Clippings e notícias

Notícias do cotidiano e outros assuntos que não se encaixam nos demais.

Postby mends » 09 Mar 2004, 18:47

Essa é boa! Agora temos que aguentar um advogadozinho de merda decidindo o que um adulto vacinado pode ou não pode ver ou ler!!! :angry: Já queria ver o filme, e agora é que vou mesmo! :chair:


Advogado pede proibição de "A Paixão de Cristo" no Brasil


THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo

O advogado paulista Jacob Pinheiro Goldberg entrou hoje com requerimento no Ministério da Justiça pedindo a proibição ou a exibição apenas para maiores de 18 anos de "A Paixão de Cristo", polêmico longa de Mel Gibson, 48, sobre as 12 últimas horas de Jesus Cristo.

A data de estréia do filme no Brasil é o próximo dia 19.

"[O filme] É uma apologia e uma distorção histórica capaz de conduzir à discriminação anti-semita", disse o advogado, que assistiu ao filme numa cópia pirata em DVD, comprada, segundo ele, na rua Augusta, em São Paulo.

Jim Caviezel como Cristo no polêmico filme de Mel Gibson; veja mais fotos

"Mel Gibson trata a crucificação de Jesus como se fosse um show de porno-sado-masoquismo. É uma grosseria. É até anticristão."

"A Paixão de Cristo" entrou em cartaz em 25 de fevereiro nos EUA (Quarta-Feira de Cinzas) e arrecadou mais de US$ 117 milhões nos EUA nos primeiros cinco dias de exibição. O longa custou US$ 30 milhões (Gibson investiu do próprio bolso US$ 25 milhões).

Desde que foi lançado, o filme vem provocando polêmica nos EUA, principalmente com grupos judaicos, que acusam a produção de anti-semitismo.

Segundo esses grupos, o filme passa a idéia de que os judeus foram os únicos responsáveis pela morte de Cristo. Além disso, o longa foi acusado pela imprensa americana de "extremamente violento".
"I used to be on an endless run.
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Postby mends » 10 Mar 2004, 18:12

Saiu um artigo impressionantemente bom na Carta Capital dessa semana. Por falta de tempo de digitar - não tem na net - e pra não cansar que lê o fórum, vou pôr em capítulos, e se fizer algum comentário, eles estarão entre **. O artigo é de um repórter americano chamado Greg Palast.

Quando era menino, o secretário do Tesouro americano, Robert Rubin, sonhava ser presidente do Brasil. E em 1999, seu sonho se realizou. É calro que, como tem endereço em Washington e nacionalidade americana, Rubin conquistou o poder no Brasil da única maneira que podia: por meio de um golpe brilhante. :o
Em outubro de 1998, o presidente nominal do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, foi reeleito para o cargo por um único motivo: tinha estabilizado o valor da moeda brasileira e, portanto, contido a inflação. Na verdade, não tinha. O real brasileiro estava ridulamente supervalorizado. Mas com a aproximação das eleições, as taxas de câmbio simplesmente desafiavam a gravidade. Esse milagre deu a reeleição a Cardoso. Só que não existem milagres. :unsure:
Quinze dias depois da posse de FHC, o real desapareceu e morreu. Seis meses depois da eleição, ele tinha aproxiamadamente a metade do valor que tinha no dia da eleição. A taxa de aprovação de FHC despencou para 23%. Tarde demais. :ranting:
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Postby mends » 10 Mar 2004, 18:16

CARLOS HEITOR CONY

Conveniência do porão
RIO DE JANEIRO - Toda vez que estoura um escândalo, real ou não, os interessados se esforçam em desviar a atenção da sociedade, procurando saber quem e por que divulgou a tramóia, pondo o escândalo em plano secundário e até mesmo esquecido.
Sempre reclamei da estratégia dos envolvidos, procurando me limitar ao escândalo em si, tal como ocorreu com a compra de votos para o segundo mandato de FHC e outros casos antigos ou recentes.
Contudo, no escândalo que envolveu um ex-assessor do chefe da Casa Civil da Presidência da República, não deixa de ser estranho que os fatos tenham esperado quase dois anos para serem revelados.
Bandidos e mocinhos envolvidos na questão aguardaram pacientemente o momento oportuno para jogar tudo no ventilador. De duas uma: ou o ato da corrupção em si foi considerado menor, devido a quantias relativamente pequenas, que nem mereciam abertura de contas secretas nos paraísos fiscais, ou a corrupção, de tão assimilada, de tão freqüente e pedestre, não tinha dinamite suficiente para abalar o governo e o partido que está no poder.
Não se trata de encobrir o principal para perder tempo procurando os detalhes. Na Antigüidade, era comum os tiranos mandarem cortar a língua dos mensageiros que trouxessem más notícias, como péssimas colheitas ou batalhas perdidas. Esse tempo não passou de todo, mas, no caso em questão, é curioso e profilático saber como as coisas aconteceram.
Irrelevante conhecer os autores materiais da cena gravada em território da Infraero. Nem mesmo conhecer os seus mandantes. O tempo que se perderá nessa investigação ajudará a esquecer o núcleo do caso, que é a corrupção instalada no mecanismo do poder.
Mas o tempo em que a bomba ficou guardada nos porões da política nacional, essa, sim, é uma questão que precisa ser esclarecida para a total absolvição dos inocentes e a ampla condenação dos culpados.
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Postby mends » 10 Mar 2004, 18:20

Com a tentativa de pegar agora o filho do Dirceu, tô começando a achar que é "fabricação de crises"....e crise fabricada é sempre alguém querendo ganhar dinheiro... :unsure:
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Postby mends » 10 Mar 2004, 18:24

ELIO GASPARI

O problema (ou a solução) tem nome: é Lula
Pode-se pensar que o nome do problema seja José Dirceu. Quem sabe, Antonio Palocci. Ou até Luiz Gushiken. Juntando os três resulta uma vitamina megalômana, astuta e autista. Se o problema estivesse aí, seria fácil de resolver. O problema dos próximos três (ou sete) anos da política brasileira chama-se Lula.
Em 2002 ele foi designado solução por 52 milhões de brasileiros, e esse fato legitima o que fez, faz e fará no exercício do mandato que a sociedade brasileira lhe conferiu. Se ao chegar aos palácios do Planalto e da Alvorada ele embaralhou biografia, imagem e identidade numa paçoca marqueteira, o problema é dele. Os brasileiros elegeram um sindicalista do ABC e ganharam um presidente que roda por Brasília num Ômega australiano herdado de seu antecessor.
Passado mais de um ano de sua posse, ainda não há um só exemplo de política pública com resultados relevantes que se possa atribuir a Lula. Há grandes intenções, com pequenos resultados. Há muito deslumbramento para pouca administração, muito cravo e canela para pouca Gabriela.
Quando se ouve o presidente da República dizer que sua mãe nasceu analfabeta, teme-se que o Brasil tenha entrado num processo de regressão intelectual. Todas as mães nascem analfabetas e todos os filhos (que também nascem analfabetos) sabem disso. Só Lula acredita que pode dizer isso como se fosse uma novidade ou, no caso, uma nova modalidade de salvacionismo, o bonapartismo da miséria.
A idéia segundo a qual o comissário José Dirceu poderia tocar o governo foi a um só tempo falsa e ignorante. Um chefe de Gabinete Civil centralizando a coordenação política e administrativa foi experiência inédita na redemocratização brasileira. Fora desse período, o chefe do Gabinete Civil só tocavam governos que tinham chefe. O general Emilio Médici era o chefe do professor João Leitão de Abreu e do superministro da Fazenda Delfim Netto. (Delfim está aí para informar se tinha a ousadia de dizer que dividiria seus poderes entre os do Antonio e os do Netto. Fazia isso à tarde e estaria desempregado à noite.) O general Ernesto Geisel era o chefe de Golbery do Couto e Silva. Nunca passou pela cabeça do Satânico Dr. No que pudesse dar um passo sem antes verificar a prudência do gesto. Há apenas um caso em que os chefes do Gabinete Civil (Golbery e Leitão de Abreu) pairaram acima do gabinete presidencial. Isso ocorreu durante a presidência do general João Batista Figueiredo. Livre-se Lula de ser comparado a ele. Por enquanto, guardam semelhanças superficiais e o desconforto com o paletó apertado.
O presidente da República obriga-se a dar pelo menos cinco horas de expediente diárias, a ler algo como 20 páginas e a ouvir (com a real intenção de entender) pelo menos cinco interlocutores. Isso é pouco mais do que se exige de um gerente de banco. Não é exagero querer que o presidente passe por isso. A idéia segundo a qual o Brasil pode ser governado de ouvido é falsa. Isaac Newton, gripado, talvez não conseguisse mostrar que a lei da gravidade fazia sentido. Há coisas que devem ser lidas. Um país de 170 milhões de almas difere de um sindicato. Ele não pode ser dirigido num mesão, onde cada um fala e o chefe desempata.
Lula recebeu da sociedade brasileira um mandato para ser solução. Caso acredite que pode terceirizar essa delegação, retalhando-a entre companheiros como Dirceu, Palocci e Gushiken, terá transformado a solução em problema.
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Postby mends » 12 Mar 2004, 18:50

Punhos sem renda
A reforma que o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, vem tentando fazer na carreira diplomática, desperta legiões de desafetos. Agora, o embaixador aposentado Luiz Antonio Jardim Gagliardi acusa Guimarães de praticar “estelionato” quando pretende mudar a legislação para sistemas de promoções, remoções, pagamentos no exterior e outros pontos na carrière . E acaba ironizando o ministro das Relações Exteriores chamando-o de “Celso Aurélio Amorim Garcia”, uma mistura de seu nome com o do assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, grande amigo de Hugo Chávez. Na reforma em discussão, Guimarães quer que diplomatas sejam contratados por concurso público, sem passar pelo Instituto Rio Branco (o que facilitaria a contratação de cerca de 400 novos diplomatas e petistas de carteirinha).

Sem-gravadora - Graças a Deus!
Aumenta a lista de cantores e cantoras dispensados de gravadoras que estão sendo obrigados a partir para CDs independentes: Simone, Leila Pinheiro, Zélia Duncan, Fátima Guedes, Elba Ramalho, Milton Nascimento, Maria Bethânia, Carlos Lyra e João Bosco, só para citar alguns.

Gulosa
As pretensões de Luma de Oliveira, que abriu mão da pensão do ex-marido Eike Batista e que teria direito a 50% de tudo o que ele construiu nos últimos 13 anos, não são, nem um pouco, razoáveis: não consegue nem pensar me menos de US$ 150 milhões – e isso para fazer um acordo, rapidinho.

Vem processo
Adriana Galisteu foi informada de que, no livro que o jornalista Ernesto Rodrigues está terminando de escrever (e sai este ano), sobre Ayrton Senna, um capítulo inteiro será dedicado à sua traição ao piloto, revelada por Leonardo Senna ao irmão, um dia antes da corrida de Imola (e com fitas grampeadas na mão). Já avisou seus advogados: processa todo mundo, quer impedir a publicação do livro e não quer, nem um pouco, carregar a culpa pela morte de Senna.

Número errado
Os dados oficiais falam em cerca de mil estabelecimentos com bingos e caça-níqueis. E os protestos falam em 320 mil desempregados, o que daria a média de 320 funcionários para cada estabelecimento. Nos grandes bingos fechados, a média de empregados era de 40 funcionários.

Contra a reeleição
Agora, o mesmo PSDB que comandou a operação de reeleição de FHC, acaba de apresentar emenda constitucional para acabar com ela. Argumento: “A reeleição é divergente da tradição republicana, na qual está garantida a alternância do poder caracterizada por mandatos não muitos longos”. A tese é do deputado Jutahy Magalhães, devidamente apoiado pelo presidente dos tucanos, José Serra. Traduzindo: vale tudo para tentar impedir a reeleição de Lula em 2006.
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Postby mends » 15 Mar 2004, 14:15

AMBEV

MARCEL TELLES VENDEU SUAS AÇÕES ANTES...
Mentor da aliança Interbrew/Ambev vendeu 160 milhões de
papéis preferenciais antes daquele que foi o maior negócio
de cervejas do mundo
... E SÉRGIO ROSA COMPROU 3,5 BILHÕES
DE AÇÕES. PERDEU QUASE R$ 900 MILHÕES
Presidente da Previ fez um dos piores negócios do fundo
ao adquirir um monumental lote de ações preferenciais da
Ambev, antes do acerto com belgas
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Por Ricardo Grinbaum e Leonardo Attuch


Negociação Telles começou a se encontrar com os sócios belgas em março de 2003
O brasileiro Marcel Telles, presidente do Conselho de Administração da Ambev, foi quem idealizou, planejou e executou o maior negócio já feito no mundo na área de cervejas: a aliança entre a belga Interbrew e a brasileira Ambev, anunciada dias atrás. Na operação, os três principais ex-controladores da companhia – o próprio Telles e seus sócios Jorge Paulo Lemann e Carlos Alberto Sicupira – receberam um prêmio de 78% na venda de suas ações ordinárias, papéis com direito a voto, e embolsaram US$ 4,1 bilhões. As ações preferenciais da Ambev, porém, caíram mais de 30% depois do anúncio da operação – no mercado financeiro, avalia-se que o negócio foi muito ruim para os acionistas com tais títulos. A novidade no caso Ambev é que Telles foi quem mais vendeu ações preferenciais da companhia, meses antes do anúncio da operação. De acordo com documentos encaminhados à Securities Exchange Comission (SEC), o xerife do mercado financeiro americano – e obtidos pela DINHEIRO –, Telles possuía 372,8 milhões de ações preferenciais da Ambev (1,53% do total), em junho de 2002. No entanto, no dia 15 de julho de 2003, tal posição havia se reduzido para 213,1 milhões de ações (0,93% do total). Telles vendeu praticamente 160 milhões de ações preferenciais no período. Foi quem mais se desfez dos títulos, segundo levantamento da Bloomberg, uma empresa de informações financeiras. Considerando o preço médio dos papéis, apurado pela consultoria Economática, a posição vendida por Telles vale cerca de R$ 70 milhões. Procurada pela DINHEIRO, a Ambev não informou qual a quantidade de ações preferenciais da companhia que Telles ainda mantém em sua carteira de investimentos, nem o porquê de ter vendido um lote substancial de títulos, que se desvalorizaria drasticamente depois do negócio.


O perdedor Rosa, da Previ, estuda ir à CVM para contestar a operação
Os documentos enviados à SEC também revelam que a movimentação financeira de Telles em 2003 contrasta com o que ele vinha fazendo nos anos anteriores. Entre 2001 e 2002, por exemplo, como mostra o relatório da SEC de 17 de junho de 2002, ele ampliou seu lote de preferenciais de 345 milhões para 372,8 milhões de ações. Foi só depois que ele começou a virar a mão e a vender preferenciais, como mostra o relatório da SEC de 15 de julho de 2003. Quatro meses antes do relatório da SEC, em março daquele ano, no Carnaval, aconteceram as primeiras conversas entre acionistas da Ambev e da Interbrew. No camarote da Brahma, na Marquês de Sapucaí, um dos convidados ilustres foi Alexander Van Damme, um dos controladores da empresa belga. Ele veio ao Brasil e passou incógnito no camarote. Em seguida, Van Damme voou para Angra dos Reis, onde se reuniu com os controladores da Ambev na mansão de Jorge Paulo Lemann. As conversas se intensificaram e prosseguiram até que o negócio fosse finalmente concluído. Anunciado publicamente no dia 3 de março último, provocou reação imediata. Analistas e investidores apontam que o acordo privilegiou os controladores em detrimento dos detentores de preferenciais. Pelas contas da Economática, os donos das preferenciais perderam R$ 1,3 bilhão, entre a data do anúncio do negócio e a quinta-feira 11 passada.

A operação Interbrew/Ambev ganhou uma dimensão ainda maior quando executivos da própria cervejaria brasileira, entre eles Victorio de Marchi, oriundo da Antarctica, admitiram que talvez tenha havido vazamento de informações. A denúncia já gerou uma investigação interna do xerife de mercado brasileiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O presidente interino da CVM, Vladimir Castelo Branco, diz que, em tese, a apuração sobre casos de informação privilegiada não se restringe a um prazo limitado entre o início e a conclusão de um negócio. Até mesmo operações com papéis feitas com grande antecedência podem ser investigadas, dependendo das circunstâncias. O que importa, na visão dos técnicos da CVM, é checar se os controladores usaram informações de que os demais acionistas não dispunham, em benefício próprio, para obter ganhos. Não é a primeira vez que esse tipo de problema acontece na vida de Marcel Telles. Quando a AmBev foi criada, na negociação entre Brahma e Antarctica, em julho de 1999, surgiram rumores de que teria havido vazamento de informações às vésperas do anúncio oficial. A CVM chegou a investigar se a trinca Telles, Lemann e Sicupira, controladores da Brahma, havia comprado no mercado papéis com direito a voto da Antarctica, que teriam tudo para se valorizar nos dias seguintes. Otávio Ângelo da Veiga Neto, primo de Sicupira, também foi investigado. Em junho de 2002, os três controladores da Ambev assinaram um termo de compromisso, em forma de acordo, com a CVM. A investigação foi encerrada graças ao pagamento de uma multa de R$ 300 mil e a edição, patrocinada pela Ambev, de um manual de boas práticas corporativas.

Na operação recente, com a Interbrew, o acionista mais prejudicado, por ser o maior detentor de títulos preferenciais, foi a Previ, fundação dos funcionários do Banco do Brasil, que tem mais de 70 mil aposentados e pensionistas. Em julho de 2002, a Previ sequer aparecia no relatório enviado à SEC pela Ambev. Um ano depois, em julho do ano passado, a Previ, sob a gestão do atual presidente Sérgio Rosa, já tinha 3,5 bilhões de ações preferenciais (15,38% do total). Os técnicos da Previ ainda não têm um número oficial das perdas com a operação. Mas, segundo os últimos dados públicos, sua carteira de ações da Ambev valia perto de R$ 2,9 bilhões às vésperas do negócio com a Interbrew. Uma semana depois, o valor caiu para R$ 2 bilhões. Ou seja: sofreu um prejuízo de quase R$ 900 milhões. Depois da perda monumental, a fundação anunciou que deve prestar queixa à CVM. “Estamos conversando com os advogados para decidir qual caminho tomar”, disse um executivo da Previ. Se a fundação não agir, os funcionários do Banco do Brasil irão tomar a dianteira. “Caso fique claro que os três controladores lucraram às custas dos prejuízos dos acionistas preferenciais, a Previ terá que tomar providências”, disse Valmir Camilo, presidente da Associação Nacional dos Funcionários do BB. “E se não fizer nada, podemos ir à Justiça para obrigá-los a agir.”

Reputação abalada. No mercado internacional, há também muito desconforto entre grandes investidores. A americana Alliance Capital, que possuía uma posição de US$ 18 milhões em ações preferenciais da Ambev, perdeu quase US$ 5 milhões. “No passado, eu falei várias vezes com o Marcel Telles e ele sempre disse que não havia risco para os detentores de papéis preferenciais porque ele próprio era um dos grandes preferencialistas”, disse à DINHEIRO o belga Jean Van de Walle, gestor da Alliance. “Se ele vendeu ações, não foi um procedimento ético”. Para Van de Walle, o grande problema da operação Intebrew/Ambev é que os três controladores foram “gulosos” demais. Outro fundo de investimentos, o britânico Schroders, estima ter perdido US$ 30 milhões. “É irracional o que está acontecendo”, afirma Beto Bretas, gestor do fundo. Clecius Peixoto, do Emerging Markets Investors Corporation, avalia que o caso Ambev pode manchar a credibilidade do mercado brasileiro, por evidenciar a falta de proteção aos interesses dos minoritários. E o mais grave é que, graças ao histórico de bons lucros da Ambev, Telles era considerado um ídolo do mercado financeiro. No capítulo final, ele ganhou muito dinheiro, mais saiu com a reputação abalada.
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Postby telles » 15 Mar 2004, 18:04

Tem que ser Telles...... :cool:
Telles

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Postby mends » 15 Mar 2004, 19:05

:P to começando a achar q os telles são os capo di tutti capi e os mazzo são só chefetes locais.
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Postby mends » 16 Mar 2004, 09:06

Segundo Capitulo do artigo da Carta Capital

(...)Não restava muito da presidência de FHC, além do título. Todas as políticas importantes, do orçamento ao emprego, são ditadas pelo FMI e seu órgão irmão, o Banco Mundial. E por trás deles, dando as cartas, estava o secretário do Tesouro, Rubin, que governou de fato o Brasil sem precisar perder uma única festa em Manhattan. Mas esse foi o preço que Cardoso pagou pelos serviços de Rubin na campanha eleitoral. Pois foi o Secretário do Tesouro quem, junto com o FMI, manteve a moeda brasileira alta.
Rubin tem bons motivos para manter a dúbia moeda brasileira, além de ajudar FHC. Sabendo muito bem que a moeda seria destroçada após a eleição, o Tesouro dos EUA garantiu que os bancos americanos conseguissem tirar seu dinheiro do país em condições favoráveis. Entre julho de 1998 e a posse em janeiro de 1999, as reservas do país caíram de US$ 70 bilhões para US$ 26 bilhões, um sinal de que os banqueiros pegaram seu dinheiro e fugiram. Mas a moeda se manteve em alta até a eleição porque o FMI havia prometido crédito ao país.
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Postby mends » 16 Mar 2004, 19:54

Ação orquestrada
É uma ação orquestrada: primeiro, a declaração do PT contra a política econômica do governo petista; depois, a convenção nacional do PMDB onde os neo-amigos do governo, igualmente, desancam a condução da economia; e em seguida, o PL do vice-presidente José Alencar, através de seu presidente nacional, Valdemar Costa Neto, literalmente, pede a cabeça do ministro Antônio Palocci e do presidente do BC, Henrique Meirelles. Atrás de tudo, há o cenário das eleições municipais: até agora, quem tentou passar o chapéu para algum candidato integrante dos partidos que formam a base governista, recebeu recusas imediatas. Habituais doadores de verbas para campanhas argumentam que não dá para ajudar ninguém porque não estão faturando. Outro ponto não revelado: quando um indicado de um partido aliado assume um ministério, não quer dizer que a cúpula do PT admita que cargos estratégicos, como diretorias financeiras, sejam exercidos por gente que não seja petista - e de confiança do núcleo duro .

A seco
Acrescente-se ao cenário descrito, o não atendimento de pedidos pessoais do próprio Valdemar Costa Neto, presidente do PL: entre eles, diretorias do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e especialmente a superintendência da Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Esse cargo no aeroporto internacional paulista quem decide é especificamente o ministro da Fazenda. Nesse primeiro ano e dois meses do governo Lula, Palocci recebeu apenas uma vez Costa Neto e José Dirceu nunca o recebeu sozinho, sempre tendo ao lado, pelo menos, um assessor.

Pânico 2
Como nas seqüências dos filmes de suspense: o Planalto estaria acometido de nova dose de pânico. Uma fita de vídeo, que teria sido gravada numa suíte de um hotel cinco estrelas de Brasília, mostraria uma mala-preta petista, um dos maiores publicitários do país e um diretor-financeiro de grande empresa. Perfeitamente audível, a conversa choca e ruboriza. Como integrantes teriam também ação fora do Brasil, quem estaria preparando a explosão da fita é uma emissora de TV do Cone Sul.

Compras presidenciais
A presidência da República continua abrindo licitações para compras especiais: primeiro quer adquirir um aparelho de ultra-sonografia para atender o Chefe do Governo e figuras do primeiro escalão do Planalto por R$ 165 mil; depois, quer um computador e um notebook, para serem usados no processamento de imagens, por R$ 43,8 mil.

Reentrée
Cumprindo condenação em regime semi-aberto, o ex-empresário Ricardo Mansur está reaparecendo em São Paulo: tem sido visto, almoçando, pelo menos uma vez por semana, no Gero Café, do Shopping Iguatemi. Sua ex-mulher, Patrícia, enquanto isso, continua vasculhando o mundo inteiro em busca da fortuna que ela sabe que Ricardo tem - e ela não sabe onde está.

Nova estratégia
O ex-governador Orestes Quércia não acreditava que Marta Suplicy lançasse o nome de Plínio Ruy Falcão como candidato a vice-prefeito, até mesmo por pressão que deveria receber do ministro José Dirceu, um dos alicerces da aliança entre o governador e o PMDB. Mas, Marta Suplicy agiu rapidamente, aproveitando o imbróglio total provocado pelo affair Waldomiro Diniz. Nesses dias, Quércia nem conseguiu falar com Dirceu. E prepara sua vendetta : lança candidato próprio (não deverá ser Michel Temer) apenas para usar o horário e tentar formar maior bancada de vereadores e espera o segundo turno, quando aposta que Marta irá bater "na sua porta".

Quem diria
Se as brasileiras imitaram as americanas e aderiram ao super-peito, agora é a vez das americanas aderirem ao super-bumbum, privilégio das mulheres tupiniquins. Agora, as americanas querem derrières mais gloriosas, até inspiradas pelo sucesso de Jennifer Lopez e Beyoncé Knowles nesta área. O mais surpreendente é que o silicone para aumento e melhores contornos estéticos das bundinhas gringas, em grande volume, é produzido no Brasil.
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Postby mends » 17 Mar 2004, 10:01

ELIO GASPARI

De santiagodantas@edu para fhc@org.br
Caro professor Cardoso,
Lastimo não tê-lo conhecido. Vi-o outra noite na casa do professor José Arthur Giannotti, onde fico quando vou a São Paulo. Ele não sabe que tenho esse hábito. Talvez suspeite de algo, pelos pequenos furtos que faço na sua cozinha e por alguns livros que tiro do lugar na biblioteca, mas esse não é o assunto da minha carta. Nós dois fomos professores, ministros das Relações Exteriores e da Fazenda. O senhor foi presidente e, em 1962, por pouco eu teria sido primeiro-ministro. Temos coisa séria a tratar. Nosso problema chama-se Lula. Ele me parece um presidente ruinoso. Não é o primeiro nem será o último. Mesmo assim, acredite-me, Lula não é a crise. Lula é mais um ato de bondade daquele que move o Sol e as outras estrelas para que o Brasil se livre da pancada das crises latino-americanas do século 21. (Daqui a gente já viu duas que ainda não aconteceram. Creia-me, são tristes.)
O Juscelino lembrou-se de que há exatos 40 anos, no dia 17 de março de 1964, conversou com dois dirigentes comunistas, o Hércules Correa (que está por aí) e o João Massena (que foi assassinado em 1974). JK lhes disse que era preciso botar a sucessão presidencial na rua. Ele não esqueceu a data porque diz que foi a véspera do dia em que apareceram as fotografias da Brigitte Bardot seminua em Búzios. O senhor conhece o JKà.
Contou-me o Jorge Guinle, com quem tomei uma taça de vinho, que os jornais daí estão rememorando 1964. Fazem bem. Não quero chateá-lo relembrando a minha proposta da "esquerda positiva", porque seria perder tempo. 2004 nada tem a ver com 1964, os radicalismos são diferentes, os riscos são diversos e, infelizmente, os personagens são piores. Em 1964 a democracia brasileira foi à breca aos 18 anos de idade. A de hoje já fez 19, se estimarmos que nasceu em 1985, ano da posse do Tancredo Neves e do José Sarney. Seu vigor deriva mais da falta de golpistas do que da presença de democratas.
Eu o ouvi outro dia, expondo sua teoria das crises sem causa. Magistral a sua análise da crise de 1961, que quase leva o Brasil à guerra civil por nada. Fiquei pensando no caso e ocorreu-me o seguinte:
Hoje, 40 anos atrás, a direita lacerdista não admitia a possibilidade da posse do Juscelino caso ele vencesse a eleição presidencial marcada para 1965. A esquerda, por sua vez, não admitia a vitória do Lacerda, e um bom pedaço dela não aceitava nem a de JK. Só Juscelino admitia perder. Essa foi a sua grandeza. Outro dia eu lhe disse que só Getúlio teve, como ele, a capacidade de crescer no infortúnio. O homem chorou.
Veja só, professor: dez anos depois da insânia de 1964, o mais enraivecido lacerdista haveria de concordar que teria sido melhor devolver o Alvorada a JK. O mais radical dos esquerdistas reconheceria que teria sido melhor ter Lacerda no Planalto a ser governado pelo general Costa e Silva. (Figueiredo era uma sobretaxa ainda despercebida em 1974.)
O propósito desta mensagem é lhe pedir que propague a sua teoria da crise sem causa. Tenho visto muita gente que chega daí dizendo que o Brasil vive uma crise gravíssima. Não acredite. Esse Waldomiro não tem importância nenhuma. Importante mesmo é o morro do Pavão-Pavãozinho, mas não posso lhe dizer mais.
Despeço-me pedindo que me recomende à professora Ruth.
San Tiago Dantas
"I used to be on an endless run.
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Postby mends » 17 Mar 2004, 15:00

Bruxa dos números
:fear: :fear: dois anos e seis meses, ou 911 dias, separam o ataque ao World Trade Center (9/11) do massacre de Madri (11/3). E 911 é o telefone de emergência, nos EUA.
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Postby mends » 17 Mar 2004, 15:54

sobre as notinhas perdidas, esqueci de citar a fonte, até porque o Wagnão me cobrou a fonte por conta duma nota mais séria que mandei pra ele: essas e outras cositas más são encontradas em http://www.gibaum.com.br. Vale também ler http://www.claudiohumberto.com.br. B)
até porque as opiniões glúteas dos caras não necessariamente refletem as minhas... :lol:
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Postby mends » 18 Mar 2004, 09:55

GIBA UM

Villegiatura
Continua em plena villegiatura a ex-ministra Benedita da Silva: agora, depois de duas semanas na África do Sul, voou para nova temporada nos Estados Unidos, entre Miami e Nova York. A seu encontro, acaba de voar o maridão Antônio Pitanga.
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