Controvérsias

Ciência, Saúde, Economia, Política

Postby junior » 22 Mar 2007, 12:27

22/03/2007 - 09h54
Bebê anencéfala será ícone em ato contra o aborto
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CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

A bebê anencéfala Marcela de Jesus Galante Ferreira, que completou quatro meses anteontem, virou motivo de preocupação do movimento pela descriminalização do aborto e, ao mesmo tempo, ícone dos grupos em defesa da vida.

A sua sobrevida, incomum aos anencéfalos, será usada como exemplo antiaborto em um ato público, que acontece sábado, a partir das 10h30, na praça da Sé, centro de São Paulo. Entre os nomes confirmados estão os do padre Marcelo Rossi, do ex-arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, e do advogado Ives Gandra Martins.

O ato, organizado por grupos católicos, espíritas e evangélicos, pretende reunir 15 mil pessoas e quer chamar a atenção do Congresso Nacional, onde tramita um projeto de lei que descriminaliza o aborto.

"Queremos que os deputados que compõem a nova comissão de seguridade social e família pensem duas vezes como vão votar esse projeto e prestem atenção no retrato da vontade popular", diz a advogada Nadir Pazin, coordenadora adjunta do Comitê Estadual em Defesa da Vida, um dos organizadores do evento.

Para Pazin, o caso de Marcela é emblemático para o movimento antiaborto porque ele contrariou todas as expectativas médicas de que ela morreria logo após nascer. "Caiu por terra a tese dos grupos feministas e de quem defende a legalização do aborto. Ela mostrou que não é como a ciência quer, mas sim como Deus quer."

Médicos, profissionais que dirigem serviços de aborto legal e militantes pela descriminalização do aborto pensam diferente. Para eles, o caso de Marcela é uma exceção e não pode comprometer o direito de os pais poderem optar pelo aborto de fetos anencéfalos.

Porém, é evidente entre eles a preocupação de que a sobrevivência da menina "atrapalhe" futuras decisões judiciais sobre a interrupção da gravidez de anencéfalos. Hoje, o aborto pode ser feito mediante autorização judicial. O STF (Supremo Tribunal Federal) deve decidir no mérito se as mães de fetos com anencefalia podem ou não fazer o aborto, mas não há data para essa decisão.

"Tememos que esse caso isolado e raro possa mudar a opinião do STF e que tudo que conseguimos conquistar até agora possa ficar embaçado por esse caso", relata o ginecologista Jorge Andalaft Neto, responsável pelo serviço de aborto legal do Hospital Jabaquara.

A mesma preocupação é manifestada por Anaelise Abrão, coordenadora do departamento de medicina fetal da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "Temo porque há muitos juízes que julgam um fato que não é da área deles. Com a opinião pública mobilizada em torno do caso [da bebê Marcela], eles ficam mais receosos em conceder as autorizações."

Na avaliação da médica Fátima Oliveira, da Rede Feminista de Saúde, é possível que a conquista pelo direito ao aborto de anencéfalos "dê mais trabalho" a partir do caso de Marcela.

Já a advogada Débora Diniz prefere apostar na razoabilidade sistema jurídico brasileiro, que não usaria uma "história apaixonada" para apoiar uma decisão tão importante.

"A Marcela é uma exceção. Sobrevive por uma aposta de intensa medicalização para transformá-la em heroína. Se tivesse tido alta do hospital, provavelmente já estaria morta", opina Diniz.

A bebê usa capacete de oxigênio e ingere leite por sonda. Em dezembro, sofreu uma parada cardíaca e foi reanimada. Já teve também paradas respiratórias, convulsões e febres.

O ministro Marco Aurélio Mello, relator da matéria no STF, disse à Folha que não conhece o caso de Marcela e que o episódio não deve mudar futuras decisões do Supremo.
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Postby mends » 22 Mar 2007, 17:57

bom, eu estarei no ato, que é contra o projeto de lei que permite a interrupção da gravidez a qualquer tempo e é, sim, assassinato. E bebês anencéfalos têm tanto direito a viver quanto outros. Porque, se você começar a querer definir quem tem ou quem não tem direito à vida, algo está muito errado.

não vejo nenhuma insanidade nisso.
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Postby Danilo » 22 Mar 2007, 20:52

A bebê usa capacete de oxigênio e ingere leite por sonda. Em dezembro, sofreu uma parada cardíaca e foi reanimada. Já teve também paradas respiratórias, convulsões e febres.

Esse é um caso que acho insanidade sim. Pra que continuar o sofrimento de manter vivo uma criança fadada a morte clínica? Pra entrar pro Guinness? Já viu uma foto de criança anencefálica?

Até fico surpreso com o Mends indo a favor do governo tirando o direito dos pais poderem optar pelo aborto de fetos com má formações gravíssimas. Se for pra proibir o aborto de crianças com tal problema, então também deve ser proibida a doação de órgãos. Já que, pela lei vigente, é com a morte cerebral ou encefálica que se pode tirar tecidos, partes e órgãos do corpo humano destinados a transplante ou tratamento.
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Postby mends » 22 Mar 2007, 22:16

não se trata disso.

indo a favor do governo


a proposta do governo é contrária!

sou contra aborto após os 3 primeiros meses. ponto. e até 3 meses por causa dos casos de estupro.

Pra que continuar o sofrimento de manter vivo uma criança fadada a morte clínica?


Fadados à morte estamos todos.

tirando o direito dos pais poderem optar pelo aborto de fetos com má formações gravíssimas


cara, esse é um assunto sobre o qual mudei de opinião após o fernando nascer. por conta do câncer, havia chances significativas de ele nascer problemático (não somos todos?). nós chegamos a pensar, por uma semana, se valeria à pena correr o risco. e depois o pensamento passou. e quando ele nasceu, percebi que pai nenhum tem o direito de decidir quem nasce ou quem deixa de nascer, depois de consumado o ato. pai é um instrumento. a criança não existe para satisfazer o pai ou promover a eugenia. o pai é que existe para cuidar da criança.

Se for pra proibir o aborto de crianças com tal problema, então também deve ser proibida a doação de órgãos.


o que é um raciocínio totalmente torto, visto que compara coisas incomparáveis: quem efetivemente viveu e quem não teve chance.

é isso. é um princípio do qual não abro mão. sou contra o aborto, a não ser em caso de estupro. é simplesmente um princípio de vida levado ao seu limite lógico. por que é para isso que servem os princípios de vida.
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Postby Wagner » 22 Mar 2007, 23:57

Realmente a comparação entre aborto e doação de órgão é das piores possívies. Ninguém tem o direito de decidir quem deve viver ou morrer.

Qualquer decisão antecipada de "vamos matar já que ele vai morrer mesmo" é fruto da mania de auto-suficiência criada pela ignorância, achando que temos qualquer domínio sobre nossas vidas.

Contra qualquer aborto, memos que a criança esteja concebida a horas, e em qualquer condição. Quer matar, põe a arma na cabeça e se mata (menos ignorância no mundo), mas a criança não.

E anencéfelo é este bando de "moderninho" exigindo o direito que não tem.
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Postby Danilo » 23 Mar 2007, 00:56

percebi que pai nenhum tem o direito de decidir quem nasce ou quem deixa de nascer, depois de consumado o ato. pai é um instrumento. a criança não existe para satisfazer o pai ou promover a eugenia. o pai é que existe para cuidar da criança.

Não estou pensando só no sofrimento dos pais, mas do ser que vai nascer. Há casos e casos. Pode acontecer do recém-nascido nunca ganhar consciência nem reflexos, e há outros no qual ela vive mais tempo. Um exemplo foi uma menina que sobreviveu 3 anos:
Contrariando as expectativas, Manu já fez dois aniversários. Suas roupas denunciam as deficiências. Aos dois anos e meio, veste roupas de um bebê de oito meses. Com um desenvolvimento físico inferior ao de sua idade, Manu não fala, não anda e não há comprovação de que ela é capaz de enxergar. As pálpebras da menina permanecem quase o tempo todo fechadas.
(Correio Braziliense, Brasília, p. 29, 14 fev. 2003)

o que é um raciocínio totalmente torto, visto que compara coisas incomparáveis: quem efetivemente viveu e quem não teve chance.

E houve efetivamente vida humana? Dá pra ficar filosofando aqui. O conceito de morte é dúbio. Pra efeitos médicos, há a morte encefálica e morte clínica. Na morte encefálica ou, simplesmente, morte cerebral (apesar de o encéfalo não conter apenas o cérebro) consiste na cessação da atividade elétrica do órgão. Já a morte clínica tem um conceito mais rígido, exigindo, mais, a parada irreversível da atividade cardíaca. Salvo engano, a nossa lei atual adota o primeiro conceito, o de morte cerebral.

Quer matar, põe a arma na cabeça e se mata (menos ignorância no mundo), mas a criança não.

Pra pegar leve (não postando fotos), considere se vale ou não um "tiro de misericórdia" no recém-nascido com o problema:

Image
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Postby mends » 23 Mar 2007, 08:19

qual a diferença entre seu "tiro de misericórdia" (outra imagem terrível) na 36a. semana e jogar um bebê de um precipício na 1a. semana de vida, 5 semanas depois?

quando começa o ser humano? quando vêm à luz? por que não na 10a semana? por que não na concepção? por que não exatos 32.5 segundos depois da concepção? se n]ao há onde traçara a linha, o conceito deve ser rígido. não há talvez. PAI NENHUM TEM O DIREITO DE MATAR.
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Postby mends » 23 Mar 2007, 08:21

E houve efetivamente vida humana?


E quem decide? E se descobrirmos que há como reverter morte cerebral na primeira meia hora? 30 minutos e 1 segundo é irreversível?

Não cabe a nós controlarmos isso. Aborto é assassinato.
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Postby mends » 23 Mar 2007, 08:25

Há casos e casos.


Não há casos e casos - maldito relativismo idiota. Se há casos e casos, há decisões e decisões e há vidas e vidas, e portanto há seres humanos e seres humanos. Não há como escapar dos limites lógicos disso.

Novamente, aborto é assassinato. não há diferença entre promover o aborto e jogar a criança do precipício 5 semanas depois, ou o fato de ser uma curetagem asséptica torna o ato mais moral? o ato é deefensável por que é feito em um hospital? faça-me o favor...
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Postby junior » 23 Mar 2007, 12:11

quando começa o ser humano? quando vêm à luz? por que não na 10a semana? por que não na concepção? por que não exatos 32.5 segundos depois da concepção? se n]ao há onde traçara a linha, o conceito deve ser rígido. não há talvez. PAI NENHUM TEM O DIREITO DE MATAR.


Concordo que não há talvez, e por isso os critérios têm que ser rígidos e coerentes.

Se vc acredita em alma "a la religião", vida = assim que juntamos duas células, e ai' nao tem nem desculpa para a pílula do dia seguinte. Se não, quando começam os sinais cerebrais, o que não sei exatamente quando acontece, mas deve ser por aí dos três meses, que é o limite do aceitável. Depois já é bizarro, concordo.

Insanidade = "A bebê usa capacete de oxigênio e ingere leite por sonda. Em dezembro, sofreu uma parada cardíaca e foi reanimada."

Insanidade= "A sua sobrevida, incomum aos anencéfalos, será usada como exemplo antiaborto em um ato público,"

etc...

E não deixa de me impressonar que
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Postby mends » 23 Mar 2007, 14:47

critérios têm que ser rígidos e coerentes.


que são impossíveis: se o "começo dos sinais cerebrais" é vida, por que o aparecimento do sistema nervoso central, pré-condição, não é? não dá pra ter porque depende de como se conceitua, e vida não pode depender de como se conceitua.

Insanidade = "A bebê usa capacete de oxigênio e ingere leite por sonda. Em dezembro, sofreu uma parada cardíaca e foi reanimada."


Com isso você quer dizer que ela não deveria ser reanimada? Ou que não deveria comer? Ou por que come por sonda sofre demais?

Insanidade= "A sua sobrevida, incomum aos anencéfalos, será usada como exemplo antiaborto em um ato público,"


novamente, não entendi a insanidade. Por que não pode ser símbolo do ato?
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Postby junior » 23 Mar 2007, 15:05

Com isso você quer dizer que ela não deveria ser reanimada? Ou que não deveria comer? Ou por que come por sonda sofre demais?


Vc sabe o que eu quis dizer, não manipule com ironia... Lutar para manter alguém vivo nessas condições me parece no mínimo absurdo, de um egoísmo enorme. Como vc mesmo disse acima, "a criança não existe para satisfazer o pai". "Irônico" que valha o mesmo argumento em ambos os casos...

Por que não pode ser símbolo do ato?


Pq um par de pessoas, para conseguir o que quer, se apóia no sofrimento alheio. No caso, o da menina.


critérios têm que ser rígidos e coerentes.

que são impossíveis: se o "começo dos sinais cerebrais" é vida, por que o aparecimento do sistema nervoso central, pré-condição, não é?


"Impossível" e "complicado" são duas coisas diferentes. Com raras (mas lobistas) exceções, não creio que a maioria das pessoas pense que um conjunto de células é vida humana. A única coisa razoável é ver o que nos define como humanos e que nos diferencia do resto dos animais, não?
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Postby mends » 23 Mar 2007, 16:08

A
única coisa razoável é ver o que nos define como humanos e que nos diferencia do resto dos animais, não?


e o que é?

Pq um par de pessoas, para conseguir o que quer, se apóia no sofrimento alheio


como somos malvados, nós, os anti-abortos...

Lutar para manter alguém vivo nessas condições me parece no mínimo absurdo, de um egoísmo enorme


não. vc é quem está assumindo que a criança está sendo mantida viva para satirfazer a mãe. é vc quem está assumindo que manter uma pessoa nessas condições é egoísmo, porque a vida só serve para satisfazer a outrem - logo, manter alguém vivo e sofrendo cumpriria o papel de satisfazer a outrem, egoisticamente. Por que é tão difícil aceitar que a menina anencéfala tem direito a viver e a todos os cuidados para continuar viva, até que não haja mais o que fazer? Por que assumir que ela está sendo mantida viva para satisfazer caprichos?

Com raras (mas lobistas) exceções, não creio que a maioria das pessoas pense que um conjunto de células é vida humana


A MAIORIA DAS PESSOAS QUE SE DANE. NÃO É UMA QUESTÃO ÉTICA, É UMA QUESTÃO MORAL. A MAIORIA DAS PESSOAS PODE SER A FAVOR DA PENA DE MORTE, E ELA É ERRADA. A MAIORIA DOS ALEMÃES CONCORDOU COM O HOLOCAUSTO.

Que fetiche pela maioria, deus do céu...ser maioria dá legitimidade a assassinatos?

o que impede de dizer que um conjunto de células com DNA humano é um ser humano??????? O que me impede de dizer que só é humano depois que perde o rabo de peixe? Que só é humano quando vêm à luz? Absolutamente nada. Mas vc deve pensar :"o que quer que seja consenso científico/filosófico"...maldito tecnocracismo.

E de que raios de lobby você está falando, se a as pessoas são em sua maioria à favor do "direito de escolha" que, como o wagnão disse, é simplesmente ridículo?
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Postby junior » 23 Mar 2007, 21:30

Ou eu de fato estou escrevendo pior do que imagino em português, ou vc está deturpando o que eu digo a propósito :lol: :lol: :lol:

única coisa razoável é ver o que nos define como humanos e que nos diferencia do resto dos animais

e o que é?


Não disse que eu saiba o que é, mas sim que deve ser possível definir algo, senão não matamos nem vaca nem galinha, pois vão ter os mesmos direito a viver que a gente, uai...

como somos malvados, nós, os anti-abortos...


Não falei isso! Falei que acho uma sacanagem usarem a menina e seu sofrimento (e portanto apelar à emoção das pessoas) para defender uma posição que deveria ser defendida com razão.

o que impede de dizer que um conjunto de células com DNA humano é um ser humano??


O fato que se considero isso, então meu cabelo que cai deveria ser cuidado com a mesma atenção que um recém-nascido...

Mas vc deve pensar :"o que quer que seja consenso científico/filosófico"...maldito tecnocracismo.


Sendo a alternativa à tecnocracia o humanismo-religioso, ou coisa do gênero, confiaria mais no primeiro. Impressionante é achar que um mano religioso (mesmo no sentido não mitológico, só para vc não dizer que todos os cientistas são iguais, bla, bla, bla ;-) ) têm mais a dizer sobre o que é vida do que um mano que a estuda e tenta entendê-la...


Por que é tão difícil aceitar que a menina anencéfala tem direito a viver e a todos os cuidados para continuar viva, até que não haja mais o que fazer?


A questão é: até que ponto vale segurar o sofrimento? Direito ela tem, mas quer exercê-lo? E nesse caso, que a menina não tem capacidade de decidir??

De qualquer forma, a discussão de "direito de escolha" vs "direito à vida" é muito, muito maior que nós dois, de modo que não vamos chegar a ponto nenhum alongando essa discussão...
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Postby Danilo » 24 Mar 2007, 01:00

mends wrote:qual a diferença entre seu "tiro de misericórdia" (outra imagem terrível) na 36a. semana e jogar um bebê de um precipício na 1a. semana de vida, 5 semanas depois?

É a diferença entre um doente terminal passar pela ortonásia (não eutanásia, prestenção, hein?) e o mesmo doente após a morte ser jogado de um precípicio. Ou seja, na segunda a opção de enterro foi estúpida.
:?

mends wrote:Não há casos e casos - maldito relativismo idiota. Se há casos e casos, há decisões e decisões e há vidas e vidas, e portanto há seres humanos e seres humanos. Não há como escapar dos limites lógicos disso.

Sim, há casos e casos de anencefalia. Não leu direito, ou está distorcendo o que escrevo ou não estamos falando da mesma coisa. Estou falando de aborto para casos de doenças/malformações LETAIS!

E reiterando: há casos e casos. Pois 25% das crianças anencéfalas que vivem até o fim da gravidez morrem durante o parto; 50% têm uma expectativa de vida de poucos minutos a 1 dia; 25% vivem além de 10 dias. No caso de sobrevida longa, aí já é meroanencefalia. Proibir que a mãe tenha opção de interromper a gravidez em caso de doença/malformação letal do feto é simplesmente TORTURA, tal como permitir que ela tenha a criança em caso de estupro.

mends wrote:E quem decide? E se descobrirmos que há como reverter morte cerebral na primeira meia hora?

A lógica decide: se nunca houve vida cerebral pode-se considerar que sempre houve a morte cerebral, oras. Daí entra no campo da competência médica determinar a letalidade do caso.

junior wrote:Insanidade= "A sua sobrevida, incomum aos anencéfalos, será usada como exemplo antiaborto em um ato público,"

Concordo plenamente. Pra mim usar a criança assim beira a crueldade.
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