TVA escolhe fornecedores para lançar serviços digitais até agosto
Taís Fuoco, do Valor Online De São Paulo
A TVA, do grupo Abril, pretende ser a primeira operadora de TV a cabo do país a oferecer serviços digitais, opção que também está nos planos da NET e que já está sendo considerada como a maior novidade no segmento desde a sua criação, há pouco mais de 10 anos. Com a digitalização, os usuários de TV paga têm acesso a uma imagem mais nítida, além de uma quantidade maior de canais e de recursos de personalização do conteúdo, com a possibilidade de programar os horários em que quer assistir determinado programa.
Nesta segunda-feira, a TVA anunciou a lista dos fornecedores escolhidos para que o serviço chegue em toda a sua área de cobertura de cabos até agosto. Ela selecionou a suíça Nagravision para fornecer a tecnologia de acesso condicional e os cartões inteligentes (smart cards), baseados em plataformas abertas, além de integrar todos os sistemas. As companhias Harmonic e Livewire fornecerão, respectivamente, a tecnologia para o "head end" e o software para o decodificador.
O próprio decodificador será, neste primeiro momento, importado da DMT na Coréia, mas, a idéia da operadora é escolher um fornecedor brasileiro para, até o início de 2005, chegar ao mercado com um produto nacional, vendido com a marca TVA Digital. "Já existem fabricantes locais interessados", afirmou Leila Loria, diretora superintendente da TVA.
Segundo ela, a TVA já havia visitado a fábrica da Nagravision na Suíça há três anos, quando começou a avaliar o assunto. Desde então, ela vinha realizando testes com sua equipe interna, mas, até o final do semestre, fará também testes com grupos de usuários.
De acordo com a executiva, a rede da TVA, de 750 MHz, tem capacidade que dispensa novos investimentos nesse momento. "Poderemos manter os assinantes analógicos e começar a vender o digital com a mesma rede", explicou. Por isso, os investimentos da operadora serão reduzidos aos US$ 1 milhão com os fornecedores e à compra dos decodificadores, que vão custar entre US$ 100 e US$ 120 cada para a operadora, mas a idéia é não repassar esse custo ao assinante. "Vamos buscar alternativas para, em alguns casos, oferecer gratuitamente e, em outros, subsidiar a aquisição", afirmou Leila.
Assim que passar a ser fabricado localmente, o decodificador deverá ter seu preço reduzido para algo entre US$ 60 e US$ 80 (custo para a operadora), acredita Leila.
Segundo ela, "a média de preços dos pacotes não se altera", mas a expectativa da empresa é que a receita média por usuário cresça entre 10% e 20% com a oferta de novos serviços. "Essa tem sido a média mundial", afirma.
Entre as novidades estão o recurso do decodificador que permite gravar parte da programação para assisti-la na hora mais conveniente ao usuário, além da oferta de canais com programação totalmente digital, como o HBO Family e novos canais do Discovery.
"Como poderemos usar a atual estrutura de rede, nós é que vamos definir o ritmo do crescimento", afirmou a executiva. Ela informou, entretanto, que em 2005 "mais de 20% da nossa base já será digital". A operadora fechou 2003 com 290 mil assinantes, mas divulga esta semana os números do primeiro trimestre de 2004.
Até o início do mês passado, a NET afirmava que estava na fase final de escolha dos fornecedores que vão atuar na digitalização do seu serviço de TV paga, com três nomes na lista. A idéia é começar a fazer testes dos novos recursos até o final deste ano, segundo a companhia, mas os nomes dos fornecedores ainda não foram revelados.