O talento do trash

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Postby telles » 02 Jul 2004, 08:46

O talento do trash
Pânico na TV, o humorístico que não tem vergonha da própria ruindade, é o antídoto contra a hipocrisia de uma programação estúpida
<span style='font-size:8pt;line-height:100%'>Por Nelson Hoineff</span>
<a href='http://bravonline.uol.com.br/impressa.php?edit=tv&numEd=81' target='_blank'>Bravo! Online</a>
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Foi a arrogância dos medíocres, foi a hegemonia dos perfeitos idiotas travestidos de sapientíssimos conselheiros de subservientes telespectadores que transformou a televisão brasileira no lixo que ela é, tolheu a criatividade, desestimulou a utilização das mais notáveis potencialidades do veículo. Foi tudo isso que fez com que a televisão brasileira, em sua maior parte, falisse moralmente, se idiotizasse a níveis constrangedores tanto para quem assiste quanto para quem faz — ainda por cima conseguisse a façanha de mergulhar numa crise financeira inimaginável para um negócio que atinge 100 milhões de consumidores todos os dias.
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<span style='font-size:8pt;line-height:100%'>O Vesgo beijando de língua a Roberta Miranda! Muito Trash!</span>

Foi tudo isso, também, que fez com que o trash se transformasse numa espécie de instância anti-hipocrisia, porque em grande medida ele é o ruim se revelando como tal, sem pretender enganar ninguém, sem ser tolo querendo fazer de quem o ouve um tolo maior. Na TV repleta do embuste mais primário que se pode oferecer hoje a um cidadão (rivalizado apenas por campanhas políticas), o trash assume um papel de cumplicidade com quem procura preservar o olhar crítico. E, como tal, ganha uma posição que não teria se o mainstream televisivo — não importa se da TV privada ou pública — oferecesse um mínimo de matéria-prima, formasse alguma massa crítica, por pequena que fosse, para a reflexão em torno do que ele constrói.

Em raros momentos, o trash vem permeado do talento que existe em torno de alguns programas. Um deles é Pânico na TV — e aí, mais do que desejado, é esperado que ele sobressaia. A história da televisão brasileira está recheada de exemplos do humor trash que migraram diretamente do rádio — de PRK-30 a Escolinha do Professor Raimundo — e também do uso do improviso como marca de estilo. Basta ver os inúmeros filhotes bastardos de Perdidos na Noite, que em sua maioria foram incapazes de absorver até mesmo o conceito que havia numa coisa tão simples. No primeiro caso, a transição do rádio (Pânico vem da Jovem Pan) significa também a transição de um meio macluhanamente quente para outro frio — e é natural que o espectador se decepcione um pouco com personagens que eram outros no seu imaginário.

Mas os personagens de Pânico na TV — o Repórter Surdo e o Repórter Vesgo, sobretudo, mas também Silvio Santos e a Morte, por exemplo — são bons. Não tão bons quanto os do Programa do Ratinho, provavelmente ainda o melhor da televisão brasileira, em cuja estética Pânico na TV bebe sem vergonha nem moderação. Mas suficientemente bons para estimular no espectador reações distintas das que se poderiam esperar de um símio.

Em criatividade e ousadia — mas também na utilização de elementos intrinsecamente televisivos —, Pânico na TV está hoje mil pontos acima da média do que se produz ao seu redor. Não desfruta do suave deslumbramento da ignorância, do brilho eterno de uma mente sem lembranças, vazia, que Michel Gondry foi buscar em Alexander Pope — e que, se ainda não é, faz o efeito de um hino do que é hoje a TV, ainda que esteja tão longe do que a TV deve ser.

Tímido ainda, Pânico na TV pode e deveria se tornar ainda mais anárquico, mais generosamente debruçado sobre seus próprios elementos de linguagem. Mas um minuto dele já contém mais informação, inteligência e respeito ao público do que, para dizer o mínimo, uma semana inteira do People & Arts.
Telles

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Postby Aldo » 02 Jul 2004, 14:24

Porra mano, a parada mais inrada do Cânico na Tevê é quando o Emilio Sukita aparece na gazeta no comercial do UOL tudo ao mesmo tempo....
Beijar a Roberta Miranda é Trash, mas beijar a Xuxa e ainda receber elogio é melhor, tomar uma porrada do Bicha Fasano é demais!!!
E a mulher samanbaia é tudo o que se quer de uma mulher, ogramente falando, BUNDA...ela é um objeto para se por as capas dos filmes que passam nos outros canais, um simples objeto, um simples objeto muito gostosa, diga-se de passagem...passagem da minha mão nela
Os filmes que passam nos outros canais, aliás, são resenhados ao vivo com o final e tudo e a constatação que o filme é ridiculo, é muito ruim, verdade pura
A Sabrina com aquele sotaque eidiano, por falar nisso, por que ele nao se encontra aqui na buzenga?
E aquele cara que imita o Silvio e o Clodovil...impagável....Mas se vc quiser tirar uma soneca no domingo gastando força da TV veja Pizza do Faustão
AF
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