PELE HUMANA COMO CABO DE REDE

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Postby mends » 08 Jul 2004, 15:17

Microsoft ganha patente para usar pele humana para transmitir dados
The Economist



Parece brincadeira de 1º de abril, mas não é. A Microsoft, a imperialista do mundo da tecnologia da informação (TI), conseguiu patentear o corpo humano como uma rede de computador. A patente 6.754.472, emitida em 22 de junho, é para "um método e aparato de transmissão de energia e dados pelo uso do corpo humano".

No momento, os malucos que querem criar a chamada personal area network (PAN), ou rede de área pessoal, precisam ligar seus aparelhos eletrônicos pessoais - telefones móveis, pagers etc - usando sinais de rádio ou infra-vermelho. O que a Microsoft está propondo é o uso das propriedades condutoras da própria pele para transmitir os dados necessários para a criação de tal rede. E a companhia não pára nos seres humanos. "Uma grande variedade de animais vivos", diz ela, poderia ser usada para criar os "computer buses", ou ônibus computadorizados, como eles são conhecidos tecnicamente.

Muitas pessoas carregam, hoje, uma série de aparelhos eletrônicos portáteis, cada um deles com seus próprios teclados, monitores, unidades de processamento e fontes de energia. A idéia por trás da patente é acabar com alguns desses itens.

Se esses aparelhos fossem colocados em rede seria possível ter, digamos, apenas um teclado para um telefone móvel, um tocador de MP3 e um micro de mão. As teclas poderão até ser o antebraço de uma pessoa.

Conforme explica a patente, "a resistência física oferecida pelo corpo humano pode ser usada para implementar um teclado ou outro dispositivo embutido, além de estimar as distâncias entre os aparelhos e a localização dos aparelhos. Ao variar a distância na pele entre os contatos correspondentes às diferentes teclas, diferentes valores de sinais podem ser gerados representando entradas diferentes". Em outras palavras, você poderá datilografar na própria pele.

A Microsoft também sugere o uso do corpo para gerar energia para a rede. "Um conversor de energia cinética" no sapato ou no relógio de pulso produziria eletricidade da mesma maneira que os antigos relógios nos quais se dava corda - tirando energia dos movimentos normais do usuário.

A patente mostra que os aparelhos portáteis ligados em rede que empregam radiofreqüência ou raios infravermelhos possuem limitações. Os dispositivos que usam os sinais de rádio consomem muita energia e têm tendência a sofrer interferências de outros aparelhos que operam em freqüências próximas.

Há também temores de que eles possam ser suscetíveis a ataques de hackers. A comunicação através de raios infravermelhos sofre dos mesmos problemas, com a limitação adicional de exigir uma linha direta de visão entre os objetos.

A Microsoft alega que sua abordagem de "comunicação intracorpórea" não sofre desses problemas e proporciona uma maneira segura de transferência de dados entre aparelhos.

Tudo isso soa revolucionário, mas a Microsoft não é - como ocorre freqüentemente com as "inovações" da empresa - a pioneira nesse campo. O laboratório de mídia do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a IBM desenvolveram juntas a idéia de usar o corpo humano como uma rede pessoal quase uma década atrás.

O primeiro protótipo PAN, demonstrado na feira de tecnologia Comdex, em 1996, mostrava como duas pessoas poderiam transmitir eletronicamente detalhes de um cartão de apresentação, uma para a outra, com um aperto de mão. Pouca coisa foi feita, desde então, para desenvolver a tecnologia, e a maioria das pessoas parecia satisfeita com PANs de radiofreqüência, como o Bluetooth.

A Microsoft está protegendo o mais que pode suas cartas e se recusa a comentar como pretende desenvolver sua patente, transformando-a em algo que as pessoas queiram comprar. Algumas das características do PAN da Microsoft desencorajariam até os mais fanáticos por tecnologia - a mais óbvia sendo o problema de como os aparelhos eletrônicos seriam atados ao corpo.

A patente sugere um par de eletrodos, atados à pele, para cada aparelho. Entre eliminar os dispositivos de entrada e saída redundantes e a inconveniência de ter dezenas de eletrodos atados à pele, a segunda hipótese obviamente não parece favorecida. Mesmo assim, é de admirar o esforço deles.

**minha questão é: serei, daqui por diante, mera banda larga de transmissão? :lol:
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Postby Danilo » 08 Jul 2004, 16:32

O pior vão ser diálogos do tipo:
- Cara, peguei outro vírus!
- Gripe?
- Não, aquele worm novo que ataca PAN-mails

O futuro assusta.
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