo tédio e pelo desejo de voltar a um grande jornal é destacado para cobrir uma espécie de festival de caça às cascavéis numa cidade vizinha. Lá chegando, fica sabendo que Leo Minosa está preso numa espécie de gruta, justamente a Montanha dos Sete Abutres — aliás, é um dos raros filmes cujo título em português é infinitamente melhor do que o original (ou originais). Tatum sente o cheiro da notícia, do espetáculo e da tragédia. Tenta, a todo custo, retardar o resgate — no que é bem sucedido — e passa a manipular a mulher de Minosa, o fotógrafo e o xerife da cidade, com quem negocia o acesso exclusivo às ruínas.
Quanto mais tempo durar o espetáculo, melhor para ele, que consegue transformar o episódio num caso nacional. É o seu bilhete de volta para a grande imprensa. Um verdadeiro circo (the big carnival...) se forma no local. Não vou contar o fim do filme. Mas é importante saber que seus planos dão com os burros n'água. No pequeno jornal de Albuquerque, um lema colado à parede é alvo de sua chacota: “Diga a verdade”.

De volta à cratera
Voltemos ao acidente da estação do Metrô em São Paulo. Reparem. Na Folha de ontem, terça, podia-se ler: “Um professor de engenharia civil da Politécnica da USP, que também não quer ver seu nome publicado, disse que em certas obras essa prática pode ser absurda. Empresas de projetos, segundo ele, têm de ser contratadas como se fossem um cardiologista -o preço não é o fator mais importante, mas sim o nível de especialização. Num paralelo irônico, ele comenta que o prêmio para a economia de concreto seria como pedir ao cardiologista para colocar não três pontes de safena num paciente que sofreu infarto, mas duas.”
No Estadão desta quarta, lemos: “Qualidade tem preço e sua falta também. É assim que o vice-presidente da Sociedade Internacional de Mecânica de Solos e Engenharia Geotécnica (ISSMGE) e professor da Universidade de São Paulo, Waldemar Hachich, comenta o acidente na Estação Pinheiros. 'Será que os indivíduos que contratam obras por mínimo custo global usam o mesmo critério para escolher os cirurgiões que tratarão suas mazelas cardíacas?', pergunta, num fórum de discussão sobre o acidente no site da Associação Brasileira de Mecânica de Solos (ABMS).”
Ou os professores de engenharia civil da Politécnica da USP são todos grandes aficionados em cardiologia, ou há uma boa chance de que o anônimo da terça da Folha seja o sr. Waldemar Hachich, que aparece no Estadão desta quarta. Neste segundo jornal, justiça seja feita, praticamente não há especialistas que “pediram para que seus nomes não sejam revelados”. Mas eles pululam nas reportagens da Folha, fazendo acusações sempre as mais graves: às empreiteiras, ao Metrô, ao governo do Estado, à terceirização, à suposta economia de material.
O que mais me fascina é a facilidade com que opinam sem nem mesmo botarem o pé nas obras, terem acesso ao projeto, saberem detalhes da construção. “Faltava fiscalização”, acusa o sindicalista. “A parede de concreto era muito fina”, diz um anônimo. “O buraco deveria ter sido feito 15 metros mais para baixo”, sustenta outra fonte secreta. “Havia prêmio por economia de material”, assegura outro que prefere não ser identificado. “Tinha de usar o ‘tatuzação’, e não os explosivos”, opina mais um que pede sigilo. “Precisa fazer uma CPI”. Bem, essa voz é conhecida, claro: trata-se do PT...

Impressionante
O que impressiona é o jornalismo não ter aprendido com a experiência. Durante uns bons dias, estivemos todos convictos de que pilotos americanos gostam de ficar fazendo piruetas nos céus do Terceiro Mundo, não dão pelota para planos de vôo e acabam provocando a morte de 154 brasileiros. Até que se ficasse sabendo do erro da torre de controle e do caos que toma os céus do Brasil. À diferença do filme, o jornalismo não está alterando a cena da tragédia. Mas está, sim, caindo vítima da novidade a qualquer custo. Basta que um imbecil loquaz ostente um título de engenheiro e julgue ter algo a dizer, e lá está ele dando pitaco sobre o ocorrido. Em off, sempre em off.
É a lógica, não a suspeita de dolo, que indica que algum erro aconteceu na área de engenharia. Uma falha como essa é sempre humana. Mesmo que se seja colhido por algum evento da natureza, continua a ser um erro de previsão. É, sim, papel de jornalismo tentar buscar as causas, ouvir especialistas, cruzar opiniões. Mas assistimos é a uma verdadeira criminalização das empresas e de autoridades, sempre vinda da boca de pessoas que preferem não ser identificadas. Aí, não dá.
Vários atrasos se conjugam para exorcizar o verdeiro "demônio" responsável pelo acidente: o capitalismo, a economia de mercado, o lucro, a ambição. Tudo aquilo que faz a fortuna dos países que deram certo. O Estado mata, por dia, nos hospitais públicos, muito mais de sete pessoas. Mas continuamos a achar que só ele pode nos oferecer a verdadeira proteção.

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Postby mends » 17 Jan 2007, 09:35

Sensacional a definição da American Thinker... :cool: :cool: :cool: esses malditos esquerdistas maconheiros!

Perfeitos idiotas 3 – Venezuela é a nova Meca dos “sandalistas”

No Estadão desta quarta:
Para os céticos, eles são ingênuos seduzidos pela badalação que não reconheceriam uma tirania comunista se ela expropriasse suas sandálias. “Repulsivos pacifistas americanos e europeus, esquerdistas, malcheirosos, armados com o cartão de crédito da mamãe e sandálias de tira novinhas em folha”, segundo a revista de direita American Thinker. Para o governo venezuelano, eles são amigos que testemunham em primeira mão as mudanças positivas nas favelas e nos campos, e voltam para casa para espalhar a boa nova.Conheçam os turistas revolucionários, uma onda de mochileiros, artistas, acadêmicos e políticos em missão para descobrir se o presidente Hugo Chávez está realmente forjando uma alternativa ao neoliberalismo e ao capitalismo. Eles são os sucessores dos chamados “sandalistas” que acorreram em bandos à Nicarágua governada pelos sandinistas nos anos 80 e para Cuba em décadas anteriores.
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Postby mends » 18 Jan 2007, 10:16

Metrô: continua a litania macabra dos adoradores de Estado
O economista Plínio de Arruda Sampaio, candidato derrotado a governador de São Paulo pelo PSOL, escreve na Folha desta quinta um artigo sobre o acidente na obra do Metrô, em São Paulo. Lê-se lá:

“(...) convém assinalar que parceria público-privada, terceirização, contrato ‘turn key’, tudo isso faz parte de um pacote de medidas destinadas a debilitar o Estado. Subjacente ao discurso ‘técnico’ que pretende justificar essas novas modalidades contratuais, há uma mensagem subliminar discriminatória dos profissionais do setor público diante de seus colegas do setor privado. Trata-se de uma política extremamente nociva a um país que precisa demais do setor publico para realizar obras de infra-estrutura.
Se o governo tivesse ouvido os técnicos do seu quadro profissional, provavelmente a tragédia da rua Capri não teria ocorrido, pois o sindicato dos metroviários cansou de alertá-lo sobre as irregularidades que estavam acontecendo.
Por isso, o melhor que o governo estadual pode fazer agora que o desastre está consumado é dar ouvidos à nota da entidade pedindo a interrupção da obra, a inclusão de seus representantes e do sindicato dos engenheiros do Estado na comissão encarregada de examinar as causas do desabamento e a ampliação do escopo desta para analisar a obra em conjunto.”

Plínio só não disse que o tal Sindicato dos Metroviários tem uma direção ligada a seu partido e que a militância pregressa dos militantes, no caso da Linha 4, nada tinha a ver com a construção da obra. O que os sindicalistas questionavam era a Parceria Público-Privada para a compra e operação dos trens, que eles diziam ser uma porta aberta para a privatização do Metrô, o que é uma rematada besteira. A então candidata à Presidência, Heloísa Helena, chegou a escrever um artigo a respeito nesta mesma página da Folha.
Esquerdista, não sei por quê, lida mal com lógica, mesmo a binária. Submetamos o texto de Sampaio a uma nova forma de “turn key”. Segundo ele, essas modalidades de contrato buscam “debilitar o Estado”. Então viremos a chave, leitor amigo: Sampaio e as esquerdas querem é debilitar a iniciativa privada, e o acidente só teria acontecido porque o sacrossanto Estado não exercia se poder de vigilância. Aliás, nem precisei intuir isso. Ele o disse com todas as letras: “Se o governo tivesse ouvido os técnicos do seu quadro profissional, provavelmente a tragédia da rua Capri não teria ocorrido, pois o sindicato dos metroviários cansou de alertá-lo sobre as irregularidades que estavam acontecendo.” Não é verdade. A militância do sindicato, reitero, era contra uma fantasiosa privatização do Metrô.

Discursos indecorosos
Que as coisas não andaram bem por lá, não se duvide. Mas Sampaio e os outros já sabem por que houve o desmoronamento? Com que autoridade técnica? Com que informação? Faz quatro meses, uma falha no sistema estatal de segurança de vôo provocou a morte de 154 brasileiros. Fosse o serviço privado, alguém duvida de que a mesma ladainha estaria sendo recitada? Mas, ainda assim, a esquerda sacou da algibeira uma desculpa: sim, o controle aéreo é estatal, mas é militar. Se fosse civil...

É uma estupidez afirmar, como fazem os petralhas — e a politização do caso já está a todo vapor —, que estou me opondo à investigação. Vão pentear macaco. Que se investigue tudo. Mas usar a tragédia como pretexto para proselitismo estatista é vagabundice ideológica e intelectual. As estradas federais esburacadas — esburacadas porque a iniciativa privada não está lá — matam muito mais do que o buraco do metrô. Por dia! O mesmo se diga dos hospitais estatais. E a ninguém ocorre entrar com uma ação responsabilizando o Estado por essas mortes. Fica aqui uma sugestão aos sempre tão prestativos procuradores. Eles estão lá para defender os cidadãos, não é isso? Mas eu entendo: esses assuntos dão menos mídia. Não são a cratera dos sete abutres.

CPI
Os parlamentares do PT não agüentaram. Foram visitar o canteiro de obras e fizeram proselitismo à beira da tumba do bom senso. Querem uma CPI, uma investigação política. A suposição, aos olhos do público, é a de que as empresas agiram de modo deliberado, fazendo uma obra fora das especificações técnicas, o que teria resultado no acidente. Pode até ser. Mas há órgãos técnicos para investigar isso e há uma apuração policial. Ocorre que estão atrás de uma condenação política. Quando se trata de rigor, sabemos que os moralistas do PT são mesmo implacáveis.
Vá lá... Toda essa gente está pegando carona num caso jornalístico que já virou, como disse, a Cratera dos Sete Abutres. É preciso identificar logo os culpados. Depois a gente vê qual é a culpa.

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Postby Danilo » 19 Jan 2007, 17:38

Copiando um trecho de mais uma resposta fantááástica no Orkut (dessa vez da comunidade 'Hugo Chavez invada o Brasil'... essa o Domença iria adorar!):
Democracia , ditadura , todas sao passiveis de atos q provocam a morte de seus cidadãos . n sei se vc sabe , mas é dever do estado brasileiro dar boas condições de saúde , educação e segurança aos brasileiros ,esse fato é tão dever como vc pagar o IMPOSTO DE RENDA , se vc n paga , sofre com isso correto , pois está burlando a lei , entao o nosso governo é tb responsavel pela morte de milhares , n vejo diferença em mortes politicas e mortes por falta de assistencia hospitalar.

Boboeiras à parte, me veio a dúvida: e se não existir nenhum sistema político-econômico, de esquerda, centrou ou direita, que resolva as questões sociais?
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Postby mends » 19 Jan 2007, 17:43

estaríamos no Paraíso, literalmente :lol:
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Postby Danilo » 19 Jan 2007, 17:49

Hein?
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Postby mends » 19 Jan 2007, 18:12

no Paraíso: estaríamos no Eden, não precisaríamos de contrato social, nem do Leviatã-Estado, não precisaríamos de nada...teríamos fartura de tudo, ninguém brigaria, respeitaríamos os limites de todos, "and we all would be singing Kumbayah!", pra citar o Sawyer de Lost.

Aliás, quando vc fala “sistema”, dá a idéia marxistóide de que as estruturas sociais se formam da vontade de alguém, chame-os “donos do Poder”, ou dos “fatores de produção”, ou mesmo dos “trabalhadores”.

“Sistemas” políticos evoluem à medida que as crenças da humanidade evoluem. Não teríamos democracia no feudalismo, porque os valores fundamentais da democracia, que são os valores do capitalismo, só se estabeleceram depois (surgir é uma palavra errada: as crenaças capitalistas já existiam na mentalidade de povos como os judeus, os fenícios etc).

“Sistemas” econômicos é mais problemático ainda: economia não é uma “ferramenta”. A economia em si não é nem ideológica. A economia é uma ciência DESCRITIVA, que obviamente utiliza algumas premissas em seus modelos, mas dada a variabilidade dos fenômenos econômicos, não consegue prevê-los, muito menos controlá-los. Economia é o estudo da AÇÃO HUMANA. Todas as nossas interações são, em essência, econômicas. As “leis” econômicas são arraigadas em nosso espírito.

E as “questões sociais” (quais, cara pálida?) não se resolvem. Existe um Estado para que não matemos uns aos outros (e no Brasil nem isso se consegue: se você for muito rico, aqui, você pode matar. Se for pobre, também, porque vc é um oprimido pelo sistema e a culpa é de quem você matou)...inequalidade? queremos ser iguais? Eu não. “Freedom is the Truth. Fairness is subjective”. O papel do Estado é garantir as regras do jogo. A tentativa e erro da humanidade mostrou que o jogo que funciona é o capitalista – somos um grão de areia na história e vivemos a maior abundância da humanidade, vivemos mais do que n unca, até os mais pobres. Quem nega que devemos isso ao capitalismo é um idiota, não há outra palavra.

De quais “questões sociais” você está falando? Garanto que nenhuma delas precisa do Estado pra ser resolvida.
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Postby Danilo » 19 Jan 2007, 19:32

estaríamos no Eden, não precisaríamos de contrato social, nem do Leviatã-Estado, não precisaríamos de nada...teríamos fartura de tudo, ninguém brigaria, respeitaríamos os limites de todos


Eu tinha perguntado "e se não existir nenhum sistema...". Aparentemente são poucos os países do mundo que conseguem eliminar anafalbetismo, mortalidade infantil, desigualdade, corrupção impune, conflitos étnicos ou semelhantes... etc. Acho que você vai falar da utopia da perfeição, e tal...

A tentativa e erro da humanidade mostrou que o jogo que funciona é o capitalista


Capitalismo, democracia liberal, governo republicano... concordo que sejam o conjunto que mais dá certo, mesmo que aos trancos e solavancos. E por falar em liberal/liberdade, achei um trecho interessante, que usei na resposta pro tonto lá do zorkut: O progresso da humanidade está acompanhado do progresso da conquista da liberdade. Passando pela liberdade de consciência religiosa, pela liberdade das práticas técnico-científicas, pela liberdade política, a história é a história da liberdade, pois a liberdade é o fim que motiva e mobiliza os homens para fazerem história.


Então, em suma: buscar igualdade é inútil? Igualdade e liberdade são impossíveis simultaneamente?
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