Política e politicagem

América Latina, Brasil, governo e desgoverno
CPIs mil, eleições, fatos engraçados e outros nem tanto...

Postby mends » 09 Feb 2005, 09:19

ELIO GASPARI

A luz da MaracuLight
A MaracuLight , obra de engenharia política e malfeitoria financeira iniciada no governo de FFHH, chegou a seu esplendor no governo de Lula. A Agência Nacional de Energia Elétrica (uma armação tucana) baixou um confisco contra 3,4 milhões de cidadãos. Impõe um aumento de 6,13% nas contas de luz porque a Light está em dificuldades financeiras. Quando a choldra está em dificuldade e não paga a conta de luz, a Light vai em cima e corta a energia. Quando é a Light que vai mal, a choldra é chamada a pagar.
Arma-se uma situação na qual a patuléia terá de ficar entre o financiamento de um mau negócio ou a reestatização da empresa. A Light foi privatizada em 1996 depois de uma tenebrosa transação na qual mudou-se o edital da concorrência, aceitaram-se moedas podres e mexeu-se no sistema de cálculo das tarifas. Tudo isso e mais um telefonema de FFHH para Jacques Chirac, convencendo-o a botar a estatal francesa EDF no lance. Dias antes do leilão, o governo brasileiro pagou ao francês US$ 200 milhões de contas antigas. A empresa foi vendida para saciar a sede política da privataria.
Em apenas dois anos a EDF desempregou 5.000 pessoas (mantendo 6.000) e devolveu a seus acionistas 25% do que pagou pela Light. Como reconheceu o supertucano Sérgio Motta, o negócio fazia parte de um bolo de transações elétricas que "envergonha o processo de privatização".
Se a Light passa por dificuldades, isso se deve ao fato de ter acreditado na existência do dólar de R$ 1,20, de ter comprado outras distribuidoras com expectativa de lucros futuros. Se isso fosse pouco, depois de ter sentido o gostinho do dinheiro nos dois primeiros anos, a matriz francesa desinteressou-se de um negócio que rende pouco ou dá prejuízo. Em português claro, a compra da concessão da distribuidora de energia para a cidade do Rio foi um mau negócio para a EDF. Assim como foi mau negócio para os calvinistas de Genebra a expedição do almirante Villegagnon, no século 16.
Como diria Alan Greenspan, às vezes os negócios vão mal por falta de sorte. Fez-se o possível para socorrer a Light. O governo deu-lhe empréstimos que produziram lucros artificiais de R$ 407 milhões em 2002. Deram-se também aumentos extraordinários de tarifas, mas o mercado foi perverso.
Desde a encrenca do calote da Eletropaulo, no início do governo de Lula, as concessionárias de energia elétrica chantageiam o governo. Ameaçam degradar os serviços e soltar em cima da nação petista o fantasma da quebra de contratos. Quem está quebrando contratos são as empresas. Se o governo não disser com todas as letras que a retomada da concessão é uma alternativa séria e decente, ele (e os consumidores) serão tungados por mais uns dez anos, até que a Viúva seja convidada a ficar com a conta. Foi assim nos anos 70, quando a ditadura viu-se obrigada a engolir a empresa que nos anos 20 pertencera a Percival Farquhar (Tony Ramos) e será assim amanhã. O governo não deve ter medo da palavra reestatização. As concessionárias é que precisam temê-la.
É falsa a idéia de que a saída da EDF do Rio (ou de qualquer outra elétrica de qualquer outro lugar) é ruim para o país. Foi o raciocínio de que era bom para o país trazer a EDF para o leilão da Light que contaminou a concessão. A encrenca de hoje nasceu em 1996.
"I used to be on an endless run.
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Postby Aldo » 15 Feb 2005, 10:00

E no Big Brother Federal, ops, na Camara dos Deputados, graças a uma estratégia errada, o PT mesmo com a maior bancada não conseguiu fazer o lider (leia-se presidente da casa) E o lider agora é Severino Cavalcante do PP de AL. Enquanto isso se degladiaram dentro da legenda da estrela vermelha o Luis Eduardo Greenhalgh; que contava com o apoio do partido, do governo e do então presidente ( vindo de Oz ) João Paulo ( que só virou Cunha depois que virou presidente ); e Virgilio Guimarães, o mais votado na bancada petista mas preterido pelos bambambans...E que vai para o Paredão, ou seja, provavelmente seis meses de gancho, suspensão das atividades partidárias.
Cavalcante, 74, tem agora o pudê de entornar o caldo das votações de interesse do guverno...A bandeira que defendeu durante o periodo de campanha foi a maior independencia do Executivo...
O presidente da Câmara é o primeiro a substituir o presidente da República na ausência de seu vice. Nas mãos do presidente, está o poder de determinar a pauta da Câmara e controlar todas as votações da Casa. No cargo, Severino Cavalcanti também poderá elevar, por ato normativo, os salários dos deputados.
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Postby Aldo » 15 Feb 2005, 10:08

Alguns jornais americanos publicaram sua preocupação sobre a corrida armamentista da Venezuela, que na visita de Lula a Chavez ( não o do oito ) comprou caças brasileiros (Eu tenho que ouvir cada coisa nessa vida, viu?!?) Corrida armamentista? Com caças brasucas? Só se for pra não chegar atrasado a um pagodão...
De Caracas o presidente vai a Georgetown, capital da Guiana, sim, finalmente veremos cenas deste país que fica aí emcima mas não apita nada e nem faz parte da Conmebol...Dizem que tem bauxita lá, agora se tem população, disso eu nunca ouvi falar.
AF
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Postby mends » 15 Feb 2005, 13:19

caça brasileiro é ótimo. Como chama um caça brasileiro? Tuiuiú?
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Postby mends » 15 Feb 2005, 17:56

Greenhalgh culpa governo pela derrota na Câmara
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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) culpou hoje o governo pela derrota de sua candidatura à presidência da Câmara. "Eu perdi a eleição, mas a derrota é destinada ao governo. O voto que me derrotou foi o voto da insatisfação com o governo pelo tratamento dado aos parlamentares", afirmou.

Candidato oficial do PT, Greenhalgh disputou a presidência da Câmara com outros quatro candidatos e era considerado o favorito para substituir o então presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP).

Mas, em uma das eleições mais disputadas dos últimos tempos, os deputados acabaram elegendo Severino Cavalcanti (PP-PE), cuja principal promessa de campanha foi o aumento do salário dos deputados com direito à equiparação com os rendimentos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Na votação do primeiro turno, Greenhalgh teve 207 votos; Severino Cavalcanti somou 124 votos; o canditato avulso Virgilio Guimarães (PT-MG) teve 117 votos; José Carlos Aleluia (PFL-BA) contou com 53 votos e Jair Bolsonaro (PFL-RJ), com 2 votos. Votaram em branco três deputados e nulo, outros quatro.

No segundo turno, só teve 195 votos --menos que os 207 obtidos no primeiro turno, três horas antes. Já Severino Cavalcanti recebeu 300 votos.

Greenhalgh também questionou a quebra da tradição da Casa, na qual o partido com maior número de deputados indica o presidente, e afirmou que o governo federal precisa rever sua relação com o Congresso.

Segundo Greenhalgh, os líderes devem rever suas relações com as bancadas. "Eu pergunto, que partido venceu as eleições?", questionou, sugerindo que todos saíram derrotados, já que nenhum líder conseguiu manter o controle sobre o voto de suas bancadas.

...é brincadeira...
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Postby mends » 23 Feb 2005, 10:04

ELIO GASPARI

Lula é o seu próprio dragão
Lula deveria dar uma trégua aos seus ouvintes. Na condição de presidente, suas falas têm um valor pedagógico que independe tanto de sua vontade como de sua sintaxe. Ele vem fazendo mau uso dessa atribuição. Agora acusou "alguns conservadores da área madeireira" pela anarquia e pelas delinqüências da floresta paraense.
O companheiro acha que "conservador" é sinônimo de bandido? Para mencionar apenas políticos que já saíram da fotografia, foram conservadores o inglês Winston Churchill, o americano Ronald Reagan e o alemão Helmut Kohl. O primeiro salvou a civilização ocidental do nazi-fascismo, o segundo devolveu a confiança ao Império Americano e o terceiro unificou a Alemanha. Conservador é uma expressão política muito mais séria do que "petista". Conhecem-se as propostas e os compromissos dos conservadores do século 20 e pode-se especular quais idéias defenderão no 21. Ganha uma viagem a Cuba no AeroLula quem for capaz de fazer isso com o PT Federal.
Lula mostra gosto na construção de um dilema político no qual encarna um são Jorge que enfrenta dragões conservadores. É empulhação da boa, porque se baseia na satanização da outra parte. Está fazendo com os outros o que fizeram com ele. Se essas construções alopradas assombrassem discursos improvisados, seria possível dar um desconto. Os "conservadores da área madeireira" foram uma produção do "Café com o Presidente". Trata-se de uma conversa gravada, da qual podem-se retirar impropriedades e cacos de vidro.
Lula consumiu 25 anos do seu tempo (e do alheio) caçando o dragão do governo. Tendo chegado ao Planalto, estilhaçou o bestiário. Ora ataca a ordem mundial, ora refere-se aos séculos de injustiça que antecederam sua chegada à manjedoura do palácio. O bicho faz-lhe uma enorme falta. Ou Lula se livra desse dragão ou, numa tarde de Brasília, olhando para a própria sombra, descobrirá que o dragão é ele.
No mesmo discurso dos madeireiros conservadores ele anunciou: "Atingimos a maioridade no controle da nossa Amazônia e no controle das nossas florestas". Enquanto a fantasia medieval serve para a sua autoglorificação, tudo bem. É um modelo cansativo, mas não faz mal a ninguém. Quem teve oito anos de FFHH não haverá de se incomodar com vaidades presidenciais. Quando a fantasia isola um pedaço da sociedade (a elite, os conservadores, os ricos, os convidados de Ronaldinho), o jogo fica mais pesado. Há nele um cheiro de Hugo Chávez, mas, ainda assim, é direito de Lula jogá-lo. O que não se pode fazer é ofender o conhecimento. Como ele mesmo gosta de dizer, neste-país-ninguém-tem-o-direito de confundir bandidos com conservadores.
Do último "Café com o Presidente", resta um mistério. Lula disse mais o seguinte: "E esses, que se precipitaram e mataram pessoas, terão que ser punidos. O lugar que está reservado a esses cidadãos, tanto aos assassinos quanto aos mandantes, chama-se cadeia". O que vem a ser uma precipitação na Terra do Meio? Como se pode dizer que o pistoleiro Rayfran das Neves Sales precipitou-se ao dar seis tiros na irmã Dorothy Stang? É coisa que só Lula sabe.
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Postby mends » 09 Mar 2005, 08:49

pra onde foi nosso dinheirinho. lembranças de Paris!

Giba Um

Nova decoração
A ex-prefeita Marta Suplicy aproveitou seus esticados dias em Paris para fazer algumas modificações no apartamento que seu marido, Luis Favre, tem na capital. Também aproveitou para ver de perto possibilidades de novos investimentos do casal em Paris: um deles é uma eventual participação num shopping center de porte médio.
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Postby Aldo » 14 Mar 2005, 11:24

O, E as paradas da Veja FARC-PT-Os Sandinistas-Os Zapatistas-UNITA (União Nacional para a Independencia Total de Angola)-Al Qaeda-MST-ETA-IRA-Os REbeldes Chechenos-Os Trapalhões-ETC?
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Postby mends » 14 Mar 2005, 11:41

Alguma dúvida? Teve esquerdista militante-socialista-coitadinho-choppinho no leblon que pegou uma bufunfa. Duvido que tenha sido institucional a parada, mas tem muito socialistazinho marxistóide maluco que acha que aquele bando de bandido é "revoluciotário", assim como acham que o MST o é - e os putos do MST ainda usam dinheiro do contribuinte pra invadir propriedade alheia e fazer "universidade", nos moldes dos ensinamentos do Antonio Gramsci, de desconstrução cultural de um sistema pra substituí-lo pelo socialismo. Vai falar o que desses malucos? Só cadeia mesmo.

enquanto isso, na sala de justiça social...

Voar ou sanear, eis a questão

Petista federal gosta de avião, quem gosta de esgoto é intelectual. Em 2004, o governo Lula gastou R$ 810 milhões em passagens e diárias. Somando-se a esse ervanário os R$ 126 milhões do AeroLula, chega-se a um total de R$ 936 milhões. Segundo o Palácio do Planalto, nesse mesmo ano todos os gastos do governo com programas de saneamento somaram R$ 1,2 bilhão.
A diferença entre o que o pessoal gasta em saneamento e o que consome nas viagens está em menos de R$ 300 milhões.
O programa de saneamento ambiental urbano do Ministério das Cidades passa fome e viaja a pé: O Sistema Integrado de Administração Financeira, o Siafi, informa que em 2004 foram gastos R$ 90,4 milhões de uma dotação autorizada de R$ 893,5 milhões.
Isso na rota do trabalhório. Na do palavrório, só nos últimos quatro meses de 2004 realizaram-se 11 seminários para discutir o Anteprojeto de Lei da Política Nacional de Saneamento Ambiental.
Curiosidade: o total dos gastos com diárias e passagens dos companheiros aninhados na Presidência da República e nos seus gabinetes foi de R$ 20 milhões. Nesse cheque não estão computadas as viagens do comissário José Dirceu em aviões militares, inclusive aquela que se destinou a abrilhantar um encontro partidário.
(ELIO GASPARI)

Só lembrando de duas lições essenciais de ROBERTO CAMPOS:

"Foi precisamente o capitalismo 'selvagem' dos americanos, que fala mais em individualismo que em solidariedade, mais em competição que em compaixão, que se provou o mais 'includente', criando empregos não só para os nativos mas para milhões de 'excluídos' de outros continentes."

"Os esquerdistas, contumazes idólatras do fracasso, recusam-se a admitir que as riquezas são criadas pela diligência dos indivíduos e não pela clarividência do Estado."
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Postby mends » 14 Mar 2005, 11:43

ELIO GASPARI

Não rias do FMI, Argentina
Saiu um livraço nos Estados Unidos. Chama-se "E o Dinheiro Continuou Entrando (e Saindo) - Wall Street, o FMI, e a Bancarrota da Argentina". Seu autor é o jornalista Paul Blustein, do "Washington Post". Ele já escreveu "O Castigo" (editado no Brasil), onde contou como o FMI desgraçou a vida de centenas de milhões de pessoas durante a crise asiática de 1997.
O título do novo livro de Blustein saiu de duas falas do Che Guevara no musical "Evita". Baseia-se em mais de cem entrevistas com a cúpula do FMI, a ekipekonômica argentina e os sábios do mercado. Vai de 1991, quando o presidente Carlos Menem equiparou o peso ao dólar, até 2002, quando a paridade foi abandonada com o país na bancarrota e metade da população na miséria.
Blustein mostra que a turma do andar de cima da economia mundial se diverte à custa da patuléia cá de baixo. Dois exemplos:
Em 1992, quando Carlos Menem era rei, o economista-chefe do FMI, Michael Mussa, disse a um argentino de sua equipe que estava voltando para Buenos Aires para trabalhar com o presidente do Banco Central, Roque Fernandez: "Diga ao Roque para cair fora enquanto ele está numa boa".
Em agosto de 2001, o país ia para o ralo. Glenn Hubbard, presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, estava em casa falando ao telefone com George W. Bush. A conversa era atrapalhada pelo choro e pela voz de uma criança. Era Will, o filho de três anos de Hubbard. O economista explicou ao presidente: "Ele está chorando pela Argentina".
Apesar do róseo lero-lero da banca, a idéia da reestruturação da dívida argentina não saiu da cabeça dos opositores da paridade. Ela começou a ser discutida no FMI em novembro de 2000. Chamava-se "Plano Gamma". Em outubro de 2001, os banqueiros tentaram transformar parte da dívida em anéis de fumaça. Seu arquiteto era o doutor William Rhodes, do Citibank. Nesses dias, o FMI mandou secretamente para Buenos Aires o economista Mathew Fisher, vulgo "papa-defunto". Levava uma proposta pela qual os credores entregariam algo entre 30% e 40% do valor de seus papéis. Não deu certo.
Blustein é um grande jornalista e escritor elegante. Por mais duras que sejam suas conclusões, não há nelas viés satanizante. Com algum gosto, dá a palavra ao atual ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, para falar dos riscos do andar de baixo:
"O pior momento é aquele quando o mercado financeiro está com dinheiro sobrando. É nessa hora que os países cometem seus piores erros"**.

(**) Vide crise da dívida de 82, desvalorização de 99 etc etc
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Postby mends » 14 Mar 2005, 11:48

Mais ELIO GASPARI

FFFHHH 2006
Um curioso que foi atrás da agenda e das recentes conversas de FFHH chegou a duas conclusões: °°°1) Ele é candidato a presidente da República. °°°2) Junto com sua candidatura vem a promessa de que, por sua vontade, ficará só quatro anos. Assumiria com 75 anos e terminaria o mandato com 79. °°°Nesse caso, depois de chegar ao poder em 1995 como FHC, transformando-se quatro anos depois em FFHH, ele poderá reencarnar como FFFHHH em 2006. A idéia de um retorno do príncipe para desmanchar o instituto da reeleição seria uma boa contribuição ao ordenamento político nacional. Pena que tanto ele quanto Lula tenham repetido que eram contra a reeleição. Quando chegaram aos roupões de algodão egípcio, esqueceram o que escreveram, o que leram, o que disseram e o que pensaram.

** Nota do "colador": Lula e escumalha podem ser proto-fascistazinhos marxistóides, mas não devemos esquecer que FhC (aumentativo de Phd, como diz o Millôr Fernandes) foi um dos maiores LADRÕES deste país - maiores detalhes no livraço A MELHOR DEMOCRACIA QUE O DINHEIRO PODE COMPRAR, do Greg Palast, que é tudo aquilo que o Michael Moore queria ser
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Postby mends » 14 Mar 2005, 19:01

Da série "pra onde vai nosso dinheirinho"...

GIBA UM

Corte com segurança
Sandro, um dos filhos do presidente Lula, acha que sua namorada merece o mesmo cabeleireiro que atende sua mãe e, na semana passada, tratou de levá-la ao Studio W, onde o coiffeur Wanderley Nunes tratou de lhe dar um novo visual. Sandro ficou durante todo o tempo de pé, ao lado da cadeira da namorada, acompanhando tudo. Lá fora, dois seguranças e, no estacionamento, outro, que dirige o Omega da Presidência. Um dos seguranças de Sandro há algum tempo, foi baleado (estava no carro, na porta da casa do namorada), enquanto Sandro namorava.
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Postby mends » 16 Mar 2005, 11:39

ELIO GASPARI

A diplomacia da megalomania
O melhor negócio do mundo é comprar a política externa de Lula pelo que ela vale e vendê-la pelo preço que sua propaganda apregoa.
O companheiro construiu uma parceria estratégica com a China. Jogou o Brasil na defesa da política de direitos humanos de Pequim. Afora outras práticas, como o comércio de órgãos de presos fuzilados, trata-se de uma ditadura high-tech: limita o acesso de seus cidadãos à internet e, segundo uma pesquisa de 2004, há cerca de 20 mil páginas bloqueadas pela censura, que iguala notícias como a morte de um ex-dirigente político e pornografia.
Pode-se argumentar que o Brasil não tem nada a ver com os direitos humanos dos chineses. Como diria o camarada Deng Xiaoping, não importa se o gato é branco ou preto, importa que coma os ratos. No caso, importaria apenas que a China é um grande mercado para os produtos brasileiros.
Como dizia a "Canção do Subdesenvolvido", o hino antiamericano dos anos 60, de Carlos Lyra e Francisco de Assis:
"Começaram a nos vender e nos comprar
(...)Comprar minério, vender navio".
Pois é, em 2005, "a terra de amores, alcatifada de flores", vende minério aos chineses e deles compra aparelhos eletrônicos, produtos químicos e componentes de computador. Depois que Lula visitou Pequim, em abril de 2004, os chineses ganharam um refresco comercial. Suas exportações para o Brasil cresceram 83% em um ano. A importação de móveis aumentou 96%. Nos dois primeiros meses de 2005 as vendas chinesas cresceram 55%, enquanto as brasileiras ficaram em 5,5%, muito abaixo do aumento médio das exportações nacionais. Se ninguém fizer nada, a parceria estratégica do Brasil com a China fecha 2005 com déficit comercial.
Lula considera-se um novo patriarca da integração latino-americana. Azedou a relação com a Argentina, foi deixado meio de lado pelos presidentes Ricardo Lagos, do Chile, e Vicente Fox, do México. Não conseguiu que o presidente Tabaré Vazques retirasse a candidatura de um diplomata uruguaio conservador e pró-americano à direção da Organização Mundial do Comércio. Fechou uma aliança com o coronel Hugo Chávez e com o comandante Fidel Castro. Bom proveito. Depois deles, o presidente que mais confetes joga em Lula é George Bush. Tudo o que ele quer na vida é um presidente brasileiro que manda tropas para o Haiti, congela o apoio à renegociação da dívida argentina e é visto como um quindim pelo FMI e como um esquerdista pelo "New York Times".
O programa mundial de combate* à fome lançado por Lula na ONU embute a idéia de um imposto transnacional que provoca dois tipos de reação. É apoiado por quem sabe que um negócio desses não fica em pé ou é condenado por quem não pode brincar com os impostos de seu povo. (Bush e Tony Blair, por exemplo.)
A política externa de Lula está mais para banda de rock do que para atividade diplomática. Sua dimensão internacional foi reconhecida por Bono Vox, o roqueiro do grupo U2, que lhe atribuiu a mudança da agenda do Fórum Mundial de Davos. Pode até ser verdade, mas para quem tem Gilberto Gil, Bono não acrescenta muita coisa.

(*)Nota do colador: imposto sobre a fome de cú é rola. Acabar com a fome exige MAIS capitalismo, não menos. MAIS riqueza, não menos. Espalhar o capitalismo pelo mundo, não frea-lo. Promover a liberdade dos homens, promover o trabalho, não esse oba-oba nojento e hipócrita de relativismo cultural, de "preservar a cultura", anti-globaização...isso me lembra nego reclamando, naquele FORUM SOCIAL MUNDIAL, que as multinacionais de alimento são nocivas PORQUE VENDEM ALIMENTO MAIS BARATO E MATAM O PEQUENO PRODUTOR! VENDEM MAIS BARATO! VENDEM MAIS! MAIS GENTE COME!!!!!!!!!!
Plantas transgênicas duram mais: se você não gosta de transgênico, pára de comer pipoca no cinema.
Vontade de mandar todos esses esquerdistazinhos-imbecis-politicamente corretos de volta pros antigamente, quando nego cagava no mato, limpava c'amão, comia mal e morria com trinta anos.
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Postby mends » 21 Mar 2005, 09:10

como se não bastasse existir, a gente é quem paga:

GIBA UM

Gays bem pagos
Antes de sair, o ministro Humberto Costa deixa tudo pronto: a Saúde manterá apoio financeiro à Paradas de Orgulho GLT (Gays, Lésbicas e Trangêneros) em todo o país. Até o final do mês, as organizações devem enviar toda a programação do evento para ganhar uma ajuda do contribuinte de até meio milhão de reais para cada parada.
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Postby Danilo » 21 Mar 2005, 10:44

Vou pedir então um auxílio desse Ministério para uma outra parada. A parada da Guerra contra Timidez, que vai auxiliar muita gente: eu e mulheres nas redondezas. E eu até sou econômico, nem preciso de meio milhão, nem meio meio meio meio milhão pra isso!
:tiraacamisa:
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